sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Globo: Fumbles est Fraudulentus

Mirian Dutra, FHC e a rede de autoproteção
Editorial do site Vermelho:

A direita e os conservadores sempre tiveram uma moral dúplice na qual ela e seus protagonistas aparecem acima da lei. Essa dupla moral é mais uma vez exposta no noticiário do caso, ocorrido faz três décadas, que envolveu o então senador Fernando Henrique Cardoso e a jornalista Mirian Dutra. São dois pesos e duas medidas: para proteger os seus, a direita, os políticos conservadores e a mídia que serve a eles atuam em uníssono e “montam” a verdade que convém a eles. A mídia conservadora é ferramenta não só para calar adversários mas para propagar as mentiras favoráveis à direita. E o dinheiro público, nos momentos em que a direita controla o governo, é fonte dos recursos usados para calar pessoas e pagar a mídia conservadora pelo serviço de veicular essas mentiras. Aos amigos tudo, aos inimigos os rigores da lei – este é o lema conservador. A rede de proteção erguida para esconder o filho bastardo de FHC mostra como esse lema permanece atual nos arraiais conservadores.

Aquele caso extraconjugal não deveria ser assunto de jornalismo sério, mesmo tendo resultado em um filho nascido fora do casamento e cuja paternidade se tentou ocultar. Mas aquele acontecimento do início da década de 1990 ganhou páginas impressas e redes sociais desde que Mirian Dutra deu uma entrevista à revista, publicada na Espanha, em português, BrazilcomZ, revelando circunstâncias do caso que justificam o interesse pois, embora seja assunto de ordem pessoal, envolve o uso de dinheiro público e de posições de governo para proteger o então senador. Elas revelam relações íntimas, promíscuas, mafiosas, entre setores da classe dominante, políticos conservadores e a mídia patronal – o mesmo tipo de coalisão nefasta que, hoje, investe furiosamente contra os governos democráticos que controlam a Presidência da República desde 2003, e tudo fazem para destruí-los.

O caso tem um interesse público inegável. O primeiro – a mentira contada pela revista Veja em 1991 para proteger FHC – foi imoral e indica mais uma vez a promiscuidade entre a grande mídia e Fernando Henrique Cardoso que já era, no início dos anos 1990, uma estrela em ascensão no arraial da direita. O objetivo da mentira era poupar a imagem pública daquele que já começava a despontar como o anti-Lula e cuja imagem não podia ser maculada por questões morais.

Depois que Mirian Dutra foi morar na Europa (em Portugal e hoje na Espanha), seu silêncio foi garantido por articulações junto à Rede Globo, que a manteve na folha de pagamento embora não exigisse dela o trabalho correspondente. E depois através de um contrato fictício, feito com a Brasif, para dar a ela um complemento de renda.

Estes contratos revelam facetas da rede de autoproteção que envolve políticos conservadores, como FHC, a mídia patronal e empresas beneficiárias dessas ações. A Globo teria ganhado, em atenção à sua “gentileza”, contratos favorecidos com o BNDES justamente no período em que FHC comandou o governo federal. Mirian revela: “Financiamentos a juro baixo, e não foram poucos”.

A Brasif, por sua vez, controlava – através de concessões milionárias com o governo federal – as chamadas lojas free-shop em aeroportos, ligada a Jorge Bornhausen, um dos caciques do então PFL, atual DEM. A concretização do contrato fictício entre Mirian Dutra e a Brasif foi intermediada pelo lobista Fernando Lemos, que foi conselheiro pessoal do ex-presidente e ficou milionário durante os anos de domínio neoliberal. Aquele contrato fictício foi assinado em 2002, ao apagar das luzes do governo de FHC. O lobista, já morto, foi casado com Margrit Dutra Schmidt, irmã de Mirian Dutra – e aqui aparece outra ponta deste caso exemplar. Soube-se agora que Margrit Dutra foi, faz 15 anos, nomeada por Fernando Henrique Cardoso para um cargo no Ministério da Justiça; mais tarde, o ex-presidente tucano providenciou um emprego-fantasma para ela, junto à bancada do PSDB no Senado. Embora receba sem trabalhar, ela é assídua em protestos contra os governos do PT, e de Dilma Rousseff, realizados no Distrito Federal.

Houve ainda a tentativa feita em 2000 por Andrea Matarazzo, então ministro de Comunicação de FHC, para impedir a circulação de uma reportagem sobre aquele caso extraconjugal na revista Caros Amigos. Se a revista topasse, teria anúncios do governo e facilidades financeiras. Não topou e a reportagem foi publicada!

Outro aspecto dessa rede de autoproteção apareceu quando Mirian pensou em voltar ao Brasil, às vésperas da reeleição de FHC. Ela se encontrou com Luiz Eduardo Magalhães (que fora presidente da Câmara dos Deputados) e o pai dele, o senador Antônio Carlos Magalhães e eles a convenceram – principalmente ACM – que não era a hora de voltar pois poderia atrapalhar a reeleição de FHC, disse ela.

É um caso notável, embora de divulgação tardia. A autoproclamada modernidade tucana e conservadora não passa disso – o uso de recursos públicos e de relações de poder para proteger políticos da direita, como Fernando Henrique Cardoso, usando se for preciso a mentira com que a mídia conservadora não apenas compactua mas é agente ativa


Fonte: Blog do Miro

________________________________________________________



Globo, assustada com denúncias, tenta negar propriedade de “triplex” em Paraty


ScreenHunter_74 Feb. 26 05.11
O grupo todo poderoso, pertencente à família mais rica do país, e que construiu o seu império à sombra protetora e cúmplice de um regime totalitário, perdeu sua fleuma habitual e começou a ameaçar blogs.
Sinal de medo, de insegurança, e de que farejou perigo no ar!
Pelo jeito, estamos na trilha certa!
Agora não usa mais seus executivos como testas de ferro para intimidar os blogs. A Globo mesmo, com seu próprio CNPJ, resolveu partir para cima da imprensa alternativa.
Um amigo no whatsapp mandou-me o link de post publicado no blog do Fernando Rodrigues, jornalista do UOL, trazendo a ameaça da Globo aos blogs.
O garoto de recados da Globo não estava mentindo, mas os platinados estão dispostos a ir além da censura a referências ao BNDES. Eles querem silenciar todas as críticas à Globo.
Nesta quinta-feira, 25 de fevereiro, recebo por email uma Notificação Extrajudicial da Globo, a qual reproduzo abaixo. Continuo em seguida.
Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2016
Ao Responsável pelo Blog “O Cafezinho”
(http://www.ocafezinho.com)
Miguel do Rosário
Ref.: Post intitulado ‘Bomba! O mapa genealógico da Mossack Fonseca e Rede Globo’
Prezado Senhor,
GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A (Globo), com sede nesta cidade, na Rua Lopes Quintas, nº 303, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 27.865.757/0001-02, vem, por meio da presente, NOTIFICÁ-LO do que se segue:
O notificante tomou conhecimento que no dia 24/02/2016 foi publicado no blog denominado “O Cafezinho”, de responsabilidade do notificado, post com informações inverídicas a respeito de suposta relação da notificante com empresas investigadas pela polícia federal, conforme consta da url http://www.ocafezinho.com/2016/02/24/bomba-o-mapa-genealogico-da-mossack-fonseca-e-rede-globo/
O título e o organograma reproduzido no post em questão fazem conexão entre a Globo e empresas alvo de investigações da Polícia Federal.
Contudo, o organograma acima reproduzido se baseia em informações inverídicas, uma vez que a Globo não tem relação societária, ou de qualquer outra espécie, direta ou indireta, com a Agropecuária Veine, com a Mossack Fonseca, ou qualquer outra empresa ou pessoa ali apontada.
Verifica-se, assim, que o post em questão, contêm inverdades sobre suposta relação entre a Globo e as empresas citadas, induzindo os leitores do Blog a erro, o que constitui grave ofensa à notificante.
Pelo exposto, fica V.Sa. NOTIFICADO para que retire imediatamente a menção à Globo do título e do organograma constante da url apontada nesta notificação ou qualquer outro post que reproduza a informação inverídica, sob pena de adoção das medidas legais cabíveis.
Atenciosamente,
PP. M. (...) G. (...)
OAB/RJ (...)
***
Vamos nos ater ao trecho principal da notificação:
(...) a Globo não tem relação societária, ou de qualquer outra espécie, direta ou indireta, com a Agropecuária Veine, com a Mossack Fonseca, ou qualquer outra empresa ou pessoa ali apontada.
Entro no blog DCM e descubro, no post sobre o triplex dos Marinho em Paraty, que eles também receberam Notificação Judicial:
Prezados Senhores,
JOÃO ROBERTO MARINHO, brasileiro, casado, jornalista, com endereço profissional na Rua Lopes Quintas 303, Jardim Botânico, na cidade e Estado do Rio de Janeiro, vem, por meio da presente, NOTIFICÁ-LO do que se segue:
A notícia é inverídica, pois a casa em questão e as empresas citadas na matéria não pertencem, direta ou indiretamente, ao notificante ou a qualquer um dos demais integrantes da família Marinho.
Hum!
Segundo documentos abundantes encontrados na internet, a Agropecuária Veine é a proprietária nominal da premiada mansão em Paraty, construída pelo arquiteto Marcio Kogan. Segundo a Anac, a Veine tem um heliponto construído exatamente ali, na praia de Santa Rita.
Bloomberg (aqui a reportagem traduzida) foi a primeira a furar o bloqueio informativo e fazer uma matéria em que diz, com todas as letras, que a família Marinho, proprietária da Rede Globo, possuía uma casa com piscina e heliponto, na praia de Santa Rita, que tinha ganho vários prêmios de arquitetura, incluído o Wallpaper Design Award de 2010. Trecho:
É o caso da família de mídia Marinho. Os Marinhos violaram leis ambientais através da construção de uma mansão de 1.300 metros quadrados, ao largo da praia de Santa Rita, perto de Paraty, diz Graziela Moraes Barros, inspetora no ICMBio.
Sem qualquer autorização, a família Marinho construiu em 2008 uma casa modernista entre dois grandes blocos de concreto independentes e cobertas de vidro, diz Graziela Moraes Barros. A casa dos Marinhos ganhou vários prêmios de arquitetura, incluindo o Wallpaper Design Award de 2010.
A partir dessa matéria, inúmeros blogs ambientais começaram a veicular essa denúncia, de que a família Marinho tinha uma casa em Paraty construída em área de proteção ambiental.
Os Marinho nunca negaram.
Antes que apareça algum novo justiceiro fazendo a diferença, ou que a Globo tente algum novo truque para dizer que não é dona da casa em Paraty, trago aqui mais uma notícia a confirmar a reportagem da Bloomberg.
A casa ganhou um prêmio de arquitetura na Itália, em 2011, o Dedalo Minosse. Creio ser uma das principais premiações do mundo.
ScreenHunter_71 Feb. 26 02.46
Nas fichas dos projetos premiados, há o item "committente", palavra italiana que, em arquitetura, indica a pessoa ou instituição que contratou o arquiteto. Em geral, é seu proprietário. E quem aparece como "committente" da "Paraty House"?
Marinho Azevedo.
Basta jogar "Marinho Azevedo" e "Globo" no Google para descobrir que este é o sobrenome de uma das filhas de João Roberto Marinho: Paula Marinho Azevedo. Paula é dona de várias emissoras de TV, dentro da estratégia dos Marinho de burlar os regulamentos anti-concentração do Estado, nomeando parentes como sócios de empresas de mídia por todo o país.
ScreenHunter_72 Feb. 26 02.49
Se a mansão em Paraty, que chamamos ironicamente de "triplex", pertence aos Marinho, como afirma a Bloomberg,  e como indica o site do prêmio Dedalo Minosse, e se o imóvel está em nome da Agropecuária Veine, e se os Marinho são os donos da Globo, o que a Globo quer dizer quando afirma que a "Globo não tem relação societária, ou de qualquer outra espécie, direta ou indireta, com a Agropecuária Veine, ou com a Mossack Fonseca"?
A Globo é uma concessão pública,  ganha bilhões de reais de dinheiro público de todas as esferas públicas: governo federal, estados, municípios, TSE, Ministério Público, etc.
Todo o dinheiro dos Marinho e, sobretudo, todo o seu poder, tem origem nessa concessão pública.
Não venham, portanto, com histórias de que a Globo é uma empresa privada e que não há interesse público em saber sobre suas maracutaias no Brasil e lá fora.
Quantas "interpelações judiciais" a Globo vai distribuir a partir de agora?
Será que a Globo está tão eufórica com o sucesso das conspirações midiático-judiciais patrocinadas por ela, a ponto de acreditar que a ditadura já chegou, e que, na esteira das peripécias arbitrárias de Sergio Moro, poderá censurar, intimidar e aniquilar todos os blogs e sites críticos de seu poder?
Será que a Globo vai mandar Sergio Moro desencadear outra fase da Lava Jato, tentando abafar denúncias contra a emissora?
Fonte: O CAFEZINHO
______________________________________________

Se a Globo vai ajudar a achar o dono da mansão, ajuda a achar também o do helicóptero

licp
Depois que um dos irmãos Marinho, em notificação dirigida a este blog, declarou que nem eles nem a Globo têm ligações “direta ou indiretamente”com a mansão em Parati e com a empresa Agropecuária Veine, espero que o império Globo atenda ao apelo que fiz para identificar quem é, de fato, que se beneficia dos bens desta empresa.
Não apenas a mansão, mas o moderno helicóptero biturbinado Agusta 109, prefixo PT-SDA, que até dezembro era administrado por um consórcio entre a Agropecuária Veine, formalmente dona da mansão e a Santa Amélia, que tem como endereço um parrque de máquinas da Brasif, como se mostrou aqui. Agora, segundo os registros da Anac, a aeronave é operada pela Vatnne RJ Administração e Participações, um empresa do mesmo Jonas Barcellos que diz que não recebeu nada de Fernando Henrique para pagar um bônus de US$ 3 mil dólares a Mirian Dutra, mãe do ex-filho de Fernando Henrique Cardoso.
pousoTenho certeza que o colega jornalista João Roberto Marinho vai atender ao apelo que lhe fez este blog ontem e sugerir às suas empresas jornalísticas que apurem de quem é a Veine , por consequência logo quem é que se serve do aparelho. O helicóptero, por estar operado em serviço aéreo privado (arts. 123 e 177 do Código Aeronáutico Brasileiro) só pode realizar vôos de transporte e lazer para os donos da sua operadora e recebeu da Prefeitura do Riolicença para usar – não se sabe se gratuita ou remuneradamente, já é uma primeira boa pauta – o heliponto da Lagoa para ” pousos comerciais e não comerciais”.
Aliás, a Prefeitura poderia explicar como concede estas autorizações a particulares. É só pousar lá e pronto?
Assim, a Globo vai ajudar não só que se evite o abuso num equipamento público mas, também, acabar com a maledicência de que o aparelho seria usado pelos Marinho.
É fácil, extremamente fácil, basta mostrar a verdade.
Fonte: TIJOLAÇO
____________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário