quarta-feira, 5 de julho de 2017

G-20 contra 99% da população mundial

Sistema neoliberal coloca trabalhadores uns contra os outros, diz Noam Chomsky

Intelectual criticou Partido Republicano e comentou a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris por Trump

Opera Mundi,05 de Julho de 2017 às 10:31

Chomsky criticou neoliberalismo dos EUA e afirmou que "estamos caminhando para um precipício" / Reprodução Youtube / RT

Em entrevista à rede de televisão russa RT e transmitida neste domingo (02), o intelectual norte-americano Noam Chomsky criticou o neoliberalismo e afirmou que o sistema coloca os trabalhadores “uns contra os outros”.

“O neoliberalismo vem colocando os trabalhadores do mundo em competição uns contra os outros, mas permitindo a liberdade do capital e, de fato, um alto grau de proteção para o capital”, afirmou o linguista, filósofo e historiador de 88 anos.

Professor emérito do MIT (Massachusets Institute of Technology) e crítico constante do governo de Donald Trump, Chomsky afirmou que “estamos nos dirigindo a um precipício e o pior desses precipícios é condicionado pelos sistemas de mercado”. Para o intelectual, “a mudança neoliberal moveu as decisões da esfera pública ao mercado”.

Chomsky ainda criticou o partido político de Trump afirmando que os republicanos têm se dedicado a destruir a vida humana: “a posição da ala selvagem do capitalismo norte-americano, o Partido Republicano, é realmente impressionante, eles estão realmente correndo em direção a um precipício”, disse o intelectual, questionando se “houve realmente uma organização na história que se dedicou em destruir a vida humana?”.

“Se você é um crítico da política [dos EUA], você é antiamericano”, disse o acadêmico sobre como são vistos aqueles que se opõem ao governo no país. “Além dos EUA, eu não conheço nenhum outro país não-totalitário, não-autoritário, onde esse conceito exista”, afirmou Chomsky, que se considera socialista.

Além de se posicionar contra medidas tomadas pelo governo de Donald Trump, o intelectual se diz preocupado com as mudanças climáticas e com a saída dos EUA do Acordo de Paris. "Os EUA estão correndo em direção ao precipício, enquanto o mundo está tentando fazer alguma coisa [contra o aquecimento global", afirmou.

Fonte: BRASIL DE FATO
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Na 40ª Conferência da FAO, José Graziano da Silva adverte: quase 60% da fome no mundo decorre de conflitos armados e alterações climáticas


Fonte: CARTA MAIOR
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Esquema de segurança para cúpula do G20 na Alemanha contará com 22 mil policiais
De Redação
-5 de julho de 2017

O esquema de segurança preparado para o encontro de cúpula do G20 em Hamburgo, na Alemanha, vai contar com cerca de 22 mil policiais e 28 helicópteros. A cimeira ocorre nos próximo dias 7 e 8, quando a chanceler alemã Angela Merkel vai receber os chefes de Estado e de Governo das principais economias e potências emergentes, incluindo o líder norte-americano Donald Trump, o russo Vladimir Putin e o turco Recep Tayyip Erdogan.

Nesta terça-feira (4), o ministro do Interior da Alemanha Thomas de Maizière visitou o centro de convenções de Hamburgo, onde ocorrerá a cúpula, para acompanhar o esquema de segurança preparado para o evento.

Na ocasião ele voltou a advertir que as forças de segurança não vão tolerar protestos ou manifestações violentas, nem atos de sabotagem contra a reunião de cúpula do G20.

Nos dias que antecedem a Cimeira até domingo já foram convocadas mais de vinte manifestações organizadas por grupos de esquerda ou anti-globalização.

O ministro lembrou que, de acordo com os dados dos serviços secretos, as mobilizações poderiam concentrar até 8 mil manifestantes violentos, mas estava convencido de que o plano de segurança da polícia será eficiente para manter a tranquilidade na cidade.

Fonte: Manchete online
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POLÍCIA REPRIME PROTESTOS CONTRA G-20 NA ALEMANHA


Fonte: O GLOBO
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A fome volta a crescer no mundo.

Aumentam os conflitos armados.

As alterações climáticas ameaçam a vida.

Neoliberalismo joga trabalhadores uns contra os outros.

Por conta de tudo isso, e muito mais, a reunião entre os chefes de estado e de governo das vinte maiores economias do mundo, na Alemanha, tem um esquema de segurança que mobiliza 22 mil policiais. Para que o leitor tenha uma ideia, o Estado do Rio de Janeiro com uma população de 17 milhões de habitantes, tem um efetivo de policiais da Polícia Militar de aproximadamente 50 mil policiais.

Para proteger os responsáveis, ou pelo menos defensores do caos em que se encontra o mundo, são criadas grandes barreiras para impedir que eu, você, e todos nós possamos protestar, dizer não ao mundo atual, exigir respeito a vida e aos direitos humanos, exigir que todos os humanos tenham acesso a alimentação, terra , trabalho e casa. Exigir também que cumpram, com urgência, os acordos para mitigar os efeitos já sentidos por todos das alterações climáticas. Exigir o fim dos conflitos armados.


É o G-20 contra 99% da população mundial.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Pense fora da caixa




O inconsciente na perspectiva da complexidade e do caos: uma abordagem inicial

Autor(a): VIVIANE MONDRZAK, ALDO DUARTE, ALICE LEWKOWICZ, ANNA LUIZA KAUFFMANN, ENEIDA IANKILEVICH, GISHA BRODACZ, GUSTAVO SOARES, LUIZ ERNESTO PELLANDA, MARIA

Texto:

Este trabalho acompanha as discussões do grupo de estudos de epistemologia psicanalítica da SPPA. Tem como principal objetivo apresentar uma abordagem inicial sobre uma visão do funcionamento da mente e, principalmente, do inconsciente, a partir da perspectiva da Complexidade e da Teoria do Caos, idéias fundamentais no pensamento científico atual. Começa apresentando algumas noções sobre sistemas caóticos deterministas, tais como a sensibilidade às condições iniciais e a tendência a se organizarem e formarem padrões, as escalas fractais, que, mesmo imprevisíveis, podem ser reconhecidos retrospectivamente, (as escalas fractais). Após discute algumas relações entre estes conceitos e o inconsciente, destacando como a psicanálise antecipou alguns princípios básicos do pensamento científico de hoje, principalmente quando Freud introduz a noção de inconsciente com suas leis próprias, em constante relação com o consciente. O inconsciente surge como um sistema que apresenta um comportamento instável, aperiódico, e altamente complexo, do qual se auto-organizam determinadas estruturas como uma escala fractal. Destacam-se contribuições de Bion e Matte-Blanco que auxiliam na compreensão do inconsciente e a noção de que este conceito mantém seu mistério.

Introdução

Por que retomar o conceito de inconsciente? Não se trata do conceito sobre o qual Freud desenvolve a psicanálise, uma unanimidade entre os psicanalistas e entre pensadores de outras áreas, mesmo não tendo sido ele o primeiro a usar a expressão, nem seu "descobridor"? O pensamento filosófico do século XIX, através de Nietzsche e Schopenhauer entre outros, apresentava uma concepção de inconsciente marcada pelo romantismo, uma espécie de "subconsciência", uma consciência profunda onde jazia um outro eu. Freud entra por este caminho, desbravando o inconsciente e levando o conceito às últimas conseqüências, principalmente quando, a partir do estudo dos sonhos, descreve seu funcionamento regido por leis próprias, fora do âmbito da consciência. A partir daí, a visão do homem nunca mais poderia ser a mesma, principalmente no que diz respeito à ilusão de ter o controle sobre seus atos.

Apesar desta inseparável identidade da psicanálise com o conceito de inconsciente, um olhar mais atento permite constatar que, sob o mesmo nome, subjazem modelos bastante diferentes. Assim, encontramos o termo "inconsciente" empregado de várias formas entre psicanalistas. Como substantivo, designando um "locus" definido por oposição a "consciente" e, apesar de sabermos que não há um local na mente correspondente a ele, ainda é um modelo espacial que não desapareceu dos textos psicanalíticos (Paniagua, 2001), possivelmente pela necessidade da mente humana de organizar as percepções nestes termos. Como adjetivo, relaciona-se predominantemente com a segunda tópica, usado como uma qualidade de conteúdos do ego, do superego e do id. Encontramos ainda o uso do termo associado à idéia de processo, de função, relacionado a formas específicas de operar da mente, como em Matte-Blanco (1975). O aspecto dinâmico, com a noção de conflito, permanece vinculado a "inconsciente"; da mesma forma, o modelo energético - forças inconscientes pressionando a entrada na consciência, em oposição à barreira da censura - também se faz presente. Mais recentemente deparamos com uma descrição do inconsciente como um sistema caótico determinista, tema que foi objeto de um painel no último congresso psicanalítico em Nice (Procci, 2002).

Acompanhando em linhas gerais a forma como a noção de inconsciente tem sido pensada nestes 100 anos de psicanálise, dentro da linha Freud-Klein-Bion que estamos focalizando e na qual incluímos Matte-Blanco, fica implícito que a visão de inconsciente em cada autor está inserida na sua concepção de modelo de funcionamento psíquico. Se em Freud este é um conceito essencial sobre o qual se estrutura o psiquismo, mesmo após a segunda tópica, em Klein fica privilegiado o conceito de fantasia inconsciente, onipresente na vida mental. Klein não estava preocupada em desenvolver uma teoria do inconsciente e tinha uma visão descritiva, a partir da clínica, não pretendendo mostrar como se formavam estas fantasias inconscientes. É como se estivesse implícito que eram produzidas por mecanismos intrínsecos ao aparelho mental, principalmente introjeção e projeção. Seguindo nesta evolução, Bion dedica-se a estudar o funcionamento do "aparelho para pensar", e a separação entre o que é consciente e o que é inconsciente é definida pela formação da barreira de contato composta por elementos alfa.

Matte-Blanco aproxima-se de Bion em vários aspectos e propõe consciente e inconsciente como modos de funcionamento, cada qual com sua lógica própria, assimétrica ou simétrica, intimamente relacionadas e representando formas distintas de discriminar relações. A lógica simétrica identifica a homogeneidade e caracterizaria o funcionamento inconsciente em seus vários níveis. Para ele, a qualidade de ser inconsciente não é primária, mas um produto necessário da relação entre o modo simétrico e assimétrico. O inconsciente é produto de uma limitação da consciência, que não tem condições de abarcar a complexidade de dimensões do ser (Matte-Blanco, 1975).

Em cada visão apresentada por estes autores é possível percebermos a influência do pensamento científico da época. Em Freud, os conceitos de energia, em Klein, noções da dialética de Hegel, em Bion, a física quântica e a matemática de Poincaré, em Matte-Blanco, a lógica matemática de Russell e, em todos, algo da epistemologia kantiana (Sandler, 1997).
Já o pensamento científico atual percebe, cada vez mais, a insuficiência do modelo cartesiano para explicar os fenômenos, tendendo de forma marcante para o estudo dos sistemas complexos (Santos, 1985), o que nos conduz à complexidade e ao caos.

Dentro desta linha de pensamento, este trabalho acompanha as discussões do Grupo de Estudos sobre Epistemologia Psicanalítica da SPPA. Tem como principal objetivo apresentar uma abordagem inicial sobre uma visão do funcionamento da mente e, principalmente, do inconsciente, a partir da perspectiva da Complexidade e da Teoria do Caos. Começa apresentando algumas noções sobre estes conceitos para, após, relacioná-los à compreensão do objeto deste estudo: o inconsciente.

A complexidade e o caos

O pensamento científico atual, afirma Santos (1993), vive "um tempo atônito" (p.5), um "tempo de transição" (p.6) em que o modelo da racionalidade não mais atende às necessidades do conhecimento. Esse modelo buscava leis aprendidas do que seria observação pura e experimentação que pudessem ser expressas por idéias matemáticas, compreendidas como "idéias claras e simples a partir das quais se pode ascender a um conhecimento mais profundo da natureza" (p.14).

Assim, vemos que a ciência cartesiana tem por objetivo simplificar, encontrar a expressão mais simples de situações complicadas, analisar e dividir sucessivamente um problema em seus componentes até chegar à expressão essencial deles. É bem essa a origem da idéia de átomo, "o que não mais pode ser dividido", surgida na antiga Grécia, não porque tenha sido observado, mas como decorrência lógica de um limite para a divisão da matéria.

Esta simplificação lógica da ciência clássica considerava o surgimento de uma contradição como sinal de um erro de raciocínio, pois supunha que o mundo obedecia a uma lógica aristotélica e se buscavam explicações universais e certezas (Santos, 1993). Mas a evolução da ciência seguia outro rumo. Pascal já percebia que, se era verdade que para conhecer o todo era necessário conhecer as partes, também era verdadeiro que para conhecer as partes se fazia necessário conhecer o todo. O todo é mais do que a soma das partes por um lado e menos por outro, mas nunca é igual. Mais, porque surgem propriedades emergentes, decorrentes da sinergia do todo; menos, porque as partes abrem mão de potencialidades para participarem do todo.

Nesta linha, seguiram-se os trabalhos de Poincaré utilizados por Bion e todas as descobertas da física quântica, apontando para a incerteza dos fenômenos e a impossibilidade de se obterem descrições exatas.

É importante ainda destacar os estudos de Ilya Prigogine, prêmio Nobel de Química de 1977, que revolucionaram o segundo princípio da termodinâmica. Sua teoria das estruturas dissipativas e o princípio da 'ordem através de flutuações' estabelecem que, em sistemas abertos, sistemas que funcionam nas margens da estabilidade, a evolução explica-se por flutuações de energia que, em determinados momentos, nunca inteiramente previsíveis, desencadeiam espontaneamente reações que, por via de mecanismos não lineares, pressionam o sistema para além de um limite máximo de instabilidade e o conduzem a um novo estado macroscópico. Essa transformação irreversível e termodinâmica é o resultado da interação de processos microscópicos segundo uma lógica de auto-organização numa situação de não-equilíbrio. Assim, novas organizações complexas surgem a partir da desordem (Santos, 1985).

Neste contexto, encontramos as contribuições de Edgar Morin, pensador francês contemporâneo que transita entre as ciências humanas, a biologia e a física, interessado em estudar este panorama marcado pela incerteza e caracterizado pela complexidade.

Morin (1991) é dos primeiros a reconhecer o pioneirismo de Freud no rompimento com a visão cartesiana - ainda que pretendesse seguir seus princípios paradigmáticos - ao colocar a psicanálise na linha da complexidade, descrevendo a presença de opostos simultâneos no inconsciente. Nas suas palavras:"É extraordinário que uma idéia tão fundamental como o sistema aberto tenha também tardia e localmente emergido (o que já mostra que o mais difícil de perceber é a evidência). Com efeito, está presente, mas não explicitamente liberta em certas teorias, particularmente em Freud, onde o Eu é um sistema aberto simultaneamente sobre o isso e o superego, apenas podendo constituir-se a partir de um ou de outro, mantendo relações ambíguas, mas fundamentais com um e com outro; …" (p.28).

É ainda Morin quem chama a atenção para o fato de que "os elementos simples" já não são mais a âncora onde apoiar conceitos: "Já não há mais solo firme, a 'matéria' já não é a realidade maciça elementar e simples à qual se podia reduzir a physis. O espaço e o tempo já não são mais entidades absolutas e independentes. Já não há mais não apenas uma base empírica simples, mas uma base lógica simples (noções claras e distintas, realidade não ambivalente, não contraditória, estritamente determinada) para constituir o substrato físico. Daí uma conseqüência capital: o simples (as categorias da física clássica que constituíam o modelo de qualquer ciência) não é mais o fundamento de todas as coisas, mas uma passagem, um momento entre complexidades, a complexidade microfísica e a complexidade macro-cosmo-física" ( p.23).

Complexidade enfatiza a interconexão entre todas as variáveis do sistema, realçando a dependência deste em relação ao ambiente e afirma que, diferentemente do que se pensava, a entropia não tem um único sentido (do menos para o mais desordenado, de mais quente para mais frio), podendo os sistemas classificados por Prigogine como longe do equilíbrio encaminhar-se espontaneamente, sem interferência externa, da desordem para a ordem (uma nova ordem, diferente da anterior), dependendo para isso apenas de sua capacidade de auto-organização, de sua estrutura interna. Seres vivos são bom exemplo disto: contrariam a segunda lei da termodinâmica não apenas por serem sistemas abertos à energia, mas por criarem ordem a partir do caos. Assim, Morin fala de uma lógica da complexidade que afasta a causalidade simples e propõe que o conhecimento só pode ser alcançado a partir de uma dialógica entre ordem e desordem. Esta seria uma lógica que geraria ordem a partir do erro, do ruído (Eizirik, 1997).

A teoria determinista do caos tem sido utilizada para elucidar o funcionamento de vários sistemas complexos, mostrando que a desordem do sistema pode ser apenas aparente e que uma ordem (sem periodicidade) governa sistemas que eram antes considerados completamente aleatórios. Além disso, paradoxalmente, causas deterministas poderiam dar origem a efeitos imprevisíveis. Isto porque uma característica importante dos sistemas complexos (caóticos) é sua sensibilidade e dependência às condições iniciais do sistema; mudanças infinitesimais ocorridas no início do processo são capazes de determinar grandes mudanças (Abrams e Sardar, 1998).

Assim, a teoria do caos lida com sistemas complexos que, se por um lado obedecem às leis da física fundamental (o que inclui previsibilidade do processo), por outro, são imprevisíveis, tamanho é o grau de diversidade que apresentam. Sistemas complexos (considerados por Prigogine como distantes do equilíbrio) necessitam de um grande dispêndio de energia para manterem-se coesos. Após passarem por um período caótico (quando se desorganizam), tais sistemas buscam, em suas estruturas internas, uma redefinição (desconsiderando, neste momento, o ambiente ) e, a partir desta auto-organização, avançam para um novo nível de organização (Prigogine, 1996).

Atualmente, o termo caos é utilizado no sentido de uma desordem organizada. Estas descobertas questionam o método científico clássico, baseado em princípios basicamente deterministas, no qual os efeitos são sempre proporcionais às suas causas. A questão que tem sido discutida, e que foi tema de um painel no congresso internacional de Nice, em 2001, é em que medida a teoria do caos, com uma linguagem e conceitos diferentes da psicanálise, pode contribuir de alguma forma com os conhecimentos psicanalíticos, sem que se constitua numa mera transposição, ou seja, respeitando as especificidades da cada área (Procci, 2002).

Assim, a proposta é que o funcionamento da mente poderia ser comparado ao comportamento de sistemas complexos (Quinodoz, 1997). E, principalmente, dentro do que nos interessa aqui, o trabalho inconsciente da mente, conforme observável no trabalho clínico, apresentaria características de um sistema caótico determinista. Vejamos alguns destes aspectos.

1) No inconsciente, como nos demais sistemas complexos, há uma "sensível dependência das condições iniciais". Assim, pequenas diferenças na interação da criança com seus pais (ambiente), ou mesmo na interação paciente-analista numa sessão, podem causar grandes alterações.

2) Sistemas caóticos tendem a se organizar e formar padrões que, mesmo imprevisíveis, podem ser reconhecidos retrospectivamente. A teoria do caos mostra como uma atividade aleatória produz estruturas inesperadas que, com a repetição da experiência, voltam a um estado de caos do qual, com a repetição, emerge um padrão que se parece com o original.

Este fenômeno é chamado de escala fractal, estudada por Mandelbrot e que mostra como sistemas complexos apresentam similaridade quando examinados em diferentes níveis de magnitude. É encontrado na natureza, nas artes, em padrões de linguagem, na estrutura da personalidade, numa sessão de análise. Assim, o funcionamento inconsciente, comparável a um sistema caótico, tenderia a se organizar em padrões que apresentariam características comuns, assim como os derivados do inconsciente, mantendo uma estrutura básica comum, semelhante a um fractal.

3) O conceito de atrator foi desenvolvido para representar a variação de um sistema no tempo, a forma de um sistema conforme é esquematizado num espaço de fase, correspondendo ao que lhe dá a identidade. Um exemplo simples pode ser encontrado no fato de que, sempre que se esvazia um recipiente com água por um orifício de drenagem, a massa total entra em movimento com forma típica de vórtice. Entre todos os tipos de atratores, nos interessa especialmente o "atrator estranho", que é um padrão aleatório de pontos não repetidos com duas características: tem uma forma previsível, mas composta por detalhes imprevisíveis e, ao mesmo tempo, é o que organiza o sistema e é produzido pelo sistema do qual faz parte.

Assim, modelos inconscientes que influenciam o comportamento seguem padrões infantis que poderiam ser considerados "atratores". Conteúdos mais próximos destes atratores seriam mais fixos, menos acessíveis ao trabalho analítico.

Todas essas características podem ser pensadas em termos intrapsíquicos ou em termos do que ocorre no processo psicanalítico. Se pensarmos no funcionamento psíquico, o modelo da teoria determinista do caos evidencia o aspecto de uma oscilação contínua entre material desorganizado, caótico, não perceptível pela consciência e uma organização em padrões que, apesar de guardarem semelhança com o original, podem ser criativos ao infinito, como os derivados do inconsciente de Freud, como as fantasias inconscientes de Klein, como os elementos alfa de Bion ou como as tríades assimétricas de Matte-Blanco. Todas essas formações corresponderiam a fractais por manterem uma estrutura comum, invariante. É importante a noção de que haveria no aparelho psíquico, como parte constituinte do ser vivo, uma tendência para esta auto-organização, para uma diminuição da entropia.

No processo analítico, portanto em outra dimensão, também aconteceriam momentos de desorganização caóticos, nos quais o material do paciente parece sem sentido, até que surja um fato selecionado que ordena o material num padrão. Assim, poderíamos pensar em paciente e analista formando um sistema complexo com características de sistemas caóticos deterministas, o que abre a possibilidade de se estudar se esta perspectiva auxilia no trabalho clínico, ainda que este aspecto escape aos propósitos deste artigo.

Seguindo nesta linha de reflexão, algumas questões sobre a forma de se pensar a mente, o que inclui as concepções sobre o inconsciente, surgem naturalmente.

Comentários

O que procuramos destacar é que a psicanálise antecipou alguns princípios básicos do pensamento científico atual, que enfatiza a complexidade, sobretudo quando Freud introduz a noção de inconsciente com suas leis próprias, em constante relação com o consciente. No entanto, por ser um homem de sua época, Freud tentou incluir estas noções dentro do pensamento cartesiano, propondo que estas áreas inconscientes fossem resgatadas pela consciência. Para Freud, a razão, fundamental no pensamento iluminista, era a única alternativa.

Mas de que forma compreendemos hoje a noção de inconsciente? Quais os conhecimentos que temos a respeito dos processos psíquicos que atuam sobre a conduta do indivíduo e que escapam à consciência deste? Este conhecimento é diferente e, se é, em que difere do que se tinha nos primórdios da psicanálise? De que forma tal conhecimento influencia nossa prática clínica na atualidade?

Como na totalidade do pensamento psicanalítico, também em relação à concepção do inconsciente podemos pensar que há um movimento de mudança, mesmo que, principalmente em nosso trabalho diário, ainda utilizemos como referência as várias formas nas quais o conceito tem sido pensado ao longo dos anos.

Ainda que sigamos, em alguma medida, preocupados com as razões e causas da forma de ser e de agir, bem como da estruturação psíquica dos indivíduos, ou seja, mesmo que sigamos pensando psicanaliticamente pelo vértice determinista (causa - efeito), parece-nos que a psicanálise atual tende a enfatizar cada vez mais a indeterminação e a imprevisibilidade dos processos psíquicos. Imprevisibilidade entendida aqui como aquela característica dos sistemas complexos caóticos deterministas.

Assim, o inconsciente surge como um sistema que apresenta um comportamento instável, aperiódico e altamente complexo, do qual se auto-organizam estruturas.

Talvez sejam as idéias de Bion e Matte-Blanco as que melhor reflitam a evolução do que há de mais revolucionário na concepção freudiana da mente como um sistema aberto e complexo, em que os paradoxos têm papel essencial. O inconsciente apresenta-se aqui mais como uma função da mente, em constante relação com as demais, como uma das formas de organizar os dados das experiências emocionais, que surgem como a matéria-prima sobre a qual qualquer conhecimento vai se construir. Assim, há uma clara tendência, dentro desta linha de pensamento, de deslocar para a emoção a base da vida mental, rompendo com a dicotomia afeto/representação. Uma emoção seria o elemento cognitivo básico, que cresceria em complexidade à medida que outras funções fossem se agregando. Nas palavras de Morin, "a computação mais vertiginosa é menos complexa que a mínima ternura" (apud Gerber, 2003).

De acordo com Matte-Blanco, qualquer experiência seria organizada simultaneamente em vários níveis, desde o mais simétrico, onde predomina a emoção, até o raciocínio mais abstrato, onde predominam os mecanismos de lógica assimétrica. No entanto, o fundamental neste modelo é que a simetria, modo de funcionamento que determina a característica de não perceptível pela consciência, continua essencial para a construção de todo pensamento criativo. "Inconsciente", portanto, só pode ser pensado em relação a "consciente". É como se do caos do simétrico fosse possível organizar infinitas tríades de relações que guardam algo do original. De alguma forma, é o inconsciente freudiano, sempre reconhecível através de seus derivados, mesmo que eles sejam diferentes em sua apresentação e magnitude, como nos fractais. São os infinitos elementos alfa, a partir dos quais os pensamentos poderão se desenvolver.

O inconsciente seria concebido como um número infinito de conjuntos infinitos, regidos pelos princípios da simetria, o que faria com que não reconhecesse indivíduos, apenas classes, porque não lida com objetos, mas com funções proposicionais. A transferência seria explicada pela concomitância do modo simétrico e do assimétrico: pelo primeiro, o analista preencheria alguma função proposicional, registrando semelhança com algum objeto primitivo; pelo segundo, o paciente teria alguma percepção de que o analista não é o objeto primário, já que seriam detectadas as diferenças (Matte-Blanco, 1975). A transferência, assim, apresenta-se como um fenômeno paradoxal, complexo no qual o analista é e não é o objeto primitivo.

Retomando a contribuição de Freud à história do conhecimento pela postulação do inconsciente como um outro nível de realidade, Gerber (1999) sugere que talvez o termo que melhor explicite a intenção freudiana seja a-consciente, no qual o prefixo A, alfa-privativo, conota um sentido de além, de transcendência. Ou seja, não um prefixo In que conote negação, oposição, no mesmo nível de realidade, mas o prefixo A apontando para além do nível de realidade consciente. Assim, o a-consciente destaca a característica do que está além da consciência na nossa vida mental.

Desta forma, parece haver, na clínica psicanalítica, uma clara mudança de ênfase: se, inicialmente, o fim a ser atingido era o acesso aos conteúdos "do inconsciente" , sendo o método analítico um meio para atingir este objetivo, cada vez mais se procuram formas de tornar acessível ao paciente o conhecimento do modo como organiza suas experiências emocionais, como percebe, sente, pensa e age. Em outras palavras, conhecer sua escala fractal. Para Bion, não importa tanto o conteúdo do que é pensado, mas a forma de pensar, que possa incluir mais verdade sobre a experiência emocional. O inconsciente surge como o que não é dizível do apreendido da experiência emocional, utilizado preferencialmente como um instrumento, uma ferramenta que habilite compreender melhor a estruturação psíquica do paciente, através da experiência emocional que vivemos nas sessões psicanalíticas.

Além disso, a noção de inconsciente como um modo de percepção das experiências que se aproxima de uma emoção e não de uma lógica aristotélica coloca a observação psicanalítica como uma observação que também precisa ser aprendida para perceber o "inconsciente" não apenas como uma decodificação lógica de conteúdos, mas como uma percepção emocional que nos aproxima da noção de intuição, proposta por Bion e Matte-Blanco.

Pensamos hoje no inconsciente menos como algo a ser revelado e mais como algo a ser utilizado. O inconsciente deixa de ser algo que explica para ser algo que demanda explicação.

Vida é complexidade crescente. Fazendo curto um longo caminho, chegamos ao homem e sua vida mental, sistema complexo, em que corpo, mente e ambiente formam uma rede inseparável que a psicanálise segue procurando compreender em seus paradoxos.

"Inconsciente" parece uma destas concepções que ainda mantém seu mistério, do qual nos aproximamos sabendo que, talvez, busquemos certezas impossíveis de serem alcançadas.

Referências

ABRAMS, I. e SARDAR, Z. (1998). Introducing Chaos. Totem Books, USA: Icon Books.
EIZIRIK, M.F. (1997). Dialogar com o mistério do mundo: a aventura da complexidade em Edgar Morin. Estudos Leopoldenses, v.1, p.49-54.
GERBER, I. (1999). Atonal, aracional, aconsciente. Trabalho apresentado no Congresso da FEPAL, Gramado, 2000.
______. (2003). E depois de Bion. Revista Panorama. Edição da Sociedade Psicanalítica de São Paulo, S. Paulo.
MATTE BLANCO, I. (1975). The Unconscious as Infinite Sets. Londres:Duckworth,1975.
MORIN, E. (1991). Introdução ao Pensamento Complexo. Lisboa: Instituto Piaget.
PANIAGUA, C.(2001). The attraction of topographical technique. IJPA, 2001, p.671-684.
PRIGOGINE, I. (1996). O fim das certezas - tempo, caos e leis da natureza. São Paulo: Unesp.
PROCCI, W. (2002). Panel report: Chaos theory as a new paradigm in psychoanalysis. IJPA. v.83, p.487-490.
QUINODOZ, J.M. (1997). Transitions in psychic structures in the light of deterministic chaos theory. IJPA. v.78, p.699-718.
SANDLER, P.C. (1997). A Apreensão da Realidade Psíquica. Rio de Janeiro: Imago, v.1 e v.7, 1997.
SANTOS, B.S. (1993). Um discurso sobre as ciências. Porto: Afrontamento, 1993.

Recebido em 01/12/2003
Aceito em 03/12/2003

Viviane Mondrzak
Av. Taquara, 198/201
90460-210 - Porto Alegre - RS - Brasil
E-mail: mondrzak@terra.com.br

Fonte: © Revista de Psicanálise - SPPA
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"Vida é complexidade crescente. Fazendo curto um longo caminho, chegamos ao homem e sua vida mental, sistema complexo, em que corpo, mente e ambiente formam uma rede inseparável que a psicanálise segue procurando compreender em seus paradoxos".

"Inconsciente" parece uma destas concepções que ainda mantém seu mistério, do qual nos aproximamos sabendo que, talvez, busquemos certezas impossíveis de serem alcançadas".


Uma alegoria para compreensão Teoria do Caos, diz que uma borboleta ao bater suas asas na floresta amazônica poderia desencadear uma série de eventos que culminariam com um furacão no oceano Pacífico.

A Teoria da Complexidade, quando aplicada nas ciências sociais , afirma que uma grande perturbação ( por exemplo o golpe de estado que destituiu Dilma Roussef) em um sistema organizado ( por exemplo a democracia e voto universal), pode desencadear um descontrole total no sistema. Um outro exemplo foi a dissolução dos regimes comunistas do leste europeu, que quando existiam contribuíam para o equilíbrio do sistema com o capitalismo. Com a dissolução, em 1990, os teóricos da complexidade previram uma grande perturbação no mundo, diferente do que afirmavam correntes políticas e econômicas do pensamento ocidental que tornava-se-se hegemônico ao afirmarem que o mundo entrava em uma era de equilíbrio e prosperidade.

Na Física Quântica, um observador ao observar os fenômenos subatômicos, contribui para que tais fenômenos aconteçam. Ou seja, a independência entre observador - objeto observado, predominante no paradigma cartesiano, deixa de existir e em seu lugar observador e observado são considerados como um sistema único, interdependentes. Ainda, segundo a Física Quântica, a expectativa, pensamento,ou o desejo do observador em observar uma determinada partícula, contribui para que tal partícula apareça, e mais, em dois lugares ao mesmo tempo.

Assim sendo, corpo, mente e ambiente formam uma rede, uma teia, inseparável e interdependente, e que, no conjunto da humanidade determina como o mundo se apresenta, se comporta, ou seja, como os valores, percepções, práticas, ações e pensamentos, produzem a realidade.

Isto posto, do ponto de vista de uma pessoa o pensamento produz a realidade dessa pessoa, assim sendo, todo o cuidado é pouco no momento de uma oração, por exemplo, pois corre-se o risco de se conseguir aquilo que se deseja, por caminhos imprevisíveis, inimagináveis, de muito ou pouco sofrimento, de longa ou curta duração.

Do ponto de vista do conjunto da humanidade, o controle sobre as idéias que devem prevalecer entre as pessoas e sobre a narrativa a ser aplicada é de extrema importância, e molda o mundo tal qual vemos , vivenciamos e percebemos, de maneira que através de um padrão, o homem reproduz os outros padrões sociais, tal qual Teoria dos Fractais.

Do ponto de vista do conhecimento, a fragmentação perde espaço, pois só se consegue uma compreensão, ainda que incerta, sobre os diferentes fenômenos através da interdisciplinaridade das diferentes formas do saber.

Assim sendo, a Psicanálise, a Física, as Ciências Sociais, a Biologia, a Ciência da Cognição, a Química, a Matemática devem caminhar de mãos dadas.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Brasileiro mal informado acredita na mídia

Brasileiro mal informado acredita na mídia

02 de julho de 2017 às 14h40


Tirar da educação para produzir passaporte é a cara do governo Temer

por Janio de Freitas, na Folha

A retirada de R$ 102,3 milhões da educação para a produção de passaportes tem a cara do governo Michel Temer e dos seus sustentadores, políticos ou não. O presidente da Comissão de Orçamento do Congresso achou mais prudente pedir ao governo a alteração do projeto, deixando de mutilar as já sacrificadas verbas da alfabetização de adultos e da graduação, entre outras, e dirigindo sua mão leve para as dotações destinadas aos convênios internacionais.

Nem por isso ficou menos brutal o paroxismo do descaso histórico pela educação, cujo valor -em todos os sentidos- foi considerado inferior a uns quantos lotes de passaportes. Mesmo o ministro da Educação, deputado Mendonça Filho, considerou dispensável uma palavra em defesa da educação. Vê-se onde, mais do que em qualquer outra parte, a educação falta.

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A tão elogiada decisão do Supremo de negar revisão de “prêmios” dados a delatores, exceto se não entregue o prometido, leva à mais brasileira das perguntas: quem ganhou com isso? Os delatores, em especial Joesley Batista, e os procuradores que passam a ditar sentenças irretocáveis, poder que nem os juízes têm.

Quem perdeu foi a respeitabilidade judicial. Não há argumento capaz de conceder decência, sequer em dose mínima, à impunidade dada a um corruptor de políticos e de decisões governamentais e parlamentares, como Joesley Batista. A indignação com esse “prêmio” faz a impensável comunhão, em alguma coisa, de todos os lados do desentendimento nacional.

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Aécio Neves e sua defesa referem-se ao “empréstimo de R$ 2 milhões oferecido por Joesley Batista” ao senador. “Oferecido” é tentativa de ludibriar.

O dinheiro para Aécio foi pedido por sua irmã Andrea, que não por outro motivo carrega uma tornozeleira eletrônica, depois de um mês na cadeia. Lançar Andrea na frente e só aparecer, quando apareceu, na situação decisiva, é uma conduta de Aécio encontrada várias vezes no material que recheia os seus nove inquéritos.

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A Rede, de Marina Silva, está muito presente na ebulição política por meio de dois congressistas competentes, sérios e ativos: o deputado Alexandre Molon e o senador Randolfe Rodrigues.

Mas a chefe do partido mantém-se invisível e inaudível. Para quem é candidata potencial à Presidência, o sumiço é atitude, no mínimo, polêmica. Se resguarda, também pode sugerir uma perplexidade paralisadora. Até onde as pesquisas resistem às duas hipóteses, não se sabe. Marina também não.

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Em sua diatribe da semana, Gilmar Mendes disse algumas verdades importantes, em meio à torrente de quase duas horas. Mas a falta de efeito do melhor e do pior foi a mesma, no Supremo e fora. Nem sempre era assim.

As liberdades que Gilmar Mendes se dá não lhe trazem consequências funcionais. Por isso, tanto se permite atividade política, quanto a torna cada vez mais ostensiva. Inclusive nos dois tribunais em que seria apenas juiz. A ponto de parecer que, hoje, a política das meias sombras é seu principal interesse. As consequências ficam para o Supremo Tribunal Federal e para o Tribunal Superior Eleitoral (este, deixado pelo julgamento da chapa Dilma/Temer no ponto mais baixo da escala hipotética do prestígio).

Gilmar Mendes, sozinho, é uma justificativa para o sugerido fim da vitaliciedade no Supremo.

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“O Globo”: “Brasil registra segundo maior índice de confiança na mídia -país só fica atrás da Finlândia, segundo estudo da Universidade de Oxford”.

Pode ser uma prova de que os brasileiros estão mal informados.

Fonte: VIOMUNDO
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Perseguidos

AMOR NOS TEMPOS DE CÓLERA

Perseguido

02 de julho de 2017 às 10h47


por Marco Aurélio Mello

A Globo é nefasta, seu jornalismo manipula a opinião pública e ela persegue funcionários e ex-funcionários. Sou vítima disso. Trabalhei lá por 12 anos como editor.

Vi de perto como são tomadas as decisões. Como as notícias são preparadas e como muitas são escondidas.

Nas eleições de 2006, por exemplo, eles fizeram de tudo para derrotar Lula e não conseguiram. Em 2010 foi a vez de Dilma. Quem não se lembra do episódio da “bolinha de papel”?

Por não concordar e denunciar tantos abusos fui perseguido quando estava lá dentro, demitido sem justa causa e depois processado pelo número 1 do jornalismo, Ali Kamel, que tenta calar todos aqueles que o criticam.

Foi assim com Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Rodrigo Vianna, Miguel do Rosário e vários outros.

Veja o que disse o jornalista Paulo Nogueira em 2014:

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/os-process…

No meu caso, fui condenado por um texto de ficção. Sim, ficção! São dois processos. Um eu ganhei e ele recorre. No outro, o Superior Tribunal de Justiça acaba de me condenar a pagar uma indenização de mais de 40 mil reais!

A estratégia é esta, silenciar seus opositores pelo bolso. Sou assalariado e advogados custam muito. Estou aqui apelando para parentes, amigos e todos aqueles que consideram minha causa justa.
Segue o link: https://www.catarse.me/condenado_d176?ref=project_link

É muito difícil pedir. Pedir nos deixa vulneráveis, mas sei que muita gente já percebeu que eles têm lado e não é o nosso lado, o lado dos trabalhadores, das pessoas mais simples, daqueles que querem um país menos desigual, mais solidário e fraterno.

Você pode contribuir com quanto quiser. Qualquer valor, por menor que seja, é muito para mim, porque será somado ao de muitos outros.

Não vou desistir de lutar, mas para isso preciso sim de ajuda. Vou continuar produzindo e compartilhando conteúdo de graça na rede, como sempre fiz.

E tenho certeza de que cedo ou tarde este império vai acabar.

Da importância de, mais uma vez, Marco Aurélio Mello derrotar a Globo

Por Luiz Carlos Azenha

O ano é 2006. Sou destacado pela TV Globo para acompanhar o candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin. É minha primeira cobertura de uma eleição presidencial no Brasil.

É rotina bater papo sobre a cobertura nos intervalos do trabalho, em qualquer redação.

As conversas começam a produzir um consenso entre um grupo grande de colegas, alguns dos quais permanecem na emissora: a Globo quer evitar a reeleição de Lula e colocar Alckmin no Planalto.

Desde 2005, na cobertura do mensalão petista — vejam bem, o mensalão tucano, um teste regional do esquema, nunca foi chamado assim pela Globo, nunca mereceu investigação ou manchetes no Jornal Nacional — isso vem se tornando claro.

Marco Aurélio Mello, editor de economia do JN, conta que veio do Rio a ordem para “tirar o pé” das reportagens que mostravam recordes na compra de material de construção, emprego na construção civil, vendas da linha branca de eletrodomésticos, etc., assuntos que em tese poderiam beneficiar o presidente Lula.

Por outro lado, a principal repórter de economia de São Paulo repete, para quem quiser ouvir, que o real vai derreter diante da perspectiva de reeleição de Lula. “Dólar a quatro”, prevê.

Pessoa do melhor caráter, não faz isso por má intenção: apenas repete o que ouve no ‘mercado’, cujos ‘especialistas’ sustentam as reportagens da Globo, do Bom Dia Brasil ao Jornal da Globo desancando Lula.

Questiono a colega, cujas previsões mais tarde vão afundar feito a campanha de Alckmin no segundo turno.

Na redação paulista também se fala sobre o fato de a Globo escolher o tema a ser tratado pelos candidatos naquele espaço reservado à cobertura do dia-a-dia da campanha.

São 90 segundos para Lula, 90 para Alckmin, 90 para Cristovam Buarque — o Lulalight financiado pelos tucanos — e 90 para Heloisa Helena.

Se existia uma denúncia contra Lula ou o governo Lula, o petista acabava desancado: tinha 90 segundos para se defender, contra 270 segundos de pauladados adversários.

O ‘equilíbrio’, portanto, era mera formalidade, para inglês ver.

Outra surpresa: Alexandre Garcia deixa de aparecer apenas em programas estritamente jornalísticos e é visto, por exemplo, no programa de Ana Maria Braga, nunca atacando diretamente Lula ou seu governo, mas fazendo avançar ‘pautas’ de interesse dos adversários do presidente.

A repercussão das capas de revista aos sábados — sempre aquelas que faziam denúncias contra o PT — já haviam dado o que falar. A tal ponto que um grupo de jornalistas marcou reunião com o editor regional de Jornalismo para reclamar.

Como resultado do encontro, do qual não participei, sou escolhido para fazer uma reportagem sobre o escândalo das ambulâncias, atribuído ao PT mas que também envolve o ex-ministro José Serra, agora candidato tucano a governador de São Paulo.

A produtora Cecília Negrão é colocada no caso, mas sem qualquer recurso. Não há autorização nem mesmo para uma viagem a Piracicaba, no interior paulista, onde o sucessor de Serra no Ministério da Saúde era prefeito.

Ainda assim, conseguimos colocar em pé uma reportagem demonstrando que a grande maioria das ambulâncias superfaturadas entregues enquanto vigia o esquema o foi quando Serra era ministro, não no governo subsequente do PT.

Portanto, o escândalo que a mídia muitas vezes atribuiu exclusivamente aos petistas tinha tido origem “no governo anterior”, que é como William Bonner se referiu ao período de Fernando Henrique Cardoso certa vez, numa notícia que poderia comprometer o Príncipe.

Minha reportagem citando Serra não foi ao ar no dia previsto, Jornal Nacional de uma sexta-feira, não foi ao ar no sábado apesar de nossas reclamações — e até hoje ocupa uma gélida gaveta.

Com Lula reeleito, a dissensão interna na Globo teve duas consequências: o repórter Rodrigo Vianna não teve o contrato renovado, o editor Marco Aurélio Mello foi demitido e eu pedi rescisão antecipada de meu contrato, optando por aperfeiçoar meus conhecimentos sobre a internet num período sabático em Washington.

Por outro lado, todos aqueles que apostaram as fichas nas omissões e manipulações da Globo tiveram ascensão meteórica.

Mas… Ali Kamel perdeu. No que realmente interessa, a Globo foi derrotada.

O que era do conhecimento de um pequeno grupo de profissionais da emissora tornou-se assunto nacional, denunciado por quem estava lá e testemunhou tudo nos bastidores.

O que no passado foi assunto de acadêmicos — as manipulações da Globo — tornou-se tema debatido por milhões de brasileiros, ganhou as ruas como nunca nos cartazes dos movimentos sociais e é hoje uma das pautas mais importantes diante da sociedade brasileira.

As ações na Justiça contra desafetos foram a consequência lógica desta derrota política.

Seria ingenuidade imaginar que um Marco Aurélio Mello ficaria de bico fechado.

Olhem um trecho do currículo dele:

1. Prêmio Vladimir Herzog — 1993 (Programa Olhar Brasileiro)

2. Prêmio SENAI/CNT — 2004 (Novo Emprego)

3. Prêmio CNT de Jornalismo — 2005 (Série Transportes – Jornal Nacional)

4. Grande Prêmio Globo de Jornalismo — 2005 (Morte do Papa)

5. Melhor Cobertura Prêmio Globo — 2005 (Morte do Papa)

6. Menção Honrosa Prêmio Globo de Jornalismo — 2005 (Crise Política)

7. Prêmio Vladimir Herzog — 2008 (Saúde Pública, Salve-se Quem Puder)

8. Prêmio CNT de Jornalismo — 2010 (Cadê Meu Carro? – Jornal da Record)

9 Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo — 2012 (Doutor Marcelo, Diário do Inferno)

10. Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo — 2013 (Perseguidos)

11. Grande Prêmio Petrobras de Jornalismo — 2013 (Vidas Sem Lar)

Trata-se, na verdade, de calar a dissensão interna.

De fazer estalar a chibata para servir de exemplo — ah, os métodos da Casa Grande são sempre os mesmos…

É uma forma de deixar claro aos colegas de Marco Aurélio que ficaram na Globo que é muito mais confortável tocar a vida sem se importar com as maquinações dos irmãos Marinho. Que não vale questionar, nem denunciar.

Os R$ 40 mil reais que Marco Aurélio foi condenado a pagar a Ali Kamel — por um texto ficcional! — tem, assim, também um caráter político.

Cabe, portanto, derrotar a Globo mais uma vez.

Como?

Demonstrando solidariedade, com a doação de pequenas quantias, para que ao final do processo um grande número de pessoas diga a Ali Kamel e à Globo: o Marco Aurélio não está só, nós sabemos o que vocês fizeram no verão passado e nem com todo o seu poder na Justiça, no Congresso e no Executivo, nem com seus bilhões de reais vocês serão capazes de comprar nosso silêncio.

Fonte: VIOMUNDO
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O grupo Globo não aceita críticas, no entanto, produz barbaridades em relação aos seus inimigos políticos. Omite, manipula, distorce os fatos e conduz uma grande parcela da população brasileira à compreensão da realidade de acordo com sua orientação política.

Persegue ferozmente seus adversários ideológicos, pois os considera como inimigos, não aceitando qualquer interpretação da realidade sobre fatos que seja diferente da sua.

Com o advento da blogsfera, naturalmente vários sites, blogs e veículos de mídia surgiram. Muitos com orientação política no campo das esquerdas, apresentando uma versão dos fatos que não se vê, lê, ou se escuta na grande mídia.Com isso, as perseguições à esses sites começaram e se intensificaram, sempre com processos contra jornalistas na esfera judicial. Justo por Globo, que tanto grita contra qualquer tipo de censura contra liberdade de expressão e de opinião. Marco Aurélio Mello, com seus belos textos na coluna 'Amor em Tempos de Cólera' ,no site VIOMUNDO, é mais um jornalista que sofre com a perseguição de Globo. Em relação a mim, a perseguição parece não ter fim, motivo pelo qual enviei e-mail à ONU, pois já esgotei os caminhos legais por aqui. Assim como Marco Aurélio, necessito de auxílio financeiro;

Ricardo Barbosa de Oliveira
Banco do Brasil
agência: 0093-0
conta: 13.749-9

Abaixo o e-mail que enviei , hoje, para a ONU:


Violação de direitos humanos e perseguição política
Para: faleconosco@onu.org.br

Prezados Senhores,

Venho por meio deste e-mail solicitar a atenção de VSas.

Meu nome é Ricardo Barbosa de Oliveira, divorciado, nascido na cidade do Rio de Janeiro, local onde resido atualmente. Sou formado em Engenharia Química pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ- , pós graduação em Normalização Técnica e Certificação de Conformidade pelo Departamento de Engenharia de Produção da Coordenação dos Programas de Pós graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - COPPE - UFRJ, curso de especialização em Neurolinguísitca (Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística - SP), curso de especialização em Normalização Técnica na Association Française de Normalisation - AFNOR -, curso de especialização em Controle de Qualidade na Association Française pour le controle de la Qualité - AFCIQ - (ambos em La Defense, Paris, França), curso sobre Normalisation na International Standardization Organization - ISO,( Genebra - Suiça). Experiência profissional em auditorias de sistemas organizacionais ( inclusive em outros países ), diagnóstico organizacional ,sistemas de certificação de qualidade de produtos e serviços, engenharia nuclear, auditorias em projetos de engenharia de grande porte, física nuclear, radioquímica, radioproteção e dosimetria. Tenho razoável conhecimento dos idiomas francês, inglês e espanhol.

Isto posto, venho relatar o motivo deste contato com VSas.

Desde março do ano de 2003, há mais de 14 anos, venho sendo alvo de uma violenta perseguição, principalmente por motivações políticas e ideológicas. A partir de 2003, minha residência recebeu câmeras e microfones para monitorar meu dia-a dia, 24 horas por dia. Além disso, minhas roupas e mesmo meu corpo tem sido impregnados por uma modalidade chip, líquido, adicionado na caixa d'água de minha residência. Assim sendo, por onde ando sou monitorado, algo como um GPS que carrego em meu corpo indicando minha localidade, reproduzindo , meu olhar, minha voz e meus pensamentos. Essa tecnologia, naturalmente, opera através de sinais de satélite e de micro ondas, algo que meu corpo tem sido exposto por todo esse tempo, o que vem acarretando problemas em minha saúde, como perda de meus dentes e queda acentuada de cabelo. Os responsáveis por essa perseguição são o Grupo Globo de Comunicação, através da Rede Globo de televisão, que criou essa gigantesca estrutura com todos os veículos midiáticos e ainda exigiu que a população nada comente comigo sobre o monitoramento. As imagens e áudios que são obtidas através de minha imagem, são comercializadas pelo Grupo Globo, através de aplicativo para celulares e computadores, tudo isso com apoio de grandes corporações que atuam como anunciantes. Desde 2003, não recebi nenhum contato do Grupo Globo e mesmo meus familiares omitem tal realidade de mim, assim como toda a população. Ao longo desse período perdi meu emprego, minha casa, e relacionamentos sociais, vivendo totalmente isolado, já que as pessoas ou me evitam por conta de minha situação, ou se aproximam somente para diversão por conta das barbaridades que o Grupo Globo produz diariamente sobre minha vida. Com isso não consigo trabalhar. Ao longo desse tempo, o Grupo Globo vem auferindo lucros gigantescos através de imagens minhas que são comercializadas sem que não me beneficie de nada. Além disso, sou violentamente perseguido por conta de minha orientação política e social, alinhada com direitos humanos, liberdade de expressão, democracia, e justiça social, algo que se pode dizer como pertencente ao campo político das esquerdas.Tal perseguição ganhou uma maior dimensão a partir do momento em que crie um blog, em 1º de março de 2012. VSas podem acessar o blog pelo endereço: ribaroli.blogspot.com.br

Como é do conhecimento de VSas, a situação do Brasil atual aproxima-se de um estado de exceção, com a liberdades individuais sendo duramente atingidas e a violência explodindo nos campos e nas cidades.O Grupo Globo, que apoiou abertamente o golpe de estado contra a presidenta Dilma, apoia o estado da arte no país, com forte influência na política atual. Com isso, a repressão sobre mim tem aumentado, colocando em risco minha saúde, algo que ao longo desses anos não tive problemas. Corro risco de morte, por conta das torturas psicológicas e físicas que venho sendo alvo, o que já debilitou minha saúde atualmente. Sobre essa situação Kafkiana que vivo, já procurei a polícia, o judiciário e o legislativo para apresentar denúncia, no que não fui atendido pois tais poderes não querem se indispor com o Grupo Globo de Televisão, tendo em vista as relações promíscuas entre os poderes da república e corporações privadas, como tem vindo à tona atualmente com as denúncias de corrupção no país.

Vivo em condições sub humanas, precárias, em ambiente insalubre, como pode ser constatado através das imagens. Não tenho apoio de familiares, amigos e nem mesmo da população. Minha saúde vem se debilitando, motivo pelo qual necessito com urgência de uma ação contra o Grupo Globo. Minha renda é mínima, que mal cobre a alimentação. Além disso, tenho plano de fazer um curso de doutorado em Geografia, com foco nas questões ambientais, algo que nas condições em que vivo no país torna-se impossível. Também necessito de atendimento médico para os problemas que relatei, algo que não tenho condições de obter gratuitamente. Assim sendo , peço atenção de VSas para viabilizar apoio no sentido de denunciar o Grupo Globo de maneira que possa viver livremente, de forma digna , podendo cuidar de minha saúde e realizar os estudos que pretendo. Se possível, solicito, também, algum tipo de abrigo imediato aqui no Brasil, sob os cuidados das Nações Unidas, de maneira que possa permanecer livre das perseguições e acompanhar possíveis negociações para o pleito que solicito

Desde já agradeço a atenção de VSas e fico na expectativa de um pronunciamento favorável.
Outrossim, informo que estou à disposição para quaisquer outros esclarecimentos que forem necessários.

Cordialmente

Ricardo Barbosa de Oliveira

sábado, 1 de julho de 2017

Sem título

Golpe corta reajuste do Bolsa Família por falta dinheiro e paga R$ 430,8 bi de juro aos 'sócios' da dívida pública.




Golpe estrebucha,recessão avança, receitas recuam, arrocho sem fim: 'Temer suspende aumento do Bolsa Família por falta de dinheiro' (Valor)



Vem aí aumento da conta de luz, aumento dos pedágios...

Fonte: CARTA MAIOR
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Mundo em crise

Des milliers de personnes défilent à Londres contre l’austérité et le gouvernement de Theresa May








Des milliers de personnes ont défilé, samedi 1er juillet dans les rues de Londres, contre les mesures d’austérité du gouvernement de Theresa May.

Fonte: LE MONDE
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Les mesures d'austérité ne marche plus. Il faut changer le monde.

A ponta do iceberg

Protestos são apenas a ponta do iceberg: 
o golpe morreu na alma de uma nação farta dos que lhe reservam como futuro, aspereza e vida ordinária.

Fonte: CARTA MAIOR
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O “13” que a direita golpista adora e o retorno de Aécio ao Senado

01 de julho de 2017 às 12h21


Excerto de As Tentações de Santo Antão, de Hieronymus Bosch, obra pintada entre 1495-1500
Pitaco sobre o retorno do Aécio ao Senado

por Pedro dos Anjos, especial para o Viomundo

O “13” a gosto da direita golpista no BraZil:
1) Assumir sem pudor que são mesmo dois pesos, duas medidas.

2) Aceitar seletivamente o botão da mídia que divulga/esconde/manobra os fatos, conforme as conveniências.

3) Bater com o pau só em Chico e esquecer Francisco.

4) Esticar contradições até não poder mais.

5) Circular moeda moralista de uma face só.

6) Identificar-se com juiz ungido a deus ex machina que combate a corrupção infernal…do outro.

7) Propalar o respeito às leis operando o direito acima e à margem delas.

8) Endeusar o neoliberalismo extremista e alinhar-se ombro a ombro com grupelhos neofascistas e neofundamentalistas sectários em sua defesa.

9) Clamar pelo Estado mínimo e maximizar a repressão às manifestações populares.

10) Requentar, com caráter classista, a velha máxima faça-o-que-eu-digo-não-o-que-eu-faço.

11) Negar o darwinismo biológico e defender a meritocracia darwinista.

12) Ser o retrato do mal em si, e em nome do bem interditar costumes e comportamentos.

13) Ter cara de pau e nojo de óleo de peroba.

Fonte: VIOMUNDO
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Os protestos de fato são a ponta do iceberg, o topo visível de uma profunda insatisfação nas pessoas. Pela teoria dos erros, na matemática, para que um grande acidente aconteça, vários outros pequenos acidentes devem acontecer anteriormente. Os sucessivos protestos e manifestações que vem acontecendo no país, de alguma forma, são os pequenos erros que em breve acarretarão um grande movimento contra os grupos e organizações que assaltaram e destruíram o país.