segunda-feira, 5 de junho de 2017

Solvitur ambulando

A cura peripatética

POR MARIA BITARELLO– ON 30/05/2017CATEGORIAS: CRÓNICA, CULTURA, DESTAQUES



“Solvitur ambulando”, resolver andando. O fluxo, o caminhar. Areja, ventila, abre janelas. É antídoto à alienação, à ansiedade e a sua irmã gêmea, a letargia

Por Maria Bitarello

Desde que me mudei pra São Paulo, há mais de cinco anos, a maior dificuldade de adaptação à cidade que encontrei é a insuficiência de lugares verdes, abertos, de natureza. Mesmo sendo eu uma apreciadora cotidiana das frondosas árvores que, por razões inexplicáveis pra mim, continuam sobrevivendo com exuberância até nas partes mais concretadas da cidade. Mesmo assim. Faltam respiros em meio aos edifícios, locais não especulados imobiliariamente. Falta horizonte. Céu. Silêncio. E faço aqui de São Paulo uma metonímia, uma parte pelo todo, uma cidade representando as grandes metrópoles onde, cada uma a sua maneira regional/cultural, os desafios da vida urbana se apresentam de forma parecida.

Pela primeira vez na história da humanidade, hoje a população urbana já ultrapassa a população rural. Somos 8 bilhões de pessoas no mundo vivendo, majoritariamente, amontoadas em cidades. E eu cá do meu lado, com nada mais que a intuição e a experiência de já ter vivido em algumas megalópoles, acredito que esse tipo de existência nos apresenta, fora os desafios evidentes de convívio e decência mínima pra acomodar as diferenças, armadilhas à saúde psíquica e espiritual que não devem ser subestimadas.

Se pensarmos bem, faz muito pouco tempo, falando em termos evolutivos, que temos uma vida tão “segura” do ponto de vista de nossa sobrevivência; uma vida onde comida, água e abrigo estão ao alcance imediato. As barreiras impostas pelo capitalismo fazem dessa afirmação uma inverdade, naturalmente, mas acompanhe o raciocínio pensando menos em acesso econômico e mais em tempo e energia dedicados a essas necessidades. Somos uma espécie que andava, caçava, cultivava e que hoje só compra e aperta play. E não estou fazendo aqui um elogio ao bom selvagem, uma ode nostálgica à era pré-tecnológica. Sou muitíssimo grata à penicilina, ao flúor, à cafeteira, ao banho de água quente e ao aplicativo do Banco do Brasil. Apenas constato que, com todas as facilidades da vida contemporânea, algo primitivo em nós parece não ter mudado tão rápido assim, e o sedentarismo adquirido graças à engenhosidade de nosso cérebro nos deixou (mais) neuróticos. Talvez por não sabermos o que fazer com a energia que sobra. E devemos olhar pra isso, reparar. Pra não virar doença.

E aí entra de tudo. De dor de garganta a crise renal, mas sobretudo ansiedade, depressão, pânico, sentimentos às vezes inexplicáveis que nos assolam em números cada vez mais altos e que, acredito mesmo, poderiam ser apaziguados ou mesmo extintos se a gente fosse pro mato com mais frequência. É meio evidente que não estamos lidando bem com o confinamento em apartamentos, a cabeça voltada pra baixo olhando o celular, o fone no ouvido blindando o mundo, a ausência de contato com os processos mais primários da natureza – como a mudança de estações. Aos poucos, estamos enlouquecendo como indivíduos e como espécie.

Num estágio avançado, essas patologias que – aqui estou especulando – são geradas por estagnação energética e alienação do natural passam da ansiedade (que vejo como energia que tem até potencial criador, mas que uma vez encapsulada começa a se voltar contra seu criador, ou seja, você) à letargia. Ou seja, excesso de energia acumulada, misticamente, vira falta de energia. Por autocombustão, sei lá, uma implosão da alma. Aí o que temos são pessoas sempre cansadas, sempre desanimadas, sem entusiasmo, dormindo mal. E uma pessoa exausta não pode ser uma pessoa feliz.

Solvitur ambulando. A expressão em latim quer dizer “resolver andando”. E o “andando” aqui pode significar fluxo, não estagnação, mas também caminhar. Movimento é sossego. Eu acredito muito nessa expressão. Na cura peripatética. Andar areja, ventila, abre janelas na cabecinha pra fumaça sair. Se possível for, andar no mato. A natureza não é cerebral nem neurótica. Ela apenas é. Como é o caminhar. E isso, só isso, já coloca tudo em perspectiva. Porque nós somos parte desse tudão. Não há como se separar dele. E é precisamente a ilusão dessa separação a fonte de nossa maior aflição. Solvitur ambulando

Fonte: OUTRAS PALAVRAS
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Se você deseja saber porque tanto caminho, todos os dias, a resposta está no texto acima. Caminhar é sossego, é saúde, e, principalmente é humano, pois somos seres erectos, andantes, e foi andando que o homem ocupou e povoou  planeta. Caminhar próximo a natureza é fazer parte de algo que o homem pós -moderno está se distanciado, ou seja, distanciado dele mesmo.
Caminhe e sinta-se por inteiro como algo integrado a vida, ao universo.

sábado, 3 de junho de 2017

Será a opção 4 ?

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O texto abaixo, um conto, foi publicado em 26 de novembro de 2016. Passados mais de seis meses, o homem ainda não  obteve a resposta. Ou melhor, ao que parece a mulher escolheu a opção 4. E ainda dizem que ele é ansioso.



26.11.2016
Encontros Cariocas - 6      O Homem e seu tempo



Urbanos  -  arte PAPIRO

Manhã de mais um dia, não muito diferente dos outros dias, e o homem, rigorosamente no mesmo horário, saía de casa para mais um dia de trabalho. Como de costume, igual a todos os dias, fez o mesmo percurso até a estação do metrô, onde embarcaria no trem, no mesmo vagão. E assim, em mais um dia, aconteceu. No vagão, sentado em um dos raros bancos para as dimensões do lugar, encontrou pessoas de todos os dias, em mais um dia com quase sempre as mesmas pessoas. Ao seu lado, como já ocorrera em outros dias, uma mulher, companheira de viagem, cumprimentou-o formalmente. Em algumas viagens, a mulher do lado, sem qualquer relação ao filme de François Truffaut, procurava conversar com aquele homem. Sujeito de poucas palavras, econômico em expressões, sempre estava atento a tudo que acontecia ao seu redor. Não poderia ser de outra forma, já que vivia em situação especial, como ele mesmo definiu, e, assim sendo tinha um repertório de procedimentos sempre que alguém dele se aproximava. Sua condição, especial para ele, exigia a aplicação de um grande número de filtros nas relações interpessoais, pois sua desvantagem era desproporcional. Muitas pessoas, inclusive a mulher do lado, poderiam conhecê-lo e com isso desfrutar da condição especial daquele homem; fosse por curiosidade, por reprodução quanto a um suposto conhecimento sobre a vida daquele homem, ou até mesmo como parte interessada e direcionada em fazê-lo melhor conhecido por todos que , de todas as formas, ainda, apesar do longo tempo, era tido como um mistério, o que de certa forma não era de todo errado, porém, também, não era de todo verdadeiro. O mistério, que para muitos existia, fazia parte da condição especial daquele homem, pois assim construiu seu repertório de procedimentos necessários à sua sobrevivência.

Durante todo o período em que assim esteve nessa condição, optou por não fazer amigos, não aprofundar nenhum tipo de conversa, mantendo-se no trivial social, de poucas palavras, não permitindo qualquer profundidade, ainda que nem tanto profundo. Quase sempre identificava as intenções das pessoas que dele se aproximavam, inclusive parentes próximos, vizinhos e outros, descartando -os de tal forma que com o passar do tempo tais pessoas passaram a tomar cuidados adicionais quando dele se aproximavam, comunicando apenas o que se fazia necessário.

No entanto, naquele dia no vagão, a mulher ao lado, que em outras viagens no mesmo vagão e no mesmo horário procurava esticar conversas com o homem, resolveu conversar um pouco mais do que em outros dias. O homem, que em outras ocasiões identificou assuntos e contextos sobre sua vida na conversa da mulher, procurou não avançar, ficou mais atento, mais econômico nas palavras. As conversas do metrô versavam sobre o dia-a dia da vida social, com política, problemas urbanos, de transporte e até mesmo futebol, criando um clima leve onde os dois não ultrapassavam limites que , de forma conscientes ou não , tinham sido estabelecidos. Entretanto, naquele dia, tão logo desembarcaram da estação no centro da cidade, a mulher, para surpresa do homem, lhe fez uma pergunta pessoal, algo que até então não ocorrera. Logo na saída da estação ela se virou para o homem e perguntou:

- por que você quase não fala e é tão econômico nas palavras.

O homem olhou para a mulher, pensou por um instante e pediu para que interrompessem o caminhar ali na saída da estação. Se afastaram, um pouco, do fluxo de pessoas que caminhava saindo da estação e foram para um canto. A mulher demonstrava imensa curiosidade, até mesmo uma expressão de espanto, receio, ou algo similar, mas não esboçou nenhum tipo de resistência. Parados de pé, de frente um paro o outro, o homem olhou firme nos olhos da mulher e disse:

- vê aquele bar ali em frente, disse fazendo um movimento com o rosto e sugerindo que a mulher olhasse o local.


- sim, disse a mulher revelando um misto de preocupação, ansiedade e surpresa.

- pois bem, continuou o homem, Você quer saber porque quase não falo, então você terá a oportunidade de satisfazer a sua curiosidade, hoje, no final da tarde, quando for para casa. 

A mulher, um pouco confusa com a situação, aceitou quase que levada pelo inusitado e, assim sendo, marcaram um encontro naquele dia no bar próxima a estação, para falar sobre o não falar.

No horário previamente marcado o homem chegou ao bar, puxou uma cadeira e sentou-se, de frente para a rua, pois um de seus procedimentos era não sentar em nenhum espaço público de costas para a rua, fruto de sua condição especial e para evitar surpresas. Procurava se acomodar em locais que pudessem proporcionar uma visão ampla, das pessoas, dos ambientes. Logo em seguida a mulher chegou, demonstrando tranquilidade e um sorriso pronto, algo bem diferente da reação que apresentou pela manhã.

Pediram algo para beber, um chopp para a mulher e um suco de graviola para o homem.

Respirou fundo, organizou a postura procurando ficar confortável, olhou para a mulher e disse:

- então, você quer saber porque não falo.

A mulher abriu um pouco mais os olhos e sua pupila demonstrou uma leve dilatação.

Antes que ela falasse qualquer coisa o homem continuou

-vou explicar para você, assim como já fiz em outras ocasiões, não muitas a bem da verdade, com outras pessoas que de alguma forma estiveram na mesma situação de você. Importante que você saiba, e digo importante pois é a base do conceito, que tudo aquilo que você não compreender do que vou falar para você, e caso você queira explicações adicionais, me reservo o direito de não lhe informar e de não responder nada mais.

A mulher manteve a mesma expressão de surpresa, agora com as pupilas ainda mais dilatadas.

O homem, assim, continuou. Atualmente, e já há alguns anos, levo minha vida em condições especiais. Tais condições, que me reservo o direito de não especificá-las, mesmo que você não as conheça, o que também pode acontecer, mas é raro. Como disse, e repito, tais condições deixam minha vida em situação desfavorável em relação as pessoas e até mesmo em situações de risco de morte. logo, todo cuidado que procuro ter, ainda é pouco, motivo pelo qual não aprofundo nenhum tipo de conversa ou relacionamento, seja em preto e branco, ou menos ainda em cores. Por algumas vezes, nas viagens de metrô em que trocamos palavras, os assuntos foram agradáveis e desprovidos de referências externas pré- relacionadas por supostas informações falsamente difundidas . Já em outras pude observar tais referências, expressas na forma de demostrar conhecimento ou apenas como forma de me testar. Assim sendo, a economia a que você se referiu se faz necessária. No entanto, para que você tenha uma resposta clara sobre aquilo que me questionou, , também me acho no direito de fazer uma pergunta pessoal, onde , para consolidar esta explicação, apresento quatro condições em que você pode estar situada em relação a mim ao longo desses dias em que conversamos. Você , se assim desejar, não precisa dizer em que situação se encontra. 


Organizou mais uma vez sua postura e passou a listar as condições. 

A mulher ficara ainda mais curiosa.

1 - você conhece muito bem a situação em que me encontro, e se aproxima de mim por curiosidade, para tirar um sarro, ou, na pior das hipóteses, para me conduzir a algo previamente combinado com outras pessoas;

2 - você se aproxima de mim pois , além de me conhecer se interessa por mim, meus assuntos, sem qualquer outro interesse menor.

3 - você não conhece minha situação especial, o que jamais aconteceu com pessoas que se aproximam

4 - você não precisa responder, pode ficar muda.


Pois bem, pode ficar a vontade, e se manifestar, se assim desejar.


A mulher, que já tinha bebido todo o chopp e bebia o segundo copo, olhou firme nos olhos do homem demonstrando segurança e disparou:

- você é muito seguro de si, ou demonstra ser, independente de como eu tenha chegado a essa conclusão. Quanto as situações apresentadas, a última pode ser descartada, por motivos óbvios. No entanto, as situações 1, 2 e 3 podem muito bem fazer parte da minha verdade, talvez, e é bem provável que assim seja, todas, de alguma forma, se manifestam quando conversamos, uma mais, outra menos, porém, a maneira como você apresentou a questão, caso eu especifique a resposta, vai me deixar nua, e isso não me interessa, como também não me agrada. Assim sendo , acho que estamos conversados, disse com alguma firmeza.

O homem, que ouvia e observava atentamente, depois de um pequeno silêncio, disse

- você nua deve ser algo estonteante, bem interessante.


A mulher, sem esconder a reação, demonstrou um baita susto e disparou com firmeza ainda maior:

- agora você extrapolou e está faltando com o respeito comigo. 

Demostrando um irritação, já escancarada, a mulher continuou. 

- Não esperava ouvir isso, e saiba que sempre lhe respeitei, independente de sua situação. 

Ainda mais irritada, disse. 

- Vou pagar minha despesa e vou embora. 

Fez um movimento procurando o garçon e acenou para que trouxesse a conta.

Depois de um breve silêncio, quando os olhos não se cruzaram, o homem disse;

- ouça, não tive a menor intenção em faltar com o respeito com você. Acredite. Sua beleza nua, não vem ao caso, não me interessa, mesmo que assim tenha dito. Não é essa a questão nem o foco. Disse isso, apenas para manifestar em você uma reação, como de fato aconteceu e . que de alguma forma, revelou um pouco de você, ainda que para isso tivesse que irritá-la.


A mulher, que estava irritada, manteve a irritação , porém com um misto de surpresa e curiosidade, afinal, que homem era aquele. Ouviu com atenção , e nada disse , porém ficou calma e ainda esboçou um sorriso tímido, que demonstrava sinceridade.

Pagaram a conta e ao se levantarem o homem disse:


agora podemos voltar ao metrô, como fazemos todos os dias, conversando com mais ou menos palavras, ou sem conversa, claro, dependendo de como você se comportar.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Globo caiu

Carta Maior Retweeted
George Marques
✔ @GeorgMarques


Corre em Brasília que um grande nome da Rede Globo foi grampeado em conversa comprometedora com senador Aécio Neves.


Fonte: CARTA MAIOR
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Quem será ? E o se o nome aparecer,o jornal nacional vai informar?
Globo caiu no caldeirão dos grampos, ali na rede de espionagem, mais um colado com super bonder na fita verde marinho de chegada. A regata prossegue, apesar de tubarões feridos, afoitos e histéricos em mares descobertos por Pedro, que também foi Cabral, mas não se deu mal. Escolheu um porto seguro.

É a festa do golpe

A grande fazenda: PIB é igual a soja e milho; bancada ruralista redesenha a geografia e revoga Lei Áurea; CPI da Funai condena os índios...


"Acabou a recessão!"

Caldeirão, amigo de Aécio e todos os ladrões, quer ser presidente

"Acabou a recessão!"






































Fonte: CARTA MAIOR
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Revolução, já

A mídia é o grande personagem: aquilo que acharam nos grampos de Aécio é conversa de convento perto do que se tramou e se manipulou nas redações.

Fonte:CARTA MAIOR
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José Dirceu: Não há espaço para conciliação com os golpistas e seus avalistas

01 de junho de 2017 às 22h53


Ato pelas Diretas Já e lançamento do Plano Popular de Emergência, organizado pela Frente Brasil Popular. Foto Paulo Pinto/AGPT

As ruas e as urnas

por José Dirceu, na Folha de S. Paulo, em 01/06/2017

Em visita recente, o produtor Luiz Carlos Barreto lembrou-me de que o filme “Terra em Transe”, clássico de Glauber Rocha, completa meio século. Não pude deixar de comentar que, novamente, o Brasil está em transe.

A única solução razoável, antes como agora, é uma catarse, uma revolução política, econômica, social e cultural. Não é possível um acordo com quem rasgou o pacto constitucional de 1988 e atropelou a soberania popular.

Os golpistas e seus avalistas, ao derrubarem um governo legal e legítimo no intuito de revogar direitos e conquistas históricas do povo brasileiro, puxaram a faca e cometeram crime de alta traição à democracia.

Romperam o fio da história e colocaram em risco nossa soberania. Querem nos reduzir, de novo, à linha auxiliar do império.

A coalizão golpista deu origem a um governo abarrotado de históricos corruptos. Nada disso, porém, importa aos falsos santarrões que incensam a Operação Lava Jato, desde que os usurpadores fossem úteis para a aplicação de reformas que destruíssem o legado petista, a herança trabalhista e os êxitos do último processo constituinte.

Olhando e revisitando a história de nosso país, sabemos o que está em jogo: o desmonte do recente e precário Estado de bem-estar social, previsto na Constituição de 1988 e implementado durante as administrações de Lula e Dilma Rousseff.

Assalta-se a renda do trabalho para garantir o pagamento de juros exorbitantes, a ampliação da taxa de lucro das grandes corporações e a retomada dos fundos públicos pelas camadas mais ricas.

Os golpistas não hesitaram em sabotar o governo Dilma. Decretaram verdadeiro apagão nos investimentos e créditos, ampliando a recessão, levando pânico aos cidadãos e paralisando o país.

Tratou-se de um vale-tudo para recuperar o comando do Estado e impor uma agenda rejeitada pelos eleitores desde 2002.

Não se vacilou em pisotear as regras democráticas e forjar um arremedo de regime policial, no qual se opera a serviço de objetivos político-ideológicos.

O Brasil precisa de liberdade para decidir seu futuro, com eleições diretas, um novo governo popular e a convocação de Constituinte soberana. É vital romper a camisa de força do rentismo e da concentração de riqueza, reformar os sistemas financeiro e tributário. Só assim viabilizaremos o desenvolvimento econômico, social e cultural.

Essa tarefa é histórica e pressupõe superar os limites comprovados dos governos petistas -apesar dos avanços reformistas, ainda não transformamos as estruturas de nossa sociedade e do poder político.

Não há espaço para conciliação. É necessário, para o bem-estar social do país, dar fim à armadilha de uma falsa harmonia nacional e um ludibrioso salvacionismo contra a corrupção.

O horizonte das forças populares e de esquerda deve ir além das próximas eleições presidenciais, agora ou no próximo ano. Podemos até vencer, mas sem ilusões: sob quaisquer circunstâncias, nosso norte é o avanço no rumo de uma revolução política e social, democrática.

A meta é lutar, resistir e preparar um governo de amplas reformas. Sob a proteção de um novo pacto constitucional, originário das urnas, se a casa-grande voltar ao leito da democracia. Pela força rebelde das ruas, se nossas elites continuarem de costas para a nação.

José Dirceu foi presidente nacional do PT, deputado estadual e federal e ministro da Casa Civil no governo Lula 

Fonte: VIOMUNDO
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Dirceu foi ao ponto. Não se pode, em hipótese alguma, fazer qualquer tipo de acordo com toda a turma do golpe, incluindo a grande mídia. A história é clara, sempre que existe algum tipo de acordo de colaboração, conciliação ou algo parecido, os golpistas saem favorecidos. Usam o tempo disponível pelos acordos para golpear o povo e produzir mais golpes. Somente uma revolução,
popular, cultural, profunda para mudar os rumos do país colando-o nos trilhos da soberania e dos direitos da população. Os golpistas e seus parceiros devem ser destruídos, alijados da cena nacional.




quinta-feira, 1 de junho de 2017

Ocupe, já

Paulo Pimenta‏Conta verificada @DeputadoFederal 5 hHá 5 horas

VÍDEO: TV argentina critica a Globo por “adulterar a democracia” e “confundir a opinião pública”

Fonte: CARTA MAIOR
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De nada adianta reforma política, resolver a crise política, eleições diretas com a grande mídia intacta,intocável.
A grande mídia, Globo na vanguarda do golpe, é um, talvez o maior, entrave para o desenvolvimento do país, ameaça constante à democracia, ataque sistemático aos direitos de trabalhadores , pensionistas e aposentados da previdência social. A grande mídia,
manipula, confunde, omite em prol de seus interesses.
Se faz necessário e urgente o enquadramento, a domesticação dos
grandes meios de comunicação. E só povo, somente o povo, poderá fazê-lo.Ocupe os grandes meios de comunicação.


Pra cima dos fascistas

Professores com medo de alunos delatores. Aula de fascismo

POR FERNANDO BRITO · 01/06/2017




Paula Ferreira e Renato Grandelle, hoje, em O Globo, mostram o legado juvenil da era do grampo e delação conduzidos à condição de “heroísmo” pelo Ministério Público, pela Justiça e pela mídia.

Contam a história de professores amedrontados, temendo estarem sendo gravados por alunos, em busca de “dedurá-los” como esquerdistas ou gays.

Até a cor da camiseta serve como pretexto:

Quando escolhe a roupa que usará durante um dia de aula, Miguel (nome fictício), professor de Português e Literatura de duas escolas privadas, deixa as camisas vermelhas de lado. Nas duas vezes em que as vestiu no trabalho, foi chamado pelos alunos de petista. Era brincadeira, mas ele não baixa a guarda. Os estudantes já se queixaram dos debates conduzidos por Miguel em sala sobre temas como racismo e homofobia. Outros docentes já passaram por situações mais dramáticas — tiveram trechos de aulas gravados e divulgados nas redes sociais, onde foram acusados de promover doutrinação ideológica.

A reportagem (que não achei na versão online) é uma sequência de monstruosidades. Entre elas as contidas no site do movimento “Escola Sem Partido”: “uma aba chamada “Flagrando o doutrinador” estabelece comportamentos dos professores que os alunos podem identificar como doutrinação” e outra, “Planeje sua denúncia”, ensina os alunos a registrarem falas dos professores que sejam “representativas da militância política e ideológica”.

Auxiliar de coordenação de um colégio da Zona Sul do Rio, uma educadora que também não quis se identificar recebe e-mails com denúncias sobre o conteúdo transmitido nas aulas. É, segundo ela, um fenômeno recente, mas que forçou mudanças na linha pedagógica da instituição.

— A escola está com menos liberdade de atuação. Até dois anos atrás, podíamos fazer uma videoconferência sobre qualquer tema que estivesse acontecendo no mundo. Hoje, temos que mostrar à direção, submeter à aprovação dos pais, analisar com que série vamos trabalhar — revela. — As famílias tinham mais confiança em nós.

São os filhos do Moro, os imbecis da “cognição sumária”, tão entupidos de convicções que não precisam aprender, debater, discutir ideias ou fatos.

Basta-lhes, como à Rainha de Copas de Lewis Carroll, apontar o dedo duro e gritar: cortem-lhe a cabeça.

Fonte: TIJOLAÇO
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São os filhos de Moro, Globo - uma organização criminosa - e de toda essa corja fascista que domina a cena política e midiática do país. No entanto, no mundo dos valores neoliberais de triunfo do indivíduo, do valor do empreendedorismo, a educação vem perdendo relevância. Um burro, estúpido e inculto, mas que ganhe muito dinheiro passa a ter muito mais importância que um cientista, um professor universitário. Dentre as mega tendências apontadas no início da década de 1990, a precarização do ensino e a desvalorização do professor se confirmam com o passar dos anos. Cabe lembrar que durante os governos de FHC na década de 1990, foi aprovada proposta que retirava as disciplinas de Filosofia e Ciências Sociais na grade das escolas públicas. São disciplinas que levam o aluno à reflexão, ao pensamento crítico, algo que o suposto triunfo do capitalismo não permite, formando jovens imbecis, filhos de pais não menos imbecis, famílias de cognição simplória. São os simplórios que se fazem presentes atualmente na maioria dos programas de TV, aberta ou fechada, apresentados como referências de sucesso individual. Os professores vem sofrendo muita pressão nas salas de aula, praticamente encurralados pelos alunos, de maneira que lhes cabe apenas formar jovens de acordo com a aprovação dos pais, independente do ensino que promova conhecimento. É a geração do embotados, de  uma maneira geral pessoas violentas, autoritárias, que não suportam e nem toleram o outro diferente. No entanto, se os professores estão encurralados nas salas de aula, por aqui , a expressão é livre, o ensino é livre e plural, o debate é regra e a reflexão é diária. Pra cima dos fascistas.