sexta-feira, 26 de maio de 2017

A carne fraca não resiste

Joesley comprou Aécio por R$ 60 milhões

Friboi conhecia e confiava no Mineirinho

publicado 18/05/2017


O ladrão lê no Senado, via Whatsapp, que vai para a Papuda (Créditos: Jorge William/Agência O Globo)

Do Blog do Lauro Jardim, no Globo:

A delação de Joesley Batista tem outros trechos devastadores para Aécio Neves, além da gravação em que Aécio pede R$ 2 milhões.

Joesley revela que pagou propina de cerca de R$ 60 milhões em 2014 para Aécio, por meio da emissão de notas fiscais frias a diversas empresas. O dono da JBS também revela que comprou o apoio de partidos políticos para apoiar Aécio a presidente

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Vendeu a alma por 60 milhões de reais. 
E foi a Friboi que comprou o senador amigo da turma de globo.
Como a carne é fraca. Ou seria o caráter ?

Plim plim

Donos da mídia nos grampos da PF

26 de maio de 2017
Facebook Twitter

Os grampos realizados pela Polícia Federal em Aécio Neves, Rodrigo Rocha Loures e outros investigados da última operação coordenada pelo Ministério Público não tiveram como única vítima da mídia o blogueiro Reinaldo Azevedo.

Aliás pelo que este blog apurou os áudios vazados de Reinaldo são o café pequeno do banquete.


Proprietários de veículos de comunicação e executivos teriam sido gravados em conversas nada republicanas com pessoas envolvidas em esquemas de corrupção.

Alguns desses áudios já estariam circulando em grupos de policiais federais.

Talvez isso explique a radicalidade com que alguns jornais, rádios e emissoras de TV saíram em defesa de Temer, rachando o consenso midiático anterior.

Seguramente a Globo conhece esse segredo de polichinelo. Sendo assim o MP também.

Não foi por Reinaldo Azevedo que Fachin decidiu retornar o sigilo das gravações. É o que garante uma fonte muito bem informada deste blog.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Fonte: Blog do Rovai
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Será que a população assistirá o conteúdo dessas gravações no 
jornal nacional de globo ? Apenas uma pergunta ingênua.
Naturalmente, diante de tudo o que se tem conhecimento até o 
momento, além de políticos a população assistiu o envolvimento
de empresas de construção civil e de boi gordo. Uma turma de peso, com relações próximas com os meios de comunicação,logo,
pelo que se conhece historicamente do envolvimento dos grandes veículos de mídia no cenário político nacional, é bem provável
que veículos de mídia entrem em cena, ainda que não na cena deles, no festival de crimes e trapaças que assola o país.
Políticos são afastados do cargo e presos. Empresários da construção civil presos. Pessoal do boi vive nos EUA. E a turma 
da mídia, qual será o destino ?

Trilhos aéreos

Carta Maior‏ @cartamaior 52 minHá 52 minutos

Mais
Carta Maior retweetou George Marques
o auto-elogio da loucura
Carta Maior adicionou,

2:18
George MarquesConta verificada @GeorgMarques
Em pronunciamento nas redes sociais, Temer vê "exageros" em manifestações e alega que colocará o Brasil "nos trilhos":


Luis Nassif‏Conta verificada @luisnassif 5 hHá 5 horas

Mais

Luis Nassif retweetou Blog do Noblat

É curioso. A PM agiu em legítima defesa dela e do patrimônio público em todos os episódios. Só se excedeu quando atacou o fotografo da Globo

Luis Nassif adicionou,


Blog do NoblatConta verificada @BlogdoNoblat
Um fotógrafo corajoso, André Coelho, de O GLOBO, e um PM covarde que atirou nos seus pés. 

Fonte: CARTA MAIOR
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Um presidente que chegou ao Poder através de um golpe de estado,
implementou uma agenda política e econômica que a população
brasileira rejeita desde 2002, flagrado em conversas recebendo
propina, vê como exagero as manifestações que pedem sua saída.
Se isso não bastasse, sua prejudicada cognição o fez afirmar que 
colocará o país nos trilhos.
Do outro lado, que por um lado é o mesmo, Globo, em sua ilha de
caras de pau elogia a atuação da PM quando quem apanha são os
manifestantes. Quando o fotógrafo de Globo apanha,passa  a ser 
exagero.
Globo e Temer vivem em trilhos aéreos, em realidades próprias, enquanto a população toma as ruas do país exigindo eleições diretas para presidência.
O presidente, a imprensa e a população, realidades distintas em um
país em chamas.

Desliguem essa merda chamada jornal nacional


Desliguem o JN. Por Leandro Fortes

 
Um monte de gente indignada porque o Jornal Nacional chamou os manifestantes de vândalos, porque o Bom Dia Brasil disse que a PM atirou para se defender de paus e pedras, que a Globo News só tem cagão, que o Jornal Hoje é patético.
Gente, simplesmente, PAREM DE VER ESSA MERDA.
Ver a Globo envenena a alma, traz desesperança, torna o presente ignóbil e o futuro, impraticável.
Aquilo é um negócio que nada tem a ver com jornalismo, muito menos com humanidade.
Esqueçam essa bobagem de tenho-que-ver-para-saber-como-eles-pensam.
Porra, eles não pensam! Funcionam apenas para manter o próprio negócio capitalizado, às custas dos zumbis que formaram, ao longo dos anos.
Libertem-se, vocês conseguem.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Obrigado, contemporânea sem medo

Procuro meus contemporâneos



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Poucos não demonstraram aqui nos últimos três anos sua preferência política, seu desejo de mundo.
Todos, abertamente ou nas entrelinhas, escolheram um lado no debate e na luta que divide o país.
Como o tempo de engalfinhamento virtual é curto, todos lembram onde cada um estava e lutando pelo que nesse período.
Nunca escondi onde minhas experiências me levaram. Carrego a paz de não surpreender ninguém. Meu desafio é me surpreender.
Me junto a vida toda com todos, mas me misturo só com meus contemporâneos sob a ótica de Galeano. Os que têm cheiro de medo, não são meus contemporâneos.
Não me choco com as surpresas de personalidades, mas com a transmudação sim.
Pessoas que considerava bacanas e eram, optaram por seguir a caravana do preconceito e do retrocesso.
Não sei pra onde vão, mas se me perguntarem indicarei caminho oposto ao meu.
Podem não gostar de nada do que escrevo, mas jamais encontrarão no que dedilho egoísmo, apologia à barbárie ou indiferença com quem tem menos do que possuo.
Minha indiferença é só com agradar essa gente.
Não nasci pra gozar de glória com esses, mas de perigo.
Tenho consciência dos meus limites, dos que agrado e desagrado.
Mas, sinceramente, sou escrava só da minha consciência.
E celebro os encontros pra não chorar os desencontros. Máscara, só no  carnaval

Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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Obrigado, contemporânea sem medo.

O mundo atual, e o futuro próximo, exigem coragem.

Ter valores , ideais e idéias próprias e não se deixar con-

fundir com valores , ideais e idéias que não sejam as suas.

Não repetir comportamentos, que lhe desagradam, apenas

porque a maioria repete.

Ser escravo somente de sua consciência, ser um caçador somente de mim.

Ainda bem, alguém que disse ao que veio nesse mundo em que maioria apenas caminha, bovinamente, em busca de

interesses pessoais.

Máscara no carnaval e nos momentos de luta nas ruas.

Dinheiro, somente através de meu trabalho honesto, sem

usar ou passar por cima das pessoas.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Face em queda. Deletei

É hora de sair do Facebook e da internet?

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Aos poucos, movimentos e pessoas cogitam deixar a rede, que parece reduzir-se a espaço de espionagem, entretenimento vulgar e mentiras. Mas haverá uma alternativa ético-política a esta atitude?
Por Angus Harrison | Tradução: Inês Castilho
É hora de proclamar: a internet deixou de ser divertida. Como todos os bons casos de amor, começou emocionante. Costumávamos ficar acordados até tarde e rir juntos. Agora, porém, apenas nos ajuda a discutir/brigar por mais tempo. Os longos verões ociosos de Albino Black Sheep [um site de animação interativo, famoso nos anos 2000] e Chris Crocker [um ator-celebridade na internet, nos EUA, a partir de 2007] transformaram-se num inverno sempre cinza de big data bilionários e torturas ao vivo. Vivemos sob espionagem, incapazes de concentração, não estamos presentes, não conseguimos dormir – não podemos sequer atravessar mais a rua. É a razão pela qual você não consegue terminar um livro e as lojas de departamento já sabem que está pensando em comprar um processador de alimentos. Muito embora – assim como em tantos relacionamentos abusivos –, ele suga nossa energia e nos exaure, mas não conseguimos largá-lo.
O pior é que sabemos disso tudo. Você provavelmente não precisa de outro livro, outra manchete inflamada, outro podcast para detalhar as várias formas como seu celular está arruinando a sua vida. Ainda assim, a despeito de tudo, parecemos capazes de seguir o tema somente até a metade. Já diagnosticamos o problema, mas para uma geração que se orgulha de ser “antenda”, estamos confusos para apresentar uma solução à questão mais universalmente disseminada de nosso tempo.
Fracassamos em solucionar o problema principalmente porque não sabemos por onde começar. Da forma como a vemos, a internet é como um sistema que dá suporte à vida. Decidir um dia arrancá-la de nossas veias nos deixaria freneticamente ofegantes, antes de mergulhar num abismo solitário. Não podemos voltar a um mundo sem ela. Poderíamos deletar todos os nossos contatos, mas como descobriríamos se fomos convidados para uma festa de aniversário?
A continuidade desta decadência não é inevitável. Afinal, os smartphones têm apenas uma década, e a rede mundial, apenas 25. O que consideraramos como o início do declínio pode ser visto, no futuro, como um período de ingenuidade tecnológica – o período antes de descobrirmos o que estávamos preparados para sacrificar, e o que queríamos em troca. A tecnologia, é claro, molda o futuro, mas é também totalmente concebível que haja uma luta para redefinir o papel que ela desempenha em nossa vida.
Mudanças pequenas, porém significativas, já estão acontecendo. Os responsáveis por definir as políticas públicas estão discutindo se os smartphones têm ou não lugar na sala de aula; os restaurantes estão proibindo-os nas mesas de jantar e as empresas estão pedindo que sejam deixados fora das salas de reunião. A batalha entre casas de música e smartphones é longa e célebre – a empresa de tecnologia Yondr criou até mesmo estojos de celulares, para deixá-los mudos quando as pessoas entram em auditórios que são “zonas livres de telefone”. Desde março deste ano, digitar dirigindo custa ao motorista uma multa de quase R$ 1000 no Reino Unido. Em todos os aspectos da vida pública, a onipresença da tecnologia está sendo desafiada.
Individualmente, também temos enfrentado o problema. A ideia de uma “detox digital” tem tanto tempo quanto o Blackberry. Em sua forma clássica, ela baseia-se em retiros idílicos, livres de telefone, mas a maioria das organizações também promovem modos de estabelecer, no mundo real, uma relação positiva com a tecnologia. Quanto contatei Tanya Goodin, fundadora da organização de detox digital “Tempo de desconectar” [Time To Log Off] , sobre seus retiros, ela disse que eram semelhantes a outros tipos de reabilitação: as pessoas sabem que têm um problema e pedem ajuda. “No fim, quando lhes damos os telefones de volta, sempre dizem que não querem”, conta, rindo.
É crucial para o sucesso da detox digital o fato de se casar com as esferas da tecnologia e a florescente indústria de bem-estar. Com o crescimento da popularidade de aplicativos de atenção plena como o Headspace [“Espaço Mental”] a moda da meditação trouxe consigo um intenso interesse nos benefícios de ficar livre do telefone. Há agora – de certa forma ironicamente – uma variedade de aplicativos voltados a ajudar as pessoas a usar seus fones e computadores produtivamente – desde o SelfControl [“Autocontrole”] , que permite bloquear certos sites por algum tempo, até o StayOnTask [“Permaneça na Tarefa”], que apenas cutuca você para verificar se está evoluindo com aquilo que deve, supostamente, fazer. O Vale do Silício liderou essas iniciativas, ao ser pioneiro na ideia de um “dia sabático digital” – insistindo em que os empregados adotem, no fim de semana, um de descanso diante da tecnologia.
Individualmente essas políticas, tendências e modinhas não chegam a fazer uma revolução. Apesar disso, elas sugerem um potencial. Até agora são ideias díspares, tendências ao léu à espera de que um movimento intelectual mais amplo as recolha. Cada vez mais, as ideias sobre adição à tecnologia tornaram-se assuntos comuns nas conversas. Publicações que vão do Guardian ao Breitbart publicaram artigos que ligam solidão e mídias sociais. Deixar de usar as redes sociais, temporariamente ou para sempre, tornou-se uma decisão menos estranha para os jovens.
“Não estou no Facebook” costumava ser coisa de hipster — mas torna-se, cada vez mais, uma preocupação geral. Em 2013, o número de adultos que disseram ter-se afastado do Facebook, ao menos temporariamente, chegou a 61%. À medida em que a rede social continua a não levar a sério suas políticas de privacidade, o terreno para um êxodo contínuo torna-se mais fértil. É totalmente plausível, se não lógico, imaginar que o abandono das mídias sociais pode transformar-se numa contracultura.
Há algo transgressor em ser uma pessoa jovem em 2017 e voltar as costas ao celular. Em seu livro Solidão, o escritor canadense Michael Harris considera viver sem a constante distração das mensagens como um despertar espiritual que está para acontecer. Ele define a reflexão interior como uma arte; uma disciplina que precisa ser cultivada num mundo estruturado contra ela. “A palavra é radical”, diz ele pelo Skype. “Você precisa sentir-se à vontade com certo grau de aspereza se pretende retirar-se da cultura de grupo.”
O livro de Harris não é moralista; ao contrário, ele relança pequenas mudanças no estilo de vida como parte de uma luta para reconquistar o senso de identidade. Por exemplo, conta Harris, adiar o momento de abrir pela primeira vez seu celular, dando-se o máximo de tempo no início do dia antes de entrar na nuvem. É um gesto pequeno, mas uma espécie de mudança prática que mostra como o controle pode ser retomado. “São formas de fazer a curadoria de nossas horas”, explica. “Penso que é indicativo do nível de adição em que estamos metidos. Não basta fazer uma detox digital para resolver o problema. Estamos tão mergulhados que temos de lutar contra isso diariamente, se não a cada hora.”
Isso remete a um debate longo e urgente que ainda não tivemos, adequadamente, em nossa sociedade – para a qual cultivar um relacionamento saudável com seu celular é tão importante quanto usar camisinha ou comer verduras. “Se você olha para a cultura alimentar dos anos 1950 e 1960 na América do Norte, encontra uma superabundância de comida”, continua Harris, “mas sem que estivéssemos atentos ao que comíamos. Mas à medida em que os níveis de diabetes e obesidade aumentaram, tivemos de parar e pensar. Da mesma forma que não vamos comer comida industrializada no jantar toda noite, para o resto da vida, estamos começando a dizer: qual é uma dieta saudável de mídia?”
Para isso, é necessário que as pessoas comecem a pensar sobre o uso da tecnologia como questão de saúde púbica – algo não tão difícil de imaginar. Em alguns países, já há campanhas para tornar saúde mental um tema obrigatório nas escolas; o controle do uso compulsivo das mídias sociais é uma extensão lógica disso. Basta observar a crescente popularidade dos exercícios de meditação nas escolas para ver como as ideias sobre bem-estar podem se tornar efetivas.
Richard Graham é um psiquiatra de crianças e adolescentes. Há cerca de doze anos, começou a lidar com casos sem precedentes de jovens sofrendo de problemas de saúde mental em razão do uso excessivo de tecnologia. Em 2010, lançou o primeiro serviço especializado do Reino Unido para adição em tecnologia, e desde então tornou-se uma referência em dependência e reabilitação. Diz concordar que nossa relação com a tecnologia é problemática, mas tem menos certeza de que estamos chegando ao ponto de virada. “Não acho que sabemos quais os nossos limites, ainda”, explica. “Comecei numa era de uma única plataforma, agora há muitas. Está tudo muito confuso, e muito mais complexo.”
Graham crê que as gerações atuais têm de pensar seriamente sobre nosso futuro relacionamento com a tecnologia. Não pensa que a abstinência seja o caminho a seguir, mas que o foco deve ser equipar a próxima geração para “desenvolver a internet de forma ética”. Contudo, concorda que uma mudança cultural é de alguma forma provável. “Espero ver tribos que seguirão esse caminho”, sugere, “com pais buscando escolas onde o smartphone é proibido no maternal”.
Convencer as pessoas de que usar o Twitter em excesso não é bom para elas pode não causar, provavelmente, nenhuma reação substancial. Até bem recentemente, o dano era quantificado como pessoal – medo de usar muito o seu celular relacionado ao seu bem-estar. Mas o contexto está mudando. De vazamentos de informações de alta inteligência a captura generalizada de dados, nossa relação obsessiva com as telas assumiu de repente uma dimensão política. Sugestões de que os celulares ouvem conversas tornaram-se rumores comuns e as expressões “noticias falsas” e “pós-verdade” entraram em nosso vocabulário. Pouco a pouco, uma desconfiança da tecnologia transitou do distópico para o dia a dia.
Seja na campanha pelo Brexit, ou simplesmente para vender seguros de carro, a exploração de nossos dados expôs a desregulamentação assustadora da internet. As corporações sabem o que você quer comprar antes mesmo que faça uma busca no Google, e os governos são capazes de obter fotos íntimas de seus cidadãos, ou diretamente ou por meio de empresas de segurança privada. Seja o que for que tenhamos aceito, ao criar nossas contas de Facebook, certamente não é mais o que acontece.
Porém, quanto mais as redes, os governos e as corporações mostram-se cúmplices de manipulação, menos desejável torna-se possuir uma conta no Facebook. Politizar nossa relação com a tecnologia será provavelmente o melhor caminho para a mudança. Serviços de criptografia como o Signal podem não parecer interessantes agora, mas posicionam-se como ferramentas com as quais as minorias podem proteger-se nos EUA de Trump, e assumem novos e poderosos significados. De repente, um aplicativo desconhecido pode tornar-se uma fonte nova e possante de empoderamento.
As sementes para isso já estão sendo cultivadas – na reação contra o compartilhamento dos humores de seus usuários, feita pelo Facebook e as corporações. À medida em que o mundo começa a fazer mais perguntas sobre o papel desempenhado pela tecnologia na recente campanha eleitoral dos EUA, e mais genericamente sobre quanto o uso excessivo da internet facilitou o Estado de vigilância voluntária, parece inevitável que as pessoas comecem a se questionar se vale a pena submeter-se a isso, em troca dos grupos de conversa.
O momento que vivemos é mais ou menos aquele em que o vegetarianismo encontrava-se há uma ou duas gerações. Especialistas começavam a nos dizer que carne faz mal à saúde e ao ambiente, mas éramos tão carnívoros que se tornava difícil enxergar a vida sem proteína animal. Aos poucos, com cada produto feito de tofu e cada documentário revelador, o vegetarianismo tornou-se uma contracultura. Dadas as ramificações mentais e éticas de nossa atual relação com a tecnologia, movimentos semelhantes são muito plausíveis. É capaz até de acharmos mais fácil; não estamos lutando há séculos contra o consumo de carne. Faz menos de 20 anos.
Ou então, veja o que ocorreu com o tabaco. Há apenas uma geração, era possível fumar num restaurante. Agora, é improvável que muita gente fume em seus próprios carros. Passamos por um lento processo de educação e persuasão, mas finalmente nossa cultura mudou. Os elementos para uma relação saudável com a tecnologia também estão aí.
Vários autores já levantaram a hipótese de uma reação neoludista à automação da indústria. Em artigo para o New Statesman em 2014, Bryan Appleyard via o “Ludismo, na prática e na teoria, de volta às ruas”, traçando uma linhagem que vai do anarquista norte-americano Ted Kaczynski, conhecido como Unabomber, aos taxistas parisienses que vandalizaram os veículos da Uber.
Em 2013, o economista Paul Krugman escreveu para o New York Times um artigo intitulado “Simpatia com os Ludistas”, em que liga os trabalhadores têxteis do século 19 à força de trabalho de hoje, que enfrenta um futuro de redundância, à medida em que a automação vem desempenhando papel cada vez mais central na produção – algo que George Monbiot explorou recentemente quanto à educação.
O conflito entre trabalho e tecnologia é considerado inevitável por muitos. Porém, num mundo de captura de dados e adição à tecnologia, em que as linhas entre produção e consumo tornam-se cada vez mais borradas, torna-se mais premente expressar um equivalente sociocultural dessa tensão. Não se trata de dizer “a tecnologia é ruim”. Antes, trata-se de influenciar os modos pelos quais ela se desenvolve – um progresso democratizante, digamos.
Não se trata de penar que pessoas irão um dia levantar-se da cama e jogar fora seus celulares. A reação provavelmente não se expressará na depredação de lojas da Apple por estudantes politizados, ou por cultos livres de tecnologia estabelecendo-se fora das cidades. Na verdade, ela pode simplesmente não acontecer. Apesar disso, parece razoável acreditar que, quanto mais essas ideias crescem no consciente coletivo – quanto mais pessoas se dão conta do quanto sacrificam em troca de conveniência –, mais provavelmente se entregarão aos ecos daquela revolta tão popular para assumir o controle novamente
Fonte: OUTRAS PALAVRAS
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