sábado, 27 de agosto de 2016

Golpe globalizado

Os golpistas e o imaginário popular

Por Renato Rovai, em seu blog:

Em algum lugar do futuro a fatura dos dias atuais será acertada. Não na base de uma prestação de contas honesta, onde os que erraram assumirão suas culpas. Mas pelo julgamento frio da história. Quando os desacertos talvez já tenham produzido danos irreversíveis para um projeto de país.

As narrativas da história refletem, é verdade, o balanço das lutas. Mas se também é verdade que quem vence consegue ter mais influência na construção daquilo que pode se consolidar como versão final, é ainda mais verdade que a vitória na história não é dada pelo seu resultado imediato.

No caso do julgamento do impeachment fica cada dia mais claro que o resultado do processo tende a ser da cassação da presidente eleita Dilma Roussef. Mas isso não significará uma vitória histórica dos algozes de hoje.

Os senadores, deputados, empresários, jornalistas e líderes do movimento já começam a ver refluir o que achavam que seria o lucro da conquista. Mas ainda acham que ao final poderão contabilizar lucros. Enganam-se.

Seus rostos já começam a ficar carimbados como de golpistas e suas biografias perdem verniz. Talvez não a de todos, mas a de vários.

Um caso emblemático é o do senador Cristovam Buarque, que a despeito de a cada dia que passa estar mais à direita do que no dia anterior, ainda preservava um certo respeito dos setores progressistas. Preservava…

Cristovam hoje é apenas um golpista a mais. Alguém que fez firula para se posicionar e com isso ampliou seus tentáculos no governo Temer.

Ou seja, que fez o que qualquer político oportunista faria.

O acerto de contas com pessoas com o perfil de Cristovam, que iniciaram sua trajetória na esquerda e no campo popular, será duro.

Porque o governo Temer não é apenas golpista por estar derrotando o voto de 54 milhões de eleitores num processo parlamentar intoxicado e repleto de manipulações. Mas também porque vai tocar uma agenda que não foi aprovada nas urnas e que se fosse discutida pela população não seria vitoriosa. Um agenda ultra-neoliberal.

E por isso quem está com Temer hoje fazendo cálculos de curto prazo só tem a ganhar no futuro se o seu projeto for radicalmente neoliberal. E se o seu eleitor também o for.

Não há como ganhar votos no campo popular com um governo que tem por objetivo aumentar a idade mínima na Previdência Social, fazer uma reforma trabalhista que deve cortar direitos como férias e 13o salário e que já caminha no sentido de vender estatais e dar de bandeja o Pré-Sal.

Um governo desses se consolidará rapidamente como golpista no imaginário popular. E o imaginário popular não perdoa golpistas.

Essa história está muito mais escrita do que a vitória opaca que os que votarão no impeachment tendem a conquistar nos próximos dias.

Fonte: Blog do Miro
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Luiz Gonzaga Belluzzo: 'Fico muito preocupado quando os poderes não eleitos começam a sobressair numa democracia'

Fonte: CARTA MAIOR
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Somente com o distanciamento no tempo para se ter uma dimensão exata de como a História será contada.

O golpe em curso, no futuro próximo, será contado como golpe contra o povo, contra a democracia, contra direitos dos trabalhadores, contra a soberania nacional. Isso parece certo.

Se tudo isso acontece, aqui e agora, o que leva a maioria da população brasileira a esperar o futuro, aceitando passivamente o estupro da democracia ?

Talvez a resposta esteja justamente na Democracia.

Em golpes passados, no Brasil como em outros países, o rompimento com o processo democrático foi instantâneo, traumático, escancarado.

Hoje, no Brasil e no mundo ocidental, a Democracia tem sido apresentada, defendida, e mesmo "exportada", como o principal valor de um mundo livre e moderno. No entanto, ao longo das últimas duas décadas, a Democracia vem sendo gradativamente e homeopaticamente contida, até mesmo com alguns de seus elementos sendo suprimidos.

Apesar do voto livre nas principais democracias do mundo, a escolha popular , cada vez mais, tem menos influência no destino das nações. No Brasil não é diferente.

No entanto, para a maioria alienada da população brasileira, a Democracia continua forte, as liberdades continuam asseguradas, e as instituições funcionam normalmente.

A Democracia do Brasil atual, é a mesma Democracia na maioria dos países ocidentais, com poucas diferenças, para mais ou para menos.

As perdas de direitos trabalhistas e outros serão minimizadas pela grande mídia, o que não evitará protestos e manifestações por parte de uma parcela organizada da sociedade, como já ocorrido na década de 1990 com os governos do PSDB.

Por outro lado, a Democracia continuará sendo "intocável", "perfeita", garantindo a livre manifestação de todos, manifestações que não serão suficientes para recuperar o que está sendo perdido.

O outro lado para que a população tome consciência sobre o quanto está perdendo, seria a implementação de uma Democracia plena.

Aí sim, a história do golpe seria contada como assalto a Democracia. No entanto, o processo de contenção da Democracia é mundial.

O golpe também é globalizado.

Um Senado alucinado assalta a Democracia

New York Times: Ratos golpeiam Dilma

26 de agosto de 2016 às 21h00


Charge no New York Times dá a exata dimensão da desmoralização internacional do golpe

Fonte: VIOMUNDO
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Editorial do Le Monde: ou é golpe ou é, no mínimo, uma farsa

POR FERNANDO BRITO · 27/08/2016


Traduzido pelo UOL, o editorial de ontem do jornal francês Le Monde:

Se esse não é um golpe de Estado, é no mínimo uma farsa. E as verdadeiras vítimas dessa tragicomédia política infelizmente são os brasileiros.”

Dilma Rousseff, a primeira presidente mulher do Brasil, está vivendo seus últimos dias no comando do Estado. Praticamente não há mais dúvidas sobre o resultado do julgamento de sua destituição, iniciado na quinta-feira (25) no Senado. A menos que aconteça uma reviravolta, a sucessora do adorado presidente Lula (2003-2010), que foi afastada do cargo em maio, será tirada definitivamente do poder no dia 30 ou 31 de agosto.

Dilma Rousseff cometeu erros políticos, econômicos e estratégicos. Mas sua expulsão, motivada por peripécias contábeis às quais ela recorreu bem como muitos outros presidentes, não ficará para a posteridade como um episódio glorioso da jovem democracia brasileira.

Para descrever o processo em andamento, seus partidários dizem que esse foi um “crime perfeito”. O impeachment, previsto pela Constituição brasileira, tem toda a roupagem da legitimidade. De fato, ninguém veio tirar Dilma Rousseff, reeleita em 2014, usando baionetas. A própria ex-guerrilheira usou de todos os recursos legais para se defender, em vão.

Impopular e desajeitada, Dilma Rousseff acredita estar sendo vítima de um “golpe de Estado” fomentado por seus adversários, pela mídia, e em especial pela rede Globo de televisão, que atende a uma elite econômica preocupada em preservar seus interesses supostamente ameaçados pela sede de igualitarismo de seu partido, o Partido dos Trabalhadores (PT).

Essa guerra de poder aconteceu tendo como pano de fundo uma revolta social. Após os “anos felizes” de prosperidade econômica, de avanços sociais e de recuo da pobreza durante os dois mandatos de Lula, em 2013 veio o tempo das reivindicações da população. O acesso ao consumo, a organização da Copa do Mundo e das Olimpíadas não conseguiam mais satisfazer o “povo”, que queria mais do que “pão e circo”. Ele queria escolas, hospitais e uma polícia confiável.

O escândalo de corrupção em grande escala ligado ao grupo petroleiro Petrobras foi a gota d’água para um país maltratado por uma crise econômica sem precedentes. Profundamente angustiados, parte dos brasileiros fizeram do juiz Sérgio Moro, encarregado da operação “Lava Jato”, seu herói, e da presidente sua inimiga número um.

A ironia quis que a corrupção fizesse milhões de brasileiros saírem para as ruas nos últimos meses, mas que não fosse ela a causa da queda de Dilma Rousseff. Pior: os próprios arquitetos de sua derrocada não são santos.

O homem que deu início ao processo de impeachment, Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, é acusado de corrupção e de lavagem de dinheiro. A presidente do Brasil está sendo julgada por um Senado que tem um terço de seus representantes, segundo o site Congresso em Foco, como alvos de processos criminais. Ela será substituída por seu vice-presidente, Michel Temer, embora este seja considerado inelegível durante oito anos por ter ultrapassado o limite permitido de doações de campanha.

O braço direito de Temer, Romero Jucá, ex-ministro do Planejamento do governo interino, foi desmascarado em maio por uma escuta telefônica feita em março na qual ele defendia explicitamente uma “mudança de governo” para barrar a operação “Lava Jato”.

Se esse não é um golpe de Estado, é no mínimo uma
farsa. E as verdadeiras vítimas dessa tragicomédia política infelizmente são os brasileiros.

Fonte: TIJOLAÇO
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Tradicional jornal francês chama impeachment de “golpe do colarinho branco”
26 de agosto de 2016 Miguel do Rosário


L'Humanité é o jornal que combateu o fascismo e o nazismo com mais determinação e coragem.

Fonte: O CAFEZINHO
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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Surrealismo

Um dia depois que Moro devolve o passaporte à mulher de Cunha, PF indicia Lula como beneficiário de obras em apto que não lhe pertence.

Fonte: CARTA MAIOR
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O surrealismo invade o país nos dias que antecedem a consumação do golpe.

Pelo golpe, para o golpe e com o golpe, a velha mídia dará amplo destaque ao fato (????) de que Lula se beneficiou de obras em um apartamento triplex que não lhe pertence.

Isso mesmo, caro leitor, você se beneficiou de obras e benfeitorias no apartamento do vizinho, que você não usa, não usufrui, e nunca entrou no imóvel.

Por conta desse crime (?????) que o caro leitor cometeu, será convidado a prestar esclarecimentos, de forma coercitiva, se necessário for.

O golpe precisa de factóides e manchetes que justifiquem o golpe nessa reta final rumo ao hospício.

Quando o jornalismo vai à guerra

Quando o jornalismo vai à guerra

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Supressão sumária dos fatos “incômodos”. Adesão acrítica às verdades de Estado. O Ocidente prepara um conflito contra a Rússia. A mídia soa o clarim
Por John Pilger | Tradução Inês Castilho
Um homem acusado do pior dos crimes – um suposto genocídio de repercussão global – foi julgado inocente, mas o fato não virou manchete. Nem a BBC, nem a CNN cobriram. The Guardian permitiu um breve comentário. O fato foi enterrado ou suprimido, compreensivelmente. Ele deixaria muito claro como os senhores do mundo governam.
O Tribunal Criminal Internacional para a Ex-Iugoslávia (ICTY, na sigla em inglês) absolveu o falecido presidente sérvio, Slobodan Milosevic, dos crimes de guerra cometidos durante a guerra com a Bósnia (1992-95), incluindo o massacre de Srebrenica.
Longe de conspirar com o condenado líder sérvio-bósnio Radovan Karadzic, Milosevic na verdade “condenou a limpeza étnica”, opôs-se a Karadzic e tentou deter a guerra que desmembrou a Iugoslávia. Escondida perto do final de um julgamento de 2.590 páginas sobre Karadzic, em fevereiro passado, esta verdade além disso demole a propaganda que justificou o ataque ilegal da OTAN à Sérvia, em 1999.
Miloservic morreu de ataque cardíaco em 2006, só em sua cela em Haia, durante o foi um falso julgamento por um “Tribunal Internacional” inventado pelos norte-americanos. A cirurgia que poderia ter salvo sua vida foi negada; sua saúde piorou e foi monitorada – mas mantida em segredo – por funcionários dos EUA, conforme revelou o WikiLeaks.
Milosevic foi vítima de uma propaganda de guerra que hoje corre solta por nossas telas e jornais e acena com grande perigo para todos. Ele foi o protótipo do demônio, vilipendiado pela mídia ocidental como como o “açougueiro dos Balcãs”, suposto responsável por um “genocídio”, especialmente na província iugoslava separatista de Kosovo. O primeiro ministro britânico Tony Blair disse isso, invocou o Holocausto e demandou ação contra “esse novo Hitler”.
David Scheffer, o embaixador itinerante dos EUA para crimes de guerra [sic] declarou que um número tão vasto quanto “225.000 homens da etnia albanesa, entre 14 e 59 anos” poderiam ter sido assassinados pelas forças de Milocevic.
Essa foi a justificativa para o bombardeio da OTAN, encabeçado por Bill Clinton e Blair, que matou centenas de civis em hospitais, escolas, igrejas, parques e estúdios de televisão e destruiu a infraestrutura econômica da Sérvia. Ele foi descaradamente ideológico; em uma notória “conferência de paz” em Rambouillet, na França, Milosevic foi confrontado por Madeleine Albright, a secretária de Estado norte-americana que alcançaria a infâmia com seu comentário de que a morte de meio milhão de crianças iraquianas “valeu a pena”.
Albright fez a Milosevi uma “oferta” que nenhum líder nacional poderia aceitar. A menos que ele concordasse com a ocupação militar estrangeira de seu país, com as forças de ocupação “excluídas do processo legal”, e com a imposição de um “livre mercado” neoliberal, a Sérvia seria bombardeada. Isso estava escrito em um “Apêndice B”, que a mídia não leu ou suprimiu. O objetivo era esmagar o último Estado “socialista” independente.
Assim que a OTAN começou o bombardeio, teve início uma debandada de refugiados de Kosovo “fugindo de um holocausto”. Quando ele terminou, equipes policiais internacionais baixaram em Kosovo para exumar as vítimas. O FBI não conseguiu encontrar uma única vala comum e voltou pra casa. A equipe forense espanhola fez o mesmo, seu líder com raiva denunciando “uma pirueta semântica pelas máquinas de propaganda de guerra”. A contagem final dos mortos em Kosovo foi de 2.788. Isso inclui combatentes dos dois lados e sérvios e ciganos assassinados pela Frente de Liberação de Kosovo, pró-OTAN. Não houve genocídio. O ataque da OTAN foi uma fraude e um crime de guerra.
Apenas uma fração dos norte-americanos soube de que os mísseis “precisamente guiados” não atingiram alvos militares, mas civis, inclusive os estúdios jornalísticos da Rádio e Televisão Sérvia, em Belgrado. Dezesseis pessoas foram mortas, incluindo operadores de câmera, produtores e um maquiador. Blair descreveu os mortos, profanamente, como parte do “comando e controle” da Sérvia.
Em 2008, a procuradora do Tribunal Criminal Internacional para a Ex-Iugoslávia, Carla Del Ponte, revelou que foi pressionada para não investigar os crimes da OTAN.
Esse foi o modelo para as invasões subsequentes de Washington no Afeganistão, Iraque, Líbia e, dissimuladamente, na Síria. Todas podem ser classificadas como “crimes supremos” segundo os padrões do Julgamento de Nuremberg; tudo depende da propaganda na mídia. Enquanto o jornalismo tabloide desempenhava seu papel tradicional, foi o jornalismo supostamente sério, com credibilidade, frequentemente liberal, o mais efetivo. Vale lembrar a promoção evangélica, pelo The Guardian, de Blair e suas guerras; as mentiras incessantes sobre as armas de destruição em massa não-existentes de Saddam Hussein no Observer e o New York Times e o toque de clarim certeiro da propaganda governamental pela BBC, no silêncio de suas omissões.
Na época do bombardeio, Kirsty Wark, da BBC, entrevistou o general Wesley Clark, comandante da OTAN. A cidade sérvia de Nis acaba de ser pulverizada com uma penca de bombas norte-americanas, matando mulheres, velhos e crianças num mercado ao ar livre e num hospital. Wark não fez uma única pergunta sobre isso, ou sobre qualquer outra morte de civis.
Outros foram ainda mais cínicos. Em fevereiro de 2003, dia seguinte àquele em que Blair e Bush tocaram fogo no Iraque, o editor de política da BBC, Andrew Marr, ficou foi Downing Street, a sede do governo britânico, e fez o que equivalia a um discurso de vitória. Excitado, contou a seus telespectadores que Blair havia “dito que eles seriam capazes de tomar Bagdá sem um banho de sangue, e que no final os iraquianos iriam celebrar. E em ambos os pontos, provou estar definitivamente correto.” Hoje, com um milhão de mortos e uma sociedade em ruínas, as entrevistas de Marr na BBC são recomendadas pela embaixada dos EUA em Londres.
Os colegas de Marr alinharam-se para declarar que Blair estava “vingado”. O correspondente da BBC em Washington, Matt Frei, disse: “Não há dúvida de que o desejo de fazer o bem, levar os valores da América para o resto do mundo, e especialmente ao Oriente Médio … está agora cada vez mais ligado com o poder militar.”
A reverência aos Estados Unidos e seus colaboradores como uma força benigna que “faz o bem” corre solta no jornalismo do establishmentocidental. Ele assegura que a atual catástrofe na Síria é culpa exclusiva de Bashar al-Assad, que o Ocidente e Israel há muito conspiram para derrubar, não por qualquer preocupação humanitária, mas para consolidar o poder agressivo de Israel na região. As forças jihadistas articuladas e armadas pelos EUA, Grã Bretanha, França, Turquia e seus procuradores da “coligação” servem a esse fim. São eles que administram a propaganda e vídeos que se transformam em notícias nos EUA e na Europa, e providenciam acesso a jornalistas e garantem a “cobertura” totalmente parcial da guerra civil da Síria.
Agora, Aleppo está no noticiário. A maioria dos leitores e telespectadores não saberão que a maior parte da população da cidade vive na parte ocidental, controlada pelo governo. Que eles sofrem bombardeio diário de artilharia da Al-Qaeda, patrocinada pelo ocidente – isso não é notícia. No dia 21 de julho, bombas francesas e norte-americana atacaram um vilarejo pró-governo na província de Alepo, matando mais de 125 civis. O fato foi noticiado na página 22 do Guardian; não havia fotos.
Tendo criado e subvencionado o jihadismo no Afeganistão nos anos 1980, na Operação Ciclone – uma arma para destruir a União Soviética – os EUA estão envolvidos em algo semelhante na Síria. Como os Mujahideen afegãos, os “rebeldes” são os soldados dos Estados Unidos e da Grã Bretanha. Muitos lutam pela Al-Qaeda e suas variantes; alguns, como o Fronte Nusra, renomearam-se para adequar-se à sensibilidade norte-americana relacionada ao 11 de Setembro. A CIA os opera, com dificuldade, assim como opera jihadistas em todo o mundo.
O objetivo imediato é destruir o governo em Damasco, o qual, segundo as pesquisas mais confiáveis (YouGov Siraj), a maioria dos sírios apoiam, ou ao menos busca nele proteção, a despeito da barbárie em suas sombras. O objetivo de longo prazo é negar à Rússia um aliado chave no Oriente Médio, como parte de uma guerra de atrito da OTAN contra a Federação Russa, para ao final tentar destruí-la.
O risco nuclear é óbvio, embora suprimido pela mídia no “mundo livre”. Os que escrevem os editoriais do Washington Post, tendo promovido a ficção das armas de destruição em massa (WMD, na sigla em inglês) no Iraque, demandam que Obama ataque a Síria. Hillary Clinton, que regojizou-se publicamente por seu papel de carrasco durante a destruição da Líbia, tem indicado repetidamente que, como presidente, ela “irá além” de Obama.
Gareth Porter, um jornalista baseado em Washington, revelou recentemente os nomes daqueles que provavelmente ocuparão o gabinete de Hillary, que planeja um ataque à Síria. Todos têm histórias beligerantes na Guerra Fria. O ex-diretor da CIA, Leon Panetta, diz que “o próximo presidente terá de considerar o aumento de forças especiais em terra”.
O que é mais notável sobre a propaganda de guerra, agora em maré cheia, é seu absurdo e familiaridade patentes. Estive revendo os filmes de arquivo de Washington nos anos 1950, quando diplomatas, servidores civis e jornalistas sofriam caça às bruxas e foram arruinados pelo senador Joe McCarthy por desafiar as mentirar e paranoia sobre a União Soviética e a China. Como um tumor que ressurge, o culto anti-Rússia retornou.
Na Grã Bretanha, Luke Harding, do Guardian, lidera os odiadores da Rússia de seu jornal, numa corrente de pseudo-jornalismo que atribui a Vladimir Putin toda iniquidade da Terra. Quando o vazamento dos Panama Papers foi publicado, a primeira página falava de Putin e havia uma foto do Putin. Não importa que Putin não fosse mencionado em lugar nenhum nos vazamentos.
Como Milosevic, Putin é o Demônio Número Um. Foi Putin que derrubou um avião da Malásia sobre a Ucrânia. Manchete: “No que me diz respeito, Putin matou meu filho”. Nenhuma evidência foi exigida. Putin foi culpado pelanderrubada, em 2014, do governo eleito em Kiev, executada, segundo está documentado, por Washington. A campanha de terror subsequente, feita pelas milícias fascistas contra a população de língua russa da Ucrânia, foi o resultado da “agressão” de Putin.
Impedir que a Crimeia se tornasse uma base de mísseis da OTAN e proteger a maioria da população russa, que votou num referendo pela reunificação com a Rússia – da qual a Crimeia havia sido separada – foram outros exemplos da “agressão” de Putin. Difamação pela mídia torna-se inevitavelmente guerra pela mídia. Se eclodir uma guerra contra a Rússia, planejada ou por acidente, os jornalistas terão grande parte da responsabilidade.
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Nos EUA, a campanha anti-Rússia foi elevada a realidade virtual. Paul Krugman, colunista do New York Times e um economista que recebeu um Prêmio Nobel, chamou Donald Trump de “Candidato siberiano” – porque Trump é um homem de Putin, dizem. Trump ousou sugerir, num raro momento de lucidez, que a guerra com a Rússia pode ser uma má ideia. De fato, ele foi além e tirou o envio de armas norte-americanas à Ucrânia da plataforma do Partido Republicano. “Não seria ótimo se nos déssemos bem com a Rússia”?, perguntou ele.
Essa é a razão por que o establishment liberal belicista o odeia. Seu racismo e arenga demagoga não têm nada a ver com isso. Os registros de racismo e extremismo de Bill e Hillary Clinton podem superar o de Trump qualquer dia. (Nesta semana acontece o 20º aniversário da “reforma” do sistema de bem-estar social de Clinton, que desencadeou uma guerra contra os afro-americanos.) Quanto a Obama: enquanto a polícia norte-americana mata seus companheiros afro-americanos, a grande esperança na Casa Branca nada vez para protegê-los, nada para aliviar seu empobrecimento, enquanto mantém quatro guerras vorazes e uma campanha de assassinatos sem precedentes.
A CIA exigiu que Trump não seja eleito. Os generais do Pentágono exigiram que ele não seja eleito. O pró-guerra New York Times – tomando um fôlego de sua implacável difamação de Putin – exige que ele não seja eleito. Algo acontece. Essas tribunas da “guerra perpétua” estão apavoradas com o fato de que o multibilionário negócio da guerra, pelo qual os Estados Unidos mantêm seu domínio, será abalado se Trump fizer um acordo com Putin, depois com Xi Jinping da China. Seu pânico com a possibilidade do maior poder do mundo falar sobre paz – ainda que improvável – seria a maior das comédias, não fossem as questões tão terríveis.
“Trump adoraria Stalin!”, vociferou o vice-presidente Joe Biden num comício para Hillary Clinton. Com a concordância de Hillary, ele gritou: “Nunca nos dobramos. Nunca nos curvamos. Nunca nos ajoelhamos. Nunca cedemos. É nossa a última palavra. Isso é quem somos. Somos a América”.
Na Grã Bretanha, Jeremy Corbyn também provocou histeria nos guerreadores do Partido Trabalhista e numa mídia empenhada em destruí-lo. Lord West, um ex-almirante e ministro trabalhista, disse bem. Corbyn estava assumindo uma “ultrajante” posição antiguerra “porque leva as massas irracionais a votar com ele”.
Num debate com Owen Smith, que desafia sua liderança no Partido Trabalhista, Corbyn foi questionado pelo moderador: “Como você agiria num caso de violação, por Vladimir Putin, de um estado-membro da OTAN?”
Corbyn respondeu: “Para começar, seria preciso tentar evitar que isso acontecesse. Construiria um bom diálogo com a Rússia… Tentaríamos introduzir uma desmilitarização das fronteiras entre a Rússia, a Ucrânia e os outros países entre a Rússia e a Europa Oriental. O que não podemos permitir é uma catastrófica série de aumentos das tropas em ambos os lados, que só podem nos levar a um grande perigo.”
Pressionado a dizer se ele autorizaria uma guerra contra a Rússia “se você tivesse que”, Corbyn respondeu: “Não pretendo ir à guerra – o que desejo é chegar a um mundo em que não precisemos fazer guerra”.
A linha das perguntas deve muito à ascensão dos guerreadores liberais na Grã Bretanha. O Partido Trabalhista e a mídia ofereceram a eles muitas oportunidades de carreira. Por algum tempo, o tsunami moral do grande crime do Iraque deixou-os se debatendo. Suas inverdades foram um constrangimento temporário. A despeito do Relatório Chilcot e a montanha de fatos comprometedores, o ex-ministro Tony Blair continua a ser sua inspiração, porque ele teria sido um “vencedor”.
O jornalismo e os acadêmicos dissidentes têm sido, desde então, banidos; e as ideias democráticas, esvaziadas e preenchidas com “políticas identitárias”, que confundem gênero com feminismo e angústia pública com liberação, enquanto ignoram intencionalmente a violência de Estado e os lucrativos armamentos que destroem incontáveis vidas em lugares distantes, como o Iêmen e a Síria – e acenam para uma guerra nuclear na Europa e através do mundo.
O mobilização comovente de pessoas de todas as idades em torno da espetacular ascensão de Jeremy Corbyn antecipa isso, até certo ponto. Sua vida foi dedicada a iluminar o horror da guerra. O problema para Corbyn e seus apoiadores é o Partido Trabalhista. Nos EUA, o problema dos milhares de seguidores de Bernie Sanders era o Partido Democrata, para não falar da sua traição final por sua grande esperança branca.
Nos Estados Unidos, morada dos grandes movimentos de direitos civis e antiguerra, são o Black Lives Matter e as mulheres pela paz do Codepink que estabelecem as bases para uma versão moderna destas lutas.
Pois somente um movimento que ocupe cada rua e atravesse fronteiras e não desista pode deter os belicistas. No ano que vem, completará um século desde que Wilfred Owen escreveu algo que todo jornalista deveria ler e lembrar.
Se você pudesse ouvir, a cada sobressalto, o sangue
Vir borbulhando dos pulmões de espuma corrompida
Obsceno como câncer, amargo como o que se regurgita
De chagas vis, incuráveis em línguas inocentes,
Meu amigo, você não iria contar com tanto entusiasmo
Às crianças ardentes por alguma glória desesperada,
A velha mentira: Dulce et decorum est
Pro patria mori.

Fonte: OUTRAS PALAVRAS

Ratazanas golpistas entram em surto

No Senado, Renan chama a Casa de hospício, ataca Gleisi e confessa tráfico de influência
E Renan tira a máscara cínica de imparcialidade. 
Postado em 26 Aug 2016
por : Paulo Nogueira



Ele tem lado

Renan Calheiros tirou na manhã desta quinta a máscara do homem imparcial no julgamento do Senado.

É bom em nome da verdade e da transparência.

É irritante ver uma pessoa parcial se fazendo de imparcial.

Lewandowski, o presidente do STF incumbido de comandar o julgamento, parece estar num planeta paralelo.

Renan despejou fogo sobre Gleisi Hoffmann por conta da sua já histórica frase segundo a qual o Senado não tem autoridade moral para julgar Dilma.

Lewandowski pediu que fossem ouvidas as “palavras de ponderação” de Renan.

Ponderação?

Renan invocou até o marido de Gleisi por conta de acusações da Lava Jato. E falou em “burrice infinita” dos senadores que defendem Dilma.

Ora, ora, ora.

Estamos falando do probo Renan, a quem recentemente o delator Sérgio Machado disse que deu propinas de 32 milhões de reais.

Oportunamente, Lindbergh confrontou Renan diante do microfone: “Baixaria, baixaria, baixaria.”

Piada também é a cobertura da Globonews. Seus comentaristas falam como se os defensores de Dilma no Senado devessem se comportar como gado no julgamento. Fingir que é um jogo limpo, e não imundo, e este tipo de coisa. Um golpe é dado e as vítimas devem aceitar passivamente, distribuindo beijinhos e abraços para os golpistas.

Gleisi prestou um serviço à democracia ao desmascarar com palavras claras o caráter canalha do julgamento.

Isto fica para a história.

Foi uma ação voluntária.

Involuntariamente, Renan prestou o mesmo serviço. Ao mostrar que tem um lado, e é o do golpe, ele também provou quanto é farsesco o julgamento do Senado.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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O ódio transformou o Senado em Câmara e Renan em Delcídio. Assista

POR FERNANDO BRITO · 26/08/2016


Como no dia em que Joaquim Barbosa disse a Gilmar Mendes que ele não estava falando “com seus capangas lá do Mato Grosso” no plenário do Supremo Tribunal Federal, a sessão do Senado Federal tem de ser suspensa.

Só pode continuar por muita falta de vergonha, depois do episódio provocado, no microfone do plenário, pelo senador Renan Calheiros, dizendo que Gleisi Hoffman não poderia falar que a Casa “não tinha moral” para julgar a presidenta Dilma Rousseff, porque ele, ” o presidente do Senado Federal conseguiu no Supremo Tribunal Federal desfazer o seu indiciamento e do seu esposo, que havia sido feito pela Polícia Federal.”

Gleisi nega, mas ainda que seja verdade, é a confissão pública que Renan pressionou indevidamente o Supremo e que este aceitou a pressão e interferiu indevidamente num inquérito.

Confissão feita diante do presidente do STF, que presidia a sessão.

O que fez Renan só se diferencia daquilo que levou Delcídio do Amaral à prisão pro ser mais explícito e feito em público e diante de Lewandowski.

Gleisi dizer que o Senado não tem moral para julgar Dilma é uma opinião. Pode-se discordar dela, embora o fato de diversos senadores – o próprio Renan, Romero Jucá, Aécio Neves e Aloysio Nunes, para ficar com os “graúdos” estão sendo investigados pelo recebimento de vantagens, delatados – a maioria – mais de uma vez.

Já o que fez Renan é a confissão de um fato e um fato criminoso.

Como todos são mesmo imorais, vão continuar, fingindo que Renan não disse nada e prometendo todos serem bons meninos e meninas, para que o julgamento ande rápido e não atrapalhe a viagem de Michel Temer ao exterior.

Se o Senado não tinha moral para julgar a Presidenta da República, certamente agora não tem, quando dentro dele, diante das câmaras de TV e do presidente do STF se confessa um crime e nada acontece, a não ser servirem um copo d’água com açúcar a Renan Calheiros.



Fonte: TIJOLAÇO
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Como se fosse limpinho e cheiroso, Renan surta ao ouvir que Senado não tem moral pra julgar Dilma
26 DE AGOSTO DE 2016 POR LUCIANA OLIVEIRA


Foi preciso o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, suspender a sessão de julgamento do processo de impeachment pra acalmar o presidente do Senado, Renan Calheiros.

Ele não suportou ouvir da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) que o “senado não tem moral pra julgar a presidente afastada, Dilma Roussef”, uma verdade quando considerado o fato de que mais da metade dos senadores responde a processos.

O que a senadora Gleise disse, foi manchete no jornal americano Los Angeles Times no início da abertura do processo, quando estampou: “Os políticos que votam o impeachment da presidente do Brasil são acusados de mais corrupção do que ela”.

A afirmação é resultado de uma pesquisa da ONG Transparência Brasil que constatou que o Congresso Nacional tem por maioria políticos enrolados com a justiça.

Renan, que tanto se afetou com o desabafo da senadora como fosse ‘limpinho e cheiroso’, aparece no estudo da ONG como réu por improbidade administrativa com dano ao erário, no inquérito da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga o monumental esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras e em ação penal que corre em segredo de justiça.

A consulta pode ser feito através do link: http://www.excelencias.org.br/@parl.php?id=30007&cs=2&est=0&part=0

Pode até ter sido inconveniente a provocação da senadora, mas caluniosa, não

Avisem o Renan que New York Times também acha que o Senado não tem moral pra julgar Dilma
26 DE AGOSTO DE 2016 POR LUCIANA OLIVEIRA


Fonte: Blog da Luciana Oliveira

A globalização dos muros

1 - Hungria vai construir novo muro para                 evitar passagem de refugiados 
26/08/2016
Em Budapeste

31.mai.2016 - Húngaros preparam novo trecho de cerca na vila Asotthalom, Hungria, como medida para evitar a entrada de imigrantes pela fronteira com a Sérvia


2 - Muro do México - EUA
O Muro do México visa à contenção das ondas migratórias ilegais em direção aos Estados Unidos.

Vista do Muro do México entre San Diego e a cidade de Tijuana






Em alguns pontos de sua extensão, famílias e amigos conseguem se reunir periodicamente para almoços e festas. Mas o governo americano já vem reforçando a barreira com paredes de metal.


3 - Israel se fecha dentro de seus próprios                muros


O acampamento de refugiados palestinos de Shuafat pode ser visto do outro lado do muro que o separa do assentamento israelense de Pisgat Zeev.



4 - Na  Espanha



Os enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, no norte da África, representam o território europeu fisicamente mais próximo dos africanos. Para tentar conter a imigração ilegal, os dois locais foram isolados por uma série de cercas de arame farpado, a partir da década de 90



5 - Iraque - Kwuait


Após a invasão iraquiana ao Kwuait, em 1990, que levou à Guerra do Golfo no ano seguinte, a ONU teve a iniciativa de construir o primeiro muro separando os dois países. Em 2004, o Kwuait começou a erguer uma nova barreira, em sua fronteira norte



6 - Botsuana - Zimbábue


Em 2003, o governo de Botsuana anunciou a construção de uma cerca eletrificada na fronteira com o Zimbábue para tentar evitar a contaminação de seu gado pela febre aftosa. Mas do outro lado, a barreira foi vista como um modo de impedir a entrada ilegal de zimbabuanos



7 - Senado ergue muro para a votação do                impeachment
Resultado de imagem para muro no senado para votação do impeachment









quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Os objetivos do golpe

PROCESSO NO TSE AVANÇA E TEMER PODE SER CASSADO



Mesmo que consiga vencer a batalha do impeachment, o interino Michel Temer corre o risco de ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral logo na sequência; o motivo: a perícia dos técnicos do TSE apontou que as empresas Rede Seg, VTPB e Focal não conseguiram comprovar os serviços para os quais foram contratadas, abrindo espaço para impugnação da chapa Dilma-Temer; Temer tenta separar suas contas das de Dilma, mas essa tese já rechaçada pelo próprio TSE

Brasília 247 – Mesmo que consiga vencer a batalha do impeachment, o interino Michel Temer corre o risco de ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral logo na sequência.

O motivo: a perícia dos técnicos do TSE apontou que as empresas Rede Seg, VTPB e Focal não conseguiram comprovar os serviços para os quais foram contratadas, abrindo espaço para impugnação da chapa Dilma-Temer.

Leia, abaixo, nota divulgada pelo TSE:

A Corregedoria-Geral do TSE recebeu na noite desta segunda-feira (22), o laudo da perícia contábil determinada na AIJE 1943-58.

Em resumo, os peritos identificaram que as empresas Rede Seg, VTPB e Focal não apresentaram documentos hábeis a comprovar que os gastos eleitorais contratados pela chapa presidencial eleita em 2014 foram entregues em sua integralidade à campanha vitoriosa.

Por outro lado, o laudo pericial indicou que a Editora Gráfica Atitude não foi contratada pela chapa presidencial eleita em 2014.

Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA
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A cassação de Temer é , apenas, mais uma etapa desse golpe.

Primeiro, a atuação da lava jato com os vazamentos semanais incriminando o governo e políticos do PT.

Segundo. o processo de impeachment de Dilma, que teve o apoio de grande parcela da população que foi às ruas motivada pelas notícias publicadas na grande mídia sobre supostas trapaças de corrupção no governo, fruto das denúncias vazadas. Cabe lembrar que o processo de impeachment que tramita no Senado não faz referência a nenhuma denúncia da operação lava jato.

Terceiro. a colaboração do deputado Eduardo Cunha para aceitar e dar prosseguimento no processo de impeachment e ser sumariamente descartado tão logo o processo passou ao Senado.

Quarto. as iniciativas, já nestes atuais dias, do ministro Gilmar Mendes em querer acabar com os vazamentos oriundos da Lava jato, que tanto foram úteis para o processo de impeachment, mas que agora, no estágio atual, em assim permanecendo, podem prejudicar os aliados do golpe.

Quinto. consolidar o impeachment de Dilma no Senado.

Sexto. acelerar o processo de cassação de Temer no TSE, de maneira que a cassação ocorra em uma data que não sejam permitidas eleições diretas para presidente.

Sétimo. Com Dilma fora e Temer cassado pelo TSE em data apropriada, serão realizadas eleições indiretas - no congresso nacional - para presidente da república.

Oitavo. Os golpistas de fato tomarão o Poder e irão alterar a Constituição para um regime parlamentarista, retirando da população a escolha do presidente da república. Permanecerão no Poder por um bom tempo, anos e anos, até que toda a população entenda o processo parlamentarista de sucessão do primeiro ministro e, somente a partir de então, com as conquistas sociais e trabalhistas esfaceladas, a população começará a eleger parlamentares de oposição ao golpe. Neste estágio, os golpistas acreditam que as principais lideranças atuais do PT, ou estejam detidas ou mortas, ou mesmo o partido não mais exista.