terça-feira, 5 de abril de 2016

Nas ruas contra o golpe

Lula quer militância nas ruas no dia da votação do impeachment 




Lula quer militância nas ruas na votação do impeachment. Em ato com metalúrgicos no ABC, ex-presidente disse ainda que, no ministério, sua principal tarefa será conversar com diversos setores da sociedade politica.

Stédile: 'Frente Brasil Popular e MST vão acampar dia 10 em Brasília em vigília lúdica contra o impeachment. Façam o mesmo no resto do país'


Fonte: CARTA MAIOR
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Semana crucial: vento a favor do governo

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A semana será decisiva para a guerra do impeachment e ela começa com o vento soprando a favor do governo e a oposição e a parcela do PMDB que aderiu ao movimento golpista admitindo que perderam terreno. O governo avançou tanto nas ruas, com o crescimento do movimento “não vai ter golpe”, como no Congresso, onde evolui positivamente a formação do chamado “Centrão”, frente composta PP, PR, PSD e talvez PRB, não apenas para barrar o impeachment, pela soma de seus votos com os da esquerda (PT, PC do B e PDT), mas também para dar sustentação ao governo Dilma depois de eventualmente garantida a sua sobrevivência. Sobre o futuro desta coalizão, disse o ministro Ricardo Berzoini em sua entrevista ao Estadão: “Não adianta vencer o impeachment sem garantir governabilidade. Estamos construindo uma base para governar e estabilizar o País.”

PP, o fiel da balança

O PP hoje é o terceiro maior partido da Câmara, com 49 deputados, atrás somente do PT e do PMDB. Embora sozinho não possa garantir nem a barragem do impeachment nem a governabilidade, está sendo o agregador dos outros partidos.

- Nós já decidimos marchar juntos. O PP, o PR e o PSD, e talvez o PRB. Até quinta-feira vamos anunciar esta posição conjunta – diz o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, que hoje já conversou com o PR e voltará a conversar com o ministro Kassab, do PSD.

O bloco, incluindo o PRB, teria 144 deputados. Os 49 do PP (mais um licenciado e um que é suplente seriam 51), o PR tem 40, o PSD, 33, e o PRB, 22. Garantindo os votos contra o impeachment, o bloco ampliaria sua participação no ministério e passaria a formar com os partidos de esquerda a nova base de sustentação do governo. Segundo Nogueira, um grupo de aproximadamente 15 deputados é radicalmente oposicionista mas se o partido fechar com o governo, os votos contra o impeachment poderão chegar a 25, no mínimo.

Um reforço grande à formação do Centrão foi dado pelo governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, ex-presidente do PP e muito influente junto às bases do partido, que trabalhou discretamente pela evolução da posição dos pepistas. Em entrevista ao jornal “Valor Econômico” ele afirmou que “o PSDB é a UDN de hoje. Faz uma oposição de qualquer jeito, com base ou sem base”. Dornelles avaliou que dificilmente o impeachment passará, comparando-o à batalha de Sarney pelos cinco anos de mandato durante a Constituinte.

A consolidação do “centrão” depende, é claro, das negociações com o governo para definir os novos espaços dos partidos no ministério. Os três devem ganhar mais uma pasta e o PRB pode manter Esportes, que havia devolvido.

Perdas do PMDB

O governo pode não dar ao PP a cobiçada pasta da Saúde para não contraria o líder do PMDB, Leonardo Picciani. Ele mandou dizer que a saída de Marcelo de Castro do ministério dificultaria seu trabalho para conseguir de 20 a 25 votos do PMDB a favor do governo na votação do impeachment; Apesar do desembarque de seu pai, deputado estadual Jorge Picciani, o líder se mantém ao lado do Planalto. Castro deve ser mantido, assim como Helder Barbalho, da Secretaria de Portos. Os outros são incógnita mas é pacífico que a representação da fração dissidente terá que ser menor. Antes o PMDB tinha sete ministérios e entregava ao governo no máximo 35 votos. Era muito caro. Cinco votos por cada pasta, brinca um auxiliar do ministro Berzoini.

Sobre os desdobramentos para o PMDB, o ex-senador Francisco Escórcio, assessor da Secretaria de Governo, cutuca seus colegas de partido. Diz ele ao 247.

- Os fatos estão dando razão ao Renan (Calheiros). O desembarque do PMDB, daquela forma até irregular, foi precipitado e burro. Como em política não há vazio, outros vão ocupar os espaços do PMDB e ajudar o governo a vencer a batalha. Mas uma parte da bancada peemedebista ficará com o governo, numa outra confirmação de que aquela decisão por aclamação foi autoritária, impedindo a livre manifestação do partido.

Afora a perda do poder real que tinha, o PMDB contabiliza ainda, como saldo da decisão da semana passada, o desgaste com a imagem de golpista e o enfraquecimento da figura de Michel Temer como alternativa de governo, a exemplo do que fez ontem a Folha de São Paulo no editorial "Nem Dilma, nem Temer", mote da campanha por eleições diretas da Rede de Marina Silva. Não foi, de fato, uma jogada brilhante. Teve mais fígado e oportunismo do que sabedoria política.

Aritméticas

O cabo de guerra agora virou também um jogo aritmético. A formação do “centrão” não trará todos os 144 votos dos partidos que vão integrá-lo. Na suposição de que 50% votem com o governo, serão 72, que somados aos 90 votos da esquerda totalizam 162 votos. Para ultrapassar os 171 necessários à barragem do impeachment, o governo conta com os deputados do baixo claro, de pequenos partidos, que estão sendo trabalhados pelos governistas, e especialmente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. São deputados de partidos como PTN, PROS, PTdoB, PSL e outros.

Fonte: Blog do Miro
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sábado, 2 de abril de 2016

O mcgolpe com coca-cola

Pepe Escobar: Brasil, Rússia e China sob ataque simultâneo

publicado em 02 de abril de 2016 às 14:04
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Pepe Escobar: A luta é de vida ou morte; porque Lula é Brics
“Brics” é a sigla mais amaldiçoada no eixo Avenida Beltway [onde ficam várias instituições do governo dos EUA em Washington]-Wall Street, e por razão de peso: a consolidação do Brics é o único projeto orgânico, de alcance global, com potencial para afrouxar a garra que o Excepcionalistão mantém apertada no pescoço da chamada “comunidade internacional”.
Assim sendo, não é surpresa que as três potências chaves do Brics estejam sendo atacadas simultaneamente, em várias frentes, já faz algum tempo. Contra a Rússia, a questão é a Ucrânia e a Síria, a guerra do preço do petróleo, o ataque furioso contra o rublo e a demonização ininterrupta da tal “agressão russa”. Contra a China, a coisa é uma dita “agressão chinesa” no Mar do Sul da China e o (fracassado) ataque às Bolsas de Xangai/Shenzhen.
O Brasil é o elo mais fraco dessas três potências emergências crucialmente importantes. Já no final de 2014 era visível que os suspeitos de sempre fariam qualquer coisa para desestabilizar a sétima maior economia do mundo, visando a uma boa velha ‘mudança de regime’. Para tanto criaram um coquetel político-conceitual tóxico (“ingovernabilidade”), a ser usado para jogar de cara na lama toda a economia brasileira.
Há incontáveis razões para o golpe, dentre elas: a consolidação do Banco de Desenvolvimento do Brics; o impulso concertado entre os países Brics para negociarem nas respectivas moedas, deixando de lado o dólar norte-americano e visando a construir outra moeda global de reserva que tome o lugar do dólar; a construção de um cabo submarino gigante de telecomunicações por fibra ótica que conecta Brasil e Europa, além do cabo Brics, que une a América do Sul ao Leste da Ásia – ambos fora de qualquer controle pelos EUA.
E acima de tudo, como sempre, o desejo pervertido obcecado do Excepcionalistão: privatizar a imensa riqueza natural do Brasil. Mais uma vez, é o petróleo.
Peguem esse Lula, ou…
WikiLeaks já expôs há muito tempo, em 2009, o quanto o Big Oil estava ativo no Brasil, tentando modificar, servindo-se de todos os meios de extorsão, uma lei proposta pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido também como Lula, que estabelece que a estatal Petrobrás (lucrativa) será a única operadora de todas as bacias de petróleo no mar, da mais importante descoberta de petróleo desse jovem século 21: as reservas de petróleo do pré-sal.
Lula não só deixou à distância o Big Oil – especialmente ExxonMobil e Chevron –, mas também abriu a exploração do petróleo no Brasil à Sinopec chinesa – parte da parceria estratégica Brasil-China (Brics dentro de Brics).
O inferno não conhece fúria maior que a do Excepcionalistão descartado. Como a Máfia, o Excepcionalistão nunca esquece; mais dia menos dia Lula teria de pagar, como Putin tem de pagar por ter-se livrado dos oligarcas cleptocratas amigos dos EUA.
A bola começou a rolar quando Edward Snowden revelou que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (ing. NSA) andava espionando a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, e vários altos funcionários da Petrobrás. Continuou com o fato de que a Polícia Federal do Brasil coopera, recebe treinamento e/ou são controladas de perto por ambos, o FBI e a CIA (sobretudo na esfera do antiterrorismo). E prosseguiu via os dois anos de investigações da Operação Lava Jato, que revelou vasta rede de corrupção que envolve atores dentro da Petrobrás, as maiores empresas construtoras brasileiras e políticos do partido governante Partido dos Trabalhadores.
A rede de corrupção parece ser real – mas com “provas” quase sempre exclusivamente orais, sem nenhum tipo de comprovação documental, e obtidas de trapaceiros conhecidos e/ou neomentirosos seriais que acusam qualquer um de qualquer coisa em troca de redução na própria pena.
Mas para os Procuradores encarregados da Operação Lava Jato, o verdadeiro negócio sempre foi, desde o início, como envolver Lula em fosse o que fosse.
Entra o neo-Elliott Ness tropical
Chega-se assim à encenação espetacularizada, à moda Hollywood, na 6ª-feira passada em São Paulo, que disparou ondas de choque por todo o planeta. Lula “detido”, interrogado, humilhado em público (comentei esses eventos em”Terremoto no Brasil”).
O Plano A na blitz à moda Hollywood contra Lula era ambicioso movimento para subir as apostas; não só se pavimentaria o caminho para o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (que seria declarada “culpada por associação”), como, também, já se neutralizaria Lula, impedindo-o de candidatar-se à presidência em 2018. E não havia Plano B.
Como não seria difícil prever que aconteceria – e acontece muito nas ‘montagens’ do FBI – toda a ‘operação’ saiu pela culatra.
Lula, em discurso-aula, master class em matéria de discurso político, reproduzido ao vivo por todo o país pela internet, não só se consagrou como mártir de uma conspiração ignóbil, mas, mais que isso, energizou suas tropas de massa. Até respeitáveis vozes conservadoras condenaram o show à moda Hollywood, de um ministro da Suprema Corte a um ex-ministro da Justiça, que serviu a governo anterior aos do Partido dos Trabalhadores, além do conhecido professor e economista Bresser Pereira (um dos fundadores do PSDB, que nasceu como partido da social-democracia do Brasil, mas virou a casaca e é hoje defensor das políticas neoliberais do Excepcionalistão e lidera a oposição de direita).
Bresser disse claramente que a Suprema Corte deveria intervir na Operação Lava Jato para impedir novos abusos. Os advogados de Lula, por sua vez, requereram à Suprema Corte que detalhasse a jurisprudência que embasaria as acusações assacadas contra Lula. Mais que isso, um advogado que teve papel de destaque na blitz hollywoodiana disse que Lula respondeu a tudo que lhe foi perguntado durante o interrogatório de quase quatro horas, sem piscar – eram as mesmas perguntas que já lhe haviam sido feitas antes.
O professor e advogado Celso Bandeira de Mello, por sua vez, foi diretamente ao ponto: as classes médias altas no Brasil – nas quais se reúnem quantidades estupefacientes de arrogância, ignorância e preconceito, e cujo maior sonho de toda uma vida é alcançar um apartamento em Miami – estão apavoradas, mortas de medo de que Lula volte a concorrer à presidência – e vença – em 2018.
E isso nos leva afinal ao juiz mandante e carrasco executor de toda a cena: Sergio Moro, protagonista de “Operação Lava Jato”.
Ninguém em sã consciência dirá que Moro teve carreira acadêmica da qual alguém se orgulharia. Não é de modo nenhum teoricista peso pesado. Formou-se advogado em 1995 numa universidade medíocre de um dos estados do sul do Brasil e fez algumas viagens aos EUA, uma das quais paga pelo Departamento de Estado, para aprender sobre lavagem de dinheiro.
Como já comentei, a chef-d’oeuvre da produção intelectual de Moro é artigo antigo, de 2004, publicado numa revista obscura, nos idos de 2004 (“Considerações sobre Mãos Limpas”, revista CEJ, n. 26, julho-Set. 2004), no qual claramente prega a “subversão autoritária da ordem judicial para alcançar alvos específicos” e o uso dos veículos de mídia para envenenar a atmosfera política.
Quer dizer, o juiz Moro literalmente transpôs a famosa operação da Justiça italiana de 1990 Mani Pulite (“Mãos Limpas”) da Itália para o seu próprio gabinete – e pôs-se a instrumentalizar os veículos da grande mídia brasileira e o próprio judiciário, para alcançar uma espécie de “deslegitimação total” do sistema político. Mas não quer deslegitimar todo o sistema político: só quer deslegitimar o Partido dos Trabalhadores, como se as elites que povoam todo o espectro da direita no Brasil fossem querubins.
Assim sendo, não surpreende que Moro tenha contado com a companhia solidária, enquanto se desenrolava a Operação Lava Jato, do oligopólio midiático da família Marinho – o império midiático O Globo –, verdadeiro ninho de reacionários, nenhum deles particularmente inteligente, que mantiveram íntimas relações com a ditadura militar que, no Brasil, durou mais de 20 anos.
Não por acaso, o grupo Globo foi informado sobre a “prisão” hollywoodiana que Moro aplicaria ao presidente Lula antes de a operação começar, e pode providenciar cobertura que efetivamente tudo encobriu, ao estilo CNN.
Moro é visto por muitos no Brasil como um sub Elliot Ness nativo. Advogados que têm acompanhado o trabalho dele dizem que o homem cultiva a imagem de que o Partido dos Trabalhadores seria uma gangue que viveria a sanguessugar o aparelho do Estado, com vistas a entregar tudo, em cacos, aos ‘sindicatos’.
Segundo um desses advogados, que falou com a mídia independente no Brasil, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Moro é cercado por um punhado de Procuradores fanáticos, com pouco ou nenhum saber jurídico, que fazem pose de Antonio di Pietro (mas sem a solidez do Procurador milanês que trabalhou na Operação Mãos Limpas).
Ainda pior, Moro não dá sinais de preocupar-se com a evidência de que depois que o sistema político italiano implodiu, ali só prosperaram os Berlusconi. No Brasil, certamente se veria a ascensão ao poder de algum palhaço/idiota de bairro, elevado ao trono pela Rede Globo – cujas práticas oligopolistas já são bastante berlusconianas.
Pinochets digitais
Pode-se dizer que a blitz à moda Hollywood contra Lula guarda semelhanças diretas com a primeira tentativa de golpe de Estado no Chile, em 1973, que testou as águas em termos de resposta popular, antes do golpe real. No remix brasileiro, jornalistas globais fazem as vezes de Pinochets digitais. Mas as ruas em São Paulo já mostram graffiti que dizem “Não vai ter golpe” e “Golpe militar – nunca mais.”
Sim, porque tudo, nesse episódio tem a ver com um golpe branco – sob a forma de impeachment da presidenta Rousseff e com Lula atrás das grades. Mas velhos vícios (militares) são duros de matar: vários jornalistas próximos da Rede Globo e ativos agora na Internet já ‘conclamaram’ os militares a tomar as ruas e “neutralizar” as milícias populares. E isso é só o começo. A direita brasileira está organizando manifestações para o próximo domingo, exigindo – e o que mais exigiriam? – o impeachment da presidenta.
A Operação Lava Jato teve o mérito de investigar a corrupção, a colusão e o tráfico de influência no Brasil, país no qual tradicionalmente a corrupção corre solta. Mas todos, todos os políticos e todos os partidos políticos teriam de ser investigados – inclusive e sobretudo – porque em todos os casos esses são corruptos conhecidos há muito tempo! – os representantes das elites comprador brasileiras. A Operação Lava Jato não opera igualmente contra todos. Porque o projeto político aliado aos Procuradores do juiz Moro absolutamente não está interessado em fazer “justiça”; a única coisa que interessa a eles é perpetuar uma crise política viciosa, como meio para fazer fracassar a 7ª maior economia do mundo, para, com isso, alcançarem seu Santo Graal: ou aquela velha suja ‘mudança de regime’, ou algum golpe branco.
Mas 2016 não é 1973. Hoje já se sabe quem, no mundo, é doido por golpes para mudar regimes.
*Jornalista brasileiro, vive em São Paulo, Hong Kong e Paris, mas publica exclusivamente em inglês. Mantém coluna no Asia Times Online; é também analista de política de blogs e sites como: Sputnik, Tom Dispatch, Information Clearing House, Rede Voltaire e outros; é correspondente/articulista das redes Russia Today e Al-Jazeera.
Fonte: VIOMUNDO
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Um Leviatã Descontrolado

Lula: por que tanto ódio pela primeira mulher presidente?

Campanha feroz nas bancas demonstra que impeachment está longe de ser jogo jogado.

A rua embaralhou o jogo; eles se desesperam e ameaçam Teori, Ciro Gomes, Edinho, Boulos... Resposta: barragem humana dia 9 no Anhangabaú

O ex-presidente @lulapelobrasil acabou de falar em Fortaleza.



publicado em 02 de abril de 2016 às 13:20
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Montagem simula Dilma descontrolada no Alvorada; Domingos Alzugaray, o dono da IstoÉ; “histéricas” eram submetidas a tratamento e/ou julgamento, uma forma de submetê-las ao controle masculino
Um ataque as Mulheres! É um acinte, um desrespeito e uma violência contra todas as mulheres a capa da Revista IstoÉ com um texto vexaminoso, utilizando todos os estereótipos e adjetivos machistas e misóginos, para desqualificar uma mulher na Presidência do Brasil!
A estratégia da revista é a mesma utilizada no vazamento contra Lula, que expunha sua fala informal em telefonemas privados usados para desclassificá-lo moralmente.
Mas com Dilma Rousseff é ainda pior, mais escandaloso, sexista e intolerável. É um ataque e um texto que ultrapassa qualquer ética jornalistica, com aspas sem nenhuma fonte!
Vendo o impeachment balançar na correlação das forças políticas, com uma reação vigorosa nas ruas do Brasil e na mídia internacional, a revista IstoÉ parte para uma desqualificação psicológica e emocional da Presidenta da República, que teria “perdido o equilíbrio e as condições emocionais para conduzir o país” e é descrita (sem fontes identificadas) como uma desequilibrada, histérica, furiosa e a beira de um ataque de nervos e propensa a atos violentos!
Trata-se de um ataque genérico de um jornalismo covarde (“fontes do Palácio do Planalto”) que usa aspas fantasmas (ninguém é citado!) para demolir sua reputação com base no ódio as mulheres que ocupam espaços de poder e nos clichês que descrevem uma mulher histérica, desequilibrada, destemperada, com “crises nervosas” sendo “medicada” para aplacar seus rompantes e acessos de violência e histeria.
O texto é uma peça de como a mídia passa a usar da pessoalização, de argumentos e análises extra política para demolir a pessoa, o caráter, construindo um personagem de ficção em que a Presidenta é comparada com “Maria, a Louca”, uma “autista” com uma retórica “cretina” e cuja permanência significa uma ameaça de “volta do terror”(!)
Passam de um estereótipo, “a gerentona masculinizada” , para outro: o da mulher acuada e descontrolada que responde a um ataque político não com articulação, atos, ações e discursos, mas como uma mulher histérica e furiosa quebrando móveis!
Os adjetivos utilizados para desqualificar a Presidenta mulher fazem parte de um extenso vocabulário moral, científico, médico e psicanalítico de destituição do feminino como força política, como sujeito social e como modo de ser e existir: mulheres irascíveis, fora de si, vingativas, destemperadas e moralmente e psicologicamente condenáveis! “Elas” seriam incapazes de conduzir a política e estar no comando de um país!
O texto é uma peça para ser analisada pelos professores e estudantes de Comunicação, as feministas, os analistas políticos e simbólicos, e qualquer leitor critico como a derrocada de tudo que entendemos como jornalismo!
O “ódiojornalismo” produzindo peças maniqueistas e dualistas, textos de ficção e novelização do real se volta agora contra as mulheres!
Estamos vendo (é um sentimento cada vez maior) uma mulher honesta e digna, com um passado de luta, sofrer um ataque misógino e moral, sofrer uma injustiça política (impeachment sem crime é golpe!) em um ambiente extremamente hostil, machista e predador e em que uma figura histriônica e corrupta de um homem como Eduardo Cunha se mantém liderando a Câmara dos Deputados comandando (com uma elite e mídia patriarcal) um golpe contra a Democracia no Brasil.
Fonte: VIOMUNDO
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Nas eleições de 2014 a velha mídia acreditava, ou mesmo tinha certeza, que no segundo turno Aécio venceria Dilma.

Aécio perdeu, Dilma venceu e a velha mídia, até os dias atuais, não se conformou com a derrota.

Inconformada e descontrolada, resolveu apostar no impeachment de Dilma.

Depois de um longo período tecendo a trama que cobriria Dilma com o impeachment, a velha mídia comemorou, afinal o impeachment estava garantido.

No entanto, o jogo virou, o tempo mudou e o povo as ruas ocupou em defesa da democracia e contra o golpe, a farsa do impeachment.

O que antes já era uma empreitada descontrolada - o processo de tecer o impeachment - o que acontece agora, com a derrota do impeachment se desenhando, é um descontrole emocional da irracionalidade assumida.

Esse descontrole midiático atual, ignorou o jornalismo e até mesmo a opção político partidária, partindo para um tudo ou nada com desdobramentos imprevisíveis que certamente contribuirão para que medidas de criação de um novo marco regulatório para os meios de comunicação não sejam mais adiadas.

Brasileiros não querem o impeachment. O Congresso ouvirá a voz das ruas ?

56% SÃO CONTRA IMPEACHMENT E 83% NÃO QUEREM TEMER NA PRESIDÊNCIA, DIZ PESQUISA
Esses dados apareceram hoje no portal IG.

A pesquisa é do próprio IG que não apresentou a metodologia usada para chegar nesse resultado.

O portal fala em pesquisa com amostra de quase 4 mil leitores, sem explicar como essa amostra está distribuída.

Se foi pesquisa de opinião com métodos científicos ou apenas coleta de opiniões de leitores do IG, chama atenção o fato de a maioria da população rejeitar o impeachment.

Como é de conhecimento do leitor, o portal IG não tem um perfil de esquerda, assim como seus leitores, e tem dado grande destaque as ações pró impeachment sem mencionar que se trata de um golpe.

E mesmo com uma linha editorial de centro direita se tem um resultado entre os leitores contrário ao impeachment, pode -se constatar que o movimento contra o golpe continua crescendo no país.

Aliás o crescimento do movimento contra o golpe, pode ser constatado independente de resultados de pesquisas.

Quanto aos índices de rejeição de Temer, acredito que 83% de rejeição é um índice normal para um político de vaidade mórbida, oportunista, inexpressivo e golpista.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Ecossocialismo Moreno

Por uma Permacultura morena e ecossocialista

Acampamento Nova Palestina, do MTST, na Zona Sul de São Paulo
Acampamento do MTST, em S.Paulo. Teórico afirma: “organizar uma comunidade, trabalhar o conceito de biorregionalismo, a economia, as relações, a governança, a politização… aí está o grande desafio”
Cresce, no Brasil, interesse por novos métodos de viver e produzir. Mas ainda é branco e pragmático. É hora novo passo: o de associar-se às periferias, às maiorias e às lógicas não-capitalistas
Djalma Nery entrevista Thomas Enlazador
Se você não sabe o que é permacultura1, não se preocupe: isso não é um privilégio seu. Como grande parte das práticas e propostas do chamado ‘mundo alternativo’, esse conceito é praticamente desconhecido do grande público, circulando majoritariamente por entre círculos iniciáticos e por seus arredores imediatos. É fato que, com o passar dos anos – ainda que lentamente – cada vez mais pessoas tem tomado contato com a permacultura por meio de cursos, vídeos, palestras e espaços de difusão do conhecimento.
Uma observação rápida no perfil geral de seus principais promotores e entusiastas pode levar a uma confirmação da restritividade do conceito: homens, brancos, jovens, universitários, de classe média e classe média-alta. Esse é um fato que constato pela vivência pessoal e pela pesquisa de mestrado que venho desenvolvendo desde 2013 sobre a popularização da permacultura no Brasil, a ser defendida e publicada até o final de 2016.
Em fevereiro desse ano entrevistei o amigo e permacultor Thomas Enlazador, fundador do extinto Ecocentro Bicho-do-Mato e do IBC (Instituto Biorregional do Cerrado), entre diversos outros projetos. Com base nessa entrevista – e na importância que vejo em seu conteúdo – decidi redigir essa matéria para movimentar o tema.
Mais do que um punhado de técnicas, a permacultura apresenta um outro projeto de vida e de sociedade, integral e integrado, e que afeta todas as áreas da existência humana. Thomas lembra que não podemos nos restringir apenas aos seus aspectos técnicos, que muitos de nós já dominam:
fazer horta mandala e sanitário seco, qualquer um faz: você pega um PDF, bate a cabeça duas ou três vezes, mas faz. Fica profissional. Mas organizar uma comunidade, trabalhar o conceito de biorregionalismo, a economia, as relações, a governança, a institucionalização, a politização… aí é onde está o grande desafio, em especial do design social, sobre o qual venho me debruçando”.
Ele traça também um pouco da cronologia da permacultura brasileira, e faz sua crítica ao processo e à conjuntura:
A permacultura no Brasil já passou por vários momentos. Aquele momento inicial em que estava restrita a 4 institutos, depois uma segunda geração, uma terceira, uma quarta, quinta, acho que hoje já estamos indo pra sexta geração de permacultores nacionais, haja visto que a permacultura já vai fazer 25 anos, desde quando foi realizado o primeiro PDC2 nestas terras. A permacultura no Brasil carece de base social, de unidade em cooperação, confiança e estratégias conjuntas. (…) Um Brasil Permacultor precisa de PermaAtivistas. Articuladores Sociais da Permacultura, que farão o Eco para a popularização, visitação, integração, inclusão social e intercâmbios econômicos mais justos e cooperados em rede.
Latinizemos mais nossa permacultura, emancipemos politicamente nossos Ecoletivos e Organizações de Resistência e Defesa de Territórios. Por Gaia, por Nós e pelas Futuras Gerações. Chegamos ao limiar da transformação.
A permacultura enquanto conceito e movimento pode agir com maior postura e firmeza nos processos da construção política dos Estados, Nações, Municípios, Vilas, Bairros, Biorregiões, e nos espaços de controle e participação social. Neles podem e devem ser pautados as soluções propostas pela permacultura. A partir dessa incisão em instancias e articulações institucionais, abre-se o leque para implementarmos uma Cultura Politica Regenerativa, pautando a Permacultura como politica publica na co-criação de Planos Diretores, Saneamento, etc.
Trabalho por uma Permacultura Popular, Ecosocialista, Solidária, Cabocla e claro, com maior conexão espiritual com nossos ancestrais. Pela conexão com Pachamama, no respeito e na cura com as plantas de poder, no sacramento dos ritos e mitos, das intergerações e Biorregiões, de brancos, pardos, amarelos e negros, hippies e punks, de gays, trans e lésbicas, das nossas duas centenas de povos indígenas em franca ameaça, dos ribeirinhos, kalungas, mendigos e refugiados, dos favelados, dos atingidos por barragens, dos sírios, haitianos e ciganos… A Perma, Ecovilas e Práticas Sustentáveis ainda não estão acessíveis, e se encontram em universos econômicos elitizados. Os educandos de cursos de perma, moradores de ecovilas e afins são em geral, brancos, filhos de classes média e alta, com bom nível universitário. A maior concentração de iniciativas se encontra no Eixo Sul-Sudeste. São poucos negros, indígenas, pescadores, rendeiras, sem teto e sem terras. Estão ainda parcialmente excluídos, mas eles dariam uma base concreta na formação política e Ecossocialista da Permacultura Popular Libertária.
Não nos limitemos a criar tão somente um movimento de redução da nossa pegada ecológica, muito menos da permacultura como um fim, e sim um meio.
Engajamento na base social, formação política, ações diretas de desobediência civil não violenta, alianças politicas com campesinos, indígenas, comunidades tradicionais, que como a própria permacultura, estão (estamos) à margem do sistema. Sem essa postura, nos fechamos em uma “bolha de luz verde e pseudo-sustentável” que não emancipa comunidades e muito menos insere socialmente.
Enxerguemos para além do numero de painéis solares de nossos institutos ou ecovilas, dos basons e das bioconstruções, dos hectares de Safs e Selfies. Deveria assumir uma postura mais aguerrida. De ecovilas de refugiados, de sanitários secos na favelas, da agrofloresta nos sertões e rincões, embaixo da ponte com moradores de rua… E isso, acaba se refletindo no Brasil que vivemos hoje, pode ser perigoso se não nos posicionarmos. Não só para uma ditadura, como é o medo de alguns, mas para que se instale uma democracia de fachada, como já vivemos em alguns aspectos.
Estamos criando uma tendencia a uma elite de comunidades sustentáveis ambientalmente, e despolitizadas socioeconomicamente? Grande parte dos projetos no Brasil, incluindo as próprias ecovilas, acabam tendo posturas que refletem a postura de uma cidadão que se alheia a politica e se ocupa na construção do seu bem estar social e zona de conforto. Uma desprezo pela politica, mas uma visão de conformismo com o Capitalismo que acaba os encubando. Um arquétipo coxinha, só que com um recheio mais sustentável. Ao invés de ser uma coxinha de frango é uma coxinha de jaca. Ótimo! Que bom que é sustentável, que bom que é ecológico. Celebremos que ocupam esse espaço, e que indivíduos compromissados estão fazendo esse movimento ligado à sustentabilidade. Porém isso não basta! Se não houver emancipação e formação política da conjuntura biorregional, nacional e global das esferas socioeconômicas, ambientais e política, sem a busca pela unidade na construção de um Brasil EcoSocialista, Solidário e Diverso, continuaremos a permaculturar de nós pra nós mesmos”
1per1
Thomas ressalta também que, dentro das iniciativas
“(…) existem várias exceções. Várias não, algumas, que estão buscando levar a permacultura pros assentamentos do Movimento dos Sem Terra; pra produtores rurais; pro movimento mais campesino; para o Movimento dos Sem Teto, etc. Eu acho que a permacultura no Brasil precisa se voltar mais para os movimentos sociais e para as comunidades tradicionais, democratizar mais esses cursos, viabilizá-los financeiramente, e não transferir o custo dos cursos somente para as inscrições”.
Por fim, reconhece também
“(…) que a permacultura está começando a dar um salto no sentido de ser um pouco mais conhecida no Brasil. A gente ainda tem um abismo muito grande – institutos que cobram 2.500, 3.000 reais em um PDC, colocando-se como o melhor PDC do Brasil. Eu acho que a gente tem que sair um pouco dessa disputa, desse jogo de ego da permacultura. Eu acho que o momento agora é da permacultura se emancipar enquanto movimento, e trazer mais pra dentro esses permacultores antigos que não estavam muito conscientes da importância política da permacultura.”
É interessante citar que muitas pessoas justificam sua atração pela permacultura em seu caráter prático. Mais do que ‘falar’ de mudança, permacultura ‘é mudança em si’. Temos aí já um interessante salto qualitativo do discurso à ação, ainda que individual ou localizada. O que parece estar se anunciando nas discussões cada vez mais presentes no interior da ‘comunidade permacultural’ brasileira e mundial, é a proposta de um novo salto, onde, reconhecidos os limites da atuação local e individualizada, parte-se agora para uma articulação regional e global, na busca da ação e da prática comum balizada pelos princípios éticos da permacultura, pois o coletivo é sempre mais forte que o indivíduo.
No entanto, para esse salto, é indispensável difundir e popularizar cada vez mais esta proposta de transformação. Para além da constituição de uma rede de comunidades alternativas, o que se discute é tornar possível uma alternativa social ampla e inclusiva. E para isso, torna-se clara a necessidade de acessar a fração majoritária da população, composta pelas camadas sociais mais vulneráveis e excluídas.
Não se trata de convencer ninguém. Não é necessário converter pessoas, e nem é preciso uma maioria absoluta. Se for possível romper ao menos a zona do privilégio e do silêncio, e caminhar lado a lado com os movimentos sociais populares, urbanos e rurais, empoderá-los e ser por eles empoderada, a permacultura brasileira certamente se aproximará de seu objetivo de transformação social concreto e objetivo, aqui e agora.
Muito trabalho a ser feito; muita reflexão e mudança, sempre! O que vem depois da coxinha de jaca?
2 Sigla para ‘Permaculture Design Course’, ou Curso de Design em Permacultura: considerado por muitos a ‘porta de entrada’ para este universo. Possui um currículo básico que aborda todos os rudimentos e princípios centrais em, no mínimo 72h de curso.
Fonte: OUTRAS PALAVRAS
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A lição de Democracia que vem das ruas

Um repto ao 31 de março de 64:, em todo o país,a classe média democrática deixou o sofá e voltou à rua, p/ dizer: 'não, não vai ter golpe'






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April 01, 2016 at 04:04PM #NAOVAITERGOLPE #DILMAFICA #FORACUNHA 09/04 - A PRESSÃO VAI CONTINUAR - POVO NA RUA

Fonte: CARTA MAIOR
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Mesmo ausente, Globo se torna a principal protagonista da manifestação na praça da Sé
publicado em 31 de março de 2016 às 19:42

Da Redação
Os repórteres da Globo não circulavam entre a multidão.


Ou, se o fizeram, foi de forma disfarçada.

Havia cartazes variados: contra Aécio, Alckmin e o juiz Sérgio Moro.

Um único lembrava a morte de Vladimir Herzog pela ditadura militar, cuja missa foi celebrada na Catedral da Sé.

O tema mais presente na manifestação desta tarde/noite na praça da Sé, em São Paulo, foi a emissora da família Marinho.

O famoso refrão contra a Globo só foi menos ouvido que o “não vai ter golpe — e vai ter luta”.

Havia cartazes feitos à mão e impressos. Dezenas deles. Um orador se referiu à emissora como a “central do golpe”.

E, não é para menos.

A manipulação noticiosa continua acelerada.

Como o jornalista Leandro Fortes denunciou, hoje, em seu Facebook:

O Globo Esporte mostrou a imagem de três idiotas com nariz de palhaço que invadiram o treino do Palmeiras com uma faixa louvando Sérgio Moro para xingar a presidenta Dilma. Mas não mostrou a faixa levantada ontem, no Mané Garrincha, pelas torcidas do Flamengo e do Vasco contra o golpe e pela democracia no Brasil. Essa gente não pode vencer.

As faixas a que ele se refere são estas



Fonte: VIOMUNDO
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O Brasil democrático dá show e bota água no chope dos golpistas

31 de March de 2016

O povo foi às ruas mais uma vez. De novo de vermelho, mas também de verde e amarelo. De novo em todas as capitais do Brasil. E de novo deu show.

Haja mortadela pra tanta gente nas ruas em todas as capitais no Brasil.
Haja mortadela pra garantir que toda a esplanada dos ministérios tenha ficado lotada como nunca esteve nas manifestações pelo impeachment.

Haja mortadela pra transformar o ato da Praça da Sé, em São Paulo, em algo tão parecido com o primeiro comício das Diretas em janeiro de 1984.

O Brasil mostra mais uma vez que não estamos em 1964.

O país mudou. Há movimentos fortes que lutam por direitos.

E muita gente que acredita que a democracia é o nosso melhor caminho.

Há Chico Buarque de Holanda no Largo da Carioca.

Há intelectuais, artistas, professores, jornalistas que não babam pela Globo, advogados que têm vergonha da OAB, gente que não quer o país volte a ser uma republiqueta de bananas.

Esse povo não vai permitir que a nossa democracia seja atropelada.

Não vai aceitar que o golpe que está sendo desenhado pela turma de Temer e Eduardo Cunha, com a sociedade de Aécio e Serra, seja executado.

O Brasil é muito maior do que a união da turma das offshores com a daqueles que querem entregar o Pré-Sal.

No dia 31 de março, aniversário de 52 anos de um golpe que levou o Brasil à breca, o novo golpe ficou menor.

As ruas deram de novo uma lição de democracia.

E a partir de amanhã as contas do Congresso serão outras.

Podem anotar, não vai ter golpe.

O chope deles aguou.


Fonte: Blog do Rovai
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Novamente o golpe

É claramente Golpe o que estão querendo dar, para revolta daqueles que, como eu, lutaram durante vinte anos pelo restabelecimento da democracia no Brasil

Saturnino Braga


O Brasil, por duas vezes, recentemente, manifestou sua clara preferência pelo regime presidencialista, que é da tradição americana. E neste regime, não há hipótese constitucional para o Congresso depor um presidente porque em sua maioria não gosta dele ou acha que ele está governando mal. Isto é típico do parlamentarismo, que é um governo do Congresso, nomeado e demitido pelo Congresso, não escolhido pelo voto direto do povo.

No presidencialismo pode, sim, haver um impeachment do Presidente decretado pelo Congresso. Mas é preciso que fique bem demonstrado que o Presidente cometeu um grave crime de responsabilidade. E este caso não se aplica, absolutamente, à Presidenta Dilma Rousseff, que não cometeu nenhum crime, e que é reconhecida como pessoa de honestidade comprovada em toda a sua vida. Querer classificar como crime grave a chamada pedalada fiscal, que é mero artifício de contabilidade, cometido por muitos e muitos presidentes, governadores e prefeitos, é um evidente forjamento que, este sim, chega a ser criminoso, de tão absurdo, maldoso e até desavergonhado.

Então é claramente Golpe o que estão querendo dar. Para indignada revolta daqueles que, como eu, lutaram durante vinte anos pelo restabelecimento da democracia no Brasil; da democracia limpa, sem forjamentos jurídicos e políticos de golpes.

E, mais, no presidencialismo a oposição pode discordar de políticas e medidas praticadas pelo governo, pode votar contra elas mas não pode provocar a paralisia do Executivo através de uma duradoura crise de ingovernabilidade. O Congresso é um dos poderes da República, tão responsável pelo bem público quanto o Executivo e o Judiciário. Não pode forjar crises permanentes com o propósito de denunciar o Executivo como incompetente, sem capacidade governamental, e assim justificar um impeachment perante a nação.

Há 52 anos, precisamente neste dia 31 de março, desencadeava-se o golpe militar, que implantou uma ditadura de 20 anos, contra a qual muitos dedicaram suas vidas. Neste longo período, a política foi posta de lado e desvalorizada, desinteressando a juventude e causando, por isso mesmo, um vácuo na formação de novas lideranças, que tão gravemente repercute hoje.

Sem líderes políticos, sem participação da juventude, o poder econômico tomou conta das campanhas eleitorais e de toda a vida política através da corrupção. O golpe obviamente não vai corrigir isso mas com certeza agravar o quadro de desmoralização dos políticos.

É 31 de março de 2016, dia de denunciar e reverter o golpe; que é contra a Nação Brasileira, é desastroso para a Nação Brasileira, e tem de ser fortemente repudiado por todos os brasileiros!

Registro, com orgulho e satisfação, a posição assumida pelo meu Clube de Engenharia que, ao contrário da OAB, não adere ao golpe mas o repudia.

Fonte: CARTA MAIOR
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A justificativa do impeachment começou com a conversa barulhenta de que o governo é corrupto.

É claro que deve existir corrupção no governo. 
Se até no Vaticano existe corrupção entre santos, ou aspirantes a santos, não é nenhuma surpresa que entre reles mortais a corrupção exista.

Como a conversa de governo corrupto não colou já que vem sendo comprovado pelas investigações que a corrupção existe independente de partidos políticos que estejam no governo, a conversa barulhenta mudou mais uma vez.

Como as investigações da Polícia Federal não encontraram provas que pudessem acusar a presidenta da república de corrupção, o que seria um crime grave, a turma pró impeachment embarcou em pedaladas contorcionistas para justificar o pedido de impeachment.

Confundindo a opinião pública ao misturar as investigações da lava jato com o pedido de impeachment, a velha mídia, além de desinformar, contribuiu para formatar a consciência de uma legião de pessoas insatisfeitas com o governo da presidenta.

Assim sendo, a manipulação midiática tem contribuido para aprofundar a crise política no país, fazendo com que grande parcela da sociedade defenda o impeachment pelo simples fato de não gostar do governo, ou que a presidenta é corrupta, ou que o comunismo está chegando, e outros absurdos mais.

A medida que a população foi tomando consciência do quadro político, naturalmente os atos contra o impeachment cresceram pelo país e mesmo pelo mundo. 
E em todos os atos ficou claro que a população percebe no processo de impeachment uma tentativa de um golpe de estado para retirar do poder a presidenta do país, uma vez que não existe acusação de crime ou ato que venha a justificar o impedimento da presidenta.

Com a percepção do golpe crescendo em todas as camadas da população brasileira, a turma pró impeachment, o pessoal da conversa barulhenta, mudou mais uma vez o discurso, ao afirmar, como fez ontem o ex-presidente Fernando Henrique, que não é necessário  que o presidente cometa um crime de corrupção para sofrer  impeachment, já que não se trata de um processo jurídico, mas sim um processo político.

Então, o caro leitor que acompanha todo o processo político do país conclui que:
- não existe nenhuma acusação contra a presidenta;
- a presidenta não cometeu nenhum crime;
- o pedido de impeachment que tramita no congresso nacional não tem nada a ver com as operações da Polícia Federal, em especial a operação lava jato;
- o processo de impeachment é político

Ao que parece, os dois lados, a favor do impeachment e contra o golpe, convergem para uma compreensão de que o golpe, ou impeachment, tem motivações políticas.

No regime presidencialista brasileiro não se justifica trocar um presidente pelo fato do governo não ser bem avaliado pela população. Aliás, se justifica, sim, no momento das eleições, porém, qualquer abreviação do mandato sem comprovação de crime de responsabilidade cometido pela presidenta, configura-se, claramente, como um golpe de estado, uma ruptura democrática.

Assim sendo a tentativa de um golpe de estado - já podemos falar claramente em tentativa de golpe - acontece desde outubro de 2014, quando a presidenta Dilma foi encaminhada pela maioria da população brasileira para mais um mandato de quatro anos.

Esse processo de golpe, que se arrasta por 18 meses, tem sido patrocinado e conduzido pelas oposições políticas ao governo; partidos de oposição, a imensa maioria dos meios de comunicação privados e por alguns setores do empresariado, que não medem esforços para criar todas as condições para a ingovernabilidade.

Tanto é verdade que com o crescimento da resistência contra o golpe que acontece no país e pelo mundo, alguns setores da oposição já admitem que dificilmente o impeachment será aprovado no congresso nacional, a ponto de um dos maiores defensores do caos e da ingovernabilidade, o deputado Eduardo Cunha - legalmente acusado de corrupção e lavagem de dinheiro - ter afirmado, hoje, que caso impeachment seja derrotado no congresso as oposições farão de tudo para manter a ingovernabilidade.

Em defesa da Democracia, do estado de direito, das conquistas sociais, da governabilidade e da estabilidade política e social, que  políticos devem ter seus mandatos subtraídos, caro leitor? 




















Vi


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