quarta-feira, 9 de março de 2016

E os outros ?



A LAVA JATO E O JATO DE LAMA EM MARIANA


O presidente da Construtora Norberto Odebretch foi preso, julgado e condenado a 19 anos de prisão.

A construtora, maior da América Latina, emprega 165 mil pessoas.

O presidente foi julgado por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, envolvendo contratos com a Petrobras,

Petrobras, empresa estatal, dinheiro público, meu, seu, caro leitor, dinheiro do povo brasileiro.

A empresa Samarco, responsável pela barragem de rejeitos de mineração que se rompeu em novembro de 2015 nas Minas Gerais sumiu do noticiário.

O rompimento da barragem destruiu um distrito do município de Mariana matando pessoas, destruindo histórias de vida, deixando desabrigados dezenas ou centenas de pessoas, contaminando o meio ambiente e matando o Rio Doce.

A morte do rio Doce afetou a vida de milhares de pessoas que viviam da pesca.

Até o momento ninguém foi detido, encarcerado e a maioria da população brasileira não conhece os nomes e imagens dos principais executivos da Samarco.

A Samarco, além de destruir vidas, destruiu o capital natural, que é meu, seu, Caro leitor, capital do povo brasileiro.

A mineradora que sujou e matou a jato pessoas e ecossistemas é aliada ideológica do jato jurídico-midiático que por meses vem fazendo uma lavagem na consciência do povo brasileiro. Tanto é aliada, que tão logo a velha mídia tomou conhecimento do acidente, o rompimento da barragem, informou que o acidente teria sido motivado por um terremoto.

O presidente e principais executivos da Samarco serão detidos, expostos na mídia, julgados e condenados a penas de 19 anos de detenção ?





Jato de Lama

Em jornada de lutas, mulheres escracham Vale S.A. no Rio de Janeiro


8 March, 2016 - 17:47 — Simone

Atividade foi organizada pelo MAB; Na ação, um grupo do Levante Popular da Juventude também jogou em frente à sede da mineradora a lama trazida da destruição provocada no rio Doce e lembrou o nome dos 19 mortos na tragédia em Mariana.

Por André Vieira
Do Rio de Janeiro (RJ)

No dia que marca o Dia Internacional da Mulher, nesta terça-feira (8), camponesas de diferentes estados brasileiros foram até a entrada da Vale S.A. denunciar a ação da empresa na Bacia do Rio Doce.
A mineradora é uma das donas da Samarco, empresa responsável pelo que ficou conhecido como maior crime ambiental brasileiro, ocorrido em novembro de 2015 com o rompimento de duas barragens em Mariana, em Minas Gerais. Na ação desta terça-feira, um grupo do Levante Popular da Juventude jogou em frente à sede da empresa, no Rio de Janeiro, a lama trazida da destruição provocada no rio e lembrou o nome dos 19 mortos na tragédia.
Organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a atividade no Rio de Janeiro é parte de uma ação nacional para denunciar a Vale, com manifestações por todo o país. “Estamos mobilizadas no país inteiro para fazer marchas, ações, vigílias e escrachos para denunciar a Vale que é responsável e culpada pelo desastre social e ambiental que aconteceu em Mariana com o estouro da barragem", destaca Alexania Rossato, integrante do MAB.
Mulheres de diferentes idades, de diferentes raças, mas com um desejo em comum: cobrar justiça pelo dano causado ao povo do Rio Doce. “É muito importante apoiar as companheiras atingidas por barragens e ser contra a Vale, que assassinou 19 companheiros em Mariana. Não foi um acidente”, denuncia Luma Vitório, do Levante Popular da Juventude.
Ao chegar na sede da Vale, no bairro do Leblon, zona sul do Rio, os manifestantes encontraram a Polícia Militar do Rio de Janeiro cercando a entrada do prédio. “É muito estranho ver a polícia protegendo uma empresa criminosa”, adverte Alexania.

Alexania Rossato, do MAB, comenta o ato no Rio

Outros crimes

Além do crime ambiental ocorrido em Mariana, a Vale é também denunciada por financiar o massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, onde 21 trabalhadores rurais foram assassinados pela Polícia Militar.
“Esse ano essa empresa completa outro aniversário, 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás. Há 20 anos essa empresa financiava a Polícia Militar para assassinar os companheiros na 'Curva do S'. Não esquecemos, Vale! Não adianta se esconder no Leblon, que nós te achamos”, frisa Sandra Quintela, da Articulação dos Atingidos pela Vale.

Berta Cáceres

O ato serviu ainda para homenagear Berta Cáceres, importante liderança dos atingidos por barragens de Honduras, país da América Central. Ela foi assassinada no dia três de março deste ano em sua casa. “A luta aqui no Brasil [dos atingidos por barragem] é a mesma luta de Berta Cáceres. Por isso estamos hoje também lembrando porque ela é uma grande inspiração e esse crime não passará em branco. Exigimos justiça!”, finaliza Sandra Quintela.

Novas atividades

A mobilização seguirá na manhã desta quarta-feira (9), quando o Movimento de Atingidos por Barragens fará um novo ato na porta da Eletrobrás, no centro do Rio, para exigir o fim da privatização do setor elétrico.

Fonte: BRASIL DE FATO

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A LAVA JATO E O JATO DE LAMA EM MARIANA

O presidente da Construtora Norberto Odebretch foi preso, julgado e condenado a 19 anos de prisão.

A construtora, maior da América Latina, emprega 165 mil pessoas.

O presidente foi julgado por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, envolvendo contratos com a Petrobras,

Petrobras, empresa estatal, dinheiro público, meu, seu, caro leitor, dinheiro do povo brasileiro.

A empresa Samarco, responsável pela barragem de rejeitos de mineração que se rompeu em novembro de 2015 nas Minas Gerais sumiu do noticiário.

O rompimento da barragem destruiu um distrito do município de Mariana matando pessoas, destruindo histórias de vida, deixando desabrigados dezenas ou centenas de pessoas, contaminando o meio ambiente e matando o Rio Doce.

A morte do rio Doce afetou a vida de milhares de pessoas que viviam da pesca.

Até o momento ninguém foi detido, encarcerado e a maioria da população brasileira não conhece os nomes e imagens dos principais executivos da Samarco.

A Samarco, além de destruir vidas, destruiu o capital natural, que é meu, seu, Caro leitor, capital do povo brasileiro.

A mineradora que sujou e matou a jato pessoas e ecossistemas é aliada ideológica do jato jurídico-midiático que por meses vem fazendo uma lavagem na consciência do povo brasileiro. Tanto é aliada, que tão logo a velha mídia tomou conhecimento do acidente, o rompimento da barragem, informou que o acidente teria sido motivado por um terremoto.

O presidente e principais executivos da Samarco serão detidos, expostos na mídia, julgados e condenados a penas de 19 anos de detenção ?








 




terça-feira, 8 de março de 2016

As formas togadas e midiáticas da violência política



AS FORMAS TOGADAS E MIDIÁTICAS DA VIOLÊNCIA POLÍTICA

A semana que se inicia será decisiva para os destinos da disputa política.

Os discursos de Lula logo após o depoimento na Polícia Federal abriram novos caminhos para a disputa.

Lula voltou aos velhos tempos de líder sindical dos anos de 1970. Falou duro, falou para o povo, e colocou combustível na militância do PT que andava com o tanque na reserva.

Os efeitos foram imediatos e em algumas cidades ruas foram ocupadas por manifestantes.

Imediatamente o lado da oposição reagiu talvez apreensivo, e o juiz Sergio Moro teve que emitir uma nota justificando sua decisão pela condução coercitiva. Passou recibo.

Indícios de preocupação nas oposições com os desdobramentos da ação violenta, desproporcional e desnecessária autorizada pelo Juiz Moro podem ser percebidas pela população.

No debate que se sucedeu sobre a ação, no final de semana, foi possível perceber que a decisão do magistrado ficou muito longe da aprovação pelo povo, deixando no ar um entendimento de que teria sido algo equivocado.

Esse entendimento, essa percepção de que teria sido um equívoco, pode ser percebida pela reação dos grupos que apóiam Moro, como a velha mídia, por exemplo.

Jornalistas e colunistas da velha mídia imediatamente passaram a acusar Lula e o PT de incentivar a violência, quando na realidade, e de fato, Lula chamou o povo para defender o país da violência da oposição que começa a definir contornos bem nítidos para a implantação de um Estado Policial.

Ainda hoje, segunda-feira, o jornal O Globo apresenta como manchete declaração de Marina Silva que acusa Lula e o PT de incentivar a violência. É algo mais ou menos assim, caro leitor:

“ o leitor caminha tranqüilo e é abordado por um sujeito que resolve aplicar uma rasteira. O leitor levanta-se, assustado, e leva outra rasteira. Levanta-se novamente e quando o sujeito tenta aplicar a terceira rasteira, o leitor aplica um golpe no sujeito que fica estirado no chão sem som e sem imagem. Depois que volta ao ar, o sujeito passa a acusar o leitor de violento”.

Essa é a tática de início de semana que as oposições colocam no ar, em prática, através da sempre generosa velha mídia.

Lula acertou.

Para defender a Democracia e o Estado de Direito, a luta que se desenha deve acontecer nas ruas de cidades pelo país, e isso a militância do PT e setores da esquerda sabem fazer muito bem.

A Democracia, ainda que incompleta, que o caro leitor hoje desfruta, é fruto de muita luta que setores progressistas e de esquerda empreenderam pelo país nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Os setores políticos de direita ,influentes setores do empresariado, a velha mídia e muitos que hoje são oposição aos governos do PT, não foram às ruas lutar pelo restabelecimento da Democracia, ao contrário, de tudo fizeram para manter o Estado de Exceção, o mesmo Estado que querem , agora, de volta para o país.

Lula acertou no tom. A luta deve acontecer nas ruas.




Uma Notícia Insistente


UMA  NOTÍCIA  INSISTENTE


Mais uma vez, e foram muitas vezes, o tal tríplex no Guarujá é notícia de primeira página neste domingo.

Mais do que uma simples notícia, o tríplex é manchete, manchete principal do jornal O Globo, sempre ele.

Fico aqui imaginando, pensando, e acredito que o leitor faça o mesmo, se o tal tríplex pertence de fato ao Lula.

Pelo que se conhece até o momento, o tríplex insistente é bem mixuruca em se tratando de um apartamento com três pavimentos. Com 260 m² de área construída, e considerando que a área útil, área de tapete, deve-se retirar algo em torno de 10% da área construída, o tríplex notícia fica com algo em torno de 240 m².

Considerando que o imóvel por ter três pavimentos deve ter dois lances de escadas, isso reduz ainda mais a área de convivência, já que escadas podem ser consideradas como áreas de circulação. Ninguém dorme ou faz refeições em escadas, não é mesmo caro leitor?

Com isso, o tríplex escandaloso do Lula, segundo a velha mídia, vai se transformando, na prática, em um bom apartamento de praia com quatro dormitórios, algo perfeitamente normal para o patrimônio de um ex-presidente.

Até aí nada de anormal já que Lula poderia adquirir o imóvel sem problemas.

O que se discute, e como se discute, é se o tríplex foi parte de alguma propina que Lula teria recebido de alguma empreiteira.

O leitor sabe que presidentes de países recebem muitos presentes durante o período de exercício da presidência. Cada viagem ao exterior, segundo o protocolo, sempre envolve a troca de presentes entre os chefes de governo e de estado, como as simplórias camisas de times de futebol até mesmo objetos e obras de arte de grande valor.

Alguns presentes ficam como parte do acervo da presidência da república, como o automóvel utilizado pelos presidentes no dia da posse, outros são de propriedade do presidente em exercício. Até mesmo animais são ofertados como presentes, já que alguns executivos se interessam por esportes, como o hipismo, por exemplo.

Fernando Henrique Cardoso, um ex-presidente, sabe muito bem disso, pois recebeu inúmeros presentes.

Não se sabe se FHC ganhou algum cavalo de raça, pois em determinado momento de seu governo desfilou para as generosas câmeras da velha mídia montado em um jegue.

Lula, durante os oito anos de governo, assim como FHC, viajou muito pelo mundo, e, obviamente, recebeu muitos presentes. Recordo que ao final de seu mandato, declarou que seriam necessários alguns contêineres para transportar todos os presentes que recebeu, e que estavam amontoados no Palácio do Governo. Disse, na ocasião, que alguns fariam parte de um museu.

O que fica como propriedade de um presidente que governou por oito anos é um patrimônio interessante.

Isso se dá na relação entre chefes de estado e de governo, como também nas relações entre chefes de governo e a iniciativa privada.

Sem entrar no mérito se os presentes recebidos configuram práticas imorais, amorais ou normais, o fato é que tais práticas são amplamente disseminadas no mundo, em um grande número de países.

Presidentes de grandes e poderosos países, como os Estados Unidos, por exemplo, fazem, durante e após seus mandatos como presidentes grandes lobbies em nome de empresas americanas para a obtenção de contratos que venham a favorecer as corporações.

Com isso, recebem presentes pelos serviços de apoio prestados. E são presentes de porte, alguns de grande valor.

A exclusividade obtida pela empresa americana Halliburton para explorar os poços de petróleo no Iraque após a invasão americana em 2003 àquele país, deve ter rendido muitos presentes a administração de George W. Bush.

O ex-presidente Bill Clinton, até hoje, passados 15 anos em que deixou a presidência dos EUA, continua fazendo lobbies pelo mundo em favor das corporações americanas.

Lula, durante o seu mandato, fez o mesmo para as empresas brasileiras, principalmente grandes empresas de engenharia que passaram a ter um protagonismo no mundo.

O leitor deve lembrar que durante os governos de FHC a indústria naval brasileira foi literalmente sucateada. Navios e plataformas necessários para o país eram construídos em outros países, muitos no continente asiático. O argumento era que os custos de construção nos países asiáticos eram bem mais interessantes.

Quando isso acontece, como de fato aconteceram, os empregos que seriam gerados aqui no Brasil passam a ser gerados nos países escolhidos.

De acordo com essa lógica, o desemprego aqui no Brasil no setor naval poderia ser considerado como fruto de externalidades.

Durante os governos Lula, essa lógica foi flexibilizada e parcialmente revertida e a indústria naval brasileira ressurgiu com força gerando milhares de empregos e fortalecendo o conhecimento tecnológico nacional.

A engenharia brasileira, reconhecidamente, está entre as melhores do mundo, e com grandes obras em vários países, nos cinco continentes.

E é aí que o bicho pega.

O Brasil, por ser um país emergente, não pode ter um protagonismo de ponta e não deve se envolver com tecnologia, já que segundo o sistema político e econômico mundial o lugar do Brasil deve ser o de exportador de matérias primas - commodities - e no máximo produtos semi-acabados com baixo valor agregado. Em outras palavras, nada de produzir e exportar fios cirúrgicos derivados da indústria petroquímica, o país deve exportar o óleo cru.

Nos oito anos de FHC, essa lógica foi seguida a risca.

Lula e em parte o governo Dilma, como é de conhecimento do leitor, flexibilizaram essa lógica e, certamente, enfureceram os segmentos econômicos interessados em explorar este nicho que o país ocupou.

Na lógica do capitalismo selvagem dominante, o que o Brasil faz seria uma espécie de protecionismo, em áreas sensíveis e estratégicas para muitos países.

Na prática, Lula, e em parte Dilma, não fazem nada de diferente do jogo político e econômico mundial, no entanto, o Brasil é um país emergente, e como tal, em algum momento isso será cobrado em forma de ataques.

Como exemplo, o senador e eterno candidato a presidência, Jose Serra, disse a uma executiva da petroleira Chevron, durante a aprovação das regras para exploração do petróleo da camada pré-sal, alguns anos atrás, que no momento adequado essas regras seriam revertidas e as petroleiras estrangeiras teriam espaço e vantagens significativas para entrar no negócio.

O caro e atento leitor, que não se informa por veículos da velha mídia, já percebeu que à medida que avançamos no texto, nos aproximamos da Operação Lava-Jato da Polícia Federal.

A tentativa de esfacelamento das empresas brasileiras de engenharia de grande porte e de alta tecnologia, empreendidas pela Operação Lava-jato sob a batuta do Juiz Sergio Moro, não tem nada de moralizante e muito menos visa combater a corrupção.

O que está em jogo, como escrevi ao longo deste artigo, é a abertura de mercado para empresas estrangeiras em setores da economia sensíveis e estratégicos para muitos países, além, claro, da destruição política do ex-presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores. A destituição da presidenta Dilma do cargo de presidente da república antes do final do mandato, seria uma conseqüência natural do sucesso da operação em curso.

Assim sendo, a prisão e execração pública de empresários do setor de engenharia de grande porte, como sendo pessoas desonestas corruptas e imorais, além da destruição da imagem da Petrobras com centro disseminador de corrupção (quando na realidade a Petrobras funciona como um motor de desenvolvimento e crescimento para o país) irão abrir o espaço desejado pelas empresas e países estrangeiros.

Para o povo que acompanha o noticiário pelos veículos de comunicação da velha mídia (telejornais, jornais impressos, revistas, notícias em emissoras de rádio e mesmo em sites e redes sociais da internete) fica a imagem que o país, governantes, políticos e empresas do governo, são antros e focos de corrupção sistêmica e que a "coragem” de um juiz viabilizará a tão esperada chegada da moralidade. Nada mais irreal e delirante do que pensar desta forma.

Que fique bem claro que não estou a dizer que a corrupção não existe. A corrupção existe, sempre existiu, e sempre existirá, pois está inserida na lógica do sistema capitalista. O capitalismo não sobrevive sem as práticas de corrupção, lavagem de dinheiro e toda a sorte de crimes financeiros. No entanto, muito do que vem sendo atribuído como crime a Petrobras, ao governo, políticos e mesmo ao ex-presidente Lula, não passam de práticas do capitalismo mundial, práticas não escritas, inseridas em códigos e formas de conduta aceitas no mundo dos negócios.

A discussão sobre a moralidade de tais práticas, sobre a ética na política e nas relações econômicas (uma utopia delirante) é algo interessante e inspirador, no entanto, tais discussões não podem ocorrer, em hipótese alguma, no âmbito e bojo da Operação Lava-jato, uma vez que a operação que tem a condução do Juiz Sergio Moro, conforme bem descrito neste artigo, não se destina a mudar a cultura política do mundo e menos ainda cultura política do país.


A condução espalhafatosa e midiática do ex-presidente Lula para depor na Polícia Federal, pode ser o marco da consolidação de um Estado Policial no país. De alguma forma, e sempre em nome da segurança, os principais países democráticos do mundo já vivem algo similar e bem próximo de um estado policial. Assim sendo, o Brasil estaria entrando no grupo e ocupando o seu devido lugar, e a democracia estaria sendo ajustada às normas do sistema capitalista mundial, já que a expressão do sistema capitalista atual e uma democracia plena participativa popular com transparência são incompatíveis.

O sistema capitalista necessita das sombras para crescer e se multiplicar, e para tal, escolheu no Brasil, através da Operação Lava-jato, um discurso moralizante e de combate a corrupção para fazer justamente o oposto, ou seja, diminuir a transparência das ações do governo e ainda aumentar a opacidade dos negócios.


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A Guarda privada do acervo de Lula é crime ?  E a dos nove caminhões que FHC levou do Palácio ?


Por Fernando Brito · 08/03/2016
O pessoal do “peguem Lula de qualquer jeito” está fazendo onda com o acervo do ex-presidente Lula, como se o ex-presidente Lula o tivesse carregado indevidamente, como antigamente se levava um cinzeiro de hotel.
Então vamos fazer um be-a-bá para entender que o acervo é propriedade privada do ex-presidente, apenas sujeito a condições especiais de guarda e de – atenção, atenção! – venda, se este assim o desejar.
E foi assim com Fernando Henrique Cardoso que, aliás, levou nada menos que “NOVE caminhões de mudança do Palácio do Planalto e guardou o que eles em depósitos pagos por empresas privadas”
Sabem onde está escrito isso? É, na revista Época…em matéria publicada em dezembro de 2010.
A mesma que, quatro dias atrás, quer fazer escândalo com o pagamento pela guarda do acervo de Lula e conta com o furor do Ministério Público, achando que isso é “vantagem indevida”. Se é, vão conduzir coercitivamente FHC para saber quem pagou a guarda de seu acervo de nove caminhões durante um ano, como informa a Época?
E sabe o que tem de errado nisso?
Nada.
Este acervo é privado, nos termos do Decreto Nº 4.344, de 2002 (de FHC, portanto), que regulamenta a Lei 8.394/91.
Tanto é assim que o artigo 2º da lei diz: “os documentos que constituem o acervo presidencial privado são na sua origem, de propriedade do Presidente da República, inclusive para fins de herança, doação ou venda.”
Herança, doação ou venda; portanto, privados. O único que se estabelece é que a União, querendo, terá prioridade para adquiri-los, por seu valor histórico.
O decreto de FHC vai além e determina até o que o presidente tiver antes de tomar posse é considerado acervo presidencial o que, se não continuasse a ser privado, constituiria um confisco de bens pessoais.
E os presentes que Lula recebeu em suas viagens são considerados acervo presidencial?
Veja o que diz o decreto de FHC, com grifos meus:
Art. 3o Os acervos documentais privados dos presidentes da República são os conjuntos de documentos, em qualquer suporte, de natureza arquivística, bibliográfica e museológica, produzidos sob as formas textual (manuscrita, datilografada ou impressa), eletromagnética, fotográfica, filmográfica, videográfica, cartográfica, sonora, iconográfica, de livros e periódicos, de obras de arte e de objetos tridimensionais.
Com ajuda da Época (a de 2010) fica fácil mostrar como são objetos absolutamente extra-mercado, cujo valor não pode ser mensurado nos limites dos “presentes”.
“No depósito do acervo presidencial, coroas de ouro dividem espaço com coroas de garrafa PET

No acervo de Lula, há um pouco de qualquer coisa. Somadas todas as camisas de futebol recebidas pelo presidente (duas, aliás, assinadas por Kaká e pelo português Cristiano Ronaldo), ao menos um time completo conseguiria entrar em campo. Fidel Castro não deixa passar nenhuma data comemorativa sem enviar uma caixa de charutos cubanos ao presidente, que acumulou várias delas nos últimos oito anos. Fazem companhia a um capacete de Ayrton Senna, doado por sua irmã, Viviane Senna, e a uma coleção de bombachas e cuias de chimarrão, enviada por populares.
Essa é uma característica do arquivo de Lula, em que os presentes dos dignatários se misturam às ofertas de gente comum. Quando o presidente teve bursite no ombro, em maio de 2003, o acervo foi inundado por unguentos, como a banha do peixe-boi, o sebo de carneiro ou o “lubrificante nerval” – uma mistura indecifrável de ingredientes que cheira à arnica e promete curar desde caspa a câncer de próstata. Do Nordeste, uma senhora que supôs que o nordestino Lula poderia sentir frio no Planalto Central enviou a ele um par de meias de lã vermelhas tricotadas por ela. O presidente ganhou até um torno mecânico, semelhante ao que decepou um de seus dedos da mão esquerda.
Alguns presentes contam muito sobre quem os deu. Enquanto os do ex-presidente americano George W. Bush se resumiam a botas e cintos de couro rústicos, Barack Obama deu a Lula uma sofisticada peça de cristal negro ornamentado com a gravação do primeiro artigo da Constituição dos Estados Unidos (aquele que estabelece os limites dos poderes federais). Os presentes de líderes do Oriente Médio são pródigos em ouro e pedras preciosas. Da Coreia do Sul, Lula ganhou uma coroa de ouro e jade, réplica de um dos tesouros nacionais do país. O ex-presidente Fernando Henrique tem um objeto semelhante em seu acervo. Curiosamente, a coroa de Lula tem mais do que o dobro do tamanho da coroa de FHC. “Talvez seja um reflexo da popularidade do atual presidente ou do ânimo dos coreanos em investir no país”, diz, em tom de blague, Danielle Ardaillon, curadora do acervo do Instituto FHC.”
E é mesmo só olhar lá. Há objetos de ouro e brilhantes, mas sem valor comercial, a menos que se desmanchasse e derretessem para vender a peso. Há prêmios e comendas. Há de tudo.
Aliás, nem se pode dizer, entre eles, quais foram, de fato, levados por Lula ou quais não foram presentes trocados em visitas de chefe de Estado, mas enviados como presente pessoal.
E os nove caminhões de Fernando Henrique carregavam só papéis?
Ou ele aproveitou e fez um frete do seu próprio ego?

Fonte: TIJOLAÇO





sábado, 5 de março de 2016

As Trapalhadas de Moro e da Mídia

Ativistas pró-Lula se concentram em frente à casa do ex-presidente

Ativistas fazem ato em apoio a Lula
Lula desce do apartamento para se encontrar com militantes 

Lula desce do apartamento para se encontrar com militantes 

Centenas de militantes do Partidos dos Trabalhadores e ativistas pró-Lula se concentram, na manhã deste sábado ( 05.03.2016), em frente à casa do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, São Paulo. A presidente Dilma Rousseff vai se encontrar com Lula nesta tarde.

Na sexta-feira, militantes do PT fizeram atos em vários pontos do país, em defesa do ex-presidente, após ele ter sido alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato. Ele foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento na Polícia Federal.

A Polícia Militar estima que 250 pessoas estão no local. Os organizadores falam em 1 mil participantes. Uma via próxima ao apartamento está fechada para a circulação de carros. Há policiamento no local e clima é tranquilo.

Ativistas fazem ato em apoio a Lula"Estamos na rua para poder deixar claro o apoio ao ex-presidente Lula. Acreditamos que ele não está envolvido em nenhuma irregularidade. Não vejo Lula cometendo algum ilícito e arriscando a imagem que construiu desde o sindicato, de luta contra a ditadura", disse o presidente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, Rafael Marques. "Estamos aqui para defender uma legado, um período da nossa história em que os trabalhadores foram a principal motivação das políticas sociais do país", acrescentou.

Se quiserem me derrotar, vão ter de me enfrentar nas ruas, diz Lula

Em discurso para a militância petista, na quadra do Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo, o ex-presidente Lula disse na noite desta sexta-feira (4) que não irá se calar mesmo ameaçado por perseguição política e denúncias infundadas. E que para derrotá-lo, os opositores terão de enfrentá-lo nas ruas

Lula falou em ato organizado pelo PT, sindicatos e movimentos sociais sobre a situação política após ter sido conduzido pela Polícia Federal ao Aeroporto de Congonhas para depor nas investigações Operação Lava Jato.
“Eu vim aqui para dizer o seguinte: eu não sei se vou ser candidato, mas eu queria dizer a todos que me ofenderam hoje pela manhã que foi uma ofensa; um ex-presidente que fez por esse país o que eu fiz, não merecia receber o que eu recebi hoje de manhã. Mas sem mágoa. Quero dizer para você aqui, se eles tiverem que me derrotar, eles vão ter que me enfrentar nas ruas deste país”, disse o ex-presidente.

Manifestantes fazem atos de apoio e contra Lula em diversas cidades

Após Lula ter prestado depoimento na Polícia Federal, militantes favoráveis a Lula fizeram atos em várias cidades do país para criticar a ação da Polícia Federal e a Justiça. Outros grupos se manifestaram contra o ex-presidente em São Paulo e em Brasília.

No fim da tarde de sexta-feira (4), manifestantes com bandeiras de centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos de esquerda se reuniram na Central do Brasil, no centro do Rio de Janeiro, em ato de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles protestam contra o fato de Lula ter sido conduzido coercitivamente para prestar depoimento na sala da Polícia Federal, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

A deputada federal Benedita da Silva (PT) disse que o ato foi marcado na Central do Brasil porque é “onde o povão passa” e para mostrar que a militância está na rua para impedir qualquer tentativa de se derrubar o governo eleito.
“Iremos impedir este golpe, a sociedade brasileira vai ficar sabendo qual é a verdadeira face do golpismo dessa direita e dessa oposição que não quer que o Brasil ande, que querem dar impeachment à Dilma e querem tirar o Lula de jogada, porque sabem que 2018 está chegando e ele pode voltar. Então, estamos aqui para defender o Estado democrático de Direito, impedir realmente que haja retrocessos nesse país, seja nas decisões do Congresso ou nas decisões judiciais”, disse a deputada, acrescentando que as investigações continuem, mas que não sejam "seletivas".

Para o deputado estadual Carlos Minc (PT), a Polícia Federal “errou na mão completamente” na operação de sexta-feira, mas salientou que o Brasil é uma democracia e as instituições não serão afetadas. “Acho que Lula tem que esclarecer tudo, é normal, qualquer um tem que esclarecer. Acho que a gente tem que acalmar a situação política para enfrentar o desemprego, essas coisas, uma tristeza; eu vejo os estaleiros. Eu acho que até o pessoal mais crítico errou a mão, porque agora o Lula, que naturalmente quer esclarecer tudo, é o principal interessado. Ele, nitidamente está como uma vítima”, ressaltou.

Fonte: JORNAL DO BRASIL


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Ministro do STF faz duras críticas a Sergio Moro

05/03/2016 Miguel do Rosário
Na coluna da Monica Bergamo, na Folha.

Ministro do STF diz que decisão de Moro foi 'ato de força que atropela regras

04/03/2016 16h28

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello fez críticas contundentes à decisão do juiz Sergio Moro de conduzir coercitivamente o ex-presidente Lula para depoimento.

"Condução coercitiva? O que é isso? Eu não compreendi. Só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão que resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado", afirma ele.

O ministro diz que "precisamos colocar os pingos nos 'is'. Vamos consertar o Brasil. Mas não vamos atropelar. O atropelamento não conduz a coisa alguma. Só gera incerteza jurídica para todos os cidadãos. Amanhã constroem um paredão na praça dos Três Poderes."

A Folha conversou com outro magistrado do STF que concorda com a opinião de Mello, emboraprefira não se manifestar publicamente.

Mello ironiza o argumento de Moro e dos procuradores de que a medida foi tomada para assegurar a segurança de Lula.

"Será que ele [Lula] queria essa proteção? Eu acredito que na verdade esse argumento foi dado para justificar um ato de força", segue o magistrado. "Isso implica em retrocesso, e não em avanço."

O fato de se tratar de um ex-presidente agravaria a situação, segundo ele.

Para Mello, o juiz Moro "estabelece o critério dele, de plantão", o que seria um risco. "Nós, magistrados, não somos legisladores, não somos justiceiros."

O ministro afirma ainda: "Se pretenderem me ouvir, vão me conduzir debaixo de vara? Se quiserem te ouvir, vão fazer a mesma coisa? Conosco e com qualquer cidadão?"

Ele segue: "O chicote muda de mão. Não se avança atropelando regras básicas"


Fonte: O CAFEZINHO
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"MPF e Moro deveriam ser punidos", afirma professor da PUC-SP

4 March, 2016 - 19:52 — Vivian Fernandes

Segundo Celso Bandeira de Mello, a condução coercitiva foi uma "ilegalidade grosseira", mas quando se acaba o Estado de Direito, tudo pode acontecer.


Por Rute Pina,
Da Redação

"Foi cometida uma ilegalidade grosseira. Não se conduz coercitivamente alguém se não quando este alguém se recusa a depor". Com esse esclarecimento, o jurista e professor emérito da PUC-SP, Celso Antônio Bandeira de Mello, afirma que o juiz Sérgio Moro e o Ministério Público Federal do Paraná deveriam ser punidos por autorizar a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta sexta-feira (4).

Bandeira de Mello, um dos maiores especialistas em direito administrativo do país, acredita que Moro e o MPF deveriam sofrer uma sanção "por ter desorbitado na sua competência". No entanto, ele acredita que isso não ocorrerá, e critica: "estamos agora em um 'Estado Policial', em que a imprensa é quem decide as coisas e os outros fazem. E quando acaba o Estado de Direito, tudo pode acontecer."

O jurista ainda analisa que o resultado da ação será o oposto do que espera a oposição. "Este tiro saiu pela culatra, porque isso vai provocar uma união do PT" , afirmou em entrevista ao Brasil de Fato.

Confira:

Qual sua avaliação sobre o mandado de condução coercitiva para o ex-presidente Lula nesta sexta-feira, 4 de março de 2016 ?
Na verdade, nem é uma avaliação, mas uma verificação jurídica: foi cometida uma ilegalidade grosseira. Não se conduz coercitivamente alguém se não quando este alguém se recusa a depor. Se é uma pessoa que nunca se recusou a depor; com um local certo, que todo mundo sabe onde está; se é uma pessoa pública como é o caso do ex-presidente Lula, que sempre depôs quando convocado, não tem nenhum sentido uma condução coercitiva.
Uma condução coercitiva é uma violência, literalmente, em um caso como este. Isso é um ilegalidade grosseira. Se nós estivessémos em um Estado de Direito, quem determinou essa ilegalidade obviamente sofreria uma sanção por ter desorbitado na sua competência.


Cabe alguma representação contra o Ministério Público Federal ?
A meu ver, cabe contra o juiz que ordenou. E também contra o MPF, porque [o Ministério Público] não deve cumprir ordem manifestadamente ilegal. Essa é uma ordem ilegal, logo, também o MPF deveria ser punido.

Então caberia uma ação contra o juiz Sérgio Moro ?
Claro. Ele praticou uma ilegalidade. Ele e o Ministério Público. Mas isto, pelo ponto de vista do direito, mas nós não estamos mais no Estado de Direito. Para mim, isso é evidente. Estamos agora em um 'Estado Policial', em que a imprensa é quem decide as coisas e os outros fazem. E quando acaba o Estado de Direito, tudo pode acontecer.

Qual o precedente que esta ação abre, do ponto de vista jurídico ?
Na minha visão, não vai acontecer nada de relevante porque o que deveria acontecer é a responsabilização do juiz por essa ilegalidade, e do Ministério Público por ter cumprido a ordem ilegal. Essa deveria ser a sequência do ponto de vista do direito. Mas o ponto de vista do direito supõe uma normalidade, e não estamos vivendo em um clima de normalidade, não é? Eu, pelo menos, acho que não.
Na minha opinião, esse tiro saiu pela culatra porque isso vai provocar uma união do PT. O partido que estava muito de cabeça baixa, vai levantar a cabeça depois disso. O Lula, que estava muito comedido, provavelmente também vai se tornar mais ativo. De maneira que, quando ele ganhar as eleições, que é o que inevitavelmente vai acontecer agora que existe uma áurea de perseguir ele - e é evidente que isso tudo é uma perseguição contra ele, esse escândalo foi completamente desnecessário, descabido e ilegal, eu diria - a posição dos legalistas se fortaleceu
É isso que eu acho que é o resultado dessa medida inábil que eles tomaram. Mas é difícil falar do futuro, porque estou falando isso dentro de uma perspectiva do direito existente. Se o direito deixar de existir completamente, nada do que estou observando tem valor.

Fonte: BRASIL DE FATO
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Ontem, ao longo do dia, a velha mídia esteve excitadíssima com a condução de Lula para depor na Polícia Federal.

Como o ato autorizado pelo juiz capitão do mato Sergio Moro, e pelo Ministério Público foi algo grosseiro, ilegal e anti-democrático, os briosos repórteres , jornalistas da velha mídia e também apresentadores de diferentes programas que ocupam as tardes/noites diariamente nas emissoras de rádio e de televisão repetiam , a todo instante, que a detenção de Lula, da maneira como ocorreu, teria sido um momento histórico e um passo a mais para o fortalecimento da Democracia, do Estado de Direito e da República.

Hoje, no day after do atentado contra o Estado de Direito, o jornal O Globo em chamada de editorial, em primeira página, reafirma a vitória da Democracia e das Instituições, em uma repetição, pelo menos na chamada do título, do editorial redigido por Roberto Marinho no dia seguinte ao golpe civil-militar de 1964.

Quando algo vai mal, é grosseiro e fere de morte os princípios democráticos e civilizados, os comandantes do processo político golpista e criminoso, no âmbito midiático, tomam a dianteira do discurso jornalístico/informativo e tecem elogios a atuação dos responsáveis por tamanha grosseria.

O reconhecimento, íntimo, de que a ação atropela e ultrapassa os limites legais, democráticos e civilizados acaba por produzir um discurso oposto, como forma de preservar, manter e incentivar o processo político que visa destruir o Partido dos Trabalhadores, tornar Lula inelegível e ainda retirar a presidenta Dilma do cargo.

O processo de validar a ação cabe ao aparato midiático nas primeiras horas após o ato podendo durar por quase um dia inteiro.

A seguir, e mesmo em paralelo a etapa de consolidação, entram em cena os colunistas, articulistas e especialistas da velha mídia, que passam a tratar o depoente, no caso Lula, já como réu e chefe de uma quadrilha de criminosos, como o fez, hoje, o jornalista de O Globo, Merval Pereira, em seu artigo no jornal.

Consolida-se, desta forma, um processo midiático, que certamente neste final de semana terá , ainda, inúmeras declarações de apoio ao juiz do mato por parte de apresentadores de programas de auditório e celebridades convidadas, a dedo, para opinar sobre o caso.

Não faltarão para os olhos e ouvidos dos incautos telespectadores e ouvintes, declarações de repúdio aos já então criminosos e , também, desejos/pedidos de mudanças na condução do país, tudo isso terminado com os clichês de sempre, tipo; " assim não dá mais para continuar".

Como ninguém é de ferro, entrarão os comerciais com mulheres bonitas, muita cerveja, instituições bancárias humanizadas e muito mobiliário vulgar doméstico a preço de banana.

O espetáculo já está montado e as imagens de Lula sendo conduzido para depor serão repetidas várias vezes ao longo dos dias vindouros, e , claro, utilizadas para fins políticos nas eleições municipais deste ano, principalmente na cidade de São Paulo.

Políticos de oposição ao governo federal e ao Partido dos Trabalhadores, terão generosos microfones a disposição para desfilar proselitismos e demonstrar indignação com a situação do país, sem mencionar, claro, o assalto as merendas das criancinhas de São Paulo.

Enquanto isso, militantes e simpatizantes do governo , da Democracia e do Partido dos Trabalhadores , ressurgem em união para defender, principalmente, o Estado de Direito, a Democracia e a figura de um grande líder do país.

A ação do juiz Moro , com a participação da velha mídia, ao que se revela com o movimento dos ponteiros do relógio como algo descabido, violento, e , que tende a ter um efeito contrário ao desejado ao tornar o ex-presidente Lula um mártir.

Lula também é um mito para o povo brasileiro, e mitos são indestrutíveis.

sexta-feira, 4 de março de 2016

É Hora Povo nas Ruas











O dia começou com uma mega operação da Polícia Federal para deter Lula.

É isso mesmo caro leitor, Lula precisa ser detido, isso de acordo com a lógica da Polícia Federal, da velha mídia, das oposições, e de todos aqueles que não aceitam que o povo possa exercer o Poder, e mais, em exercendo o Poder seja bem sucedido.

Que os dois governos de Lula foram bem sucedidos , isso é fato.

Muitas pessoas, em pesquisas de opinião, afirmam de forma segura que Lula está entre os maiores presidentes da história do Brasil.

Também penso que Lula esteja entre os três maiores presidentes de nossa história.

Um retirante nordestino que chegou em São Paulo em um pau de arara se transforma em um dos maiores presidentes de nossa história.

A trajetória bem sucedida de Lula é algo inaceitável para as elites do dinheiro que controlam o Brasil por cinco séculos.

Na visão das elites o povo não pode dar certo, deve ser submisso,se contentar com festas e futebol.

Lula mudou essa regra, mudou a história, fez história, serve de exemplo para muitos e ainda ameaça voltar a se candidatar a presidência nas eleições de 2018.

Para as elites Lula já foi muto longe, logo, deve ser contido, detido, e, se possível, impedido de voltar à exercer um cargo público.

Logo que eleito, ainda no primeiro mandato, com apenas dois anos de governo, Lula sofreu a primeira grande investida com as denúncias do mensalão.

Para que o leitor refresque a memória, a prática contida no esquema chamado de mensalão consiste em pagar mesadas, propinas, que podem ser em dinheiro vivo, cargos no governo e outras vantagens mais.

O pagamento a políticos , parlamentares, tem como retorno a garantia de apoio aos projetos do governo.

A chamada base aliada do governo necessita ser irrigada, para que tenha um mínimo de ação aliada, e , mesmo assim não se comporta de forma fechada com o governo.

Somente os partidos da mesma linha ideológica do partido do governo votam fechados com as propostas do executivo.

Esse esquema de mesada e troca de favores, conhecido como toma lá dá cá, sempre existiu, tanto na esfera federal quanto nas esferas estadual e municipal.

Para que se tenha uma ideia, os avós e pais dos caros leitores ainda não tinham sequer nascidos e esse esquema já existia.

Agora, neste momento, em algum lugar do Brasil, em alguma cidade, alguma propina está sendo paga à algum deputado estadual, vereador, ou qualquer pessoa com proximidade com o Poder.

Os políticos; vereadores, deputados, senadores e outros, são eleitos como representantes do povo, porém, para que a agenda escolhida pelo povo e vitoriosa nas urnas seja mesmo que em parte implementada, tais políticos aplicam o toma lá dá cá.

Além disso, muitos políticos se elegem com plataformas ( ideias e propostas) em defesa do povo, no entanto, suas campanhas e mesmo toda a vida política são financiadas por grupos e empresas com interesses contrários ao povo que os elegeram.

Uma Democracia de aparências, literalmente, já que a sedução do eleitor se dá pelo discurso dissimulado; próximo, no caso de pequenas cidades, e pelo discurso midiático onde são trabalhados e apresentados um grande número de elementos de sedução.

Assim sendo, o esquema do escândalo do mensalão só veio a público porque políticos, empresários e grupos de oposição, resolveram denunciar algo em que sempre se beneficiaram ao longo de décadas, mesmo com prejuízo político para alguns do grupo, e, assim fizeram com o objetivo de retirar Lula do governo, um impeachment, o que não conseguiram naquele segundo ano do primeiro mandato de Lula, porém, se contentaram com todo o barulho e o escândalo produzido pois acreditavam, à época, que em função do mensalão Lula não seria reeleito.

Lula, mais uma vez na sua história de vida, contrariou a história e foi reeleito, sem que passasse por uma terrível pressão midiática que no final do primeiro turno da eleição, em 2006, de tudo fez, e conseguiu, para que Lula não fosse eleito em primeiro turno.

Pressão midiática repleta de factoides que ficou conhecida como o caso dos aloprados do PT.

Eleito, Lula fez um segundo governo excelente, bem melhor que o primeiro, e ainda conseguiu eleger seu sucessor.

No início da campanha eleitoral em 2010 a candidata de Lula, Dilma, tinha apenas traços nas intenções de voto, e ,mesmo assim , com a força de Lula, Dilma venceu as eleições.

O leitor deve se lembrar que na campanha de 2010, principalmente no segundo turno quando Dilma disputava com o eterno candidato José Serra, do PSDB, uma intensa campanha conservadora, retrógrada e repleta de elementos misóginos ocupou a cena dos debates e discussões.

Sai Lula, no entanto o PT deve ser contido, era a lógica das oposições.

Dilma venceu, o que foi mais um duro golpe para as elites que não acreditavam que alguém até então se recuperando de um câncer e sem exercer um cargo parlamentar ou executivo pudesse ser bem sucedido.

Para as elites, pior que a vitória de Dilma foi a vitória de Lula ao eleger Dilma.

Poucos meses após a vitória de Dilma as elites e oposições tiveram um alívio com a notícia da doença de Lula, um câncer que poderia afetar as cordas vocais do ex-presidente, o que se fato acontecesse seria o fim da carreira política de Lula.

Nos jornais, revistas e telejornais, a doença de Lula ganhou amplo destaque, com os mínimos detalhes do tratamento, e mesmo com certo ar de satisfação por parte de alguns jornalistas e repórteres amplamente engajados na agendas de seus patrões.

Lula se recuperou e Dilma, com a crise mundial avançando, fez um primeiro governo apenas razoável.

No entanto, para as elites e oposições, o PT já teria esgotado sua cota e Dilma não poderia, em hipótese alguma, ser reeleita.

Foi quando em 2015, no final do primeiro governo de Dilma, entra em cena a Operação Lava Jato da Polícia Federal, com foco nas relações dos governos com empresários e a Petrobras.

Se o mensalão não atingiu os objetivos desejados em 2005, as propinas com empreiteiras e empresas ligadas com o governo, certamente não iriam falhar, já que a prática assim como as mesadas do mensalão, tem origem em tempos imemoriais desse Brasil.

Tais práticas estão tão enraizadas na vida do brasileiro, que se o caro leitor contratar um bombeiro gazista para fazer um serviço em sua residência pelo preço de R$ 50, 00 e resolver pagar a metade adiantado, certamente ouvirá do bombeiro que teve um probleminha a mais e que será necesserário desembolsar mais um pouco.

Agora transfira essa prática para grandes contratos do governo com empresas ou mesmo de empresas do governo com empreiteiras.

Tudo é superfaturado, e nos diversos escalões dos governos e das empresas, pessoas, obviamente, recebem muito dinheiro.

Isso se aplica em todas as esferas, federal, estadual e municipal.

Aí está o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que agora é acusado , legalmente, de receber cinco milhões de dólares em contratos com a Petrobras.

Esses esquemas de propinas e superfaturamento envolvendo o governo , como escrevi acima, vem de longa data, no entanto, as investigações deveriam, como foram, ser abertas nos governos do PT, com todo o estardalhaço midiático e, claro, que sejam direcionadas para acusar Lula como o principal responsável.

Deter Lula, como agora acontece por parte de um juiz inconsequente, pode ser o estopim que venha a desencadear algo até então inimaginável.

O povo irá reagir.

terça-feira, 1 de março de 2016

Mytilus Galloprovincialis contam com a proteção de Globo

João Roberto, o Tijolaço não falha: a agropecuária marinha de Parati usa “fachada ambiental”!

barreiras
Agora que estou convencido de  que João Roberto Marinho, que pediu a publicação de esclarecimentos na condição de jornalista –  e, portanto, deve estar atento à nossa missão profissional de defender o bem e os bens públicos – estou me dedicando a reunir material, já imaginando aquela matéria longa no Jornal Nacional sobre a Agropecuária Veine Patrimonial,  uma picaretagem internacional destinada a encobrir a propriedade de uma mansão em Parati.
Pois  encontrei documentos oficiais – requerimentos junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, a partir de uma dica dada por um leitor – que definem, afinal, para que se montou um empresa aqui, controlada primeiro por uma offshore panamenha e , depois, por uma empresa do “miniparaíso fiscal” do Estado de Nevada, nos EUA, montada pela mesma Mossack-Fonseca que a Lava Jato fiz que é uma oficina de lavagem de dinheiro.
Está sentado? Sente-se, se não está.
A Agropecuária Veine construiu uma mansão milionária em área pública, com heliporto, e operava o helicóptero Agusta 109 prefixo PT-SDA em parceria com a Brasif, que contratou Mírian Dutra para, segundo ela, pagar a pensão do “ex-pai” de seu filho,  porque “se dedica a serviços de preservação de animais silvestres, especialmente vieiras e mexilhões para preservação ambiental”.
Não, eu não estou maluco, não.
É a afirmação contida num documento em que a Agropecuária Veine pedia o registro da marca Santa Rita – nome da praia onde está a mansão e, por acaso, enfrentou no registro de marcas e patentes a oposição da Céu Azul Alimentos, que desde 1997 havia registrado Santa Rita a marca de frangos que produz.
Como se sabe, frangos não são marítimos, a não ser na Rua Miguel Couto, no Centro do Rio, onde os portugueses assim chamam a sardinha frita, deliciosa, que servem, embora os portugueses possam ser Vieira, também.
Mais ainda, é o que consta em seu contrato social, que que se diz que, além de explorar imóveis e prospectara investimentos financeiros, sua atividade é a “manutenção de  animais em cativeiro, para fins de preservação”, tudo registrado em cartório…
Que meigo, não é? Um anônimo quer preservar nossos animais silvestres e, para isso, constrói uma mansão e opera um helicoptero de luxo.
Parece piada, Dr. João?
O documento está aqui e tenho todos os outros, inclusive a cópia do contrato social da Veine, guardados comigo. É só pedir a um jornalista – jornalista, viu, não oficial de justiça – que forneço com o maior prazer.
Eu sei que o senhor e os leitores dos seus jornais, espectadores de sua televisão e ouvintes de suas rádios não  podem acreditar que uma empresa offshore, montada no Panamá, venha para o Brasil  para “defender os animais silvestres”, especialmente as vieiras – também conhecidas como coquilles saint-jacques – e mexilhões com uma mansão cinematográfica e se registrando como operadoras de helicóptero .
A alegação de cultivo de ostras e mariscos é picaretagem conhecida, tanto que Luciano Huck a usou – e tomou uma tunda na Justiça – para fechar a praia diante de sua mansão em Angra, como publicou a Folha, em 2011.
Essa gente está tripudiando das autoridades e do povo brasileiro, João Roberto.
Será que foram eles que disseram à Bloomberg que a mansão era de sua família?
Não sei, este pessoal que manipula informações e se esconde no anonimato é capaz de tudo.
Aliás, não sei porque o senhor mandou uma advogada me “notificar” com um pedido de esclarecimentos por e-mail, um troço sem valor jurídico nenhum.
Vou continuar procurando, João Roberto, e partilhando tudo aqui, porque imagino que,  esta altura, equipes inteiras da Globo procurem os donos de fato desta “agropecuária marinha”.
Se o senhor ajudar , disposto a revelar quem é o farsante que está usando a Agropecuária Veine, tenho certeza que iremos desmascarar esta turma de aproveitadores.
PS. Espero ter lembrado o colega de pagar aquela merreca devida à União, por ocupar um terreno público  de mais de 130 mil metros quadrados
 Fonte: TIJOLAÇO
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Blogs sujos vão para cima da Globo

#FelizSemGlobo é um ato contra a censura da emissora
publicado 29/02/2016
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No Blog do Esmael:

#FelizSemGlobo: Blogs livres anunciam ato contra censura da TV Globo

Na próxima segunda-feira, dia 7 de março, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, às 19 horas, parlamentares, entidades da sociedade civil e blogs livres promoverão um inédito ato em defesa da liberdade de expressão e contra a censura da Rede Globo. A iniciativa do ato é do Instituto Barão de Itararé.

Recentemente, a Globo notificou extrajudicialmente os blogs Diário Centro do Mundo (DCM), O Cafezinho e Tijolaço para que ambos se abstivessem de noticiar a história do triplex da família Marinho em Paraty, no estado do Rio de Janeiro, cuja propriedade estaria em nome da offshore Mossak Fonseca.

A queda de braço entre blogosfera progressista e a Globo pode ser expressa pela campanha nas redes sociais contra a emissora fluminense. No Twitter, por exemplo, a hashtag #FelizSemGlobo vem liderando o top trends no Brasil.

Dentre os convidados para o evento pela liberdade de expressão estão os congressistas Pimenta (PT-RS), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Roberto Requião (PMDB-PR), bem como entidades como Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a ONG internacional Artigo 19 – que luta pela liberdade de expressão.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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O carioca, impressionado com os escândalos envolvendo a família Marinho e a famosa Paraty House, comentando com um amigo, saiu com essa:

Demasiatto malandrae atrapalhatto sunt.

Seu interlocutor, conhecedor do latim, deu uma de google e assim disse:

Você quis dizer Fumbles est fraudulentus

Uma coisa é certa, seja na expressão correta ou na aproximação,

malandro demais se atrapalha.

É o caso do Grupo Globo, com excesso de malandragem com a Paraty House.

Tem até criação de mexilhão, legalizada, com o intuito de preservar o molusco.

O Mytilus edulis ou Mytilus galloprovincialis, molusco bivalve da ordem Mytiloida, tem seus protetores nas águas de Paraty, perto da Paraty House.

Para tanto , são colocadas bóias, próximo a praia da Paraty House para criação do simpático molusco e , também servem como barreira para que embarcações não se aproximem da praia.
Os proprietários da Paraty House devem ter se inspirado em outros ricaços que possuem propriedades, ilhas, nas águas de Angra dos Reis e de  Paraty, e que também gostam muito de criar e preservar mexilhões.