quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Tucanorruptos


Diante de tantos escândalos e tanta hipocrisia, como o povo vai reagir após o carnaval?

Ao longo da história, o Brasil tem sido bombardeado por sucessivos escândalos de corrupção, muitos deles que até hoje esperam por uma punição. A ganância, a impunidade, e a guerra política são cicatrizes que o país carrega por décadas, e invariavelmente punem o mais indefeso e o mais inocente de todos: o povo.
Nos anos 1990,  o escândalo do Banestado envolveu remessas ilegais de divisas para o exterior, somando nada menos que US$ 19 bilhões.
Também nos anos 1990, os inquéritos das privatizações apontavam desde perdas bilionárias para os cofres públicos até o não cumprimento de regras básicas por parte da iniciativa privada, como por exemplo o fato de uma empresa não poder assumir duas companhias, o que aconteceu inclusive em processos que extrapolaram os prazos legais.
Na mesma época, o Proer tirou bilhões dos cofres públicos, usados para salvar bancos privados. Até hoje banqueiros estão recebendo de volta, ou estão na fila para receber de volta, aquele dinheiro do povo sacrificado, que contribuiu com seus impostos para que esses aventureiros de banco possam ter de volta seus butins. Como não lembrar de notórios escândalos como o do Banco Econômico, de Ângelo Calmon de Sá, e os famosos cheques sem fundo?
E ainda houve o caso dos anões do orçamento, no qual de 1989 a 1992, sete deputados da Comissão de Orçamento do Congresso fizeram emendas de lei remetendo dinheiro a entidades filantrópicas ligadas a parentes e cobravam propinas de empreiteiras para a inclusão de verbas em grandes obras.
Já nos anos 2000, uma operação da PF, batizada de Castelo de Areia, trouxe à tona novamente caso envolvendo políticos e empreiteiras. Deste vez era a Camargo Correia e mais de 200 políticos dos mais variados partidos relacionados com supostos crimes financeiros, lavagem de dinheiro, superfaturamento de contratos, fraudes em concorrências e pagamento de propinas.
Depois de todos estes escândalos, e de muitos mais, agora as crianças de São Paulo ficam conscientes de que merenda escolar deles poderia ser melhor, mas a parte importante da proteína vai para os ladrões de alunos.
Como se não bastasse esse governo tucano, temos o do Paraná, contra o qual o Ministério Público acaba de mandar abrir inquérito sobre sonegação de imposto, dinheiro do povo que se não fosse sonegado, iria para a saúde, a segurança e a educação.
A hipocrisia dos que acusam hoje faz com que o povo veja a classe politica com nojo. E como não sentir isso após notícias como a de um procurador, que denunciou que o Partido Popular foi o segundo partido que mais recebeu propina dos escândalos da Petrobras, somando nada menos que R$ 358 milhões?
Tudo isso sem considerar ainda os R$ 10 milhões que, segundo a própria Lava Jato, o ex-presidente do PSDB também recebeu.
Como se não bastasse, ainda não há certeza sobre quem é o dono do avião onde estava o ex-candidato à Presidência Eduardo Campos, no trágico episódio de sua morte.
Sem falar nos escândalos recentes da construção de estádios de futebol, onde arenas tucanas foram beneficiárias de grandes reformas, que envolveram suspeita de corrupção.
Diante de tudo isso, como fica o povo? Será que em razão de estarmos no carnaval, quando o povo precisa se alienar, haja alguma dúvida de que, depois de passar os festejos, não teremos uma população raivosa, claramente com sinais de se aproximarem do sentimento de vingança?
E o que dizer ainda do risco que o Brasil está correndo, com o deboche dos parlamentares que não querem ajudar, imaginando que é melhor a convulsão de uma crise social do que os impostos.
Estes desempregados, com toda a razão de estarem revoltados, terão apenas uma coisa em mente: como aguentar passivamente a fome, a falta saúde e falta de educação para seus filhos?


Fonte: JORNAL DO BRASIL
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'Operação Abafa': como o tucanato se mantém no poder

Desde o propinoduto e o caso Alstom até a 'máfia da merenda', reportagem lista 16 escândalos que os tucanos habilmente abafaram na imprensa e na Câmara.        


Tatiana Carlotti
Cacalos Garrastazu / ObritoNews
Mais um escândalo envolvendo governos tucanos veio à tona. Desta vez, a acusação é o superfaturamento em contratos para o fornecimento de merenda escolar à Secretaria de Educação e mais 22 prefeituras do estado de São Paulo. Em delação, na “Operação Alba Branca”, dirigentes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (COAF) citaram o deputado Fernando Capez (PSDB-SP), presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do Governo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos, o Moita, como participantes do esquema. Ambos negam.

Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o superfaturamento chegava a 25% no valor de cada contrato firmado entre a cooperativa e o setor público. O dinheiro era escoado do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O MPE aponta, ainda, o pagamento de propina pela Coaf para burlar a disputa com outras cooperativas no fornecimento da merenda. A fragilidade na fiscalização do Governo Alckmin já havia sido denunciada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Em artigo publicado no Diário do Centro do Mundo e republicado aqui, na Carta Maior, Mauro Donato detalha o esquema.

Denúncias relativas à “Máfia da Merenda” não são de hoje. Em 2000, as empresas de Sérgio de Nadai, De Nadai Alimentação e Convida Alimentação, foram tema de investigação por contratos sem licitação durante o Governo Covas. Em 2009, a Convida Alimentação estava na lista das empresas do cartel para o fornecimento de alimentos. Aliás, a denúncia citava até mesmo a participação do cunhado de Alckmin, Paulo César Ribeiro, no direcionamento de contratos de uma das empresas envolvidas no cartel, a Verdurama.

Em 2012, o MPE denunciou o cartel da merenda à Justiça, apontando fraudes em licitação em 57 municípios paulistas, entre 2001 e 2011. Apesar de todas as denúncias, como destaca a reportagem da Carta Capital, de 14.01.2016, nos últimos anos (2001 a 2015) foram fechados vários contratos entre a empresa de Sérgio de Nadai e as secretarias do Governo Alckmin - Educação, Planejamento e Saúde – totalizando R$ 75 milhões em vendas.

Com apoio da mídia e folgada maioria entre os parlamentares na Alesp, os tucanos têm trânsito livre para comandar e derrubar investigações e CPIs na Casa legislativa. Uma verdadeira “operação abafa” como comprova o destino dos principais escândalos envolvendo os governos de Mário Covas (1995 a 2001), Geraldo Alckmin (2001-2006 / 2011 até hoje) e José Serra (2007 a 2011). Confiram alguns:

1 - Crise no abastecimento de água. Ocultamento de informações e da real situação da crise de abastecimento de água em São Paulo, durante a disputa eleitoral de 2014. Os gastos com publicidade saltaram, enquanto se mantinha o discurso da ausência de racionamento, à revelia do que atestava a população nas periferias. Ficou patente a má gestão e a omissão dos governos Alckmin e Serra diante dos alertas sobre riscos no Sistema Cantareira, como, por exemplo, o alerta da Fundação de Apoio à USP, em 2009 (FSP, 13.03.2014). Em meio à crise, também foi denunciado, pelo MPE, o favorecimento de 13 empresas de engenharia em contratos realizados pela Sabesp, entre 2008 a 2013, no escopo do programa de redução de perdas de água no estado (OESP, 21.05.2014).
Com ativos privatizados na Bovespa e na Bolsa de Nova York, em março de 2015, Alckmin anunciou o pagamento de uma dívida de R$ 1 bilhão para cobrir os rombos financeiros da "estatal". A crise escancarou a quem realmente serve a “estatal” tucana. Criada na Câmara Municipal de São Paulo, a CPI da Sabesp defendeu a necessidade de criação de uma autoridade fiscalizadora municipal para monitorar a política de saneamento básico. Autoridades tucanas permanecem intocáveis. Alckmin, inclusive, foi agraciado com o “Prêmio Lucio Costa de Mobilidade, Saneamento e Habitação”. O documentário “O escândalo da Sabesp” produzido pelo Diário do Centro do Mundo detalha as irregularidades na “estatal” tucana.

2 - Socorro à Folha, Estadão e Veja. Gastos de mais de R$ 3,8 milhões na compra de 15.600 assinaturas da Folha, Estadão e Veja, utilizando-se verbas do orçamento da Secretaria de Educação. As assinaturas foram destinadas às escolas da rede estadual de ensino em um projeto chamado “sala de leitura”, como mostra a reportagem publicada por Altamiro Borges do Centro de Mídia Barão de Itararé.

3 - Propinoduto tucano. O esquema envolvendo multinacionais da área de transporte sobre trilhos em sucessivos governos tucanos – desde 1998 - veio à tona em meados de 2012. Documentos encaminhados pela Justiça Suíça ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) apontavam fraudes em licitações de trens e metrôs, pagamento de propina, superfaturamento de obras e subcontratação de empresas derrotadas em concorrências. O escândalo só foi descoberto porque a Siemens estava sendo investigada pela Justiça suíça. Reportagem da Isto É (16.08.2013) apontava que na delação da multinacional, foram citados nomes de várias autoridades tucanas, como os secretários de Transporte Metropolitano, José Luiz Portella (Governo Serra) e Jurandir Fernandes (Governo Alckmin). Entre 2008 e 2013, segundo reportagem da Rede Brasil Atual, mais de 15 representações haviam sido encaminhadas aos ministérios públicos Estadual e Federal pela oposição paulista. Entre os indiciados até agora estão os executivos das empresas envolvidas.

4- Pedágios abusivos e concessões de Rodovias. Irregularidades e distorções nos contratos de concessão das rodovias de São Paulo, gerando preços exorbitantes na cobrança dos pedágios – o estado cobre a mais alta taxa no país. Em maio de 2014, durante a CPI dos Pedágios na Alesp, além dos preços elevados, a oposição colocou em suspeita contrações de consultorias pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), que representavam 2/3 da receita da agência. Também foi questionada a prorrogação de contratos firmados em 1998 - assinada em aditivos no final de 2006 - permitindo às concessionárias o direito de estenderem concessões, com base em novos tributos que passaram a incidir após a assinatura dos contratos. Presidida pelo tucano Bruno Covas (PSDB-SP) - e com maioria da base aliada - a CPI foi esvaziada e concluiu não haver nenhuma irregularidade nos contratos.

5 - Nova Marginal Tietê.  Em 2012, no escopo das investigações sobre o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, mais conhecido como Paulo Preto, tornou-se suspeito por contratos firmados entre a Dersa e a Delta Construções. Quando da denúncia, Alckmin afirmou sobre os contratos à Folha: “Nem sei se tem, se tem são ínfimos”. Porém, levantamento do blog Transparência SP apontava que, de 2002 a 2011, a Delta Construções havia fechado pelo menos 27 contratos com empresas e órgãos públicos do governo do Estado de São Paulo.

Entre os contratos suspeitos: a ampliação da Nova Marginal Tietê. Com valor previsto em R$ 1 bilhão, em 2008; a obra superou o valor de 1,75 bilhão, sem estar concluída. A Delta venceu a concorrência do segundo lote da Nova Marginal Tietê, recebendo aditivos de R$ 71 milhões que despertaram denúncias no MPE. Entre os suspeitos, estava seu ex-diretor-executivo Fernando Cavendish, suspeito de ter fraudado a concorrência. Parlamentares da oposição ao governo paulista também protocolaram um requerimento no Ministério Público para investigar o aumento dos valores na obra da empreiteira, denunciando outros consórcios entre órgãos públicos do estado e a Delta: um total de R$ 800 milhões – R$ 664 milhões celebrados na gestão Serra e R$ 140 milhões na gestão Alckmin.

6 - Rodoanel 1. Em 2010, durante as investigações da Construtora Camargo Corrêa, no escopo da Operação Castelo de Areia, a PF encontrou um pen drive e documentos que indicavam o pagamento de propina pela empreiteira a autoridades tucanas. Reportagem da revista Época (14.05.2010) apontava que entre os nomes citados pela PF estavam Arnaldo Madeira, ex-chefe da Casa Civil (Governo Alckmin), responsável pela checagem das obras do Rodoanel e do Metrô; Luiz Carlos Frayze David, presidente do Metrô entre 2003 e 2007; e o ex-diretor da Dersa, Paulo Preto. Coordenador do programa de governo de Aécio Neves na última eleição, Madeira negou ter recebido dinheiro ou doações de campanha da empreiteira. Luiz Carlos saiu do governo 40 dias após o acidente nas obras da Estação Pinheiros. Já o ex-diretor da Dersa, Paulo Preto – acusado naquele ano de ter desaparecido com cerca de R$ 4 milhões da campanha de Serra - foi demitido oito dias após a inauguração do trecho sul do Rodoanel. No dia 5 de abril de 2011 a operação Castelo de Areia foi anulada pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça.

7 - Rodoanel 2. Em novembro de 2009, três vigas de um viaduto em obras no trecho sul do Rodoanel caíram sobre a Rodovia Régis Bittencourt, na cidade de Embu. Técnicos do TCU haviam soltado um laudo, em abril daquele ano, denunciando superfaturamento na construção do trecho sul do Rodoanel, incluindo compras com valores, em média 30% acima do orçamento. O laudo apontava, também, alteração de métodos construtivos pelas empresas para reduzir custos: por exemplo, a diminuição do número de vigas utilizadas. A oposição tentou emplacar uma investigação, denunciando a “pressa” do então governador José Serra em inaugurar o Rodoanel em março de 2010, ano eleitoral. Dois anos depois, o TCU aceitou as explicações dadas pelo Governo do Estado e pela Dersa, comandada à época, por Paulo Preto.

8 - Caso Alstom. Em 2008, documentos da Justiça suíça, enviados ao Ministério da Justiça do Brasil, evidenciavam o pagamento sistemático de propinas pela empresa francesa a autoridades dos governos tucanos. Entre 1998 a 2001, o dinheiro foi repassado por empresas offshore (paraísos fiscais), em troca da assinatura de contratos no setor energético paulista. Um dos engenheiros da Siemens apontava o sociólogo Claudio Mendes, assessor de Covas e secretário-adjunto de Robson Marinho (Casa Civil), como intermediário nas negociações. À frente da Secretaria de Energia, na época dos contratos, estiveram David Zylbersztajn, genro do ex-presidente FHC; o deputado Andrea Matarazzo; e Mauro Arce, ex-secretário estadual dos Transportes. José Serra se esmerou para bloquear a CPI, impedindo que as ligações entre Alstom e Governo fossem investigadas ou mesmo discutidas.

A multinacional francesa fechou um acordo na Justiça, aceitando pagar R$ 60 milhões para se livrar do processo. Robson Marinho, um dos fundadores do PSDB e chefe da Casa Civil de Covas, permanece como o réu na ação do Ministério Público, como destaca a Folha de S. Paulo (22.12.2015).

9 - CPI da Eletropaulo. Privatizada em 1998, a Eletropaulo foi vendida para o consórcio Lightgás, liderado pela AES Corporation, por R$ 2 bilhões - parte do valor financiado pelo BNDES. À frente da negociação, estava o governador Geraldo Alckmin, na época presidente do Programa Estadual de Desestatização (PED) do Governo Covas. Após a demissão de metade dos funcionários da estatal e das suspeitas sobre o baixo valor da venda, parlamentares da oposição tentaram instalar uma CPI. Apenas em 2008, após o escândalo Alstom vir à tona, ela pode ser instalada. Além do baixo preço da venda, os deputados denunciavam (veja aqui) ilegalidades formais e improbidade administrativa praticada pelo BNDES na concessão do empréstimo. Os parlamentares também pediam que se incluísse a Alstom no bojo das investigações. A CPI foi encerrada naquele, sem mencionar a multinacional francesa em seu relatório. Em 2013, nova tentativa de investigação foi enterrada pelos deputados da situação na Alesp.

10 - Cartões de Pagamento. Em 2008, no auge das denúncias sobre cartões corporativos do Governo Federal, a Folha de S. Paulo trouxe uma matéria apontando que o Governo Serra havia gastado R$ 108,3 milhões em cartões de pagamento de despesas. A denúncia motivou o primeiro pedido de CPI da bancada petista naquele ano, enterrada pela situação na Alesp. Três anos depois, outra reportagem do jornal, afirmava que em dez anos, o Governo paulista gastara R$ 609 milhões em cartões de pagamento. “O valor é 70% maior que o registrado pelo governo federal no período”, afirmava o texto.

11 - Cratera do Metro. Em novembro de 2004, começaram as obras da Linha 4 – Amarela do Metrô, com previsão de inauguração em 2008. Em janeiro de 2007, porém, ocorreu um desmoronamento vitimando sete pessoas e abalando a estrutura de vários imóveis na região. Dados do Sindicato dos Metroviários, à época, apontavam a existência de 11 acidentes desde o início das obras na Linha 4, um deles com vítima fatal. Em junho de 2008, laudo do Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT) denunciava a execução inadequada do projeto, culpando o Consórcio Via Amarela pelo acidente. Em agosto de 2008, o laudo final do Instituto de Criminalística (IC) apontava falhas na fiscalização do Metrô. O processo foi lentamente arrastado pela Justiça paulista. Reportagem da Rede Brasil Atual, em 2014, denunciava a impunidade e o fato de ninguém ter sido julgado pelas mortes.

12 - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). A Operação Pomar, deflagrada em 2007, apontava um esquema de superfaturamento e fraudes em licitações para construção de casas em 23 municípios paulistas. A partir do exame do livro-caixa da empreiteira FT Construções, entre os suspeitos estavam prefeitos, vereadores, empresários, diretores da CDHU e o ex-secretário de Habitação de Alckmin, Mauro Bragato, absolvido pelo Conselho de Ética da Alesp.

Em novembro de 2007, o Legislativo paulista chegou, inclusive, a mudar pareceres do TCE que indicava irregularidades em quatro obras das gestões Alckmin e Covas. O novo parecer do TCE foi elaborado por Bruno Covas (PSDB), neto do ex-governador que afirmara ser obrigação do Legislativo analisar os casos julgador irregulares pelo TCE, referendando ou reformando a decisão. Houve uma CPI da CDHU, mas sob a presidência do deputado José Augusto (PSDB) e sem dar o prazo necessário às investigações, como demandavam os parlamentares da oposição, ela foi encerrada em 2009.

13 - CPI das obras do Tietê. Em 2005, o rebaixamento da calha do Tietê foi tema de várias reportagens questionando os gastos acima de R$ 1 bilhão, a partir de aditivos e acréscimos aos valores iniciais do empreendimento. O acerto prévio pelo financiamento do JBIC (banco japonês), garantia que não seriam toleradas elevações de preços superiores ao limite legal de 25%. O Governo Alckmin, porém, fez alterações no contrato da obra, contratou consultorias, aumentando os valores iniciais em 148%, como denunciava  reportagem da FSP.  A oposição tentou instaurar uma CPI, mas jamais conseguiram.

Além das suspeitas de irregularidades, como detalha Henrique Costa, no artigo As tragédias anunciadas do Rio Tietê, neste site (15.05.2011), após a entrega da obra de ampliação da calha do Tietê, técnicos alertaram que a eficiência da obra (que custou quase R$ 2 bilhões) dependia, fundamentalmente, da limpeza da calha do rio. O sucessor de Alckmin no Estado, José Serra não deu atenção ao alerta: retirou do rio apenas 200 mil m3 de resíduos, quando a média anual necessária deveria ficar entre 400 e 600 mil m2.

14 - Nossa Caixa. Esquema de favorecimento da Nossa Caixa – banco estadual na época e terceiro maior banco público do país – para distribuição de verbas públicas para deputados ligados à base aliada do Governo Alckmin. A denúncia dizia respeito a irregularidades nas verbas publicitárias do banco, que operou por um ano e meio com contratos vencidos (R$ 28 milhões no total) com duas agências de publicidade: Colucci & Associados Propaganda Ltda. e Full Jazz Comunicação e Propaganda Ltda. O gerente de marketing Jaime de Castro Júnior foi afastado e uma sindicância interna encaminhada ao Tribunal de Contas Estadual. Em posse dos documentos, a Folha de S. Paulo publicou uma reportagem – Banco estatal beneficiou aliados de Alckmin (23.03.2006) – afirmando que o Palácio dos Bandeirantes “interferiu para beneficiar com anúncios e patrocínios” deputados da base aliada na Assembleia Legislativa. Com a quebra do sigilo da correspondência de Castro Júnior, foi revelado que os pedidos de benefício haviam partido de Roger Ferreira, então assessor-chefe de comunicação de Geraldo Alckmin, e também assessor da presidência da Nossa Caixa. Ele atuou nas equipes de marketing das campanhas presidenciais de Fernando Henrique Cardoso e José Serra. Geraldo Alckmin exonerou Roger Ferreira após as denúncias. Duas tentativas de se convocar uma CPI sobre o assunto foram abafadas.

15 - Aeroporto Fantasma. Em 2005, o governo Alckmin investiu pesado em obras no aeroporto Antônio Nogueira Junior, em Itanhaém, com 85 mil habitantes à época. Batizado de “aeroporto fantasma", o movimento médio de passageiros naquele ano não ultrapassou 5 pessoas por dia. O total gasto pelo governador na obra chegou a R$5,5 milhões, com direito a uma pista capaz de receber até mesmo um Boeing 737, como denunciava a Folha de São Paulo. Tentativa de investigações foram abafadas pelos tucanos.

16 - Compra de votos. Em julho de 2005, reportagem da Folha de S. Paulo trazia à tona uma conversa telefônica entre os deputados estaduais Romeu Tuma Jr. (PMDB-SP) e Paschoal Thomeu (PTB-SP), às vésperas da eleição do novo presidente da Alesp. Entre os candidatos estava Rodrigo Garcia (PFL), apoiado por Tuma Jr. e Edson Aparecido (PSDB), apoiado por Alckmin. Na gravação, Thomeu afirmava que votaria em Edson Aparecido, alegando que suas "seis firmas" estavam em situação muito difícil e mencionava a venda de terras para a CDHU. Dizia ainda que o governador em pessoa havia lhe prometido ajuda. Confrontado com a gravação, o deputado afirmou que a conversa foi uma desculpa que inventou para não magoar Tuma, como apontava a reportagem do jornal.
 

Dada a quantidade de escândalos, a reportagem continua

Fonte: CARTA MAIOR
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Os vôos “oficiais” de Lu Alckmin e família para o sítio em Pinda e o palácio em Campos.

Postado em 03 fev 2016
Eles
                                         Eles

Em janeiro, a Folha noticiou que a primeira dama do estado de São Paulo, Maria Lúcia Alckmin, utilizou as aeronaves oficiais em mais ocasiões do que os 25 secretários juntos.
Ela fez 132 viagens de 2011 a 2015, enquanto o secretariado ficou com 76. Uma resposta do governo foi produzida imediatamente.
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“É fato público e notório que a primeira-dama Lu Alckmin é presidente do Fundo Social de Solidariedade, entidade oficial voltada à assistência social e geração de renda e de emprego”, diz a nota. “De cada dez deslocamentos, apenas um contou com o uso de aeronaves.”
Tudo muito “transparente”, apesar de não haver registro dessas incursões no site da entidade que Dona Lu comanda.
Mas a história ficou pela metade.
O DCM obteve a planilha dos vôos através da Lei de Acesso à Informação. Embora a justificativa da assessoria de imprensa para os deslocamentos de Lu seja seu trabalho à frente do tal Fundo, a maioria deles foi para dois locais onde a agenda era outra: Pindamonhangaba, onde a família tem um sítio, e Campos do Jordão.
Em Campos está situado o Palácio Boa Vista, residência de inverno e de descanso. Os passeios de Lu a esses destinos ocorreram, em sua imensa maioria, no helicóptero Sikorsky, modelo S-76 A, estacionado no Palácio dos Bandeirantes (seu concorrente é um turbo hélice King Air, tornado famoso por Aécio Neves).
O registro das comitivas só passou a ser adicionado a partir de junho de 2012. Até então havia apenas data, destino e “passageiro principal”, na verdade o requisitante, identificado por uma sigla — GE para Alckmin, PE para a mulher, VGE para o vice.
Não tem regra clara. Aécio baixou um decreto em 2005 regulamentando o uso desses aparelhos. Em São Paulo, há apenas normas da Casa Militar, subordinada ao gabinete de Geraldo, sobre “diárias”. Cabe à CM “planejar o uso e a operação” para usufruto do “Governador do Estado e da Primeira-Dama, bem como, excepcionalmente, de Secretários de Estado e agentes públicos a serviço”.
Pinda é o berço político de Geraldo, onde ele nasceu, foi criado, virou prefeito e conheceu Lu Alckmin. Nos relatórios, a cidade está identificada pelo nome ou pelo aeroporto (Fazenda Santa Helena). Fica a 146 quilômetros de SP, ou uma hora e meia de carro.
No patrimônio declarado de Geraldo, de pouco mais de 1 milhão de reais, estão um apartamento no Morumbi, um carro, aplicações financeiras e a supracitada propriedade rural, sobre a qual pouco se sabe, a não ser que existe.
Lu Alckmin voou para lá na companhia dos filhos Sophia, José Geraldo Alckmin Neto e Thomaz (falecido em abril de 2015), além de agregados.
2012 foi especialmente frutuoso. Em julho e agosto, Lu e filhos pegaram carona para Pinda e Campos. O marido de Sophia, Mário Sérgio Ribeiro, estava entre os passageiros. Campos é um dos points preferidos do amigo João Doria, pré-candidato à prefeitura de SP e favorito de Geraldo. Doria faz “passeio” de cães tradicional na cidade.
Na gestão anterior (2001-06), Lu organizava missas aos domingos na capela projetada por Paulo Mendes da Rocha. Em 2006, a mulher de Claudio Lembo, então vice, se recordou de ter voado com o pitbull da colega para as montanhas.
Em dezembro do mesmo anos de 2012, Alckmin e Lu foram buscar filho, nora e dois netos em Cumbica. A turma desembarcava do México. Lu postou uma foto no Instagram, apagada posteriormente. De Guarulhos a galera se encaminhou para o Palácio dos Bandeirantes.
Recentemente, Paulo Maluf falou sobre Geraldo Alckmin à revista piauí. Primeiro citou Churchill, segundo o qual “não há opinião pública, há opinião publicada”. Explicou: “Por isso se diz que em Minas não tem governador ruim, porque o que O Estado de Minas fala é bíblia. No news is good news. E o Alckmin é um pouco isso. Como não tem escândalo, o governo dele é tido como sério, e é sério.”
Não consta que Lula tenha mergulhado no lago do sítio dos Alckmin em Pinda. Portanto, está tudo nos conformes.


Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Os crimes de um juiz

A Justiça suíça, que se lixa para nossa mídia, condena provas “atropeladas” da Lava Jato
POR FERNANDO BRITO · 02/02/2016



Qualquer guri que comece a faculdade de Direito aprende a expressão “devido processo legal”.

Porque o processo judicial não é – e jamais pode ser – uma “bagunça”, pois lida com os direitos e a liberdade de seres humanos. O juiz ou o promotor gostar ou não gostar deles é – ou deveria, ao menos – algo que “não vem ao caso”, como gosta de afirmar o Dr. Moro.

Os rapazes da Força Tarefa de Curitiba partiram para a Suíça para obter provas e as obtiveram usando um “atalho” nas normas e leis brasileiras. Isso ficou evidenciado em novembro do ano passado, através de documento do Ministério da Justiça que comprova que o envio de documentos ao Brasil não foi feito da forma regular.

Agora, é a própria Justiça da Suíça que decide que, também lá, não foram seguidos o trâmites legais na sua obtenção, por cerceamento do direito de defesa e pelo envio de material sem ponderação de sua correspondência ao que foi solicitado.

Não se tratou de uma discussão sobre os “méritos” das provas, ficou restrita à forma de sua obtenção.

Admita-se que as provas sejam verdadeiras e de fato incriminem a Odebrecht e ex-diretores da Petrobras com o recebimento de propinas.

Suponha, também, que o Dr. Sérgio Moro vá dizer que a decisão de seus colegas da Suíça “não vem ao caso” e aceite os indícios colhidos de forma ilegal.

A pergunta é: por que fazer a coleta de provas na base do “jogo de abafa”, do vale-tudo, se dispunha de tempo e condições para fazê-lo formal e legalmente?

Não foi assim que a PGR fez no caso de Eduardo Cunha, preservando a regularidade do processo?

É por uma razão tão simples quanto vergonhosa.

Porque há a certeza de que não serão, por gosto, consideradas ilegais pelo juiz do caso. E que, por medo, não serão anuladas em instâncias superiores que, embora não tendo como deixar de considerar irregulares os procedimentos do MP, vão se vergar a eles alegando “a importância do caso” e validá-los.

Tanto é assim que a Procuradoria de Curitiba vai ao jornais dizer que não importa que tenham sido ilegais os métodos, é “uma vitória” a Justiça da Suíça não ter exigido a devolução dos documentos ou decretado que no Brasil não poderiam ser usados judicialmente. Não fez porque, ao contrário de muitos dos nossos promotores, não se acha provida do dom da onipotência e não entende que possa obrigar outro país a fazer isso ou aquilo, como diz com toda a clareza o veredito dado naquele país:

“[A violação à regra de cooperação internacional] poderia determinar um pedido de devolução das provas ou mesmo um pedido de não utilização delas pelo país que recebeu as informações. Por outro lado, não existe nenhuma obrigação fundamental do Estado requerido [o Brasil] de cooperar neste sentido, desde que o Estado requerido não é responsável por medidas falhas de agências governamentais suíças”, diz trecho da decisão.”

Ou seja, a Suíça pode pedir, mas não pode obrigar o Brasil a devolver ou desconhecer o produto de uma irregularidade, porque não foi ele quem a praticou, embora seja possível imaginar a pressão feita pelo nosso MP.

Vai se consolidando a doutrina do “Direito sob medida”, onde as regras valem ou não dependendo do “freguês”.

O nome correto para isso é arbítrio.

Que, aqui, está consagrando como jurisprudência.

PS. E o novo “crime de Lula”, é ter ido a um sítio de 15 em 15 dias (a 40 min-1 hora de sua casa) e possuir serviço de segurança e apoio pessoal, de acordo com uma lei baixada no Governo Sarney, refeita por Itamar Franco e que tem a forma atual dada por uma medida provisória de Fernando Henrique Cardoso (MP 76/2002), que virou lei (a 10.609/2002)?


Fonte: TIJOLAÇO
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Moro não é um juiz: é um inquisidor.

Postado em 02 fev 2016
por : 
Sobre o Autor
Economista com MBA na PUC-Rio, Carlos Fernandes trabalha na direção geral de uma das maiores instituições financeiras da América Latina

Moro: que justiça é esta?
Não precisava, dado o nível dos procedimentos adotados na operação Lava Jato, mas o juiz Sérgio Moro, num único dia, referendou em dois momentos distintos a sua idéia particular de como se praticar a justiça. A primeira ocorreu na sentença de condenação do ex-diretor da Petrobrás, Jorge Zelada. No entendimento do excelentíssimo juíz, os advogados dos acusados “abusam do direito de defesa”.
A frase é um absurdo em si. E por inúmeros motivos. A começar pelo fato de um juiz federal querer desacreditar publicamente um dos pilares fundamentais para um julgamento justo e imparcial, o do amplo direito de defesa. Que os defensores podem e devem fazer uso de todos os meios previstos em lei para defender os seus clientes é algo cristalino em qualquer sistema judicial eficiente, competente e imparcial. Cercear os meios legais que permitam a um acusado provar a sua inocência só pode ser fruto de um ordenamento jurídico onde a condenação de um investigado não é consequência da comprovação de ilícitos, mas sim uma meta a ser cumprida independente de culpa.
A segunda ocasião foi ainda pior. Se deu durante todo o depoimento em que o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, prestou ao juíz. Assim que encerrada a audiência, confirmou-se o que muitos juristas desconfiavam. Sérgio Moro não faz a menor idéia da razão pela qual expediuê um mandado de prisão preventiva (que já se estende por meses) para um cidadão que cumpria prisão domiciliar de uma ação transitada em julgado, sem uma prova sequer que sustente a sua decisão.
Em se tratando da justiça brasileira, não chega exatamente a ser algo que surpreenda, mas o fato de Dirceu ter demonstrado uma segurança inabalável nas suas respostas a perguntas de um juiz que visivelmente não sabia ao certo por que estava perguntando,mostra o despreparo com que uma ação dessa envergadura está sendo conduzida.
Independentemente do que qualquer um possa pensar a respeito de José Dirceu, mantê-lo encarcerado nessas condições não atende absolutamente a qualquer fundamento do processo penal. Essa, em última instância, é uma prisão simbólica, uma demonstração de poder, uma espécie de recado para deixar claro que o justiciamento no Brasil é maior do que a justiça.
Dirceu está naquela cela não porque tenha cometido algum crime. Isso para Moro é um detalhe. Ele está ali porque representa um propósito a ser alcançado. O que querem está acima de Dirceu, eles querem Lula, o PT, a esquerda desse país. Por tudo isso, o juiz Sérgio Moro não é um juiz. Sérgio Moro é um inquisidor. E mais do que um inquisidor, um inquisidor cruel.


Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Juristas ingleses dizem que Lava Jato afronta Estado de Direito

Para os analistas ingleses, vários padrões internacionais de direitos humanos, inclusive tratados dos quais o Brasil é signatário, são desrespeitados.        


Pedro Canário - COnjur
Agência Brasil
O uso generalizado de prisões anteriores a um julgamento afronta os princípios mais básicos do Estado Democrático de Direito. Por isso, a forma com que a operação “lava jato” vem sendo conduzida pela Justiça Federal “levanta sérios problemas relacionados ao uso de prisões processuais, o direito ao silêncio e à presunção de inocência”.

A conclusão é de um parecer escrito por advogados da banca britânica Blackstone Chambers, sob encomenda dos escritórios que patrocinam a defesa dos executivos da Odebrecht na “lava jato”. Eles foram chamados a analisar as prisões processuais “no contexto da ‘lava jato’ [ou Car Wash, como traduziram]” e confrontá-las com os tratados internacionais e com as tradições do Direito Comparado. Para os advogados ingleses, a condução da operação tem violado os princípios da presunção de inocência e o direito a um “julgamento justo em prazo razoável”.

Entre os problemas que encontraram na condução da “lava jato”, apontam o “uso impróprio da intenção criminosa para demonstrar a gravidade dos crimes investigados”; “assertivas genéricas para basear o risco de novo cometimento de crimes para justificar a prisão”; “a referência a acordos de delação [plea bargains, em inglês] como justificativa para detenções”; “demora na concessão de Habeas Corpus, muito por causa de múltiplas e sequenciais ordens de prisão”; e a “cobertura adversa e desregulamentada das investigações pela imprensa”.

Cabe uma explicação: a Blackstone não é um escritório nos moldes brasileiros. No Reino Unido, a advocacia se divide em duas carreiras, os solicitors e os barristersSolicitors são os que representam os clientes em juízo.

Barristers são os profissionais responsáveis pelas sustentações orais, elaboração de pareceres e redação de petições e peças processuais mais importantes. Eles não se organizam em bancas de advocacia hierarquizadas, mas se juntam de maneira independente sob um mesmo “chapéu”, que chamam de chamber. A Blackstone é uma dessas organizações de barristers (clique aqui para ler mais sobre o assunto).

De volta à “lava jato”, segundo balanço do Ministério Público Federal, até 18 de dezembro do ano passado, 119 mandados de prisão foram expedidos, dos quais 62 foram de prisões preventivas, e 57, de temporárias. Outro balanço, também do MPF, diz que são 140 os denunciados e 119 os que tiveram a denúncia aceita pela Justiça, tornando-se réus. Outros 80 já foram condenados.

“Nessas circunstâncias, há preocupações reais de que houve falha na adequação do significado fundamental e histórico do direito à liberdade e à natureza expedita do remédio que representa o Habeas Corpus”, conclui o parecer da Blackstone. O texto é assinado pelos barristers Timothy Otty, Sir Jeffrey Jowell e Naina Patel.

Padrões internacionais

O parecer da Blackstone cita relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre o uso de prisões preventivas na América do Sul e na América Central, publicado em 2013, referente a dados coletados em junho de 2012. Proporcionalmente, o Brasil é o segundo país com mais prisões preventivas da região, com 191 mil pessoas encarceradas sem julgamento, ou 38% do total, até junho de 2012.

Para os barristers ingleses, os dados mostram que vários padrões internacionais de direitos humanos, inclusive tratados dos quais o Brasil é signatário, são desrespeitados. São eles:

Presunção de inocência: “Talvez a mais básica de todas as garantias judiciais do processo penal”. “Na prática, o respeito ao direito à presunção de inocência implica, como regra geral, que o acusado deve ficar em liberdade durante os procedimentos criminais”, diz o parecer, repetindo o estudo da CIDH.

Ônus da Prova: significa, de acordo com a tradição histórica do Habeas Corpus nos países da tradição do Direito dos Costumes (principalmente Reino Unido e Estados Unidos), dizer que cabe ao Estado justificar as razões pelas quais alguém deve responder a um processo.

Princípio da excepcionalidade: a prisão antes do julgamento só deve ser usada apenas como “último recurso em situações específicas” nas quais estejam comprovações de que “medidas menos restritivas seriam ineficazes em garantir os objetivos do processo”. De todo modo, diz o parecer, as prisões processuais devem ser “o mais excepcionais e curtas possível”.

Razões legítimas para prisão: “É obrigação do Estado não restringir a liberdade de um acusado além dos limites estritamente necessários para garantir que ele não impeça o desenvolvimento eficiente de uma investigação”, dizem os barristers, mais uma vez citando o estudo da CIDH.

O parecer da Blackstone ainda acrescenta que características pessoais dos investigados e acusados não podem servir de motivo para a prisão preventiva. “O significado é óbvio”, diz o texto. Isso quer dizer, para os advogados, não se pode justificar uma prisão com base no argumento de que o réu é rico ou que é acusado de crimes graves, como corrupção. “Algo mais concreto, como o risco de fuga ou de intervenção nas investigações, é necessário.”

Lá fora

O parecer da Blackstone foi usado como base para uma reportagem da revista britânica The Economist intitulada Justiça estranha [Weird Justice, no original]. A conclusão do texto é que, enquanto suspeitos e acusados são presos antes do julgamento, os condenados recebem penas brandas, como a prisão domiciliar ou a obrigação de comparecer em juízo uma vez por mês.

Economist relata as críticas feitas à “postura carismática” do juiz Sergio Moro, que conduz a “lava jato” em Curitiba, e critica a prisão de mais de 600 mil pessoas, 40% das quais ainda não foram condenadas. Diz, porém, que os motivos são “menos óbvios” do que os discutidos na “lava jato”: o problema é que, no Brasil, afirma a revista, um único juiz pode mandar alguém para a cadeia sem a anuência de um júri popular.

Publicidade ostensiva

O procurador da República Vladimir Aras não gostou da reportagem daEconomist. Para ele, trata-se de trial by media, a versão em inglês de um conceito chamado “publicidade ostensiva”, conforme escreveu em seu perfil no Facebook. Aras é o coordenador de cooperação internacional da Procuradoria-Geral da República.

Na versão brasileira, publicidade ostensiva é uma estratégia de acusação identificada com o Ministério Público e, principalmente, com a Polícia Federal: diante da deflagração de uma operação policial, ou do início de um processo penal considerado importante, informações relacionadas aos casos, como trechos de depoimentos ou recortes de documentos, são enviados à imprensa para divulgação.

Entre jornalistas, isso é considerado uma estratégia para “criar um clima” em torno do caso. Como a imprensa, por natureza, é muito mais rápida que o Judiciário, quando o caso finalmente vai a julgamento, certa opinião geral e generalizada a respeito do caso já está formada — e pressionar o juiz em uma ou outra direção fica mais fácil.

O advogado Nabor Bulhões, que hoje defende Marcelo Odebrecht, já sustentou a tese quando foi assistente da acusação do delegado da PF Protógenes Queiroz por desvio de função e corrupção. Protógenes foi um dos responsáveis pela operação satiagraha. Para Nabor, o delegado usou de sua posição para vazar informações, muitas vezes falsas, a respeito das investigações e criar uma imagem negativa de Daniel Dantas, um dos investigados.

Publicidade ostensiva da defesa

Aras, em sua postagem no Facebook, considera que a contratação do parecer da Blackstone também é publicidade ostensiva, mas praticada pelos advogados da Odebrecht. “Embora ainda não seja comum entre nós, essa estratégia também pode servir de instrumento da defesa para sutilmente sugerir temas e visões a serem considerados pelos tribunais, por ocasião de julgamentos importantes”, escreveu, no dia 11 de dezembro.

Ele diz que o trial by media foi usado pela empresa de auditoria Arthur Andersen quando a responsabilidade dela no caso Enron foi julgada, em 2002. A companhia foi condenada, mas um recurso dela está pendente de análise pela Suprema Corte dos Estados Unidos.

“A companhia Odebrecht tem usado essa mesma estratégia no caso ‘lava jato’”, diz Aras, no Facebook. “Ao optar legitimamente por não colaborar com as investigações do MPF e da PF — diferentemente da Camargo Corrêa, da Setal Óleo e Gás e da Andrade Gutierrez —, a Odebrecht vem simultaneamente defendendo seu caso na mídia, por meio de publicidade em grandes jornais, notas públicas, campanhas em redes sociais e outras estratégias de marketing.”

O procurador reclama do fato de a Economist entrevistar o advogado Augusto de Arruda Botelho, presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), “um dos advogados que atuam na defesa de Marcelo Odebrecht na ‘lava jato’”. “Isso é trial by media em prol da defesa, prática válida numa democracia como a nossa, mas que precisa ser explicitada para que todos saibam como se movimentam as grandes bancas nos maiores casos de criminalidade econômica e financeira.”

Cobertura ostensiva

O próprio parecer da Blackstone traz a discussão, ainda que de maneira incipiente. Segundo o texto, alguns fatores preocupam os autores. “A presunção de inocência pode ser violada tanto pela conduta de um tribunal quanto por comentários negativos a respeito de um réu feitos por agentes públicos para indicar uma visão concluída da culpa”, dizem os barristers.

Ainda segundo o parecer, “uma cobertura adversa da mídia também pode prejudicar o direito a um julgamento justo”. O texto cita três casos julgados pela Corte Europeia de Direitos Humanos em que a cobertura da imprensa é discutida.

O primeiro, conhecido como Abdulla Ali vs Reino Unido, foi julgado em 30 de junho de 2015, quando a Corte afirmou que “uma campanha virulenta da imprensa pode afetar negativamente um julgamento justo por meio da influência da opinião pública e, consequentemente, dos jurados chamados a decidir a culpa de um acusado”.

Naquela ocasião, a corte desconsiderou a hipótese de as paixões levantadas pela cobertura da imprensa contaminarem o julgamento. O fundamental ali era debater a postura dos agentes públicos responsáveis pela acusação.“É importante enfatizar o fato de que se autoridades públicas foram a fonte de informações prejudiciais ao réu é relevante apenas para discutir se os leitores viram tais informações como mais autorizadas ou não por causa da fonte”, diz o acórdão.

Como exemplo, os barristers citam as declarações do procurador da República Manoel Pastana à ConJur para defender o uso das prisões preventivas para forçar as delações premiadas. “Em crime de colarinho branco, onde existem rastros mas as pegadas não ficam, são necessárias pessoas envolvidas com o esquema para colaborar. E o passarinho pra cantar precisa estar preso”, disse, em novembro de 2014.

“O ponto focal deve ser a conduta desses agentes, e não a imparcialidade do tribunal. Portanto, apesar do viés autoritário do material publicado, é improvável que se chegue à conclusão de que um julgamento justo não é mais possível.”

De acordo com o parecer, no entanto, o Conselho de Estado do Reino Unido, em 2003, considerou que a atenção dada a um caso de homicídio prejudicou o direito dos réus a ter um julgamento justo. “Suas excelências discutiram apontaram que a questão decisiva era se as dúvidas quanto à imparcialidade do julgamento foram objetivamente demonstradas. E o debate não se restringiu aos efeitos da publicidade do caso nos jurados, mas também incluiu o papel do juiz”, conclui o parecer.

Fonte: CARTA MAIOR
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Acelerar significa variar a velocidade.


Assim, o juiz Moro, para dar rapidez nos processos de um Judiciário historicamente lento e condenar pessoas escolhidas previamente a dedo, atropelou o Estado Democrático de Direito.


Tudo isso com o apoio da velha mídia.

Todo esse processo começa a ganhar contornos internacionais e escancara a farsa em que se constitui a Operação Lava Jato, que também visa destituir um presidente eleito democraticamente e extinguir um partido político.



Gratuidade sem mágica

Maricá mostra que passe livre é possível

Um ano depois de começar a fornecer transporte público gratuito, prefeitura vai ampliar sua frota de ônibus

02/02/2016
Por Fania Rodrigues,
Do Rio de Janeiro (RJ)
  
Frota de vermelhinhos terá um reforço de dez veículos (Foto: Fernando Silva)  
A partir de março, os vermelhinhos, como ficaram conhecidos os ônibus coletivos da prefeitura de Maricá, vão ganhar um reforço e passarão a funcionar com 23 veículos. 
Atualmente, a Empresa Pública de Transportes (EPT), da prefeitura, opera com 13 coletivos, que interligam regiões que não eram atendidas pelas empresas privadas de ônibus. Quatro linhas cortam a cidade, de Ponta Negra ao Recanto de Itaipuaçu, 24 horas por dia.
Em nota, a prefeitura de Maricá afirma que foram comprados dez micro-ônibus. “O itinerário está sendo definido e os veículos serão utilizados para beneficiar os moradores de bairros distantes do Centro, como Santa Paula e Espraiado, e dos condomínios do Minha Casa Minha Vida de Itaipuaçu e Inoã”, informou a assessoria de imprensa.
Maricá é o primeiro município brasileiro com mais de 100 mil habitantes a oferecer ônibus gratuito. Segundo a prefeitura, foram transportadas mais de 2 milhões de pessoas, em um ano de operação.
Além disso, o primeiro concurso público da empresa foi realizado em outubro de 2015 e teve quase 19 mil candidatos às 128 vagas oferecidas. Os motoristas e os demais funcionários aprovados devem ser incorporados à empresa a partir do dia 1º de março.
Queda de braço
Desde o ano passado, a prefeitura de Maricá vem lutando contra as grandes empresas que fazem o transporte coletivo no município. Elas tentaram impedir na Justiça o funcionamento dos ônibus gratuitos. A frota ficou um mês parada, em agosto do ano passado, mas voltou a funcionar depois que a prefeitura de Maricá venceu a queda de braço.
Há 40 anos as empresas Aviação Nossa Senhora do Amparo e Costa Leste monopolizavam o transporte público no município. 
Tarifa zero
Especialistas em transporte público, como o engenheiro civil Lúcio Gregori, que foi secretário de Transportes da gestão Luiza Erundina (1989-1993) na prefeitura de São Paulo, garantem que a gratuidade do transporte coletivo é possível no Brasil.
Segundo ele, os subsídios não precisam ser exclusivamente com impostos municipais, mas com a coparticipação de governos estaduais e federal. “Essa pode ser uma solução e não pode ser minimizada só porque o prefeito x ou o governador y diz que não tem dinheiro”, disse. 
Lúcio Gregori mostra ainda como a passagem no Brasil é cara se comparada a outros lugares do mundo. “É preciso uma discussão séria a respeito de como um país do porte do Brasil, que é a sétima maior economia do mundo, tem uma tarifa nessas proporções”, critica o engenheiro. Segundo ele, se fosse comparado com sistema de transporte de Paris (França) e Pequim (China), a tarifa de ônibus de São Paulo, que hoje é de RS 3,80, deveria ser de R$ 1,27. Comparando com os subsídios aplicados em Buenos Aires, a tarifa na capital paulista cairia para R$ 0,85. “Política é isso. É construir possibilidades e não gerir impossibilidades”, destaca Lúcio Gregori.
Fonte:BRASIL DE FATO
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Enquanto se discute a tarifa zero para transporte coletivo, a cidade de Maricá, na região metropolitana de Niterói no Rio de Janeiro, comemora um ano de transporte gratuito e de qualidade.

Uma decisão corajosa e bem sucedida da prefeitura do PT que governa o município.

Isto não significa que em Maricá tudo sejam flores já que a árvore que dá o nome a cidade é bem espinhosa,  porém ,para se alcançar um objetivo se faz necessário saber para onde ir ao se colocar os pés no chão e , depois, dar o primeiro passo.

Maricá deu esse passo e mostra que é possível a gratuidade no transporte coletivo de qualidade , sem a necessidade de mágicas ou ilusionismos.

Enquanto isso , prefeituras de grandes cidades e governos estaduais de grandes estados, como no caso do Rio de janeiro, cortam recursos de programas sociais enquanto mantêm benefícios para os empresários do setor de transporte.

No Rio de Janeiro o governador quer extinguir a FIA - Fundação para Infância e Adolescência - um órgão que por décadas presta relevantes serviços.

Os protestos contra o aumento e mesmo contra o preço das passagens de transporte coletivo se justificam, e poderiam se intensificar, independente de orientação política dos manifestantes, pois o que está em jogo é a qualidade de vida da população.

De reboque , pode-se incluir nas manifestações a saúde, a educação e a segurança.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O Barco Voador

Nilo Batista: coxinhas não deixam Lula ter trípleeeex

Queriam que ele botasse o barco aonde? Na sala de jantar
publicado 02/02/2016
bessinha coxinhas
Na qualidade de cripto-brizolista, o ansioso blogueiro celebrou quando Lula escolheu Nilo Batista para advogado!

Ah, se o  tivesse 1/100 do talento e 1/1000 do destemor do Nilo!


Lula é achincalhado por coxinhas, diz advogado do petista

Responsável pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o advogado Nilo Batista disse, nesta segunda-feira (1º), que o petista é vítima da maledicência de "coxinhas" –termo associado a opositores do PT.

Em entrevista à Folha, o advogado refuta a tese de que Lula tenha mudado de versões acerca do processo para a compra de um tríplex no Guarujá, que não se concretizou. Ele terá de depor como investigado no inquérito conduzido pelo Ministério Público de São Paulo que investiga lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

Batista –que se reuniu com Lula na sexta-feira (29)– afirmou que o "combustível nesse processo de achincalhamento é os coxinhas não admitirem que o um operário possa comprar um tríplex".

"Que nem é um trípleeeex", emendou Nilo, marcando a palavra tríplex na tentativa de mostrar que o apartamento –de 215 m², segundo o Instituto Lula – não é tão grande assim.

Nilo alfinetou: "tem gente que concorreu à Presidência e tem apartamento de frente para o mar na Vieira Souto e não falam nada". Durante a campanha de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), adversário derrotado pela presidente Dilma Rousseff, morou em Ipanema, no Rio.

(...)

Segundo revelou a Folha, um barco de pesca foi comprado por Marisa, mulher de Lula, e entregue no sítio, provando o elo da família com a propriedade.

O advogado ironizou o fato: "Iria colocar o barco onde? Dentro do apartamento, como uma jardineira, colocar o bote na sala?".
Fonte: CONVERSA AFIADA
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O “Escândalo do Barco” é o episódio mais ridículo da história da mídia.

O barquinho de Lula ganhouna mídia  proporções do iate Eclypse, de Abramovic
O barquinho de Lula ganhou na mídia proporções do iate Eclypse, de Abramovic

Há uma cena particularmente engraçada no filme Butch Cassidy. No final, Butch e seu companheiro Sundance Kid estão encurralados num canto na Bolívia.
A polícia local pede reforços para o exército nacional. Vão chegando soldados às dezenas, centenas.
O comandante da tropa pergunta num certo momento ao chefe da polícia. “Quantos são?”
A resposta vem seca: “Dois.”
O comandante faz uma careta de espanto. Imaginava um número considerável de bandidos.
“Dois???”
“Dois.”
Lembrei desta cena com o episódio do barco de Lula.
Imagino dois leitores da Folha, que deu o furo como se fosse um novo Watergate, num diálogo assim.
Leitor 1: “Viu essa? Descobriram um barco do Molusco. Pegaram até a nota fiscal. Não tem como negar e dizer que não é dele.”
Leitor 2: “Esse Molusco tinha mesmo que se ferrar. Nove Dedos. Brahma. Deve custar uma fortuna o barco.”
O Leitor 2 mentaliza um iate igual ao de Roman Abramovic, o dono do Chelsea. O nome é Eclypse, e é conhecido como o Iate de 1,5 bilhão de dólares.
Leitor 2: “Quanto custa o barco do Brahma?”
O Leitor 1 mostra quatro dedos.
Leitor 2: “4 milhões de dólares?”
Ele ficou até decepcionado. Que são 4 milhões de dólares diante de 1,5 bilhão?
Leitor 1: “Não. 4 mil reais.”
Leitor 2: “O que??? 4 mil reais???”
Ele estaria menos inconformado se o preço fosse pelo menos em dólar. Numa rápida conta, ele percebeu que poderia comprar uma frota de barcos como os do Brahma.
Leitor 2: “Você tem certeza de que não errou? Não são 4 milhões de dólares? Dá uma conferida no site da Folha.”
O Leitor 1 começa a desconfiar da sua informação. Pensa que deve ter visto errado. O Moro não faria estardalhaço por uma ninharia. Começa a se condenar por passar adiante uma quantia sem sentido. Seu interlocutor vai achar que ele é uma besta, um cara capaz de falar num homem de 8 metros. Pega seu celular e vai checar.
4 mil reais.
Leitor 1: “Tou com um problema de conexão. Não tá dando pra checar. O importante, aliás, não é o preço. É o barco em si. Molusco ladrão!”
E assim se despedem os dois leitores da Folha, rumo ao planeta paralelo em que vivem sob o noticiário do jornal.
Penso neles e penso na mídia.
Os jornais já tinham perdido o pudor em relação ao jornalismo tão desiquilibrado e parcial que praticam.
Agora perderam também o senso do ridículo.
Em minha carreira de 35 anos, vi muitas coisas cômicas, ou tragicômicas, em jornais e revistas. Estava na Veja, por exemplo, quando saiu o “Boimate”, a combinação de boi com tomate, piada de uma publicação científica americana que a revista levou a sério.
Vi a Folha publicar, depois de uma decisão de Fórmula 1 no horário brasileiro da madrugada, um texto com a vitória de Senna e outro com a vitória de Prost, tudo isso numa só página para o leitor ler como lhe conviesse.
Mas nada, rigorosamente nada, se compara em estupidez à tentativa de transformar um barquinho mixuruca num escândalo nacional.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Gerson Carneiro: Nota fiscal de caixa de isopor reforça o elo de Lula com o sítio em Atibaia

publicado em 30 de janeiro de 2016 às 16:59
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Fonte: VIOMUNDO
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Existe limite para a atuação da mídia?


Fonte: CARTA  MAIOR
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Justiça acata ação em que Lula acusa O Globo de fazer jornalismo “baseado em fofocas de corredor de prédio”

publicado em 01 de fevereiro de 2016 às 20:21
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Justiça acata ação de Lula contra família Marinho por mentir sobre triplex
Apesar da ação em curso, o diário carioca seguiu na publicação de outras matérias sobre o imóvel de Guarujá, o que valeu um novo desmentido, no último sábado
A Justiça do Estado de São Paulo acatou o processo proposto por advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra os proprietários do diário conservador carioca O Globo. Os irmãos Marinho, filhos do falecido empresário Roberto Marinho, respondem agora à ação civil por danos morais, após publicar matéria no jornal, intitulada Dinheiro liga doleiro da Lava-Jato à obra de prédio de Lula.
Nos autos do processo, agora registrado em cartório na capital paulista, os advogados de Lula anexaram a matéria publicada no dia 12 de agosto do ano passado, na qual o diário que apoiava a ditadura militar afirma que o ex-presidente seria dono de um apartamento triplex no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e que o empreendimento estaria ligado, de alguma forma, ao doleiro Alberto Youssef.
Antes da publicação do artigo, o Instituto Lula esclareceu ao jornalista que Marisa Letícia, mulher do ex-presidente, adquiriu a prestações, uma cota no empreendimento e que a família do ex-presidente não tem nenhum apartamento, quanto menos um tríplex. “Não foi a primeira vez que isso foi esclarecido a este repórter e o jornal carioca optou por dar continuidade à mentira que vem repetindo desde dezembro do ano passado”, disse o Instituto Lula, em nota.
Resposta de Lula
“O autor da matéria insistiu na versão mentirosa, com amplo destaque tanto na versão impressa do jornal, quanto na internet. O Instituto Lula respondeu ao Globo, em nota, no dia 14: ‘Lula não tem apartamento no Guarujá. E se tivesse?’ Em sua edição de sábado (15 de agosto), o jornal tentou justificar a atribuição da propriedade do imóvel pelo ex-presidente por informações passadas pela ‘vizinhança’, ou seja, fez um jornalismo baseado em fofocas de corredor de prédio”, acrescenta a nota do Instituto.
Ainda no documento, Lula afirma, por meio de sua assessoria, que “a ação demonstra que a matéria teve claro caráter difamatório e o mero registro burocrático do outro lado não compensa os danos morais causados pela veiculação de graves mentiras. Que foram criadas relações que não existem entre uma cota de empreendimento adquirida a prestações pela família do ex-presidente e Alberto Youssef, criminoso reincidente”.
Apesar da ação em curso, o diário carioca seguiu na publicação de outras matérias sobre o imóvel de Guarujá, o que valeu um novo desmentido, no último sábado que, segundo advogados do ex-presidente, será anexado ao processo contra a família Marinho, como demonstração do caráter persecutório dos meios de comunicação de propriedade das Organizações Globo.
Na nota da semana passada, o Instituto Lula demonstra, com uma série de documentos, “como os adversários de Lula e sua imprensa tentam criar um escândalo a partir de invencionices”.
Fonte: VIOMUNDO
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O iate, o triplex e o sítio.

Essa é a agenda tripla da velha mídia, mídia três vezes ridícula.

Com a apresentação de rendimentos de Lula, a velha mídia caiu em mais um ridículo, já que  o caso do triplex está devidamente esclarecido.

Sem o apartamento triplex, que tem na realidade 215 m², a velha mídia lançou-se ao mar e encontrou o iate do Lula, que na realidade é um barco de alumínio, sem motor, no valor de 4 mil reais.

Como o iate se  transformou em barco, a mídia ridícula meteu o pé na estrada e descobriu um sítio que Lula frequentava, e, "gravíssimo",  Lula teria ido ao sítio várias vezes.

Descobriu, ainda, através de seus briosos repórteres e de suas  excelentes e bem sucedidas técnicas de investigação, que o  tal iate, ou melhor, o barco de alumínio, estaria no sítio, o que pode configurar em algo "gravíssimo"

Em um apartamento é que o barco não poderia estar, como bem disse o advogado de Lula.

No entanto, o PAPIRO sugere que Lula use o barco para decorar a varanda do apezão no Guarujá, utilizando-o como um cachepot para plantar algumas plantas decorativas, como na imagem do exemplo abaixo:
Resultado de imagem para cachepot em forma de barco - imagens
Pode ainda, se assim desejar, pintar o iate, ou melhor, o barco, de vermelho e nas bordas colocar uma luz neon com desenhos de estrelas.

Não se esqueça, caro Lula, de guardar a nota fiscal da luminária de neon.

Coloque a decoração na varanda, para que a velha e ridícula imprensa tire fotos e mais fotos e depois ainda tente acusa-lo de tentar fazer um barco voar.

Quem foi, quem foi
Que falou no boi voador
Manda prender esse boi
Seja esse boi o que for

O boi ainda dá bode
Qual é a do boi que revoa
Boi realmente não pode
Voar à toa

É fora, é fora, é fora
É fora da lei, é fora do ar
É fora, é fora, é fora
Segura esse boi
Proibido voar



Antena fora de foco

Programa da Globo convida visitação a museu que já fechou

02/02/201607h00

Carlos Tramontina é o apresentador do "Antena Paulista"
Carlos Tramontina é o apresentador do "Antena Paulista"

O programa "Antena Paulista", da Globo, no último domingo (31), acompanhado de matéria a respeito, convidou seus telespectadores a visitarem o Museu da TAM, em São Carlos.
O convite chegou tarde. O museu, culpando a crise e alegando falta de interesse das autoridades, fechou suas portas na sexta-feira.
Provavelmente, quando foi gravada a reportagem, a informação do fechamento ainda não existia.
Inaugurado em 2010, o museu contava com um acervo de 90 aeronaves, além de outros itens que retratam a história da aviação no Brasil e no mundo.
*Colaborou José Carlos Nery

Reinaldo Canato/UOL
Museu da TAM em São Carlos (SP)

Fonte: BOL
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Filho de Bonner e Fátima consegue estágio na Globo

Vinícius, de 18 anos, é um dos funcionários do programa "Amor & Sexo"; ele trabalha no Projac
Por: Diário SP Online
portalweb@diariosp.com.br
Vinícius não teve ajuda dos pais para ingressar na emissora / Reprodução/Instagram
Vinícius, de 18 anos, filho dos jornalistas William Bonner e Fátima Bernardes, decidiu seguir os passos dos pais e conseguiu um emprego em uma grande emissora.
Segundo informações do jornal Extra, o garoto está estagiando no programa “Amor & Sexo”, da Globo. Ele é um dos responsáveis por levar os entrevistados com os pequenos carros do Projac até os estúdios. 
Ainda de acordo com a publicação, Vinícius não teve ajuda dos pais para ingressar na emissora. Pelo contrário, Fátima e Bonner teriam exigido que o garoto desempenhasse uma série de funções antes de ser efetivado.

Fonte: IG
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Depois da inauguração do Museu do Amanhã, que tem a participação da Fundação Roberto Marinho, Globo parece que perdeu a noção de tempo.

Um programa com o nome de Antena Paulista está fora de foco e de de tempo ao convidar pessoas para que visitem um museu que fechou.

Enquanto ajusta a antena, Globo contrata , como estagiário , o filho de Bonner.

É a meritocracia tão falada por outro apresentador de telejornal da emissora.

Como é do conhecimento de todos, Globo tem feito suas últimas contratações de funcionários ao estilo pessoa jurídica, ou seja, globo contrata uma empresa em que o novo funcionário estaria vinculado
.
Será assim como o filho de Bonner ?

Será que o rapaz receberá  todos os direitos trabalhistas ?