terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Dias de muita encrenca

QUANTO VALE A PETROBRAS





(Jornal do Brasil)  

O adiamento do balanço da Petrobras do terceiro trimestre do ano passado foi um equívoco estratégico da direção da companhia, cada vez mais vulnerável à pressão que vem recebendo de todos os lados, que deveria, desde o início do processo, ter afirmado que só faria a baixa contábil dos eventuais prejuízos com a corrupção, depois que eles tivessem, um a um, sua apuração concluída, com o avanço das investigações.

A divulgação do balanço há poucos dias, sem números que não deveriam ter sido prometidos, levou a nova queda no preço das ações.

E, naturalmente, a novas reações iradas e estapafúrdias, com mais especulação sobre qual seria o valor — subjetivo, sujeito a flutuação, como o de toda empresa de capital aberto presente em bolsa — da Petrobras, e o aumento dos ataques por parte dos que pretendem aproveitar o que está ocorrendo para destruir a empresa — incluindo hienas de outros países, vide as últimas idiotices do Financial Times – que adorariam estraçalhar e dividir, entre baba e dentes, os eventuais despojos de uma das maiores empresas petrolíferas do mundo.

O que importa mais na Petrobras?

O valor das ações, espremido também por uma campanha que vai muito além da intenção de sanear a empresa e combater eventuais casos de corrupção e que inclui de apelos, nas redes sociais, para que consumidores deixem de abastecer seus carros nos postos BR; à aberta torcida para que “ela quebre, para acabar com o governo”; ou para que seja privatizada, de preferência, com a entrega de seu controle para estrangeiros, para que se possa — como afirmou um internauta — “pagar um real por litro de gasolina, como nos EUA”?

Para quem investe em bolsa, o valor da Petrobras se mede em dólares, ou em reais, pela cotação do momento, e muitos especuladores estão fazendo fortunas, dentro e fora do Brasil, da noite para o dia, com a flutuação dos títulos derivada, também, da campanha antinacional em curso, refletida no clima de “terrorismo” e no desejo de “jogar gasolina na fogueira”, que tomou conta dos espaços mais conservadores — para não dizer golpistas, fascistas, até mesmo por conivência — da internet.

Para os patriotas - e ainda os há, graças a Deus - o que importa mais, na Petrobras, é seu valor intrínseco, simbólico, permanente, e intangível, e o seu papel estratégico para o desenvolvimento e o fortalecimento do Brasil.

Quanto vale a luta, a coragem, a determinação, daqueles que, em nossa geração, foram para as ruas e para a prisão, e apanharam de cassetete e bombas de gás, para exigir a criação de uma empresa nacional voltada para a exploração de uma das maiores riquezas econômicas e estratégicas da época, em um momento em que todos diziam que não havia petróleo no Brasil, e que, se houvesse, não teríamos, atrasados e subdesenvolvidos que “somos”, condições técnicas de explorá-lo?

Quanto vale a formação, ao longo de décadas, de uma equipe de 86.000 funcionários, trabalhadores, técnicos e engenheiros, em um dos segmentos mais complexos da atuação humana?

Quanto vale a luta, o trabalho, a coragem, a determinação daqueles, que, não tendo achado petróleo em grande quantidade em terra, foram buscá-lo no mar, batendo sucessivos recordes de poços mais profundos do planeta; criaram soluções, “know-how”, conhecimento; transformaram a Petrobras na primeira referência no campo da exploração de petróleo a centenas, milhares de metros de profundidade; a dezenas, centenas de quilômetros da costa; e na mais premiada empresa da história da OTC – Offshore Technology Conferences, o “Oscar” tecnológico da exploração de petróleo em alto mar, que se realiza a cada dois anos, na cidade de Houston, no Texas, nos Estados Unidos?

Quanto vale a luta, a coragem, a determinação, daqueles que, ao longo da história da maior empresa brasileira — condição que ultrapassa em muito, seu eventual valor de “mercado” — enfrentaram todas as ameaças à sua desnacionalização, incluindo a ignominiosa tentativa de alterar seu nome, retirando-lhe a condição de brasileira, mudando-o para “Petrobrax”, durante a tragédia privatista e “entreguista” dos anos 1990?

Quanto vale uma companhia presente em 17 países, que provou o seu valor, na descoberta e exploração de óleo e gás, dos campos do Oriente Médio ao Mar Cáspio, da costa africana às águas norte-americanas do Golfo do México?

Quanto vale uma empresa que reuniu à sua volta, no Brasil, uma das maiores estruturas do mundo em Pesquisa e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, trazendo para cá os principais laboratórios, fora de seus países de origem, de algumas das mais avançadas empresas do planeta?

Por que enquanto virou moda — nas redes sociais e fora da internet — mostrar desprezo, ódio e descrédito pela Petrobras, as mais importantes empresas mundiais de tecnologia seguem acreditando nela, e querem desenvolver e desbravar, junto com a maior empresa brasileira, as novas fronteiras da tecnologia de exploração de óleo e gás em águas profundas?

Por que em novembro de 2014, há apenas pouco mais de três meses, portanto, a General Electric inaugurou, no Rio de Janeiro, com um investimento de 1 bilhão de reais, o seu Centro Global de Inovação, junto a outras empresas que já trouxeram seus principais laboratórios para perto da Petrobras, como a BG, a Schlumberger, a Halliburton, a FMC, a Siemens, a Baker Hughes, a Tenaris Confab, a EMC2 a V&M e a Statoil?

Quanto vale o fato de a Petrobras ser a maior empresa da América Latina, e a de maior lucro em 2013 — mais de 10 bilhões de dólares — enquanto a PEMEX mexicana, por exemplo, teve um prejuízo de mais de 12 bilhões de dólares no mesmo período?

Quanto vale o fato de a Petrobras ter ultrapassado, no terceiro trimestre de 2014, a EXXON norte-americana como a maior produtora de petróleo do mundo, entre as maiores companhias petrolíferas mundiais de capital aberto?

É preciso tomar cuidado com a desconstrução artificial, rasteira, e odiosa, da Petrobras e com a especulação com suas potenciais perdas no âmbito da corrupção, especulação esta que não é apenas econômica, mas também política.

A PETROBRAS teve um faturamento de 305 bilhões de reais em 2013, investe mais de 100 bilhões de reais por ano, opera uma frota de 326 navios, tem 35.000 quilômetros de dutos, mais de 17 bilhões de barris em reservas, 15 refinarias e 134 plataformas de produção de gás e de petróleo.

É óbvio que uma empresa de energia com essa dimensão e complexidade, que, além dessas áreas, atua também com termoeletricidade, biodiesel, fertilizantes e etanol, só poderia lançar em balanço eventuais prejuízos com o desvio de recursos por corrupção, à medida que esses desvios ou prejuízos fossem “quantificados” sem sombra de dúvida, para depois ser — como diz o “mercado” — “precificados”, um por um, e não por atacado, com números aleatórios, multiplicados até quase o infinito, como tem ocorrido até agora.

As cifras estratosféricas (de 10 a dezenas de bilhões de reais), que contrastam com o dinheiro efetivamente descoberto e desviado para o exterior até agora, e enchem a boca de “analistas”, ao falar dos prejuízos, sem citar fatos ou documentos que as justifiquem, lembram o caso do “Mensalão”.

Naquela época, adversários dos envolvidos cansaram-se de repetir, na imprensa e fora dela, ao longo de meses a fio, tratar-se a denúncia de Roberto Jefferson, depois de ter um apaniguado filmado roubando nos Correios, de o “maior escândalo da história da República”, bordão esse que voltou a ser utilizado maciçamente, agora, no caso da Petrobras.

Em dezembro de 2014, um estudo feito pelo instituto Avante Brasil, que, com certeza não defende a “situação”, levantou os 31 maiores escândalos de corrupção dos últimos 20 anos.

Nesse estudo, o “mensalão” — o nacional, não o “mineiro” — acabou ficando em décimo-oitavo lugar no ranking, tendo envolvido menos da metade dos recursos do “trensalão” tucano de São Paulo e uma parcela duzentas vezes menor que a cifra relacionada ao escândalo do Banestado, ocorrido durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso, que, em primeiríssimo lugar, envolveu, segundo o levantamento, em valores atualizados, aproximadamente 60 bilhões de reais.

E ninguém, absolutamente ninguém, que dizia ser o mensalão o maior dos escândalos da história do Brasil, tomou a iniciativa de tocar, sequer, no tema — apesar do “doleiro” do caso Petrobras, Alberto Youssef, ser o mesmo do caso Banestado — até agora.

Os problemas derivados da queda da cotação do preço internacional do petróleo não são de responsabilidade da Petrobras e afetam igualmente suas principais concorrentes.

Eles advém da decisão tomada pela Arábia Saudita de tentar quebrar a indústria de extração de óleo de xisto nos Estados Unidos, aumentando a oferta saudita e diminuindo a cotação do produto no mercado global.

Como o petróleo extraído pela Petrobras destina-se à produção de combustíveis para o próprio mercado brasileiro, que deve aumentar com a entrada em produção de novas refinarias, como a Abreu e Lima; ou para a “troca” por petróleo de outra graduação, com outros países, a empresa deverá ser menos prejudicada por esse processo.

A produção de petróleo da companhia está aumentando, e também as descobertas, que já somam várias depois da eclosão do escândalo.

E, mesmo que houvesse prejuízo — e não há — na extração de petróleo do pré-sal, que já passa de 500.000 barris por dia, ainda assim valeria a pena para o país, pelo efeito multiplicador das atividades da empresa, que garante, com a política de conteúdo nacional mínimo, milhares de empregos qualificados na construção naval, na indústria de equipamentos, na siderurgia, na metalurgia, na tecnologia.

A Petrobras foi, é e será, com todos os seus problemas, um instrumento de fundamental importância estratégica para o desenvolvimento nacional, e especialmente para os estados onde tem maior atuação, como é o caso do Rio de Janeiro.

Em vez de acabar com ela, como muitos gostariam, o que o Brasil precisaria é ter duas, três, quatro, cinco Petrobras.

É necessário punir os ladrões que a assaltaram?

Ninguém duvida disso.

Mas é preciso lembrar, também, uma verdade cristalina.

A Petrobras não é apenas uma empresa.

Ela é uma Nação.

Um conceito.

Uma bandeira.

E por isso, seu valor é tão grande, incomensurável, insubstituível.

Esta é a crença que impulsiona os que a defendem.

E, sem dúvida alguma, também, a abjeta motivação que está por trás dos canalhas que pretendem destruí-la.

Fonte: MAURO SANTAYANA

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Eleição na Câmara: governabilidade depende da mobilização popular

A eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados impacta o quadro político nacional e torna ainda mais turvo o horizonte do desenvolvimento político do país.

Cunha venceu em primeiro turno, com 267 votos, quase o dobro dos 136 sufrágios colhidos pelo petista Arlindo Chinaglia. Chama a atenção que o deputado petista obteve menos votos do que o número de integrantes do bloco que liderava. Uma derrota do governo e das forças progressistas que o apoiam, principalmente do PT. A refletir sobre as causas e, sobretudo, agir para impedir que a instabilidade política que este fato gera dificulte a governabilidade da presidenta Dilma desde o início do segundo mandato.

A eleição de Cunha é um dos reflexos do feixe de contradições da situação política brasileira, cada vez mais complexa, instável e ameaçadora à democracia e ao progresso social. O deputado fluminense, embora seja membro do PMDB, partido do vice-presidente da República e principal aliado do governo e do PT no Congresso Nacional, é um ativo opositor do governo da presidenta Dilma Rousseff, o que ficou patente em sua atuação como deputado singular e, no último período, como líder do PMDB na Câmara.

O novo presidente da Câmara se elegeu à frente de uma coalizão de deputados oriundos de diferentes partidos, entre estes siglas que formalmente integram a base do governo e inclusive ocupam ministérios, com uma plataforma conservadora, e de aberta oposição ao governo da presidenta Dilma Rousseff.

O discurso improvisado que fez logo após a proclamação do resultado, em que, empregando tom conciliatório, tentou encobrir seus reais propósitos, é apenas a primeira revelação, no exercício da presidência da Câmara, do seu método de ação política, que a sabedoria popular chama de “morde e assopra”. Nega que vá fazer oposição ao governo, mas acentua que não será “submisso”, expressão que contém severa e falsa acusação ao governo sobre o seu relacionamento com o Legislativo. Acentua, em tom ameaçador, sua prerrogativa de organizar a pauta de votações, começando com projetos sobre os quais o governo já expressou preocupação.

Soma-se a tudo isso a pregação golpista dos principais caciques do PSDB e da mídia, e o uso político da Operação Lava Jato, com a preparação de mais uma CPI da Petrobras proposta com o exclusivo fim de incriminar o governo e a mandatária. Não foi à toa que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo (1º/2) cifrou a mensagem do golpe por meio do Judiciário, e o senador José Serra, também uma autoridade do PSDB, vaticinou que Dilma não completará seu mandato.

Diante de tais ameaças, urge ao governo e às forças progressistas assumir a iniciativa política e mobilizar o povo brasileiro, reunir forças para percorrer o caminho indicado na campanha eleitoral – mudanças e reformas – proclamado e reiterado pela presidenta Dilma em seus últimos pronunciamentos. O esforço pela recomposição da base política no Congresso é urgente e necessário, mas seria uma ilusão supor que a governabilidade depende apenas disso. A unidade das forças progressistas e a mobilização do povo são indispensáveis para impedir a interrupção do ciclo político iniciado em 2003 e assegurar o avanço da luta pela democracia, a soberania e o progresso social. 


Fonte: VERMELHO
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Dilma refém do Centrão, Lula de uma vitória em São Paulo

publicado em 2 de fevereiro de 2015 às 19:10
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por Luiz Carlos Azenha

Dois momentos singelos da política brasileira, no domingo, resumem o filme: mais do que nunca, somos reféns do Centrão. Aquele mesmo, do Sarney, agora revigorado pelo lobista Eduardo Cunha.
Lobista. É assim que se refere a ele o blogueiro Altamiro Borges.
Cunha foi o lobista das empresas de telefonia para detonar o Marco Civil da Internet, é lobista dos barões da mídia para bloquear a regulação do setor e será lobista das empreiteiras para garantir que a Operação Lava Jato não atrapalhe futuros negócios.
O novo presidente da Câmara dos Deputados é, na verdade, apenas a correia de transmissão do baixo clero, aquele que está na política essencialmente para inflar o patrimônio pessoal.
Se não fosse trágico, seria irônico constatar que deram nisso as gigantescas manifestações de junho de 2013.
Remando contra a maré, escrevi que Dilma Rousseff tinha acertado ao incluir Kátia Abreu e Joaquim Levy em seu ministério. Acertou, enfatizo, do ponto-de-vista de sua própria sobrevivência política.
Presumi que a presidente tinha feito seu cálculo considerando a vitória magra nas eleições de 2014, a redução da bancada do PT, a Operação Lava Jato e as turbulências na economia internacional.
Com Kátia, Dilma se aproximou do agronegócio; com Levy, dos banqueiros. Dois setores que se mostrarão fundamentais para enfrentar a voracidade de Eduardo Cunha e aliados.
A derrota do governo no Congresso foi monumental. Foram 375 votos de oposição na Câmara! Uma lavada que, em tempos normais, seria suficiente para derrubar toda a “desarticulação política” do governo Dilma.
As consequências?
Lamento discordar mais uma vez da maioria, mas não acredito que está aberta a porta para oimpeachment de Dilma.
Se a presidente pretendeu um dia ser mais que uma gerente, que desista. Ela vai gerenciar pelos próximos quatro anos.
Estão enterradas a união civil de pessoas do mesmo sexo, a regulação da mídia eletrônica, o imposto sobre fortunas, o financiamento público de campanhas e qualquer outro projeto progressista com os quais os eleitores de Dilma um dia sonharam.
Seria um arroubo retórico dizer que aquela Dilma que derrotou Aécio Neves foi apeada do poder. Menos. Porém, pelos números de domingo está claro que os conservadores emplacarão suas propostas no Congresso com maior facilidade que o Planalto.
O baixo clero quer dinheiro, venha de onde vier. Dinheiro do Tesouro, para tocar projetos em suas bases políticas e enriquecimento pessoal. Dinheiro de empresários, para campanhas de reeleição e enriquecimento pessoal.
Uma nova CPI da Petrobras será a faca no pescoço de Dilma para extrair concessões, mas as empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato são grandes financiadoras de campanhas e duvido que já não estejam assoprando nos ouvidos do baixo clero.
É óbvio que Aécio Neves, FHC e Geraldo Alckmin vibraram com a espetacular derrota política de Dilma, mas Eduardo Cunha não é ingênuo de entregar de mão beijada ao tucanato os louro$ de sua vitória.
O PMDB, qualquer um deles, nunca fez questão de governar diretamente, desde que tenha acesso aos cofres.
O enfraquecimento do PT no Parlamento terá, obviamente, consequências políticas.
Lula, se quiser de fato concorrer em 2018, dependerá da reeleição de Fernando Haddad em São Paulo. Ao que parece, é aqui que o ex-presidente monta sua base de olho no futuro.
O que fará Marta Suplicy? Com o governo em frangalhos no Congresso, a resposta torna-se agora mais importante.
Enfraquecido no Parlamento, escanteado no interior do governo Dilma, o PT caminha para se tornar o Partido Socialista Operário Espanhol. O PSOE assumiu com gosto a tarefa de carregar o neoliberalismo na Espanha, em meio a uma profunda crise econômica, e encolheu a ponto de não ter qualquer chance nas eleições deste ano.
O PT é menos conservador e mais relevante para a política brasileira que o PSOE na Espanha.
Porém, serão mais quatro anos de massacre cotidiano na mídia. Depois do mensalão, o petrolão. Bombardeio ininterrupto, corrosivo, uma avalanche que encobre qualquer recorde de desemprego em baixa — como se viu nas capas das revistas semanais que circulam.
Em retrospectiva, não ter tratado da democratização dos meios de comunicação terá sido o maior dos imensos erros do PT e de suas lideranças. Chávez fez. Evo fez. Correia fez. Cristina fez. Mujica fez. Lula, Dilma e o PT, não fizeram.
Agora pagam a consequência política.
Do ponto-de-vista econômico, a corda vai arrebentar outra vez no lombo dos mais fracos.
Se a própria Dilma, ao abraçar a austeridade, endossou cortes orçamentários que prejudicam os trabalhadores — a ideia de que foi primariamente para combater fraudes é infame –, o que não dizer de Eduardo Cunha e seu bloco, sob o patrocínio dos grandes interesses, sem qualquer compromisso que não com o próprio bolso?
Será que aquele projeto que prevê terceirização generalizada agora anda?
Para os movimentos sociais, só resta uma alternativa: rua.

Fonte: VIOMUNDO
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De um lado o PT, que no passado foi um partido de esquerda e hoje é de centro.

Outros partidos de esquerda, como o PC do B do texto acima, são aliados do PT no governo.

Também são aliados do PT no governo, ou deveriam ser, o PMDB do  atual presidente da câmara Eduardo Cunha e outros partidos menores, que se auto intitulam de centro.

Na oposição ao governo, à direita, estão o PSDB , toda a velha mídia e outros partidos.

Na oposição  ao governo, à esquerda, o principal partido é o PSol.

No campo popular, os grandes movimentos sociais apoiaram os governos do PT ao longo desses anos.

A vitória de Eduardo Cunha para presidência da câmara, tem sido chamada pela imprensa como a vitória do bloco parlamentar conhecido como centrão.

Esse bloco tem políticos de vários partidos que defendem posições de uma direita até mesmo radical.

Fazem parte do " centrão", muitos parlamentares do chamado baixo clero, deputados de partidos pequenos, ou mesmo grandes, que se caracterizam pela mediocridade  moral e intelectual e , também pelos arranjos em benefício próprio ou em benefício de setores da economia em que são representantes no congresso, mesmo que não assumam explicitamente tais apoios durante as campanhas eleitorais, quando pedem votos ao eleitor.

Apesar de ser chamado de centrão, o bloco parlamentar que apoiou a eleição de Eduardo Cunha, assim como o próprio, defendem posições de uma direita radical, totalmente incompatível com  aquilo que o governo e seus aliados dizem defender. 

Considere ainda que Eduardo Cunha é do PMDB, partido da base aliada do governo.

Essa é a encrenca em que Dilma está inserida.

O bloco de Eduardo Cunha fará oposição ao governo Dilma, do que se aproveitará a oposição a direita do governo, PSDB , seus aliados e a velha mídia.

Isso significa que o governo  corre sérios riscos  ,que a governabilidade está ameaça e que a agenda que elegeu a presidenta Dilma não passará no congresso nacional.

O bloco de Eduardo Cunha e a oposição à direita do governo, se constituem na frente de direita radical , que pode sequestrar o governo e até mesmo imputar um impeachment à presidenta, por conta de um suposto envolvimento da presidenta com os escândalos da Petrobras. 

Cabe lembrar ao caro leitor, que os processos de impeachment são políticos, independente de julgamentos no Judiciário.

Foi assim com Fernando Collor e com outro Fernando, o Lugo, no Paraguai.

Para sustentar e mesmo tentar equilibrar o jogo, o governo precisa de uma frente de esquerda, que não conseguirá com maioria parlamentar , mas  que pode ter um impacto significativo se tiver a força dos movimentos populares e das ruas, de maneira a exigir o cumprimento da agenda vitoriosa na eleição de outubro último, e chamar atenção da opinião pública das armações em curso.

Com minoria na câmara e sem o apoio das ruas , o impeachment da presidenta é praticamente certo.

Por outro lado, um impeachment e uma ascensão política de uma frente de direita radical trará outros desdobramentos na política nacional, com grande retrocesso para o país, redução dos direitos trabalhistas e de aposentados, recessão econômica, desemprego e tudo mais que se vivenciou na década de 1990 e se acreditava que não mais voltaria.

A sorte está lançada na atual democracia de fachada. 

Somente uma reforma política profunda com uma assembléia constituinte  que mude radicalmente o sistema político  do país e avance para uma democracia participativa, sem financiamento privado de campanha, juntamente com um novo marco regulatório dos meios de comunicação que impeça que parlamentares, como presidente da câmara Eduardo Cunha, sejam proprietários de veículos de comunicação.

No entanto, nada disso deve passar no congresso, já que a frente de direita é contraria ao avanço da democracia.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Começou

ATUAÇÕES: 


Wágner comanda o Flu na vitória sobre o Friburguense

LANCEPRESS! 01/02/2015 - 21:55 Volta Redonda (RJ)
Wagner - Fluminense x Friburguense - Campeonato Carioca (Foto: Nelson Perez/Fluminense FC)

O "novo" Fluminense começou o Campeonato Carioca com o pé direito. Neste domingo, em Volta Redonda, o Tricolor venceu por 2 a 1 o Friburguense, e contou com a participação de seus grandes astros. Fred deixou sua marca, mas foi o meia Wágner o grande destaque. Sem os meias Cícero e Conca, negociados pelo clube, ele chamou a responsabilidade e comandou o meio de campo. 
FLUMINENSE, por João Matheus (joaoferreira@lancenet.com.br)

7,0
Diego Cavalieri
Não teve culpa no gol e foi bem quando exigido. No último minuto, fez uma defesa que garantiu a vitória do Fluminense.

5,5
Renato
Foi bem na defesa, mas quando subiu ao ataque não teve a mesma qualidade. Errou alguns passes e não criou muito.

5,5
Henrique
Após um 2014 de altos e baixos, começou bem a partida, mas deu certa bobeira no lance do gol do Friburguense.

6,5
Victor Oliveira
Ainda garoto, demonstrou maturidade e confiança na zaga tricolor. Não deu espaços para o rápido ataque adversário.

6,5
Giovanni
Foi pelo lado esquerdo que saíram as principais jogadas do Flu e isso muito graças a Giovanni, que participou do segundo gol.

6,0
Edson
Ficou preso à marcação e não apareceu como surpresa no ataque, algo que comum em 2014. Mas cumpriu bem o papel.

7,0
Jean
Peça fundamental na criação das jogadas, pois foi no pé dele que a maioria delas começou. Bom passe e posicionamento.

7,0
Vinícius
Estreou com o pé direito, literalmente, ao marcar o primeiro gol pelo Flu logo no início do jogo. Parecer ter boa técnica.

7,0
Wágner
Parece estar convivendo bem com o protagonismo no meio de campo, após saídas de Conca e Cícero. Liderou a equipe.

5,0
Lucas Gomes
Destoou do time no primeiro tempo, tanto que foi substituído no intervalo. Nas poucas vezes que tocou na bola, foi mal.

6,5
Fred
Pela posição que joga, depende dos companheiros para ir bem. Quando teve espaço, foi bem. E ainda fez gol de pênalti.

6,0
Marlone
Entrou bem melhor do que Lucas Gomes, o que não era muito difícil. Parece ser uma boa opção ofensiva para o Flu.

5,5
Walter
Segue pesado, mas mantém a técnica. Ontem, porém, não mudou tanta coisa no time quando foi utilizado.

5,5
Wellington Silva
Substituiu Renato, que não foi tão bem, mas já entrou com o time vencendo e ficou mais preocupado com a marcação.

7,0
Téc: Cristovão Borges
Diante de tantas perdas e contratações modestas, o time segue com padrão tático. Precisa ter atenção com a defesa.

Fonte: LANCE

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Começou o campeonato carioca e também começaram os delírios da imprensa.

No maior diário esportivo do país, o LANCE, a avaliação das atuações dos jogadores do Fluminense tangencia o delírio.


Na avaliação do lateral Renato, LANCE viu outro jogo, ou , imaginou estar avaliando o antigo jogador titular da posição, o agora são paulino Bruno.


Renato foi bem na defesa e no ataque, já que por duas vezes chegou na cara do goleiro do Friburguense - fruto de jogadas de criação -  falhando na finalização.


É um jogador que ataca tanto pelo flanco como partindo da lateral para o meio, onde criou com Vinícius boas jogadas. Tem futuro.


Vitor Oliveira, garoto de apenas 20 anos jogou bem na zaga, no entanto falhou feio em um cruzamento em que o atacante Ziquinha, do Friburguense por pouco não marcou, pois cabeceou a bola sozinho na frente de Cavalieri, que apenas olhou a  bola passar rente a trave. Boa estréia.


Giovanni também foi bem no jogo,no entanto as principais jogadas no primeiro tempo saíram pela direita, apesar do segundo do gol do Tricolor ter saído em uma jogada com Giovanni e Wagner.


Lucas Gomes, pela direita com Renato, criou boas jogadas no primeiro tempo, inclusive o lance que resultou no primeiro gol,pois saiu de um cruzamento para a área. 

Ainda no primeiro tempo fez outro cruzamento de linha de funfo, que resultou em um gol anulado, pois, segundo a arbitragem a bola teria saído.
Boa estréia e boa opção pela direita. 
Já Marlone que entrou no lugar de Lucas, apesar de correr e se movimentar precisa treinar os chutes a gol.

O maior destaque do estreantes ficou para Vinícius, que demonstrou técnica e boa movimentação. Com o entrosamento pode render mais.


No mais, nossa alegre e cômica imprensa esportiva continua a mesma.

Suja e primitiva

Japão coloca em órbita um satélite radar espião













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Tóquio, 1 Fev 2015 (AFP) - O foguete japonês H2A colocou em órbita neste domingo um novo satélite radar espião para completar um dispositivo de vigilância e defesa do território, em particular ante a ameaça da Coreia do Norte.

Segundo a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), o satélite de "compilação de informações", foi lançado com sucesso às 10H21 locais (23H21 de Brasília), da base de Tanegashima (sul).

O sistema de satélites espiões foi projetado no fim dos anos 90, em consequência dos temores provocados pela Coreia do Norte.

Permite, entre outras coisas, localizar objetos de pelo menos um metro de comprimento no solo, à noite ou através das nuvens, de uma altitude de centenas de quilômetros.

Também pode servir para recolher dados sobre os danos provocados pelas catástrofes naturais, como terremotos, tsunamis ou tufões.

Fonte: BOL
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Nos rejeitos nucleares, quem pode garantir?








por Washington Novaes*
fukushima4 Nos rejeitos nucleares, quem pode garantir?
Técnicos acompanham ações de descontaminação em Fukushima. Foto: AIEA/ Maio – 2014

Estranho mundo. Ao mesmo tempo que anuncia que implantará oito reatores nucleares “para fins pacíficos” no Irã – sob protestos de países europeus -, a Rússia começa a construir uma estrutura física para cobrir, 28 anos depois, o abrigo de rejeitos radiativos em Chernobyl, na Ucrânia, onde aconteceu o maior acidente nuclear da História. Enquanto isso, a mesma Rússia informa que vai demolir a “Chernobyl flutuante”, um navio repleto de lixo altamente radiativo de sua frota no Ártico – 21 anos depois que teve sua existência revelada pela revista New Scientist e agora reiterada (13/12/2014). Já o Japão revoga sua decisão de fechar todas as usinas nucleares – que tomara após o acidente na usina de Fukushima, atingida em 2011 por um tsunami – e até volta a exportar arroz daquela área.
Enquanto isso, o Brasil, embora pressionado pela Justiça, não sabe como e quando implantará um depósito definitivo e adequado para os resíduos das usinas Angra 1 e Angra 2, além da terceira unidade, em construção – ao mesmo tempo que a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados rejeita projeto que proibiria novas usinas enquanto não se implantar um depósito definitivo para o lixo nuclear.
O navio russo Lepse, a ser desmontado, tem uma carga radioativa comparável à de césio liberada em Chernobyl e que provém de quatro reatores. A União Europeia teme que essa carga escape e atinja campos de pesca no Ártico. Desde 1994 se oferece para retalhar o navio e remover suas partes para lugares mais seguros. Um grupo de ambientalistas europeus afirma que a recusa se deve ao receio de que se possa saber que o urânio ali contido era mais enriquecido do que permitiriam os acordos internacionais – e demonstraria quanto tempo um submarino militar poderia permanecer ao largo sem ser reabastecido.
O trabalho com o navio seguirá durante todo este ano e em 2016. Mas o problema não se resume a ele: 16 submarinos nucleares, também considerados “lixo”, permanecem ao largo, alguns repletos de combustíveis, e dois deles com reatores a bordo; um terceiro afundou em 2003, quando era levado para a desmontagem; um quarto tem furos no casco, causados por um acidente em 1981. E ainda não se sabe como se resolverá o problema, embora a Comissão de Proteção Radioativa da Noruega tema que a água do mar possa provocar vazamentos – e é apoiada por membros da Academia de Ciências da Rússia. Para complicar tudo, do lado oposto instituições das áreas de petróleo e gás receiam que o problema possa levar a restrições para explorações em áreas problemáticas no Ártico.
Já a decisão japonesa de rever suas posições em matéria nuclear se baseou não nas questões geradas pelo tsunami em Fukushima, e sim em motivos econômicos, uma vez que a suspensão de atividades nas usinas da área levaria a forte aumento nas importações de petróleo, gás e carvão. O país revogou também a decisão de reduzir em 25% suas emissões de carbono, calculadas sobre as de 1990.
As polêmicas têm sido muitas, com cientistas relembrando que no tsunami 18 mil pessoas morreram e 140 mil não puderam voltar para casa. Hoje, estão armazenados num contêiner (ainda não há incinerador) 33 mil metros cúbicos de roupas protetoras contra radiações descartadas por trabalhadores que ali operam (New Scientist, 8/11/2014).
Por aqui, os problemas e advertências levantados na área da geração nuclear parecem cair em ouvidos moucos. Já no começo do ano passado a imprensa informava que as usinas Angra 1 e Angra 2 produziam energia “além de sua capacidade máxima”, por causa da alegada redução no armazenamento de água em reservatórios, que ameaçava o abastecimento no País (Folha de S.Paulo, 17/2/2014). Três meses depois se noticiava (O Globo, 12/5/2014) que Angra 2 corria o risco de ser desligada em 2017, por causa da “saturação dos depósitos de rejeitos radiativos, segundo avaliação da Comissão Nacional de Energia Nuclear”. Para Angra 1 o risco sobreviria em 2018 ou 2019. E não se sabia o que será feito com os rejeitos de Angra 3, em construção. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) havia constatado o “risco iminente de esgotamento dos depósitos de média e baixa radioatividade”, assim como nas piscinas de depósito dos resíduos de alta radioatividade.
Apesar de tantos problemas, continuava-se a discutir a construção de mais usinas, algumas delas no Nordeste, com os rejeitos depositados no Raso da Catarina, reserva ambiental – debaixo de muitos protestos. E um relatório da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) ao TCU informava (14/5/2014) que Angra 2 poderia ser desligada; a unidade de armazenamento de rejeitos precisaria ser construída, ao custo de R$ 577 milhões, para garantir a segurança até 2040 – mas a construção não começara. Para o depósito final o projeto previa investimento de R$ 261 milhões, de modo a que se assegurasse o término até 2019. Já em junho de 2014 a revista Ecológico informava que a União fora condenada a incluir em seu orçamento recursos para esse depósito final.
É, de fato, um tema espinhoso. Nenhum país encontrou solução para o depósito seguro de rejeitos radiativos. Os Estados Unidos, que têm mais de 400 usinas nucleares, começaram a implantar em Yucca Mountain, Nevada, o que pretendiam fosse essa solução final. Mas depois de gastarem mais de US$ 12 bilhões desistiram do projeto, ante as advertências de cientistas de que se tratava de região sujeita a frequentes abalos sísmicos.
O autor destas linhas esteve em Yucca Mountain, com o projeto ainda em andamento. Visitou as obras 300 metros abaixo do solo, sob a montanha. E ao sair entrevistou um representante do Departamento de Energia norte-americano, que assegurava ser tudo muito seguro. Mas quando perguntado (como já se relatou aqui) quem garantiria essa segurança, da qual os cientistas duvidavam, apontou para o céu e respondeu, seco: “Ele”. Ao que parece, a garantia foi retirada.
Fonte: ENVOLVERDE
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ONU confirma que 2014 foi o ano mais quente registrado na Terra


O ano de 2014 foi o mais quente registrado na Terra, confirmou nesta segunda-feira (2) a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma instituição especializada das Nações Unidas com sede em Genebra.

A temperatura média do ar no ano passado na superfície do planeta superou em 0,57 grau Celsius a média calculada para o período de referência 1961-1990, que foi de 14 graus. Também supera os máximos de 2010 (0,55 grau acima) e de 2005 (+0,54 grau), segundo a OMM.

"Nosso século conta com 14 dos 15 anos mais quentes. Acreditamos que este reaquecimento mundial se manterá, já que a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e o aumento da entalpia (calor contido) dos oceanos nos levam a um futuro mais quente", disse seu secretário-geral, Michel Jarraud.

O ano de "2014 é, em valores nominais, o ano mais quente já observado, embora exista uma diferença muito pequena entre os três anos mais quentes", afirmou.

A organização meteorológica calculou que 93% do calor preso na atmosfera pelos gases de efeito estufa, que procedem da exploração de combustíveis fósseis e de outras atividades humanas, está armazenado nos oceanos.

Eles desempenham um papel essencial em termos de regulação térmica do sistema climático mundial. "A temperatura média na superfície dos oceanos alcançou novos recordes em 2014", adverte a OMM.

O organismo lembra que este máximo de calor em 2014 ocorreu na ausência de um verdadeiro episódio do El Niño, um fenômeno que reaquece o clima, e que ocorre quando as temperaturas da superfície do mar, mais altas que o normal no leste do Pacífico tropical, interagem com os sistemas de pressões atmosféricas.

A OMM publicou sua análise das temperaturas mundiais diante da perspectiva de negociações anuais sobre as mudanças climáticas que serão realizadas em Genebra de 9 a 14 de fevereiro. Estas negociações ajudarão a alcançar um acordo na cúpula sobre o clima que será realizada em Paris em dezembro.
Fonte: BOL
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É o lixo.

Lixo no espaço, lixo nuclear, lixo em qualquer lugar.

A órbita da Terra se transforma em uma grande lixeira, uma lixeira espacial, assim como o lixo doméstico que é jogado no terreno ao lado, vazio, baldio, ou mesmo um quintal.

Orbitam parafusos, ferramentas, pedaços de satélites, partes de roupas de astronautas, satélites desativados , satélites em operação e sabe-se lá o que mais.

Os anéis naturais do planeta Saturno são reproduzidos no planeta Terra em forma de lixo.

E há ainda o lixo nuclear, radioativo, que permanece em atividade por milhares de anos, e que ninguém sabe o que fazer com ele, o lixo, claro, sendo transportado de um lugar para outro, sem destino, sem solução.

Tudo é lixo, tanto lixo em forma líquida, sólida ou gasosa, sendo que este último, o gasoso, fica na atmosfera, criando uma grande camada que em alguns casos obriga as pessoas a usarem máscaras para poder respirar, sem contar o aumento de temperatura que provoca no planeta.

Grande parte do lixo gasoso deriva de equipamentos criados para que as pessoas se desloquem com maior rapidez e também de instalações que produzem coisas para que as pessoas ganhem tempo.


Ganhe-se muito tempo, porém perde-se tempo de vida respirando gases poluentes e nocivos e , em muitos lugares fica-se até mesmo com dificuldade de respirar.

O lixo líquido, é jogado nos rios, mares e lagoas, sendo que dos rios se retira grande parte da água necessária para o consumo.

Joga-se uma quantidade gigantesca de lixo nos rios, limpos, que ficam sujos, imundos, quase mortos e depois investe-se em grandes instalações para limpar a água que ficou suja.


Abaixo a foto de um rio, sujo. 
RN Lixo RioPinheiros 14 629x446 Tempestades sobre a economia brasileiraO nota PAPIRO
rio Pinheiros, que atravessa São Paulo, totalmente contaminado, em sua passagem por um bairro de luxuosas residências e escritórios. A poluição destruiu muitos mananciais da metrópole brasileira e contribui agora para as penúrias em seu fornecimento de água. 
Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

Rio que passa ao lado da casa de um chefe de área, chefe que despeja as suas fezes, dele, não as suas leitor, e de sua família no rio.


Estranho tudo isso.

Lixos sólidos são jogados por todos os lugares e para organizar o despejo do lixo criam-se os chamados lixões, montanhas gigantescas de lixo, que em alguns lugares chegaram a se transformar em atração turística.

O planeta do lixo, é assim pois a civilização que aqui vive, entende, prioriza e pratica, através de seu pacto civilizatório, que a importância das áreas cercadas, onde vivem pessoas supostamente afins, se dá pela quantidade de coisas que se pode acumular, coisas naturais, como grandes extensões de terra cercadas, ou coisas artificiais, fabricadas para serem usadas por pouco tempo e depois jogadas fora como lixo.

Quanto maior o número de coisas pertencentes aos membros de grandes áreas, mais importante é a área, assim como quanto maior o número de coisas que uma pessoa tem, mais importante é essa pessoa.

Grandes áreas tentam invadir e dominar outras grandes áreas, para tomar e se apropriar de mais coisas, mesmo que para isso destruam tudo e matem pessoas.

Pessoas, também , exploram outras pessoas para tomar mais coisas e com isso aumentar sua importância.

Pessoas e grandes áreas que detêm muitas coisas são as que mais sujam o ambiente, e por outro lado, não gostam de pessoas que tem poucas coisas, rejeitando-as como inferiores.


Interessante, e ao mesmo tempo muito estranho, já que todos necessitam dos recursos naturais e são semelhantes, no entanto se vêem como diferentes com supostas superioridades.

Além de tudo isso, são cruéis com outras formas de vida, que consideram como inferiores como animais e vegetais.

 'É uma civilização suja e muito primitiva, em um estágio ainda bem limitado de desenvolvimento, apesar de produzirem algumas coisas interessantes'

Assim terminou o breve relato dos visitantes, oriundos de um planeta da Galáxia de Andrômeda, que por aqui estiveram.

Tão logo perceberam como as coisas funcionam por aqui, trataram de ir embora.