quarta-feira, 26 de novembro de 2014

CIA e a velha mídia. Tudo a ver

Jornalista alemão denuncia controle da CIA sobre a mídia; diz que noticiário estimula guerra com a Rússia

publicado em 25 de novembro de 2014 às 15:49
jornalista
Udo Ulfkotte, que trabalhou no Frankfurter Allgemeine Zeitung, fala à Russia Today
sugerido pela Conceição Oliveira
Tradução parcial da entrevista reproduzida em vídeo abaixo
Sou jornalista há 25 anos, e fui criado para mentir, trair, e não dizer a verdade ao público. Mas vendo agora, e nos últimos meses, o quanto … como alemão a mídia dos EUA tentar trazer a guerra para os europeus, para trazer a guerra à Rússia. Este é um ponto de não retorno, e eu vou me levantar e dizer … que o que eu fiz no passado, não é correto, manipular as pessoas, para fazer propaganda contra a Rússia e o que os meus colegas fizeram no passado, porque eles são subornados para trair o povo, não só na Alemanha, mas de toda a Europa.
livro
A razão para este livro é que estou muito preocupado com uma nova guerra na Europa, e eu não quero de novo a situação, porque a guerra nunca vem de si mesmo, há sempre pessoas atrás que levam à guerra, e não é só políticos, jornalistas também.
Eu só escrevi no livro sobre como traimos no passado nossos leitores apenas para empurrar para a guerra, e porque eu não quero isso, eu estou cansado dessa propaganda. Nós vivemos em uma república de bananas, não é um país democrático, onde teríamos a liberdade de imprensa, direitos humanos.
[...]
Se você olhar para a mídia alemã, especialmente os meus colegas que, dia após dia, escrevem contra os russos, que estão em organizações transatlânticas, que são apoiados pelos Estados Unidos para fazer isso, pessoas como eu. Eu me tornei um cidadão honorário do Estado de Oklahoma. Por que exatamente? Só porque eu escrevia pró-Estados Unidos. Eu escrevia pro-Estados Unidos e fui apoiado pela Agência Central de Inteligência, a CIA. Por quê? Porque eu tinha que ser pró-americano.
Estou cansado disso. Eu não quero! E assim que eu acabei de escrever o livro — não para ganhar dinheiro, não, ele vai me custar um monte de problemas — só para dar às pessoas, neste país, a Alemanha, na Europa e em todo o mundo, apenas para dar-lhes um vislumbre do que se passa por trás das portas fechadas.
[...]
Sim, existem muitos exemplos disso: se você voltar na história, em 1988, se você for ao seu arquivo, você encontrará em março de 1988 que os curdos do Iraque foram atacados com gás tóxico, o que se tornou conhecido em todo o mundo. Mas em julho de 1988, eles [o jornal alemão] me mandaram para uma cidade chamada Zubadat, que fica na fronteira entre Iraque e Irã.
Foi na guerra entre iranianos e iraquianos, e eu fui enviado para lá para fotografar como os iranianos tinham sido atacados com gases venenosos, gás venenoso alemão. Sarin, gás mostarda, fabricado pela Alemanha. Eles foram mortos e eu estava lá para tirar fotos de como essas pessoas foram atacadas com gás venenoso da Alemanha. Quando voltei para a Alemanha, só saiu uma pequena foto no jornal, o Frankfurter Allgemeine, e saiu apenas uma pequena seção sem descrever como era impressionante, brutal, desumano e terrível, matar … matar, décadas após a Segunda Guerra Mundial, o povo com gás venenoso alemão.
Foi uma situação em que eu me senti abusado por estar lá apenas para fazer um documentário sobre o que tinha acontecido, mas não estar autorizado a revelar ao mundo o que tínhamos feito atrás das portas fechadas. Até hoje, não é bem conhecido do público alemão que havia gás alemão, houve centenas de milhares de pessoas atingidas nesta cidade de Zubadat.
Agora, você me perguntou o que eu fiz para as agências de inteligência. Então, por favor, entenda que a maioria dos jornalistas que você vê em outros países afirmam ser jornalistas, e eles poderiam ser jornalistas, jornalistas europeus ou americanos … mas muitos deles, como eu no passado, são supostamente chamado de “informantes não-oficiais”.
É assim que os americanos chamam. Eu era um “informante não-oficial”. A cobertura extra-oficial, o que isso significa?
Isso significa que você trabalha para uma agência de inteligência, você os ajuda se eles querem que você para ajude, mas nunca, nunca [...] quando você for pego, se descobrem que você não é só um jornalista, mas também um espião, eles nunca dirão “era um dos nossos.”
Isso é o que significa uma cobertura extra-oficial. Então, eu ajudei-os várias vezes, e agora eu me sinto envergonhado por isso também. Da mesma forma que eu sinto vergonha de ter trabalhado para jornais como o Frankfurter Allgemeine, porque eu fui subornado por bilionários, subornado pelos norte-americanos para não refletir com precisão a verdade .
[...]
Eu só imaginava, quando eu estava no meu carro para vir a esta entrevista, tentei perguntar o que teria acontecido se eu tivesse escrito um artigo pró-russo no Frankfurter Allgemeine. Bem, eu não sei o que teria acontecido. Mas todos nós fomos ensinados a escrever artigos pró-europeus, pró-americanos, mas por favor não pró-russos. Portanto, estou muito triste por isso …. Mas não é assim que eu entendo a democracia, a liberdade de imprensa, e eu realmente sinto muito por isso.
[...]
Sim, eu entendi a pergunta. A Alemanha ainda é uma espécie de colônia dos EUA, você verá em muitos aspectos; como [o fato de que] a maioria dos alemães não querem ter armas nucleares em nosso país, mas ainda temos armas nucleares americanas.
Então, sim, nós ainda somos uma espécie de colônia americana e, por ser uma colônia, é muito fácil de se aproximar de jovens jornalistas através de (e isso é muito importante) organizações transatlânticas.
Todos os jornalistas de jornais alemães altamente respeitados e recomendados, revistas, estações de rádio, canais de TV, são todos membros ou convidados destas grandes organizações transatlânticas. E nestas organizações transatlânticas, você é abordado por ser pró-americano. Não há ninguém que vem a você e diz: “Nós somos a CIA. Gostaria de trabalhar para nós? “. Não! Esta não é a maneira que acontece.
O que essas organizações transatlânticas fazem é convidá-lo para ver os Estados Unidos, pagam por isso, pagam todas as suas despesas, tudo. Assim, você é subornado, você se torna mais e mais corrupto, porque eles fazem de você um bom contato. Então, você não vai saber que esses bons contatos, digamos, não-oficiais, são de pessoas que trabalham para a CIA ou outras agências dos EUA.
Então, você faz amigos, você acha que você é amigo e você vai cooperar com eles. E se perguntam: “Você poderia me fazer um favor?”. Em seguida, seu cérebro passa por uma lavagem cerebral. A pergunta: é apenas o caso com jornalistas alemães? Não! Eu acho que este é particularmente o caso com jornalistas britânicos, porque eles têm uma relação muito mais próxima. Também é particularmente o caso com jornalistas israelenses. É claro que com jornalistas franceses, mas não tanto como com os jornalistas alemães ou britânicos.
Este é o caso para os australianos, os jornalistas da Nova Zelândia, de Taiwan e de muitos países. Os países do mundo árabe, como a Jordânia, por exemplo, como Omã. Há muitos países onde você encontra pessoas que se dizem jornalistas respeitáveis, mas se você olhar para trás, você vai descobrir que eles são fantoches manipulados pela CIA.
[...]
Desculpe-me por interrompê-lo, dou-lhe um exemplo. Às vezes, as agências de inteligência vêm para o seu escritório e sugerem que você escreva um artigo. Dou-lhe um exemplo, não de um jornalista estranho, mas de mim mesmo. Eu só esqueci o ano. Só me lembro que o serviço de inteligência alemão no exterior, o Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (isto é apenas uma organização irmã da Agência Central de Inteligência) veio ao meu escritório Frankfurter Allgemeine em Frankfurt. Eles queriam que eu escrevesse um artigo sobre a Líbia e o coronel Kadafi. Eu não tinha absolutamente nenhuma informação secreta sobre Kadafi e Líbia. Mas eles me deram toda a informação em segredo, só queriam que eu assinasse o meu nome.
Eu fiz isso. Mas foi um artigo que foi publicado no Frankfurter Allgemeine, que originalmente veio do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha, a agência de inteligência no exterior. Então, você realmente acha que isso é jornalismo? As agências de inteligência escreverem artigos?
[...]
Oh sim. Este artigo é parcialmente reproduzida no meu livro, este artigo foi “Como a Líbia e o coronel Kadafi secretamente tentam construir uma usina de gás tóxico em Rabta”. Acho que foi Rabta, sim. E eu tenho toda essa informação… foi uma história que foi impressa em todo o mundo, alguns dias depois. Mas eu não tinha nenhuma informação sobre o assunto e  foi a agência de inteligência que me sugeriu escrever o artigo. Então isso não é como o jornalismo deve funcionar, as agências de inteligência decidirem o que é publicado ou não.
[...]
Eu tive uma, duas, três … seis vezes a minha casa foi revistada, porque eu tenho sido acusado pelo procurador-geral alemão pela divulgação de segredos de Estado. Seis vezes invadiram a minha casa! Bem, eles esperavam que eu nunca iria me recuperar. Mas eu acho que é pior, porque a verdade virá à tona um dia. A verdade não vai morrer. E eu não me importo com o que acontecer. Eu tive três ataques cardíacos, não tenho filhos. Então, se eles querem me processar ou me jogar na cadeia… é pior para a verdade.

PS do Viomundo: Quem serão as fontes não oficiais da CIA no Brasil?

Fonte: VIOMUNDO
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Aécio Neves e sua identidade com a CIA

Tucano comete ato falho ao comentar ida de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda 

Jornal do Brasil     
A declaração do candidato derrotado à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, de que a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda é como "um grande quadro da CIA ser convidado para assumir o comando da KGB" - numa referência aos serviços secretos dos Estados Unidos e da ex-União Soviética - mostra que o grupo que Aécio representa defende realmente os interesses dos Estados Unidos.
O ato falho do tucano, que associa Joaquim Levy - a quem elogiou afirmando que o economista é seu amigo há muitos anos - ao serviço secreto americano, é como uma homenagem à própria central de inteligência, feito por um político que foi candidato à Presidência do Brasil.
Aécio Neves
Aécio Neves
Homenagem à mesma central de inteligência que atuou no Iraque, que derrubou Jango, Getúlio Vargas e seu próprio avô, Tancredo Neves. CIA que também atuou no país durante a ditadura e as práticas de tortura.
Aécio quis dizer que Joaquim Levy é bom como a caguetagem, a delação, o dedo-duro? O tom de ironia do tucano mostra que a oposição não quer pessoas qualificadas no governo. Na verdade, joga contra os interesses do país.
Aécio tem toda a razão: Joaquim Levy é muito bom. As manifestações contrárias dentro do PT tem um cunho ideológico.
Uma observação: Joaquim Levy foi nomeado secretário do Tesouro Nacional pelo presidente Lula, em 2003.
Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Recentemente surgiram na blogosfera progressista informações de que jornalistas brasileiros, a maioria do grupo globo, prestam serviços para a  CIA.

Tais informações davam conta de reuniões desses jornalistas com altos funcionários de consulados e da embaixada americanas.

Algumas das conversas que aconteceram nesses encontros amigáveis - como se refeririam os jornalistas depois do flagrante - foram divulgadas pelo Wikileaks.

Sabe-se , agora, que em outros países, como na Alemanha, o expediente é o mesmo e que  a imprensa ocidental é parte do processo  político, produzindo e divulgando notícias previamente filtradas e escolhidas para atender objetivos específicos.

Isso ajuda a explicar o processo em curso no Brasil para tentar inviabilizar a Petrobras e , com isso, entregar a estatal e as reservas de petróleo do país aos "amigos" da América do norte.

O retorno das utopias

‘Utopia comunista’, vila espanhola vive da ação direta e de empregos sazonais

Rural C
Vilarejo com pouco mais de 2.700 habitantes no Sul da Espanha tornou-se referência por governo coletivo e participação ativa da população na resolução dos problemas da cidade, sem a presença da polícia
25/11/2014
Liam Barrington-Bush e Jen Wilton
de Marinaleda (Espanha)
No sul da Espanha, a rua é a sala de estar coletiva, onde vizinhos se juntam para conversar sobre os acontecimentos do dia até tarde da noite. No verão, o ca­lor chega facilmente a superar 40 graus centígrados e o cheiro de frutos do mar emerge de cozinhas e restaurantes à me­dida que começa a se aproximar o horá­rio tardio do jantar.
A cena acima descreve bem Marinale­da, na região de Andaluzia. A princípio, a comunidade não se distinguiria de vá­rias outras localidades vizinhas nas mon­tanhas de Sierra Sur, no Sul do país, não fosse por alguns sinais reveladores: os nomes de suas ruas (Ernesto Che Gueva­ra, Solidariedad e Praça Salvador Allen­de, por exemplo); o grafite (foices e mar­telos desenhados à mão ao lado de “As” envoltos em um círculo); ou o rosto enor­me de Che adornando a parede externa do estádio esportivo local.
Farol de esperança
Marinaleda vem sendo chamada de “utopia comunista” da Espanha, embora a variante local tenha pouca semelhança com o modelo soviético comumente as­sociado à frase. O tecido social da cida­de tem sido costurado de modo muito di­ferente do restante do país desde a que­da da ditadura franquista em 1975. Uma fábrica de azeite de oliva de propriedade cooperativa, casas construídas pela e pa­ra a comunidade e um famoso saque de um grande supermercado, liderado pelo ex-prefeito da cidade, em que o total ar­recadado foi doado para depósitos comu­nitários de alimentos, são alguns dos fa­tos que ajudaram a posicionar Marinale­da como um farol de esperança.
A economia espanhola continua em sua derrocada pós-2008, com a taxa na­cional de desemprego a 26% e metade dos jovens sem conseguir arranjar tra­balho. Ao mesmo tempo, Marinaleda se orgulha de manter um quadro modes­to, mas constante de empregos, no qual a maioria das pessoas tem pelo menos al­gum trabalho e os que estão desemprega­dos possuem uma forte rede de assistên­cia para se manter.
Ação direta
Marinaleda tem uma moeda raramen­te encontrada, a não ser em grupos ati­vistas ou comunidades indígenas que lu­tam contra projetos destrutivos de de­senvolvimento: a moeda da ação direta.
Em vez de se apoiar exclusivamente em dinheiro para que as coisas funcio­nem, os marinaleños vêm entregando seu sangue, suor e lágrimas coletivas pa­ra a criação de uma gama de sistemas al­ternativos neste canto do mundo.
Quando o dinheiro não está imedia­tamente disponível, os marinaleños se apoiam uns nos outros. Às vezes, isso significa ocupar coletivamente terras de propriedade da aristocracia andaluza e fazer com que sejam utilizadas a servi­ço da cidade; em outras, significa sim­plesmente compartilhar a carga da co­leta do lixo.
Assembleias
Mesmo operando com certo grau de autoridade central, o conselho municipal entregou o poder nas mãos das pessoas a quem serve. Assembleias gerais são con­vocadas regularmente para que os mora­dores da cidade possam tomar parte das decisões que afetam suas vidas. As as­sembleias também criam espaços em que as pessoas possam se unir para organizar o que a comunidade necessita, por meio de ação coletiva.
“A melhor coisa que temos aqui é a as­sembleia geral”, diz Manuel Gutierrez, veterano servidor público no conselho da cidade. “A assembleia é um lugar para as pessoas discutirem problemas e encon­trar soluções”, diz, observando que mes­mo pequenos delitos são analisados cole­tivamente via assembleia, já que a cidade não tem sistema judicial ou polícia desde que o último policial local se aposentou.
Em seu período como prefeito, Juan Manuel Sánchez Gordillo [que adminis­trou a cidade entre 1979 e 2014] conse­guiu alavancar considerável apoio finan­ceiro do governo regional – um feito que Gutierrez atribui à trajetória coletiva de ação direta da cidade. “Se você vai em frente com o apoio do povo, isso é muito poderoso”, diz ele.
Como resultado, a pequena cidade se orgulha de ter amplas instalações espor­tivas e um jardim botânico lindamen­te conservado, bem como uma gama de necessidades mais básicas. “Para um pe­queno vilarejo com pouco mais de 2.700 pessoas, temos uma porção de instala­ções”, diz Gutierrez.
Ocupações
Em 1979, Sánchez Gordillo foi elei­to prefeito da cidade pela primeira vez. Ele comandou uma ampla campanha pa­ra mudar o rumo de Marinaleda, que co­meçou com a ocupação de terras subuti­lizadas. Envolvido na “lucha” desde o co­meço, Manuel Martín Fernández expli­ca como a comunidade decidiu, por meio do processo de assembleia geral, que al­go precisava ser feito para conter o êxodo de moradores da cidade. Eles ocuparam um reservatório próximo do vilarejo pa­ra convencer o governo regional a conce­der-lhes água suficiente para irrigar uma extensão de terra.
Depois que tiveram sucesso com es­sa ação, passaram, então, a ocupar 1.200 hectares da terra recentemen­te irrigada, que na época era proprie­dade de uma família aristocrática. Em 1991, o lote foi oficialmente expropria­do e entregue para uso local. “Levamos 12 anos para conseguir as terras”, ex­plica Martín Fernández, definindo a vi­tória como “uma conquista”.
Hoje, extensos campos de olivais, alca­chofra, feijão e pimenta formam a espi­nha dorsal da economia local. A terra é administrada coletivamente pela coope­rativa El Humoso e uma fábrica de enla­tados foi montada na periferia da cida­de. Como o ex-prefeito Sánchez Gordillo contou ao jornalista britânico Dan Han­cox, autor de um livro sobre Marinaleda, “nosso objetivo não era obter lucro, mas empregos”, explicando por que a cidade escolheu priorizar culturas de uso inten­sivo de mão de obra para criar mais em­prego para os moradores.
Emprego sazonal
Como a maior parte dos empregos agrícolas, seja nos campos ou nas fábri­cas, o trabalho é sazonal e varia de ano para ano. Mas ao contrário de muitas pe­quenas cidades agrícolas, Marinaleda di­vide o trabalho entre as pessoas que pre­cisam dele.
Dolores Valderrama Martín sempre viveu em Marinaleda e trabalha na fá­brica de enlatados Humoso há 14 anos. Do escritório ela explica que se 200 pes­soas estão procurando trabalho, mas a empresa só precisa de 40 trabalhado­res, todas são admitidas. “Formamos grupos de 30 a 40 pessoas, e cada gru­po trabalha por dois dias.” Mas ela aler­ta: “Quando não há nenhum trabalho, ficam todos desempregados, como em qualquer outro lugar”.
Grande parte dos moradores da cida­de critica a relativa falta de trabalho, mas a rede de seguridade social erguida com base nos princípios de ação direta e ajuda mútua faz com que, ao contrário de ou­tras partes do país, dois meses de salário sejam suficientes para manter o morador à tona durante o ano.
Moradia
A abordagem da cidade para a habi­tação é um dos exemplos mais claros de como o esforço coletivo pode preencher o vácuo deixado por uma economia es­tagnada.
Para a maioria das pessoas em sua pri­meira incursão no mercado imobiliário, o dinheiro costuma ser o maior obstá­culo. Dar entrada em um imóvel signifi­ca sempre uma soma considerável, mes­mo em mercados relativamente estáveis. Em Marinaleda, graças à combinação de subsídio estatal em materiais de constru­ção para moradias, mão de obra sem cus­to para a construção e terras dadas pela cidade, a habitação tem sido parcialmen­te removida do livre mercado. Em vez disso, membros da comunidade se unem com os planos arquitetônicos entregues pelo conselho para construir um bloco de casas, que se tornam parte de uma coo­perativa habitacional. Os moradores pa­gam prestações mensais de 15 euros [cer­ca de 48 reais] por cada unidade.
Enquanto o capitalismo enquadra nos­sos relacionamentos em uma série de transações econômicas de interesse indi­vidual, Marinaleda se apoia em um mo­delo de ajuda mútua, já que os morado­res trabalham juntos para satisfazer ne­cessidades compartilhadas, com bem menos dinheiro circulando.
A ação direta na cidade está enraizada em interesses comuns e explora aspectos práticos do que precisa ser feito, com ba­se em quem está lá para fazer, eliminan­do a divisão consumidor-provedor. Isso faz com que o dinheiro se torne um in­termediário desnecessário, já que aque­les que querem que alguma coisa seja fei­ta e os que as fazem se tornam um só.
Embora Marinaleda tenha suas fa­lhas, ela nos mostra que modelos econô­micos alternativos não só são possíveis como já existem. Em um grafite na prin­cipal rua da cidade, figura o desenho de um filtro de sonhos sobre uma foice e um martelo. A mensagem que o acom­panha nos instiga: “Agarre seus sonhos – a utopia é possível”.
Tradução: Maria Teresa de Souza.
Matéria original publicada na Contributoria, revista digital mensal com foco em direitos humanos
Fonte: BRASIL DE FATO
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Marinaleda é um bom e inspirador exemplo.

No entanto, na própria Espanha uma série de eventos e experiências de formas de organização social estão acontecendo, como frutos do movimento dos Indignados.

A velha mídia omite essas experiências e o pouco que aparece na imprensa anacrônica é sobre o protagonismo do novo partido político - Podemos - derivado das manifestações dos Indignados
.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Um governo para todos governado pelos vitoriosos

Em defesa do programa vitorioso nas urnas

A sociedade civil não pode ser surpreendida depois das eleições e tem o direito de participar ativamente na definição dos rumos do governo que elegeu.


Manifesto em defesa do programa vitorioso nas urnas
Arquivo

(*) Esse manifesto é fruto da extraordinária união havida no final do 2º turno, quando mais de 15.000 pessoas assinaram um documento de apoio à candidatura de Dilma Rouseff, lotando o Teatro Tuca, em São Paulo.
 A campanha presidencial confrontou dois projetos para o país no segundo turno. À direita, alinhou-se o conjunto de forças favorável à inserção subordinada do país na rede global das grandes corporações, à expansão dos latifúndios sobre a pequena propriedade, florestas e áreas indígenas e à resolução de nosso problema fiscal não com crescimento econômico e impostos sobre os ricos, mas com o mergulho na recessão para facilitar o corte de salários, gastos sociais e direitos adquiridos.

A proposta vitoriosa unificou partidos e movimentos sociais favoráveis à participação popular nas decisões políticas, à soberania nacional e ao desenvolvimento econômico com redistribuição de renda e inclusão social.

A presidenta Dilma Rousseff ganhou mais uma chance nas urnas não porque cortejou as forças do rentismo e do atraso e sim porque movimentos sociais, sindicatos e milhares de militantes voluntários foram capazes de mostrar, corretamente, a ameaça de regressão com a vitória da oposição de direita.

A oposição não deu tréguas depois das eleições, buscando realizar um terceiro turno em que seu programa saísse vitorioso. Nosso papel histórico continua sendo o de derrotar esse programa, mas não queremos apenas eleger nossos representantes políticos por medo da alternativa.

No terceiro turno que está em jogo, a presidenta eleita parece levar mais em conta as forças cujo representante derrotou do que dialogar com as forças que a elegeram.

 Os rumores de indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para o Ministério sinalizam uma regressão da agenda vitoriosa nas urnas. Ambos são conhecidos pela solução conservadora e excludente do problema fiscal e pela defesa sistemática dos latifundiários contra o meio ambiente e os direitos de trabalhadores e comunidades indígenas.

As propostas de governo foram anunciadas claramente na campanha presidencial e apontaram para a ampliação dos direitos dos trabalhadores e não para a regressão social. A sociedade civil não pode ser surpreendida depois das eleições e tem o direito de participar ativamente na definição dos rumos do governo que elegeu.


Confira a lista com as primeiras adesões:


LUIZ GONZAGA BELLUZZO – FACAMP/UNICAMP

JOÃO PEDRO STÉDILE – MST

LAURA TAVARES SOARES – UFRJ

LEONARDO BOFF -  Teólogo

JOAQUIM ERNESTO PALHARES – Jornalista
EMIR SADER - Sociólogo
LAURINDO LEAL “LALO” FILHO – USP

PEDRO PAULO ZAHLUTH BASTOS - UNICAMP

ANDRE SINGER – USP

JOSÉ ARBEX JR - PUC/SP

IVANA JINKINGS – Diretora Editorial

IGOR FELIPPE – Jornalista

PAULO SALVADOR – Jornalista

RORIGO VIANNA - Jornalista

ALTAMIRO BORGES - Militante Político

ROSA MARIA MARQUES (PUC-SP)

VALTER POMAR - Militante do PT

MST – Movimento Dos Trabalhadores Sem Terra

FORA DO EIXO

MÍDIA NINJA

REDE ECUMENICA DA JUVENTUDE (REJU)

CENTRO DE MÍDIA ALTERNATIVA BARÃO DE ITARARÉ

GILBERTO CERVINSKI  - MAB - Movimento Dos Atingidos Por Barragens

WLADIMIR POMAR – Analista político e escritor

ANDREA LOPARIC – USP

BRENO ALTMAN – Jornalista

ALFREDO SAAD-FILHO (SOAS - UNIVERSIDADE DE LONDRES)

MARIA DE LOURDES MOLLO (UNB)

NIEMEYER ALMEIDA FILHO (UFU)

CARLOS PINKUSFELD (UFRJ)

MARCELO PRONI (UNICAMP)

PEDRO ESTEVAM SERRANO – PUC/SP

PEDRO ESTEVAM DA ROCHA POMAR – Jornalista

GENTIL CORAZZA (UFRGS)

RUBENS SAWAYA (PUC-SP)

PEDRO ROSSI (UNICAMP)

CONCEIÇÃO OLIVEIRA – Educadofra e blogueira

LUIZ CARLOS DE FREITAS – UNICAMP

LUCIO FLÁVIO RODRIGUES DE ALMEIDA – PUC-SP

CAIO NAVARRO DE TOLEDO – UNICAMP

MARIA A. MORAES SILVA – UFCAR E UNESP

JOYCE SOUZA - Jornalista

EDUARDO FERNANDES DE ARAUJO – UFPA

LUIZ CARLOS PINHEIRO MACHADO -  UFRGS – UFSC - UFFS

ANA LAURA DOS REIS CORREA – UNB

MONICA GROSSI – UF de Juiz de Fora

DANIEL ARAUJO VALENÇA – UFERSA

MARCIO SOTELO FELIPPE  - Advogado

DEBORA F. LERRER – CPDA/UFRRJ

HORACIO MARTINS DE CARVALHO – Militante Social

GERALDO PRADO – UFRJ

ANTONIO MACIEL BOTELHO MACHADO –

JUAREZ TAVARES  - UERJ

CLARISSE MEIRELES – Jornalista

HELOISA FERNANDES - Socióloga/SP

ARLETE MOYSÉS RODRIGUES – UNICAMP

HELOISA MARQUES GIMENEZ – UNB

FLAVIO WOLF AGUIAR – USP

FERNANDO MATTOS (UFF)

BRUNO DE CONTI (UNICAMP)

JOSÉ EDUARDO ROSELINO (UFSCAR)

ARIOVALDO DOS SANTOS - FEA/USP

JOSÉ DARI KREIN

LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sujeiras de globo

Mãe do dançarino DG reclama do "Esquenta!" e diz que Regina Casé é farsante


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27.abr.2014 - A auxiliar de enfermagem Maria de Fátima Silva, mãe do dançarino DG, participou do "Esquenta", que homenageou o filho encontrado morto na comunidade -Pavãozinho, no Rio Reprodução/TVGloboPavão
A auxiliar de enfermagem Maria de Fátima da Silva, mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, que trabalhava no programa "Esquenta!" (Globo) e foi encontrado morto em abril deste ano na comunidade Pavão-Pavãozinho, afirmou, durante um debate do evento Sernegra, que discutia, na última quinta-feira (20) em Brasília, discriminação racial, que foi impedida de fazer declarações contra a polícia durante sua participação no "Esquenta!" que homenageou o dançarino, dias depois do assassinato.
A mãe do dançarino ainda chamou a apresentadora Regina Casé de mentirosa. "A mídia usou o tempo todo a imagem do meu filho. Setenta e duas horas [depois] da morte dele, houve um convite. Praticamente me arrancaram da minha casa, me levaram para a TV e limitaram o que eu devia falar", disse a auxiliar no debate, que também contou com a participação do deputado federal Jean Willys. O vídeo que mostra o evento na íntegra pode ser visto aqui. "Ela [Casé] disse para mim que eu só deveria responder o que eles me perguntassem."
Reprodução
Maria de Fátima da Silva, mãe de DG, durante debate em Brasília na última quinta
Maria de Fátima ainda afirmou que ela e seus familiares, que incluíam duas mulheres grávidas, foram "trancados" em um pequeno cômodo, de 3 m x 3 m, até o início das gravações. "O único local que a gente podia circular era o salão de beleza. Foram me oferecer unha e cabelo. Eu estava 80 horas sem dormir. Eu ia querer unha e cabelo? Eu queria uma solução imediata que esclarecesse a morte do meu filho", reclamou a auxiliar de enfermagem. "A Regina Casé é uma farsa , uma artista, uma mentirosa. Mentirosa!", gritou a mãe do dançarino.
De acordo com ela, durante a sua participação na atração, "alguém" jogou uma suposta agenda do programa em sua bolsa, que trazia em uma página, escrita à mão, a frase "solta as fotos sensacionalistas, que é para a mãe chorar". "Em nenhum momento do programa vocês viram ela falar de violência da polícia, e quando eu ia falar, eu era cortada", afirmou.
A mãe do dançarino ainda disse que, em outra página dessa suposta agenda --cujo conteúdo ela prometeu revelar em redes sociais-- estaria registrado que Regina Casé "nunca quis fazer programa para pobre nem periferia", mas um "programa de vanguarda", que teria sido barrado pelo diretor J.B. de Oliveira, o Boninho. A auxiliar de enfermagem encerrou sua fala sendo muito aplaudida pela plateia, que passou a gritar: "O povo não é bobo! Abaixo a Rede Globo!".
O programa "Esquenta!" em homenagem a DG foi ao ar em 27 de abril. Neste domingo (23), a apresentadora não mencionou o assunto no "Esquenta!", mas, no início da atração, disse que chegou lá "triste e arrasada", sem revelar o motivo. 
Fonte: BOL
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Mãe de jovem assassinado revela

como a Globo a manipulou


O povo não é bobo …
A partir de Mauricio Stycer no Twitter

MÃE DE DANÇARINO MORTO CRITICA REGINA CASÉ: ‘É UMA MENTIROSA’


Maria de Fátima Silva, mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, criticou a Globo e, principalmente, Regina Casé, pelo Esquenta especial em homenagem ao filho dela, que trabalhava no programa e foi morto a tiros em abril no Rio de Janeiro. Durante um debate sobre negros no Brasil, na última quinta (20), em Brasília, disse que foi censurada pela emissora e chamou a apresentadora de farsante e mentirosa. O vídeo do debate está na internet.


“A Regina Casé é uma farsa. Ela é uma artista, é uma mentirosa! Mentirosa!”, gritou a mãe de DG no evento, sendo aplaudida pela plateia. Ela continuou: “Alguém jogou na minha bolsa uma agenda do programa escrita à mão, na qual dizia: ‘Não pode falar que foi a polícia, solta as fotos sensacionalistas para a mãe chorar’. Em nenhum momento, vocês que assistiram ao programa viram a Regina Casé falar de violência, contra a polícia. E toda vez que eu mencionava, era cortada”, relembrou.


A mãe de DG revelou prometeu divulgar o conteúdo completo da agenda na internet. A agenda, no entanto, tem uma contradição que leva ao questionamento de sua autenticidade. O texto manuscrito, segundo Maria de Fátima, diz que Regina Casé teria seguido ordens de J.B. Oliveira, o Boninho, para não fazer um programa de “vanguarda”, mas “de pobre”. Boninho não manda no Esquenta. O diretor de núcleo do programa é Guel Arraes.


Fonte: CONVERSA AFIADA
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O “estagiário” da Globo apronta mais uma…
23 de novembro de 2014 | 12:16 Autor: Fernando Brito
errei
O incansavelmente bem humorado Stanley Burburinho pegou mais uma “arte” do que ele chama de “estagiário” da Globo encarregado de fazer os infográficos usados na Globonews.
Desta vez, com um índice de 4,7% de desemprego que “vira”, no gráfico, quase igual a um de 6,7% e bem maior que outros, de 4,8 e de 5,7%.
Parece que o “estagiário” gostou daquela história da margem de erro de “mais ou menos dois por cento”
Em janeiro, repare no detalhe da imagem, já havia feito prodígios com a nossa taxa de inflação.
Mas é claro que isso é sempre casual.
Honi soit qui mal y pense.
Maldito seja quem vir nisso maldade, como já mandava bordar em seu manto D. Pedro, com o dístico da sua Ordem da Jarreteira.
O mais provável é o obvio: apenas um erro.
Mas contra o Governo e pelo “mau-humor” econômico, erro vira “acerto” na boca dos agourentos comentaristas.
A coisa já foi melhor no “padrão Globo de qualidade”.

Fonte: TIJOLAÇO
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A semana começa e de cara duas notícias sobre manipulações produzidas pela TV globo.

A primeira, no alto desta postagem, é gravíssima pois envolve o assassinato de um dançarino que trabalhava no programa Esquenta, apresentado por Regina Casé.

Ao que tudo revela, o dançarino foi vítima da violência policial do Rio de Janeiro e a direção de globo, censurou Regina Casé , e mesmo a mãe do dançarino, de falarem sobre a violência policial que vitimou o jovem que trabalhava no programa de Casé, a rainha pós-moderna brega dos pobres que assistem a programação da TV globo.

Que na globo a mentira reina, isso até os organismos unicelulares sabem.

No entanto, o que se revela é que globo tem protocolos para preservação de policiais, mesmo policiais suspeitos de crimes. 

Algo que todo mundo já desconfiava.

O Esquenta não está cheirando bem, talvez fosse melhor dar uma resfriadinha, pois o odor pode se tornar insuportável.

A outra manipulação já é uma repetição, pois já ocorreu em vários programas de globo, onde gráficos de barras são usados para passar informações subliminares ao telespectador.

No caso acima, um desemprego de 4, 7 % no Brasil, pelo gráfico de barra aparece praticamente idêntico ao desemprego de 6,7 % no Chile e maior do que as taxas de 5,7% no Peru e 4,8% no México.

Não é a primeira vez que globo comete esses "erros" que sempre são atribuídos pela emissora  a alguma desatenção de seus funcionários.

Impressiona como são desatentos os  funcionários de globo.




sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Time sem vergonha



Em 4 de setembro deste ano escrevi o artigo abaixo - MAIS UM ANO PERDIDO - onde afirmava que o Fluminense não estava disputando vaga na Libertadores e sim , na melhor das hipóteses, uma vaga na pré-libertadores.


Passados 75 dias e 18 jogos do artigo abaixo, nada mudou no cenário do tricolor.

Faltando três rodadas para o término do campeonato brasileiro, o Fluminense apenas tem raras chances de uma vaga na pré-libertadores, isso se for aberto um G- 5 no campeonato brasileiro e, como previ no artigo citado, o time terminará o campeonato com um aproveitamento de algo em torno de 51%, com uma pontuação entre 65 e 57 pontos, o que torna a vaga na pré-libertadores algo quase que impossível.

Dito isto, mais uma vez o time fez um papelão jogando em casa, no Maracanã, contra a modesta, porém aguerrida e determinada, equipe da Chapecoense. 
Os jogadores do Fluminense entraram em campo imbuídos de uma soberba, achando que por estarem jogando contra uma equipe modesta venceriam o jogo quando quisessem. 
Erraram mais uma vez.

Também errou o treinador, que adotou um estilo de jogo ultrapassado e , justo o treinador que no início da competição apresentava um estilo de jogo moderno e vibrante para o time.
O time do Fluminense tem um padrão de jogo ultrapassado e a maioria dos jogadores  parece que sente um peso enorme nas pernas. 
É um time sem vibração, sem garra, sem determinação, sem vontade e com jogadas previsíveis. 

Ao final do vexame de ontem, o principal jogador do time - Fred -  foi entrevistado e atribuiu o papelão que proporcionaram  como  " coisas do futebol ". 
Disse ainda, em tom de crítica ao torcedor, que o torcedor é passional , pois quando o time ganha os jogadores são guerreiros e quando o time perde o time é de jogadores sem vergonha. Errou também em sua declaração.
Não são apenas os torcedores que são passionais, ou que tem alterações de humor com o futebol. 
O próprio jogador Fred, quando entrevistado após uma vitória de sua equipe, demonstra alegria, bom humor e apresenta várias explicações para o sucesso obtido no jogo, ficando um bom tempo a disposição dos repórteres. 
Jamais ouvi do jogador depois de uma vitória, em entrevista após o jogo, de forma seca e rápida como ontem, que a vitória " são coisas do futebol". 
Isso demonstra que os jogadores também são passionais ?
Talvez, assim como os torcedores , os jornalistas, repórteres e até o Papa. 
Se nada disso existisse, ou seja as variações de humor com os resultados, talvez o futebol nem existisse, e a razão não estaria sendo manifestada de forma tão clara neste artigo.
Logo , sair de campo criticando os torcedores e ainda dizendo seco e rápido que a derrota são " coisas do futebol", é fugir das responsabilidades , é tergiversar é ser sem vergonha, como corretamente gritaram os torcedores que estavam ontem no Maracanã.

A direção de futebol do Fluminense deve fazer uma profunda reformulação no elenco.
Agradecemos a todos os jogadores que escreveram um belo capítulo na História do clube, porém entendemos que já passou da hora de mudarem de ares, para o bem deles - jogadores - e do clube.

Como torcedores passionais e racionais que somos , queremos um time de jogadores jovens, comprometidos com o clube, vibrantes , comprometidos com a essência do futebol , e que entrem em campo com chuteiras e não com chinelos de salto alto.

 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014


Mais um ano perdido




E o Fluminense não para de aprontar.
A bola da vez foi a eliminação precoce - mais uma - na Copa Sul americana.
E não adianta o discurso de maratona de jogos, pois a maratona é igual para todos os times.
A outra eliminação inadmissível foi na Copa do Brasil.

Definitivamente algo precisa ser feito no clube.
O elenco de jogadores do Fluminense, com jogadores qualificados e salários altíssimos, não pode em hipótese alguma ser eliminado das competições citadas da maneira como aconteceu.
Ninguém mais aguenta ouvir dirigentes, membros da comissão  técnica e jogadores com o discurso de que está tudo bem.
Não está , e não é de hoje que mudanças precisam acontecer.
E as mudanças que me refiro não passam por troca de treinadores.

Desde julho de 2013 quando o time foi eliminado na Taça Libertadores , o elenco do Fluminense deveria passar por uma reformulação, uma oxigenação.
É público e notório que existem jogadores com vontade de vencer, com espírito competitivo, enquanto um "grupo unido" joga de forma burocrática e com pouca competitividade.
Certamente depois de mais uma eliminação, os jogadores, comissão técnica, membros da diretoria e grande parte da imprensa esportiva, dirão que o time está bem no campeonato brasileiro, em 5° lugar, lutando pelo título e por uma vaga na libertadores de 2015 e que esses comentários são exagerados.
Não é de todo verdadeiro.

O Fluminense deixou de brigar pelo título do campeonato brasileiro não pela distancia que o separa do líder - 12 pontos - e sim pelo futebol pouco competitivo e irregular que apresenta para um time que almeja o título.
No tocante a uma vaga na libertadores de 2015, também é mentira que o time esteja na briga.
No máximo pode-se afirmar que o time briga pela  última vaga, na pré-libertadores.
Os números não mentem:
Nas nove rodadas do campeonato brasileiro antes da copa do mundo, o time somou 15 pontos ganhos, o mesmo número de pontos  que o time somou  nas nove rodadas depois da paralisação da copa.
Nos últimos treze jogos que o time jogou  depois da copa do mundo ( 9 do brasileiro, 2 da copa do Brasil e 2 da sul americana) o time teve 6 vitórias 2 empates e 5 derrotas, um  aproveitamento de 51%.
Ganhou 6 jogos e deixou de ganhar 7. 
É pouco para o elenco que tem.

Os treze jogos depois da copa são uma amostra significativa para avaliar o comportamento do time e projetar o desempenho da equipe nos 20 jogos restantes do campeonato brasileiro.
Mantendo um aproveitamento de 51%, o time terminará o campeonato brasileiro  na faixa de 60 pontos ganhos, o que dificilmente o colocaria na última vaga, a vaga para disputar a libertadores.
Os números estão aí, só não vê quem não quer.

A campanha do Fluminense no campeonato brasileiro, caminha para uma campanha de time coadjuvante na competição. 
Muito pouco para o elenco que tem e pelos salários que paga .

Também de nada adianta o time conseguir uma vaga na pré-libertadores e disputar a competição com o mesmo time. 
Talvez seja eliminado na fase pré e nem alcance a fase de grupos.
O time não sabe administrar  as vantagens, em jogos e em competições.
Assim sendo, Cristóvão jamais conquistará  a América.

Além do mais é visível um certo descontrole emocional em parte do elenco, já que  3 jogadores foram expulsos nos últimos  5 jogos, o que prejudicou ainda mais o time.
Nos últimos 13 jogos depois da copa, o time jogou 4 de forma excelente, 4 de forma burocrática e 5 se comportando como um bando em campo.
Não se sabe como o time irá se comportar nos jogos.

Uma reformulação no elenco, feita de forma planejada e responsável, deve ser implementada com urgência.
Os dirigentes, comissão técnica e jogadores não devem esperar o apoio da torcida nos jogos restantes do campeonato brasileiro.
O torcedor consciente vai deixar de comparecer aos estádios em jogos do time.
Os  torcedores que comparecerem certamente irão protestar, e com toda razão.

De minha parte já deixei de lado o campeonato brasileiro deste ano.
Vou , a partir de agora, acompanhar os preparativos da Vila Isabel para o carnaval de 2015  e torcer pelo tricolor suburbano, o Madureira, que faz uma bela campanha no campeonato brasileiro da série C.

Esse Fluminense não me representa.