quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O Caminho deve ser sempre pela esquerda

Qual esquerda? Os dois tipos de esquerda na Europa

Há dois tipos de esquerda na França e na Europa, que não são apenas diferentes, mas irreconciliáveis. Uma esquerda oficial e uma esquerda radical.


Michael Löwy Arquivo

Há dois tipos de esquerda na França e na Europa, que não são apenas diferentes, mas irreconciliáveis.

A primeira é a esquerda oficial, institucional, representada por certos governos de centro-esquerda – na França, por exemplo – e pelos grandes partidos de centro esquerda. Quer esses governos e partidos sejam « honestos » ( ?) ou corrompidos, partidários do « crescimento » ou da « austeridade », social-liberais ou neoliberais, eles não representam mais do que variantes da mesma política, a do sistema.

Como seus adversários de centro-direita – com os quais frequentemente governam em (Grécia, Alemanha, Itália) – sua política é a do capitalismo globalizado. Uma política que perpetua e agrava as desigualdades, que perpetua e acelera a destruição do meio ambiente, que conduziu à presente crise econômica e que conduzirá, em algumas décadas, a uma catástrofe ecológica.

Mas existe também outra concepção de esquerda : aquela da esquerda radical. « Esquerda » significa aqui combate permanente contra a desigualdade, a injustiça, a dominação, em defesa da criação de uma comunidade política livre e igualitária.

O ponto de partido dessa outra política de esquerda é a « indignação ». Celebrando a dignidade da indignação e a incondicional recusa da injustiça, Daniel Bensaïd escreveu : « A corrente fervente da indignação não é solúvel nas águas mornas da resignação consensual. (...) A indignação é um começo. Uma maneira de se erguer e se por a caminho. Nós nos indignamos, nos insurgimos, e depois vemos o que fazer » (1)

Sem indignação nada de grande, de profundo, se fez na hisyória humana. Para dar um exemplo recente, o movimento zapatista de Chiapas, México, começou em 1994 com um grito : Basta ! Mas o mesmo vale para a Primavera Árabe, para a revolta dos Indignados na Espanha e na Grécia, para o movimento Occupy Wall Street, para as jornadas de junho no Brasil. A força dessses movimentos vem, em primeiro lugar, desta negatividade radical, inspirada por uma profunda e irredutível indignação. Se o pequeno panfleto de Stéphane Hessel, « Indignez-vous ! », teve tanto sucesso é porque ele correspondia ao sentimento profundo, imediato, de milhões de jovens, de excluídos e oprimidos pela mundo.

A radicalidade dessas revoltas resulta, em larga medida, dessa capacidade de insubmissão, dessa disposição inegociável a dizer : Não ! Os críticos oportunistas e os medios de comunicação insistem fortemente no caráter excessivamente « negativo » desses movimentos, em sua natureza « puramente » contestatória e na ausência de proposições alternativas « realistas ». É preciso recusar categoricamente essa chantagem : mesmo que esses movimentos não tenham uma proposição a fazer – e eles têm ! -, sua indignação e revolta não serão menos justificáveis.

O outro ingrediente da esquerda, no melhor sentido – ou seja, plebeu - do termo, é a utopia. O sociólogo Karl Mannheim cunhou uma definição « clássica » de utopia, que ainda hoje é a mais pertinente que temos : todas as representações, aspirações ou imagens de desejo, que se orientam na direção da ruptura da ordem estabelecida e exercem uma « função subversiva » (2).

Sem indignação e sem utopia, sem revolta e sem isso que Ernest Bloch chamava de « paisagens do desejo », sem imagens de um outro mundo, de uma nova sociedade, mais justa e mais solidária, a política de esquerda torna-se mesquisa, vazia de sentido e ôca.
Fonte: CARTA MAIOR

A esquerda atual de Hollande, assim como a direita de Sarkosy, não passam de variações sobre um mesmo tema.
Nada tem de esquerda e enquanto direita tem muito de interesses de corporações.
Não seria improvável um cenário nas próximas eleições francesas com a extrema esquerda disputando com a extrema direita.



Caminhar pela Esquerda

O Brasil “invisível” começou a ser visto, e é isto que o conservadorismo brasileiro não vê.




Saiu no Tijolaço, artigo de Fernando Brito:


Força de Lula e Dilma no interior está longe de ser só o “Bolsa Família”



Brizola contava, volta e meia, seu diálogo com o líder da independência de Moçambique, Samora Machel, quando perguntou-lhe quantos eram, afinal, os moçambicanos, já que havia incerteza quanto à população do país.

Machel disse-lhe: bem, os das cidades sabemos. Os outros são como os elefantes: só os vemos quando saem da selva.

O Brasil das metrópoles – imenso – não conhece mais o Brasil das pequenas cidades, dos sertões e matas, que é imenso também.

Tornaram-se escondidos e seguiam esquecidos.

A ausência do poder público federal – nas grandes cidades, município e estado suprem, em parte este vácuo – deixou fora do processo de modernização da vida do país.

Os governos Lula e Dilma impulsionaram as parcerias diretas com os mais de 5.500 municípios brasileiros.

90% deles têm menos de 50 mil habitantes e, somados, reúnem um terço da população brasileira.

Em entrevista publicada hoje no Estadão, o cientista político Vitor Marchetti diz que é um erro atribuir a popularidade de ambos, nas pequenas cidades – os famosos “grotões” – ao Bolsa- Família.

Para ele, é “pouco verdadeiro atribuir ao Bolsa Família o avanço que o PT teve em regiões mais pobres, em municípios pequenos e médios do interior do País.”
- O que tem impacto eleitoral é um conjunto de políticas públicas que começaram a ser adotadas no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que são focadas em regiões onde a presença do Estado sempre foi muito fraca, como o Norte e o Nordeste do País. Falam do Bolsa Família mas esquecem do Luz Para Todos, que leva energia elétrica para o sertão nordestino, para as regiões mais esquecidas da região Norte. Esse programa é um exemplo do movimento que intensificou a presença do governo federal nas regiões mais carentes. O fenômeno político importante a ser analisado no momento é esse: o gigantesco aumento das parcerias do governo federal feitas diretamente com os municípios. Isso aconteceu porque os municípios tinham assumido várias prerrogativas que não tinham condições de cumprir. (…) Os municípios assumiram a responsabilidade, entre outras coisas, pela construção de creches e os serviços básicos de saúde. Mas eles não têm condições para isso. O que o Lula fez, então? Intensificou as alianças do governo federal com os municípios. O repasse direto de recursos federais para eles, nas áreas da saúde e educação, aumentou muito. Quase todos os municípios estão construindo creches atualmente, mas quem verificar com atenção a origem dos recursos irá constatar, quase invariavelmente, que provêm de algum programa específico do governo federal para o setor. Eles revelam o quanto o governo federal pegou atalhos para se tornar mais presente na vida do cidadão, no seu cotidiano. Isso aconteceu principalmente em municípios do Norte e Nordeste.

O Brasil “invisível” começou a ser visto, e é isto que o conservadorismo brasileiro não vê.

Num país com a nossa extensão e complexidade, o Governo Federal não pode ser apenas o gestor da macropolítica ou da macroeconomia, como querem os tecnocratas e mero repassador de recursos para os municípios.

Tem de fazê-lo, mas, ao mesmo tempo, tem de ser o indutor da aplicação destes recursos, direcionando-os de forma exclusiva, com contrapartidas administrativas e direcionamento de projetos.

O “Mais Médicos” é um dos muitos exemplos de programas operacionalizados pelas prefeituras, com recursos federais, e regras definidas.

Do contrário, a simples descentralização de recursos e da administração será, como sempre foi, um mero processo de cooptação de chefes políticos locais.

Fonte: CONVERSA AFIADA 

É provável que o conservadorismo e a velha mídia de fato não vejam o que acontece no país. 
Caso enxerguem alguma coisa, também não informam à população. Porém a população se beneficia dos programas do governo federal, vivencia as mudanças, porém não vê, lê ou ouve qualquer notícia sobre os avanços .
A cegueira ou manipulação midiática acaba por ter um preço alto para a velha mídia.
Considere-se também o fato de que mais da metade da população brasileira está conectada à internete  e, assim sendo, os que não estão conectados , de alguma forma, sofrem a influência, no tocante a formação de opinião, de familiares e amigos conectados na internete.
A informação e sua difusão está mudando de mãos. 
Isto pode ser confirmado pela queda constante na audiência  de telejornais e programas de tv, principalmente nas emissoras globo. 
Isto é fato, independente do que se pense ou diga sobre o assunto.
Quanto aos programas do governo federal, além do bolsa família e do luz para todos , citados no artigo acima pode-se ainda citar o mais médicos, minha casa minha vida, incentivo a agricultura familiar, transporte escolar gratuito ( bicicleta, ônibus e barcos ) para as crianças, merenda escolar, prouni, pronatec e muitos mais que o governo federal atua diretamente junto a população, através de parcerias com os municípios.
É uma mudança significativa na qualidade vida de mais de um terço da população brasileira que sempre viveu a margem de qualquer programa de crescimento e desenvolvimento social.
Enquanto essas transformações positivas acontecem no país, contribuindo para diminuir uma brutal desigualdade social, a velha e anacrônica mídia passa, quase toda semana, discutindo o que é ser de esquerda. 
Independente das conclusões, o povo não só sabe como também não mais quer o que venha a ser de direita.
No interior do país a força de Dilma e Lula está longe de ser batida.
Nos grandes centros urbanos,  o voto ideológico, de esquerda e bem informado, garantirá mais uma vitória para o PT nas eleições de 2014. 
O que pode acontecer, inclusive, em primeiro turno.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Idade Média, Joaquim e Mídia - Tudo a ver

Papuda proíbe leitura por mais de duas horas

Acredite, amigo navegante. A leitura é tratada como grande regalia.



O Conversa Afiada publica post de Paulo Nogueira, extraído do Diário do Centro do Mundo:

O horror que é proibir que se leia livro por mais de duas horas na Papuda


Está no site do PSDB de São Paulo: “Mensaleiros presos na Papuda perdem regalias”.

É a reprodução, bovina e automática, de um texto do Estadão.

Bem, quais as regalias?

A resposta mostra, ao mesmo tempo, a estupidez do Estadão e o desapreço que existe no Brasil pelo hábito da leitura.

A grande regalia subtraída é, acredite, poder ler. Segundo o Estadão, os presos do PT agora só poderão ler duas horas por dia, e na biblioteca.

Isso quer dizer que os presos na Papuda – não estou falando de Dirceu e Delúbio – estão submetidos a um regime no qual lhes é proibido ler além de duas horas, e não na cela.

Não se incentiva a leitura. Ela é cerceada como uma coisa má.

Que idiota estabeleceu aquela regra? E por que os editores do Estadão – e todos os demais que replicaram a perda das “regalias” – não denunciaram esta violência do Estado?

É tão grande a preocupação do Estadão em construir uma imagem monstruosa de Dirceu que se agarra a uma desumanidade – pois que outra coisa é proibir ler? – como se fosse um ato de justiça exemplar.

Visitei, na Noruega, o presídio de Bastoy, em que os detentos são tratados como seres humanos. Moram em chalés decentes, recebem familiares todo final de semana, têm à sua disposição um campo impecável de futebol, andam a cavalo quando querem – e podem ler 24 horas, caso desejem.

Conversei em Bastoy com assassinos, traficantes, estupradores. Estão lá, confinados dignamente, para cumprir suas penas. A lógica em Bastoy, como em toda a Noruega, é recuperar as pessoas.

Anders Breivik, o assassino de dezenas de jovens, não está em Bastoy. Mas vi, em detalhes, suas acomodações. Ele está num apartamento de dois cômodos. Tem um laptop para escrever e aparelhos de ginástica para se exercitar. Pode ler todos os livros que quiser, na hora em que desejar.

Isto se chama civilização.

Na Papuda os presos só podem ler duas horas? E a mídia não fala nada? E quando descobre, por acaso, não percebe a monstruosidade disso?

Pobre o país que tem uma mídia tão ruim.

Outra regalia, ficamos sabendo, é possuir livros. Isso quer dizer que os “mensaleiros” são coagidos a doar seus livros para uma biblioteca cujo uso é estritamente limitado.

Vai demorar para sermos a Noruega, se é que um dia seremos. Mas não temos que ser o oposto. Não há razão para tratar os presos da Papuda – ou de qualquer outra prisão – como animais.

Daqui a pouco podem impor limites para as respiração, ou para o uso de banheiro.

Um dia, vamos olhar para trás – para a mídia e para as condições a que são submetidos os presos da Papuda, se é verdade o que o Estadão deu – e vamos nos perguntar: “Deus, como isso pode ter acontecido?”

Fonte: CONVERSA AFIADA

O início é a proibição de leitura por mais de duas horas.
Em seguida os temas para  leitura serão selecionados pela administração joaquim Papuda .
E logo mais  a frente, a leitura será proibida.
Os detidos também deverão doar seus livros para bibliotecas.
A  idade média é agora.
O STF é o Santo Ofício de Roma.
Joaquim é um atentado à razão e à vida.
A velha imprensa é o instrumento de controle a alienação social.
Para combater toda censura e alienação estamos assistindo o retorno dos mimeógrafos, hoje em forma de plataformas digitais.
A democracia atual, made in USA, legitima a exceção, o que é mais cruel do que um regime de exceção.
A história se repete.
Os blogues sujos ,portais   e sites de informação fidedigna  são os novos aparelhos , armados com teclados para a luta.
Os telejornais, revistonas, jornalões e emissoras de rádio , são os porões da tortura
O entretenimento disponibilizado para o povo é o exílio , no tocante a desinformação e a idiotice prestada.
A cultura e o conhecimento são nossas armas.
Joaquim e Dona Solange. Tudo a ver.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O Focus de globo

Inflação: A briga das letras grandes contra as letras pequenas por 0,02%

publicado em 23 de dezembro de 2013 às 12:17
Observação do Leandro Fortes, no Facebook, sobre a manchete do G1, da Globo: “Fujam para as montanhas!”

Essa turma do globo não mede esforços para manipular os fatos.
Essa briga com letras grandes e pequenas para dar maior ou menor ênfase nas notícias  vem de longa data e já foi motivo de manchete de primeira página no inesquecível Pasquim. Em uma de suas edições o jornal saiu com a seguinte manchete ocupando toda a primeira página:
" Todo Paulista  não  é Bicha " 
Foi um sucesso e deu muito o que falar. 

 



sábado, 21 de dezembro de 2013

Retrospectiva ornitorrínica

Wanderley Guilherme: Jornalismo, Judiciário e a herança maléfica de 2013

publicado em 20 de dezembro de 2013 às 16:59

O jornalismo ornitorrinco e a herança maléfica de 2013
por Wanderley Guilherme dos Santos.

O recorde mais espetacular do ano de 2013 foi o número de previsões fracassadas. Dia sim, outro também, os jornalões estamparam notícias recebidas com surpresa pelo famoso mercado, que as esperava o oposto.
De boca aberta também andaram seus renomados especialistas, a inventar explicações fora da curva para os furos especialmente enormes. Erros que, imediatamente, soterraram com pompa, circunstância e virgens anúncios de futuras tempestades. É intrigante a permanente charlatanice com que os periódicos, diários e semanais, afagam o ego dos conservadores sem que estes se sublevem contra a falcatrua. Ou, talvez, os conservadores desconfiem de que a realidade seja bastante diferente, mas aspiram, tal como os jornalistas e especialistas, a vê-la materializar-se conforme a aspiração.
Este parece o sonho derradeiro dos colunistas e pitonisas da oposição: obter o condão de pronunciar profecias que se auto-cumprem. Daquelas que, uma vez proclamadas, contribuem para a realização do desastre. Uma corrida a um banco disparada por falsa previsão de que vai quebrar pode, de fato, levar à bancarrota um estabelecimento sólido. Mas é impossível evitar uma estupenda safra agrícola escondendo-a sob pragas e tormentas apenas verborrágicas.
Criam, contudo, uma espécie ornitorrinco de jornalismo – aquele que retrata o que lhe apeteceria acontecesse efetivamente, não o que, com modesta realidade, ocorre. Daí a freqüente discrepância entre as manchetes e o conteúdo, ainda que este venha narrado como que sob tortura, tão tortuosa é a narrativa.
Diverso é o caso do jornalismo a soldo. Não há como perdoar àqueles que sabem o que fazem. Omitem informações relevantes, adulteram outras, inventam terceiras. Cada um dos desvios é serviço prestado. Digamos que eles fabricam um tipo especial de caixa dois, recursos contabilizados como salário, quando, contudo, resultam de um efetivo domínio do fato inventado ou distorcido.
Essa cumplicidade entre fiéis ingênuos e deliberados bandoleiros que assaltam a reputação alheia, maculam o estafante trabalho de legislar ou de executar tarefas de interesse geral, enriquecendo ao longo da labuta, dificulta identificar a composição da quadrilha que, diariamente, vende engodo à população. Estamos de acordo que as matérias impressas, tanto as assinadas quanto as editorializadas, constituem atos de ofício e aceitável evidência dos crimes assinalados, certo?
Sendo assim, uma legislação democrática, que proteja os cidadãos comuns contra os achaques e calúnias dessa quadrilha de mistificadores e inventores de escândalos, deve ser uma das preocupações de qualquer governo de origem popular. Os antigos gregos já puniam severamente os  propagadores de infâmias e em alguns casos de indução de outros a atos perversos, aplicavam a pena do ostracismo, da multa e, eventualmente, impunham até a pena de morte.
O Brasil nunca ultrapassou essa fase porque nunca esteve nela.  O jornalismo ornitorrinco e o jornalismo adversativo (o que acrescenta um mas, porém, todavia, contudo a toda notícia positiva) ainda são  os controladores do mercado de notícias. O mercado de notícias é o único que os conservadores não desejam livre.
Qualquer iniciativa de soltá-lo das garras oligárquicas é, ornitorrincamente, apresentada como seu oposto, o de invadir a liberdade da notícia. Ora, o que não existe no país é justamente uma imprensa livre, plural e competitiva o suficiente para que o cidadão possa optar.  O mercado de notícias está cativo de tiranetes sem escrúpulos, de colunistas a soldo, sem  mencionar o inacreditável nível de desinformação e de cultura da média das redações desses jornais.
O Judiciário, por sua vez, além da adoção do discurso de ódio, inaugurou uma etapa bastante peculiar em nosso constitucionalismo. Dizem seus arautos que o Supremo Tribunal Federal representa a vanguarda iluminada das sociedades contemporâneas. Ainda com mais fulgor no Brasil, entendem, em vista da podridão de que estariam acometidos os demais poderes da República. Entre suas atribuições abrigar-se-ia a de estabelecer prazos para que o Legislativo legisle sobre matérias que ele, Judiciário, considera inadiáveis. Isso, como todos sabem, inclusive os senhores ministros do STF, não está escrito na Constituição. Os únicos prazos legitimamente impostos ao Legislativo, salvo engano, são aqueles hospedados por seu Regimento Interno e pelos estatutos de urgência e medidas provisórias, ambas emanadas do Poder Executivo. De uma penada os atuais e transitórios ministros do STF ofendem o Executivo e o Legislativo.
É cautelar, em conclusão, que se observe como os conflitos por vir não deverão ser debitados à conta de um confronto direto entre  o capital e o trabalho, mas entre o jornalismo ornitorrinco e o Judiciário e os demais poderes. O ano de 2014 promete.
Fonte: CARTA MAIOR

Previsões fracassadas são uma constante no jornalismo da velha mídia.
Concordo que em 2013  a velha imprensa se superou em produzir erros e mancadas.
A lógica que predomina no jornalismo da velha mídia é que a realidade e as verdades factuais devem ser aquilo que  a velha imprensa deseja, independente se são ou não reais.
Essa lógica é amplamente utilizada pelo governo dos EUA.
Parte da premissa que a verdade e a realidade constiutem um poder em disputa e, aquele  que se  apropria desse poder define  o que é verdadeiro e real, de maneira que todos  os demais possam seguí-lo.
Tal prática remonta de tempos remotos e é uma forma de controle e aprisionamento social.
Esse é um aspecto de todas as grandes mídias ocidentais na atualidade, pós queda do muro de Berlim, , mas não é o único.
O controle e o  aprisionamento social estão, atualmente, intimamente ligados com o ideário capitalista que domina o mundo.
Logo , não se pode esperar da velha imprensa qualquer tipo de pensamento que venha a produzir um contraditório sobre o pensamento único  que diariamente é apresentado como infalível, insubstituível, modernizante e civilizatório.
Toda e qualquer iniciativa de governos e povos que trilhem caminhos diferentes do pensamento único é imediatamente e diariamente criticada e atacada pela velha mídia como sendo algo provisório, destinado ao fracasso e com data de validade para acabar.
A título de exemplo , nas empresas globo, logo após a morte de Hugo Chavez, era possível ouvir " analistas bem informados e de grande lastro cultural" dizerem que a primavera bolivariana na América do Sul tinha chegado ao fim , e que teria sido apenas um bom sonho, durante o tempo em que durou.
Porém, a realidade insiste em ser diferente do desejo da velha mídia e a primavera bolivariana da América do Sul emite claros e luminosos sinais, através de cenários bem elaborados, de que ultrapassará com folga  a segunda década.
O que se observa  de forma mais específica e escandalosa com a velha mídia brasileira é um cansaço de suas teses e teorias , que cada vez mais se revelam totalmente incompatíveis com a situação do país e do povo brasileiro e, mais, se revelam, também, inverídicas quanto as excelentes possibilidades futuras do país.
Muito se discute  nos meios de comunicação anacrõnicos o que teria de fato mudado no Brasil,na América do Sul e no mundo, após a emergência de ideías e governos de linhas de pensameno contrários , ou no mínimo pouco descolados, do pensamento único.
Talvez a simples discussão, em um ambiente de mudanças impossíveis sempre preconizado pela velha imprensa, já seja um revelador das mudanças que ocorreram e ainda acontecem no Brasil, na América do Sul e no mundo.
Em outras palavras, a velha imprensa discute atualmente a História, algo que há poucos anos atrás a mídia anacrõnica afirmava ter chegado ao fim.
Dito isto, ficam criadas as condiçoes necessárias para que as discussões sobre teses econômicas, científicas e socias  possam receber um tratamento profundo e específico.
Não é o objetivo deste artigo , analisar tais desdobramenos, já que em outras postagens  O PAPIRO vem disponibilizando excelentes conteúdos, de renomados autores, sobre os mais variados temas em todas as áreas do saber, tanto no enfoque acadêmico no campo da Prospectiva, como na abordagem da realidade do país e do povo.
Isto posto, todo e qualquer exercício de feitiçaria de linguagem produzido pelos "conceituadíssimos" analistas da velha e decadente imprensa , no tocante a tentativas de desmerecer as análises  corretas, exatas e precisas publicadas pela chamada imprensa alternativa e suja, não passa de um exercício corriqueiro, desprovido de densidade intelectual,  conforme citei neste texto.
Assim sendo, feitas tais considerações  quero abordar , de foram específica e original, as mancadas da velha e decadente imprensa no ano de 2013. Não no tocante as previsões fracassadas, já que isso não mais se constitui em novidade para a maioria dos mortais, e sim em comportamentos que acabaram por gerar  "notícas " na velha e decadente imprensa, que  ao meu entendimeno, cosntituiram-se em violentas agressões ao povo brasileiro. Vou iniciar a lista com alguns fatos e convido os caros e atentos leitores para incluir outros :

1 - a imprensa criou e incitou um clima de violência contra os médicos cubanos que chegaram ao Brasil para o programa 'Mais Médicos';

2 - logo apos os protestos de junho e com pesquisa que atestava a queda de popularidade da Presidenta Dilma, a revista época, das organizações globo,estampou uma matéria de capa agressiva e violenta  que fazia a seguinte pergunta " onde está a estadista ?"

3 - talvez o recorde de tempo disponibilizado para cobertura de um julgamento tenha sido batido com a cobertura da velha mídia sobre o chamado mensalão, onde quadros importantes do partido do governo estavam envolvidos;

4 - no julgamento do chamado mensalão a velha imprensa pressionou de forma violenta, agressiva e com contornos nítidos de intimidação quanto a  integridade física, o ministro do STF responsável pelo voto que produziria o desempate sobre a aceitação dos embargos infringentes;

5 - nos protestos de junho, inicialmente organizados e conduzidos por movimentos sociais de orientação de esquerda, a velha mídia se apropriou das manifestações de rua incluindo um tema difuso e oportunista de combate à corrupção e, com isso  incitou um clima de caos e violência pelas ruas das cidades brasileiras;

6 - no início de 2013, por conta de um pequeno , corriqueiro e normal atraso no período de chuvas  no país a velha imprensa espalhou o caos e o pânico no pais com a possibilidade de um apagão elétrico neste ano e no ano da copa, atribuindo ao governo toda e qualquer responsabilidade pelo que poderia acontecer.

7 - a revista época, das empresas globo, logo após as sentenças do julgamento do mensalão apresentou matéria de capa  "informando" que o país iniciava uma nova era de punição aos corruptos. Entretanto, os encândalos de corrupção  de políticos ligados ao PSDB em São Paulo recebem um tratamento bem diferente ao tratamento dado  aos políticos envolvidos com o caso do mensalão. Enquanto com o PT os políticos eram massacrados, com o PSDB pouco se fala, na velha mídia, sobre o envolvimento de políticos tucanos.

8 - o colar de tomates, nas manhãs de globo, e o protesto das atrizes de globo pelo resultado da votação dos embargos infringentes foram, com certeza, os maiores micos do ano de 2013 , já que estavam totalmente fora da realidade.

9 - "conceituadíssimo  e  importantíssimo " colunista de globo, de bigode grosso, analisando o escândalo de espionagem em que as práticas criminosas dos EUA foram desmascaradas , conduziu seus leitores, em artigo gorduroso e enviesado, para um entendimento de que o governo brasileiro seria o culpado por ter sido espionado e grampeado, inocentando e aprovando as práticas dos EUA.

10 - A folha de SP ,ao analisar a máfia dos fiscais da prefeitura da São Paulo disse , em manchete de letras garrafais que " o prefeito sabia de tudo" e era cúmplice na roubalheira. Ocorre que o prefeito citado por folha, é um ex-prefeito, e não o prefeito atual. Tal manchete tinha o objetivo de confundir o leitor e colocar o prefeito atual em crimes da gestão anterior.

11- por conta do falecimento de Mandela, a velha mídia produziu um pacotão de artigos e análises sobre o líder sulafricano. O sumo  que se extraiu de tais análises e reportagens induz o leitor e ouvinte ao entendimento de que Mandela era tucano, capitalista , branco e de olhos azuis, em uma manipulação grosseira sobre a história do líder.

12 - o portal UOL, do grupo folha, "noticiou" que a copa do mundo no Brasil será um problema, já que com o grande consumo de cerveja durante o evento o Brasil sofrerá um tsunami de xixi. o que acarretará em poluição ambiental.

13 - a imprensa esportiva brasileira, principalmente e majoritariamente a do estado de  São Paulo que sempre se vangloria do futebol paulistano no tocante a  organização e ao cumprimentos de regras e respeito as normas das competições, criou e incitou, neste mes de dezembro, um clima de extrema violência entre torcidas de times de futebol justo pelo fato de um time paulista ser punido na justiça desportiva por não cumprir as regras de uma competição nacional. Em uma atitude irracional e anti-democrática e de total desrespeito as regras da competição, a imprensa esportiva paulista, mas não a única,  inudou as mídias de ameaças de viradas de mesa e mudanças nas regras das competições previamente acordados entre os clubes participantes. Tudo isso aconteceu porque ao punir corretamente o time paulista, um time carioca se beneficiou na classificação da competição.  Ou seja, a lei somente para os outros. Qualquer semelhança  com o comportamento de setores endinheirados da sociedade brasileira não é coincidência.

14 - ao longo do ano, jornalistas das empresas globo afirmaram que asteroides e meteoritos não existem, logo , toda e qualquer especulação de choque entre astros e mesmo com a terra não passam de fantasias para assustar as pessoas.

15 - definitivamente o ano não foi  bom para a tv globo. Além de ter a entrada de suas instalações cobertas com estrume, a emissora sofreu ao longo do ano com uma série de denúncias que escancararam o lado criminoso da emissora. Pode-se dizer que foi o ano que a globo se estrepou.
Audiência em queda constante e credibilidade abaladísssima fizeram de 2013 o ano em que a globo mais se defendeu, do povo e de denúncias.
Seus repórteres inauguraram, no ano, a modalidade de cobertura nas alturas, tendo em vista a dificuldade de estar ao meio da população que sempre reagia com veemência à presença de repórteres da emissora. Dos fatos de grande repercussão , veio a tona a sonegação bilionária de impostos , remessa ilegal de divisas para o exterior e constiutição de empresas em paraísos fiscais. Acuada , a emissora se defendeu dizendo que pagou os impostos à receita federal, porém, no site da RF consta  a empresa como devedora. Surgiu, então, o que pode ser considerado como o bordão do ano, quando , nas redes sociais todos perguntavam:
CADÊ O DARF ?
A pergunta pedia para que globo apresentasse o comprovante de pagamento de impostos, algo que a emissora não se pronuncia.
 
Cabe ainda lembrar, que ao longo do ano de 2013, globo publicou uma nota humorísitica  onde se dizia arrependida por ter apoiado o golpe militar de 1964.  A comédia se consolida como o maior gênero nacional, isso quando a velha mídia fala sério.

16 - No natal deste ano , a velha mídia travou uma sangrenta batalha com os números. Enquanto todos os indicadores apontavam como o maior natal da história, a velha e já cômica imprensa dizia o contrário. O que era 8 virou 2, no delírio do jornalismo.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Vegetarianismo

Cerca de 70% de novas doenças que infectam seres humanos têm origem animal, alerta ONU
Relatório de agência alerta sobre a relação entre indústria agropecuária e as doenças infecciosas que afetam o mundo

Por ONU Brasil

Foto: FAO/Giulo Napolitano

Cerca de 70% das novas doenças que infectaram os seres humanos nas últimas décadas têm origem animal, afirmou nesta segunda-feira (16) a agência alimentar das Nações Unidas, alertando que está se tornando mais comum que doenças mudem de espécies e se espalhem na população, em meio ao crescimento das cadeias de agricultura e de abastecimento alimentar.
A expansão contínua das terras agrícolas em áreas selvagens, juntamente com um ‘boom’ mundial da produção animal, significa que “o gado e os animais selvagens estão mais em contato uns com os outros, e nós mesmos estamos mais em contato com os animais do que nunca”, disse Ren Wang, diretor-geral assistente da área de agricultura e defesa do consumidor da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
“Não podemos lidar com a saúde humana, a saúde animal e a saúde do ecossistema de forma isolada, temos de olhar para eles juntos, e abordar os condutores de surgimento de doenças, persistência e propagação, ao invés de simplesmente correr atrás das doenças depois que elas emergem”, acrescentou.
De acordo com o relatório ‘Pecuária Global 2013: Mudando as Paisagens das Doenças’, é necessária uma nova abordagem – mais holística – para a gestão de ameaças de doenças.
O relatório busca entender como as mudanças na forma como os humanos criam e comercializam animais têm afetado o modo como as doenças surgem e se espalham.
A globalização e as mudanças climáticas estão redistribuindo patógenos, vetores e hospedeiros, e os riscos de pandemia para os seres humanos causada por patógenos de origem animal são uma grande preocupação. Ao mesmo tempo, os riscos de segurança alimentar e resistência aos antibióticos estão aumentando em todo o mundo, diz a agência da ONU.
Fonte: REVISTA FÓRUM

A criação de animais para consumo não pode seguir a mesma lógica de uma fabricação industrial de parafusos, por exemplo.
Parafusos podem ser produzidos em alta escala e em grande velocidade em plantas industriais bem delineadas.
A criação de aves confinadas requer um controle higiênco sanitário de excelência para evitar a proliferação de doenças entre os animais e mesmo entre humanos.
Para os industriais, controles sanitários de excelência significam custos "elevadíssimos" e, assim sendo os controles deixam a desejar.
Porcos em grande escala poluem os lençois freáticos e quando criados próximo de rios e riachos também poluem os rios.
O gado destrói grandes áreas de vegetação.
Se não bastassem esses problemas na criação intensiva de animais, alguns produtores tentam criar técnicas de maior produtividade ( seguindo a lógica de plantas industriais) chegando ao ponto de alimentar o gado com ração animal.
O resultado foi desastroso e a vaca pirou.
A vaca maluca é fruto da irracionalidade , da loucura e  da ganância do homem. 
Em meio as técnicas de alta produtividade, os animais recebem, cada vez mais, altas doses de antibióticos e hormônios que , de forma direta, também são consumidos pelo homem.
Aves como o frango, estão sofrendo mutações por conta das técnicas de criação. A carne desses animais é cada vez mais esponjosa e sem sabor , e os próprios frangos estão cada vez mais inchados , quase do tamanho de patos grandes.
Os ovos de galinhas oriundas dessas granjas de produção em série, tem uma gema de coloração amarela cada vez mais clara, bem diferente das aves que vivem no campo.
Aliado a tudo isso, a maneira como os animais são criados e abatidos é algo que define muito bem o que venha a ser barbárie.
A nutrição humana não deveria priorizar os produtos de origem animal, mesmo porque as fontes de proteína e cálcio existem em abundância nos vegetais.
O consumo de produtos de origem animal deveria ser restrito e voltado apenas para pequenos segmentos das populações. 
Mudar os hábitos de nutrição não é algo da noite para o dia, porém ficar pelo menos dois dias na semana sem ingerir qualquer tipo de produto de  origem animal, qualquer um pode e deve fazer.
Uma nutrição vegetariana é vantajosa para a saúde do homem, para o meio ambiente e para os animais. 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Restrospectiva


 
Leitão, que agora ganhou a companhia de Lobão, ainda vai ficar muitos anos  falando as mesmas asneiras



Na retrospectiva de 2052, Leitão, já de bengalinha, dirá as mesmas asneiras e fará campanha para o maior ancião da história da Moóca.