terça-feira, 6 de agosto de 2013

Pão e circo vs. sociedade em rede

 

 

MÍDIA NINJA

Mídia de massa vs. massa de mídias

Por Luciano Martins Costa em 06/08/2013 na edição 758
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 6/8/2013
 A Folha de S. Paulo foi o único dos jornais de circulação nacional a reservar um espaço para a participação de representantes do coletivo Mídia Ninja no programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, exibido na segunda-feira (5/8). Ainda assim, o texto é apenas um relato burocrático de parte das perguntas e respostas, com um título que falseia o que foi o evento.
“Idealizadores do grupo Mídia Ninja negam vinculação partidária”, diz o título da Folha na edição de terça-feira (6). No subtítulo, logo abaixo, pode-se ler: “Ao Roda Viva, Pablo Capilé e Bruno Torturra admitem captação de recursos públicos”.
Trata-se de um artifício primário de manipulação de informação, uma vez que esses dois tópicos compuseram uma parte irrelevante do programa e haviam sido extensivamente esclarecidos pelos dois entrevistados. A afirmação negativa é uma maneira tosca de insinuar ser verdadeiro aquilo que está sendo desmentido.
Seria o mesmo que publicar um texto com o título: “Jornais negam que tenham feito operação ilegal com dólar na compra de equipamentos gráficos”. Ora, se alguém quiser insinuar que a imprensa tradicional deve favores a determinado grupo político, essa seria uma forma de dar um ar de veracidade a essa especulação. O mesmo seria dizer que “tal grupo de comunicação nega que defende fulano porque em seu governo recebeu ajuda generosa do BNDES”.
No caso do Mídia Ninja,o texto da Folha demonstra ainda que o jornal não entendeu ou não admite a possibilidade de se construir uma mídia sem dono, horizontalizada, com uma diversidade tão grande de lideranças que se torna difícil classificá-la segundo os parâmetros tradicionais.
Os dois jovens foram provocados por alguns dos experientes entrevistadores, em sequências de perguntas que teriam desconcertado qualquer um. Mas responderam com segurança e clareza, enfrentando questões polêmicas como o financiamento público de ações culturais e simpatias partidárias pessoais.
Uma das lições mais interessantes passadas aos telespectadores foi a afirmação de que, mesmo composto por ativistas que simpatizam com esta ou aquela corrente política, o movimento tem um caráter amplo e democrático. Eles não omitem seu posicionamento político, que, na falta de melhor expressão, é definido como “de esquerda”, mas dialogam com qualquer grupo.
O mito da imparcialidade
Essa é provavelmente a diferença essencial entre a “mídia de massa” que marca o jornalismo como indústria e a “massa de mídias”, que identifica o jornalismo ativista das redes sociais.
O entrevistado Pablo Capilé foi muito claro ao se referir ao ambiente hipermediado como uma “massa de mídias”, na qual o jornalista se engaja em uma atividade que, segundo Bruno Torturra, pode ser definida como “midiativismo”. Esse foi um dos pontos mais interessantes do programa, porque permite ao telespectador, eventual leitor de jornais, raciocinar sobre a natureza da mídia tradicional e o que pode vir a ser a “massa de mídias”.
A imprensa clássica que conhecemos também é midiativista, mas seu engajamento não está necessariamente a serviço da sociedade, ou, pelo menos, não costuma contemplar a complexidade social e política do país. Como dizia o falecido diretor responsável de O Estado de S. Paulo, Ruy Mesquita, os jornais se dirigem prioritariamente, quando não exclusivamente, a uma elite econômica, intelectual e política.
Ao afirmarem, sem constrangimento, que a Mídia Ninja estáengajada em um projeto progressista, inclusivo e “de esquerda”, os dois entrevistados fazem desvanecer a fumaça da falsa imparcialidade da imprensa. Mais especificamente, o que os jovens midiativistas deixaram claro, como fonte de reflexão para os telespectadores da TV Cultura,foi que o mito da imparcialidade pode ser superado pela prática da multiparcialidade.
Ou seja, a imprensa tradicional finge uma isenção e uma objetividade que supostamente justificam sua existência quando, na verdade, não passam de uma farsa; enquanto o midiativismo em rede declara sua condição de ação política e comunicacional afirmativa, apoiada em uma visão de mundo progressista.
Essa diferença mostra, por exemplo, como os midiativistas dão voz até mesmo aos anarquistas agregados no grupo chamado Black Bloc, durante as manifestações que ocupam as grandes cidades brasileiras, tentando compreender suas razões, mesmo discordando do uso da violência e do vandalismo nos protestos.
Essa e outras questões estão fora do alcance da mídia tradicional, porque ela tem como objetivo interpretar o fenômeno, para justificar sua crença numa determinada ordem social, e não compreendê-lo.
A polêmica se estende ao infinito, e só a inteligência complexa e heterogênea das redes sociais pode permitir que ela avance pela sociedade adentro.


 
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Rede TV: salto mortal
do FHC chega ao fim

A Dilma vai entregar a quem não paga à Receita ?

Saiu no site do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo:


Sindicato pede cassação da Rede TV!


O Sindicato dos Radialistas de São Paulo protocolou na quinta-feira, 25, em Brasília, documento endereçado à ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, com um relato da situação da Rede TV! e os “danos e lesões” causados aos seus profissionais.

É um texto em três páginas, assinado por Sérgio Ipóldo Guimarães, Diretor Coordenador da entidade, com acusações das mais graves, que vão desde a recusa em se fazer homologações até falta de recolhimento do FGTS, passando por inúmeras outras transgressões.

Termina solicitando providências, “no sentido de cassar a concessão outorgada concedendo-a a outra empresa/grupo idôneo ou que no mínimo nomeie um interventor para administrá-la”.

O Sindicato alega que se apressou em fazer tais denúncias, após ser alertado de que Amilcare Dallevo, dono da Rede TV!, esteve em Brasília solicitando, através de empresas do Governo Federal, nova ajuda financeira para a emissora.

As informações foram passadas à coluna por Edson Amaral, diretor de formação do Sindicato.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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A  mídia de massa emite claros sinais de esgotamento.

Os jovens idealizadores da Mídia Ninja, em entrevista no programa Roda  Viva na Tv Cultura, deixaram atônitos os experientes entrevistadores, conforme relato do OI e REVISTA FORUM.

Limitados por conceitos hierárquicos de poder e de negócios, os entrevistadores demonstraram desconhecer a realidade das redes sociais.
O conceito da mída Ninja assim como os conceitos de poder e negócios ,que não são tão novos como imaginam os "experientes" entrevistadores, já foi assunto de diversos livros desde os anos da década de 1970.  
Apenas para citar um exemplo, o livro Conspiração Aquariana, de Marilyn Ferguson, do início dos anos da década de 1980, apresenta um excelente análise sobre as novas formas de poder e negócios, que podem  muito bem se encaixar nos modelos de massa de mídias e horizontalidade.

Nessa realidade emergente a mídia de massa ainda se sustenta nas velhas senhoras, uma audiência passiva, envelhecida no tempo e nas idéias, na opção contra a solidão, no ancoramento de subjetividades reprimidas, na fantasia impossível, na estética elitista porém com embalagem populista, no culto a própria imagem daquele que é imagem, no supermercado de futilidades, no culto a celebridades, na cultura da idiotização e da imbecilização...

A velha imprensa agoniza, em zorra total e com isso fazendo uma zorra maior  com muito barulho e pouco conteúdo . 
A água ficou poluída e o bar da piscina faliu. 
Nadando em águas sujas, apenas a publicidade oficial garante a sobrevivência. A sonegação de impostos cresce, assim como os germes na água.

Diante da realidade emergente que se impõe com naturalidade, assim como a passagem do velho para o novo, crises e mais crises afloram nos principais grupos de comunicação, mídia e imprensa da terra do cruzeiro.

O gigantesco rombo de 1 bilhão de reais em impostos sonegados pelas organizações globo, e os mesmos trambiques do grupo da rede tv são evidências objetivas de um modelo  que perdeu o tempo , o passo, a noção de entretenimento e jornalismo.
Independente dos principais atores trambiqueiros, são sofríveis o jornalismo e o entretenimento de todas as redes privadas de tv no país, sejam emissoras abertas ou fechadas uma vez que todas estão fechadas, ou impossibilitadas, à uma compreensão da realidade.

Surge assim a possibilidade real e concreta de intervenção do governo federal em coparticipação ou mesmo revogação de concessões  de rádio e tv.

Esses grupos  que atuam fora das leis e regras que balizam as concessões de emissoras de rádio e tv , podem, através de ações constitucionais do governo federal, ceder o lugar para outros grupos antenados  e afinados com as novas práticas e necessidades da população, fazendo com que o espectro eletromagnético não seja apenas uma lugar controlado pelas elites , que no momento , revelam-se anacrônicas ,ultrapassadas e mesmo falidas.

Foi emblemático o encontro do programa Roda Viva da Tv Cultura.

Dois jovens no centro de um cenário que se assemelha a luta contra os leões da Roma antiga, cercados e observados pelo alto e por todos os lados por experientes jornalistas e profisssionais de mídia e, mesmo assim responderam com desenvoltura e conhecimento as perguntas colocadas deixando a imagem clara, perfeita, inequívoca, do encontro do novo emergente em rede com as ruínas hierárquicas de uma arena que desmorona.

Jovens de idéias, assim como outros que recentemente estiveram em reuniões com autoridades para discutir soluções para os grandes problemas do país.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O Crimes que não Aparecem na Velha Imprensa


A pergunta que não quer calar: 
como foi rateado o sobrepreço de 30% nas licitações do metrô de SP ? 
Uma lambança da ordem de R$ 500 milhões, ancorada nos governos Covas-Alckmin-Serra, teria durado tanto tempo sem a parceria orgânica dos altos escalões do PSDB? 
Com a palavra, a operosa mídia isenta e ética.
Fonte: CARTA MAIOR
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Vazam mais páginas do Globogate!

As novas páginas disponibilizadas referem-se à decisão final da Receita de condenar a Globo ao pagamento de multa de 150%, mais juros de mora, sobre o valor sonegado
05/08/2013



Miguel do Rosário,

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A Farsa do Combate às Drogas

Vale a leitura do artigo publicado por VIOMUNDO.

As diversas teorias de conspiração, que circulam pela internete, afirmando que  o governo dos EUA, e outros, colaboram para o tráfico e comércio de drogas se mostra verdadeira.Os programas de combate as drogas , na realidade, tem fins políticos e também incentivam comeŕcio das drogas.

Toda a grande mídia, a velha e decadente, dos EUA e do Brasil trazem diariamente "notícias" sobre o combate as drogas em diferentes cidades.

Sabendo que durante décadas os planos de combate ao  narcotráfico não alcançaram os objetivos alardeados pelas autoridades, ao contrário aumentaram o consumo de drogas, a pergunta que se impõe, naturalmente, é sobre o papel da velha imprensa e da mídia nesse jogo sujo.

De que lado está a velha imprensa ao "noticiar" diariamente assuntos, na crônica policial de seus veículos, sobre as drogas ?

Estaria a velha imprensa fazendo propaganda subliminar e contribuindo para o crescimento do narcotráfico, já que é inadmissível que os veículos de imprensa apenas reproduzam o discurso de autoridades quando a realidade  mostra o contrário ? 

Neste caso , especificamente, estão as empresas de mídia do setor privado , uma vez que as empresas públicas não apresentam o mesmo destaque sobre o "combate as drogas" em seus jornais e em sua grade de programação.

No mundo dominado pelo crime organizado, as empresas de comunicação não ficam de fora. Assim sendo, na velha e decadente mídia privada tem-se o seguinte procedimento operacional:

- as notícias de combate as drogas visam incentivar o consumo e comércio das  drogas;

- as declarações de autoridades aliadas políticamente são reproduzidas, na íntegra, sem nenhuma  análise crítica;

-os assuntos que fogem ao evangelho do crime organizado são deliberadamente omitidos da população;

- a violência nas cidades são retratadas  como algo a ser combatido , mas a mensagem oculta aponta para um  comportamento  cada vez mais violento nas relações interpessoais;

- as políticas públicas e programas governamentais que acenam com ações de civilidade são duramente criticados,

- a democracia e a liberdade de expressão são citadas com frequência pela velha imprensa como valores intocáveis, entretanto o evangelho do crime organizado  contribui para a crescimento do facismo e do neo nazismo nas sociedades, onde a democacria e a liberdade são seletivas.

Uma boa leitura, caro leitor.

 

Espionagem nos EUA:
Agência antidrogas também é acusada nos EUA

 


 

 

Com medo de morrer, Michael Levine dispara: “CIA deu proteção aos grandes traficantes de drogas do mundo”

publicado em 5 de agosto de 2013 às 11:56

Arma mortal
por Heloisa Villela, de Nova York, especial para o Viomundo
A CIA deu proteção aos grandes traficantes de drogas do mundo.
A imprensa norte-americana, prostituída por acesso ao poder, promove a guerra contra as drogas — que gasta bilhões de dólares sem resultados.
A solução para o problema do tráfico é dar poder às comunidades afetadas pelo comércio e consumo das drogas.
Estas são algumas conclusões de Michael Levine depois de 25 anos de experiência como agente secreto da Agência de Combate às Drogas (DEA) dos Estados Unidos. Norte-americano do Bronx, ele escreveu três livros nos quais conta, em detalhes, todas as operações que poderiam destruir grandes cartéis, mas que foram sabotadas pela CIA, a Central de Inteligência.
Quando não aguentava mais a frustração, Michael Levine escreveu uma longa carta sobre a participação da CIA no chamado “golpe da coca”, na Bolívia, em 1980, que colocou o general Luis García Meza no poder. Michael enviou a carta a dois jornalistas da revista Newsweek. Um deles, Larry Rohter — que mais tarde se tornaria correspondente do New York Times no Brasil e ficou famoso por publicar reportagem difamando o ex-presidente Lula, sugerindo que ele fosse um bêbado.
A carta, registrada, foi entregue. Ele guarda até hoje o recibo. Michael passou duas semanas ao lado do telefone, esperando que os jornalistas o procurassem em busca de mais informações. Nada. Na terceira semana, finalmente, o telefone tocou. Era o Departamento de Segurança Interna da DEA, avisando que ele estava sendo investigado.
Daí em diante, Michael se calou, completou os anos de trabalho que faltavam cumprindo tarefas burocráticas e preparando os livros que desnudam a hipocrisia da retórica moralista do governo norte-americano em torno do combate às drogas.
Nos anos em que trabalhou como agente da DEA, Michael Levine gravou conversas, registrou eventos e garante que não escreveu nada de memória. “Não precisei inventar nenhum diálogo”. Nesta entrevista ao Viomundo, ele relembra alguns dos casos que acompanhou de perto. Elogia Mao Tse-Tung e se diz entusiasmado com o nascimento de uma nova imprensa, na internet.
Viomundo – Depois de 25 anos de trabalho na DEA, por que decidiu escrever livros sobre a organização e sobre o trabalho da CIA?
Levine — Quando alguém está jantando às suas custas, você tem que ao menos tomar o café da manhã dele. Ou seja, quando alguém te fere, te prejudica você tem de ferí-lo a qualquer custo. Eu tinha que revidar contra a CIA e contra os burocratas dos EUA para os quais a guerra contra as drogas era apenas uma ferramenta, um instrumento. Eu estava basicamente furioso.
Viomundo — Eles atrapalharam sua vida pessoal um bocado, sem falar o que estavam causando ao país…
Levine — Eles mentem para o mundo. Agentes e policiais com os quais trabalhei deram a vida acreditando no que esses burocratas e políticos nos disseram — e era uma mentira. A guerra contra as drogas nunca foi travada honestamente. Sempre foi um instrumento para outras coisas. Por isso o Evo Morales usou uma cópia do “The Big White Lie”, levantou o livro há coisa de um ano e disse: “É por isso que estou expulsando a DEA do meu país”.

Evo Morales com a tradução do livro de Michael Levine
Viomundo — O que aconteceu com você depois que publicou o livro? Sofreu retaliações?
Levine — Fui ameaçado. Eu escrevi dois livros, “Deep Cover” e “The Big White Lie”, sobre casos de infiltração, quando você vai para outros países, assume outra identidade e corre riscos reais. Pode acreditar, eu tinha medo o tempo todo. Mas gravei tudo. Todos os diálogos que você vai encontrar nos dois livros vêm de gravações. Não tive que inventar. Eu estava equipado o tempo todo. O “Deep Cover” foi publicado primeiro e se tornou um best-seller na lista do New York Times. Eu fui a um importante programa de TV em NY, o Donahue Show, e quando estava no bastidor, na chamada Sala Verde, esperando para ir ao ar, recebi um telefonema do quartel general da DEA.
Não sabia nem como eles tinham descoberto que eu ia aparecer no programa porque tudo foi mantido em segredo até o último minuto. Mas eles sabem… E um dos chefões me disse: “Enquanto estou conversando com você Mike, dez advogados estão debruçados sobre o seu livro, analisando página por página, para ver se podemos indiciar você por algum crime”. Eu disse: se você está tentando me assustar, já conseguiu. Muito mais do que imagina. Mas agora não vou voltar atrás. Foi então que ele disse as palavras “lembre-se do sanduíche de pasta de amendoim com geleia”.
Ele estava falando do Sante Bario, um agente que trabalhou comigo. Ele estava no México quando eu era o encarregado da Argentina, sediado em Buenos Aires. De uma hora para outra, Sante Bario foi preso pelo departamento de assuntos internos da DEA for tráfico de drogas com base no depoimento de um informante. Ele ficou preso em uma pequena cadeia do México, na fronteira dos EUA. Ele estava preso há duas ou três semanas dizendo que tinha sido vítima de uma armadilha, que a acusação era uma mentira, quando deram a ele um sanduíche de pasta de amendoim com geleia. Ele comeu e caiu no chão com convulsões. Entrou em coma. O primeiro exame de sangue indicou a presença de estricnina. Ele morreu um mês depois.
A autópsia concluiu que ele morreu porque engasgou com o sanduíche. Isso é fato. Você encontra essa reportagem na revista Time com o título “O estranho caso de Sante Bario”. Sante Bario se tornou uma ameaça para todos os agentes do DEA. Se você sair da linha pode terminar com um sanduíche de pasta de amendoim com geleia. E ali estava eu, logo após publicar o livro “Deep Cover”, com um dos chefões do DEA me lembrando do sanduíche. Então a longa resposta à sua pergunta é: sim, eles me ameaçaram…

Viomundo — Ao mesmo tempo em que foi ameaçado, você teve apoio de pessoas com as quais trabalhou na DEA?
Levine — Algum apoio… Gradualmente, com o tempo, vários vieram me dizer que eu tinha razão, que estava certo. Recebi e-mails deles, esse tipo de coisa. Pouco depois de escrever “Deep Cover”, meu filho era policial em NY e foi morto em uma troca de tiros na rua.
A direção da DEA em NY disse a todos os agentes que não fossem ao enterro do meu filho. Para você ver como estavam furiosos comigo. Mas alguns desobedeceram a ordem e foram ao enterro. Mas sempre tive apoio. Mais tarde, botei isso no You Tube. O chefão do DEA olhou bem para a câmera do programa 60 Minutos, o mesmo programa no qual eu apareci, e disse: “Não existe outra forma de dizer isso. A CIA funciona como um bando de traficantes”.
Não tem prova melhor do que essa. Mas foram necessários vários anos para ele vir a público dizer o que eu já havia dito nos meus dois livros. Acho que você pode dizer que os cabeças da DEA eventualmente concordaram com tudo que eu disse em meus dois livros.

Garcia Meza, “produto” da CIA na Bolívia
Viomundo — Você disse que a guerra contra as drogas era na verdade uma ferramenta para outros objetivos nas mãos dos políticos. Que objetivos?
Levine — Eu volto no tempo até a Guerra do Vietnã. Sou velho assim…
Fui para o Sudeste Asiático com outra identidade e consegui atingir, ou seduzir, o maior traficante de heroína da região. Isso foi no começo dos anos 70 e eles me convidaram para o Golden Triangle, área onde eles tinham uma fábrica. Provavelmente a maior fábrica de produção de heroína do mundo.
Antes da visita, o serviço de inteligência veio me dizer que eu não ia. Anos depois eu fiquei sabendo o motivo. Essas pessoas no sudeste asiático eram nossos aliados no Vietnã e a única maneira de dar apoio a eles era vendendo heroína para o resto do mundo. A CIA tinha que protegê-los para que pudessem ser nossos aliados no Vietnã. É uma escolha política. O contribuinte americano não queria mais pagar por aquela guerra.
Muitos anos depois, quando eu estava em Buenos Aires, me infiltrei na organização do Roberto Suarez [na Bolívia] e cheguei a um ponto em que poderia, literalmente, acabar com a organização. A máfia de Santa Cruz. Eles eram responsáveis pela maior parte da cocaína do mundo. Novamente, como escrevi no livro “Big White Lie” e vou continuar a escrever sobre isso.
A CIA veio e ajudou Klaus Barbie [o nazista que recrutou mercenários na Bolívia para ajudar a colocar no poder o general Luis Garcia Mesa, quando a esquerda venceu as eleições com Siles Zuazo] e os direitistas a derrubarem o governo da Bolívia que ajudou a DEA nessa operação. Então, basicamente, a CIA traiu o povo da Bolívia e não a DEA, como o Evo Morales disse. A CIA decidiu ajudar os traficantes de cocaína porque não eram de esquerda, não eram comunistas. Eles não queriam o risco de ver a Bolívia se tornar esquerdista.
Então, pegaram os traficantes e deram a eles o controle – foi o infame golpe da coca, a primeira vez na história que traficantes de droga tomaram conta de um país. E nessa época eles tinham um programa chamado Operação Condor. Fiz muitos trabalhos no Brasil também nessa época e a Operação Condor era um acordo entre os países do Cone Sul. Minha investigação bateu bem nessa operação. Eles estavam matando as pessoas que eu estava investigando por causa da alegação de que tinham tendências esquerdistas. Era um jogo muito, muito sujo.
Aí você chega a uma operação que eu descrevi no “Deep Cover”. Eu fazia parte de uma equipe infiltrada na operação chamada Trisecta, em três países. Eu fechei um negócio com uma organização chamada La Corporacion, da Bolívia, que no fim dos anos 80 controlava toda a cocaína. Arrumei o envio de 15 toneladas de cocaína através do México. Fiz um negócio, gravado em vídeo, com o exército mexicano, para proteger a droga e deixá-la entrar nos EUA.
Esse acordo está em vídeo, no You Tube, você pode ver. Foi feito com a aprovação do presidente do México que ía ser empossado, Carlos Salinas de Gortari. Gravado em vídeo! Imagine isso. Estamos falando do envio de 15 toneladas de cocaína! Em uma casa luxuosa, de frente para o Pacífico. Temos mapas espalhados sobre a mesa. Estou conversando com o Coronel Jaime Carranza, neto do homem que escreveu a Constituição mexicana, e ele aponta para o mapa, mostra o local onde vamos pousar o avião com a primeira tonelada de cocaína e diz: é aqui que estamos treinando os Contras para a CIA. Esse vídeo foi enviado, naquela mesma noite, para o secretário da Justiça dos Estados Unidos, em Washington e ele, imediatamente, revelou nossa identidade porque telefonou para o ministro da Justiça do México para contar toda a nossa operação. Botei tudo isso no livro.
Viomundo — O milagre é você ainda estar vivo para contar essa história…
Levine — Muitas vezes eu acordo e apenas toco na minha mulher, que amo muito, e digo: Deus, que milagre ainda estar aqui! Quase tenho vontade de chorar. Simplesmente contrariei todas as probabilidades muitas vezes. Mas estou aqui, falando com você.
Viomundo — Você também escreveu sobre a conexão entre a CIA e a epidemia de crack nos EUA.
Levine — Mais uma vez… está tudo no You Tube. Eu era um agente infiltrado e estava trabalhando com a Sonia Atala. Eu era bem jovem, e me puseram com a mulher que o Pablo Escobar chamou de Rainha da Coroa de Neve. A rainha da cocaína.
Mas me puseram com ela porque ela se tornou informante da DEA. E eu tinha que me passar por amante dela. Estávamos viajando juntos e ela começou a me contar sobre algo que havia Bolívia. Uma cocaína que se podia fumar e que era violentamente viciante. Isso foi em 1983. Meu primeiro pensamento foi: isso vai direto pros EUA. E com certeza, um ano depois era o crack nos EUA.
Mas a história que não foi contada é que quem protegeu essa organização, esse envio da droga, e impediu que essa organização fosse desmantelada foi a CIA. Novamente. Esse era o papel deles. Não estavam nem aí se era crack, heroína, cocaína, o que fosse. É o imposto Junky. O congresso não vai pagar pela operação, então a CIA os ajuda a vender drogas para os EUA e para o mundo. Dá apoio à operação. É uma escolha muito simples. Eu fiquei furioso. Perdi um dos meus filhos. Ele foi assassinado por um viciado em crack em uma troca de tiros quando ele tentou impedir um assalto. E aqui temos uma agencia do governo americano, financiada pelos impostos que eu estou pagando, e todo mundo está pagando, e eles estão dando apoio a traficantes de drogas responsáveis pela morte de milhares, se não de milhões de pessoas.
Viomundo – Como explica o que está acontecendo agora no México com essa guerra contra as drogas que já matou mais de 50 mil pessoas? Guerra que está se espalhando para toda a América Central?
Levine — Enquanto os norte-americanos continuarem comprando drogas, enquanto houver um mercado gigantesco para as drogas, o dinheiro continua chegando ao México e é esse dinheiro que provoca essa guerra. A equação é muito simples. Eu escrevi um livro chamado “Fight back” que o Presidente Clinton recomendou que fosse lido por quem trabalha com comunidades com problemas de drogas. Recomendou e deixou em cima da mesa. Não fez nada.
Ele fala como comunidades e bairros podem se livrar das drogas sem esperar pelo governo federal, pela polícia, sem usar balas e armas. É questão de atacar o mercado. Esqueça isso de ir atrás dos traficantes. Isso não funciona. Acho que foi o prefeito de Medellín, na Colômbia, disse, há uns 20 anos, se você matar cada líder de cartel, existem outros cem na fila esperando para pegar o lugar de cada um deles.
Ainda estamos gastando milhões para ir atrás da estrela individual do momento. E hoje em dia eles têm esses nomes: Dr. Morte, Evil. A imprensa tem essa competição para ver quem consegue revelar o pior barão das drogas. É um jogo de tolos. Não é assim que se ganha o jogo. Você pega uma comunidade que quer se livrar das drogas. Eles vão atrás dos usuários da comunidade. Não precisa nem de prendê-los. Basta seguí-los com câmeras. Colocar alguém na esquina com um alto-falante. Isso funciona. São técnicas que funcionam. E o resultado é que os traficantes perdem o mercado.
Viomundo — Então você acredita que é possível acabar com o problema da droga?
Levine — Sim! Leia o “Fight back”. Funcionou para a China, funcionou para o Japão em uma determinada época. A China usou um método semelhante. Quando Mao Tse-Tung tomou o país, havia 70 milhões de viciados em heroína e ópio. Em três anos não havia mais nenhum. As pessoas dizem que ele executou todo mundo. Isso não é verdade. Houve 27 execuções nesse período. Se você comparar isso com os 60 mil mortos no México…
O que realmente funciona é transferir responsabilidade para a comunidade. A comunidade é que é responsável por seus viciados e cria reabilitação e tratamento obrigatórios. É muito humano! Salva a vida dos usuários e salva a comunidade. No livro “Fight Back” eu detalho o que poderiam fazer se quisessem.

Escritórios da DEA no mundo 
Viomundo – Você está trabalhando, escrevendo mais um livro?
Eu e minha mulher estamos trabalhando em um próximo livro. Já temos o primeiro rascunho pronto. Mas quero escrever um livro sobre o Roberto Suarez. Ele talvez tenha sido o maior e menos conhecido traficante de drogas da história. Era da Bolívia.
Viomundo — Você também mencionou o papel da mídia. Contou o que aconteceu quando mandou a carta para Rother e Strasser da Newsweek. Esse Rother é o Larry Rother que depois se tornou correspondente do New York Times no Brasil e chamou o presidente Lula de bêbado?
Levine — Esse mesmo. A única coisa que posso dizer com certeza é que ele recebeu a carta porque mandei certificada. Recebi o recibo de volta. A carta foi entrega na revista. Ele pode dizer que não leu. Mas recebeu. Foi a história da Bolívia. Mandei a carta de Buenos Aires, onde era attaché. Mandei em papel timbrado da embaixada. Me arrisquei um bocado ao fazer isso. O resto é história…
Viomundo — Em sua opinião, o que acontece com a imprensa norte-americana, eles só checam as informações com representantes do governo? São obedientes?
Levine — Sabe, já participei de vários programas sobre isso. Eles são, basicamente, putas. Se vendem por acesso. Se prostituem por acesso. Querem acesso ao porta-voz da CIA e para conseguir isso não podem escrever nada mais crítico sobre a CIA.
Caso contrário, o acesso é negado. Quer acesso ao DEA? Quer saber o que estão fazendo? Quer escrever sua materinha incrementada sobre tráfico de drogas? Melhor não escrever nada muito crítico. Eu escrevi um artigo sobre a mídia. Ganhou todo tipo de prêmio. Meu artigo se chama “Mainstream media, the drug war shills”. Ele faz parte do livro “Into the Buzzsaw”, de Kristina Borjesson. O livro foi muito elogiado pelas pessoas que estudam a mídia. Acho que mostra muito bem como a mídia continua vendendo uma guerra contra as drogas que mata milhões de pessoas, é totalmente sem propósito e não resolve nada.
Viomundo — Como o Plano Colômbia que investiu milhões de dólares no país e no fim, a produção de cocaína dobrou…
Levine — O Plano Colômbia, a Operação Snow Cap… Meu Deus! O Plano Colômbia foi um desdobramento da Operação Snow Cap.

Ação contra as drogas com objetivos políticos
Viomundo — O que foi o Snow Cap?
Levine — Eram as operações paramilitares na Bolívia e no Peru. Militares e agentes do DEA indo atrás dos traficantes na Bolívia e no Peru. O Plano Colômbia foi apenas um desdobramento. Eu conheci basicamente as pessoas mais graduadas do tráfico de cocaína do mundo nos anos 80. Eles achavam que eu era um mafioso meio siciliano, meio portorriquenho, e estavam me vendendo 50 toneladas de cocaína. Eu disse a eles que tinha muito medo de ir para a Bolívia por causa da Operação Snow Cap.
Com todas as tropas, com os militares ali, como vou fazer um negócio desses na Bolívia com todos os militares norte-americanos lá? Meu interlocutor riu! Riu e disse: eles não fazem nada. Andam pra cima e pra baixo. Sabemos o que vão fazer antes deles fazerem. Te garanto que você estará perfeitamente seguro Luis. Esse era meu nome. Ele me chamava de Luis. Repeti essa conversa para os responsáveis pela operação Snow Cap no QG da DEA e eles disseram o seguinte: “Nós sabemos que não funciona, mas já vendemos ao longo do Potomac” [rio Potomac, nas margens do qual fica o poder em Washington], o que significa dizer que a ideia já foi vendida para o Congresso, então é o futuro da DEA que está na corda bamba. Esquece a guerra contra as drogas. O Plano Colômbia é a mesma coisa. É política.

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Viomundo — Eles vendem os planos, pegam o dinheiro e precisam fazer de conta que estão fazendo algo…
Levine — Exato. É sempre a mesma coisa. Tem que mostrar estatísticas para provar que os bilhões que você está gastando estão sendo bem gastos.
Viomundo — Você acredita que todos os presidentes que passaram pela Casa Branca nas últimas décadas sabem de tudo isso?
Levine — Eles sabem exatamente. Sabem que o que eu estou te dizendo é fato. Eles também sabem que se virarem e disserem isso ao público durante uma campanha presidencial serão derrubados da Casa Branca. Por que? A grande mídia, os cachorrinhos da grande burocracia – CIA, DEA, etc. – vai perseguir este político.
Viomundo — Como explica então que seus livros tenham sido tão bem recebidos e que você tenha sido convidado para tantos programas de televisão?
Levine — Porque na mídia existem grandes indivíduos que se destacam. Mas a percentagem de jornalistas de verdade é cada vez menor, desde Woodward e Bernstein [os jornalistas do Washington Post que revelaram o escândalo Watergate]. Não se pode comparar a mídia de hoje com a daquela época. Mas você pode dizer que o motivo pelo qual ainda estou fazendo isso tudo é porque continuo procurando pelos Woodwards e Bersteins.
Viomundo — Você  consegue conversar melhor com os jornalistas que migraram para a internet?
Levine — A internet está crescendo rapidamente e faz com que eu me sinta realmente muito bem porque está se tornando um grande desafio para essa “mídia de tribunal” que se proclama jornalismo. Basicamente, são estenógrafos. É maravilhoso, para mim, ver esse crescimento da internet.
Viomundo — Você acha que o seu trabalho, seus livros e artigos, tiveram algum impacto, produziram alguma mudança?
Levine — Acho que talvez faça alguma diferença. Provavelmente depois que eu tiver morrido. Eu não sei. A gente nunca sabe. E por isso é que continua fazendo. Alguém como eu… eu cresci tendo que lutar por tudo que conquistei. Sou inclinado a isso, a brigar, não importa a consequência. E morrer brigando. É o que pretendo fazer.
Viomundo — Então nos conte um pouco dessa infância…
Levine — Cresci no South Bronx (em Nova York), em um bairro péssimo. Meu irmão se viciou em heroína aos 15 anos. Nosso pai nos abandonou quando nós éramos muito, muito pequenos. Praticamente, cresci nas ruas do Bronx. Me alistei no exército para acertar a minha vida. E realmente funcionou. Me tornei lutador de boxe, peso pesado, fiz artes marciais, o que foi outra influência importante, que ajudou a manter o equilíbrio na minha vida.
Aos 19 anos, no exército, eu me meti em uma briga com outro militar por causa de um chapéu de 3 dólares. Ele explodiu, sacou a arma, encostou na minha barriga e puxou o gatilho. A arma falhou. Talvez tenha sido a melhor coisa que já me aconteceu porque aprendi a sabedoria de um antigo ditado árabe que diz que qualquer momento é o momento certo para morrer.
Levei isso comigo para sempre. Agora, não perco mais tempo. Vivo cada momento até o limite, curto e saboreio. Logo depois disso decidi usufruir de tudo que a vida poderia me oferecer antes que eu morresse o que poderia acontecer a qualquer momento. E não havia melhor maneira para um menino pobre do Bronx viver toda essa adrenalina e excitação do que como um agente secreto infiltrado. Foi o que me propus a fazer e fiz. De resto....
Fonte: VIOMUNDO

domingo, 4 de agosto de 2013

Macunaíma, um conto vivo. FHC, uma história morta.

FHC expõe o ódio
a Lula e ao Brasil

Um safado, preguiçoso que explora os que vivem no mato – que ódio, meu !           


Da pág. 16 da edição nacional do Globo (daquela empresa que não paga à Receita), artigo do Farol de Alexandria – aquele que iluminava a Antiguidade e se desfez num terremoto chamado “Lula” – tem o título “Cartas na Mesa” (originalíssimo !, aliás).

Naquele estilo besuntado de colesterol, que levou o New York Times a dispensá-lo, ele se propõe a dar um “basta à corrupção” e “a falsas manias de grandeza”.

O Tartufo esquece que governou o Brasil – “um mato” … – durante oito sombrios anos, e que presidiu a Privataria.

Depois de avisar que “saí do Brasil”- ele esteve sempre fora do Brasil, agora, na Avenue Foche – diz que Lula, “líder supremo” do “lulo-petismo”, “como Macunaima aconselhou a presidenta a fazer oposição a si mesma”.

Agora Imortal, da Academia das Letras (porque, se fosse dos Números, lá não entrava) ele se deu a recorrer à literatura.

Deu-se mal.

Porque expressou um ódio insuperável ao Lula, que o superou, e ao Brasil, que o ignora.

Perceba, amigo navegante, o despeito e o menosprezo com que ele se refere à liderança do Lula e seus liderados (os habitantes do mato …).
Fonte: CONVERSA AFIADA

FHC é um ícone.
Um ícone do núcleo duro e anacrônico da casa grande.
Um ícone dos colonizados.
Um anti Macunaíma de wall street.
Macunaíma, ou seja todos nós brasileiros:
 índios, brancos, catimbeiros, negros , fortes, invencíveis , feiticeiros.
Homens, mulheres, crianças, idosos, animais e a natureza.
Os rios , as florestas, as montanhas, os campos os lagos.
Macunaíma é a expressão de um povo que não foge à luta
Macunaíma aparece todos os dias, no céu na formação do cruzeiro.
Macunaíma enfrentou e matou a gigantesca serpente do atraso, do retrocesso, dos selvagens.
Deixou-a morta, na mata, com um nó.
O nó representa a vitória de um povo sobre os  colonizados que  hoje, emparedados com denúncias e provas concretas de corrupção e sonegação de impostos dizem que saíram ou sairão do país.
Tudo a ver, que saiam pois a gente não se liga em vocês. 
Macunaíma é o governo do povo, para o povo, com o povo, pelo povo.
Macunaíma derrotou os gigantes e toda a maldição.
Os habitantes do mato são motivo de orgulho para todos nós, pela singela razão de que na terra de Macunaíma o mato ainda está de pé, verde, exuberante.
E como é bom viver e andar no mato, estando ao mesmo tempo conectado com o mundo e podendo ler e ouvir , inclusive, as asneiras de um imortal que jamais se transformará em uma constelação.
Macunaíma é o trabalho em respeito aos ritmos da natureza, suas estações, suas manifestações.
Representa a harmonia com o mundo, sendo produtivo no momento correto, o que não ocorre com o modelo que FHC defende, onde o lucro e a acumulação, sem o trabalho, estimulam a preguiça, o hedonismo, a gula,  a luxúria, a avareza.
O anti caráter de FHC não pode ser comparado ao caráter do povo brasileiro.
FHC, podes crer, que defende  a liberação do THC,  se empapuçou de mato e viajou de raiva ao tomar conhecimento do propinoduto  que envolve seus iguais de penas.
Nas montanhas do estado de Roraima, Macunaíma, ou macunaima como chamam  seus discípulos mais próximos, está atento, protegendo todos os brasileiros.
O canto do  uirapuru avisa que o povo, na figura de Lula, venceu mais uma vez.
Nosso herói, protetor das matas onde habitam mulheres guerreiras dispostas  a mudar para melhor as condições do povo.
As amazonas  da terra de Macunaíma,  em sua festa de amores, anunciam novos tempos para a terra do cruzeiro.
O povo do mato, dos campos e  das cidades, assim como Marupiara, vivem felizes e contentes.
O saci Pererê brinca e pula, fazendo suas traquinagens pelas trilhas da mata, pelas ruas das grandes cidades, pelos campos, pelas infovias.
Não existe nenhum sistema de espionagem, vigilância que possa aprisionar os discípulos Macunaíma.


Obs. título da postagem retirado do comentário de RC, no site conversa afiada no dia 4 de agosto de 2013 às 11:36





sábado, 3 de agosto de 2013

O Cardume

             
 Mais ricos 

A fortuna do 1% mais rico do mundo cresceu 60% em 20 anos

As 300 maiores fortunas do planeta aumentam sua renda em 60% nos últimos 20 anos e acumulam mais riqueza que os mais de 3 bilhões de pobres que existem no mundo e representam 99% da população. Assim afirma o professor Jason Hickel, da escola de Economia de Londres, assessor do movimento The Rules, que luta contra a desigualdade.
Fonte: VERMELHO.ORG.BR

Junte-se o aos 99% e assim os tubarões ficam se parecendo com manjubinhas.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ratos & Ratos

Cafezinho vaza mais
documentos do Globogate

O que dirão os colonistas da plutocracia predadora ?
O Conversa Afiada reproduz denúncia do Blog O Cafezinho, de Miguel do Rosário.
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Covas, Cerra e Alckmin:
enforcados no propinoduto

Siemens apresentou documentos nos quais afirma que o governo tucano de SP soube e deu aval à formação de um cartel.


Fonte: CONVERSA AFIADA

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Semestre do Judiciário começa com Barbosa no foco por comportamento e denúncias

'Ele é arrogante e ainda não aprendeu', diz colega de tribunal. Semestre começa tenso, com preocupação sobre conduta do presidente do STF
Fonte: BRASIL DE FATO
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MPF investigou condenada por furtar processo da Globopar, mas nem tanto

Fonte: VIOMUNDO

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Velha imprensa, governos e políticos do PSDB, ministro do STF e o Ministério Público Federal. Tudo a ver, pois corrupção a gente vê por aqui.

Durante alguns meses próximos passados, a população brasileira recebeu uma enxurrada de " notícias e informações" pela velha mídia, sobre atos de corrupção nos governos do PT.

A ação penal 470, batizada pela velha imprensa de mensalão, ocupou por semanas o primeiro lugar nas listas dos assuntos mais apresentados.

Em um fato inédito no país, um julgamento no STF teve transmissão  ao vivo com cobertura pelas principais redes de tv aberta. Globo liderou  entre as emissoras que mais disponibilizaram seu tempo com o julgamento. Toda a velha imprensa assim como seu aparato mídático colocou os holofotes na dança das togas. Faustão ficou pequeno e os famosos nem tão famosos assim.

Colunistas de jornais e revistas impressas, das emissoras de rádio e de tv, produziram rios de tinta e decibéis de falação na análise do julgamento , chegando ao ponto de propor as decisões e caminhos que os ministros do STF deveriam tomar.

O brasileiro, sempre muito hábil em argumentos e julgamentos, viveu naqueles dias sua fase de senhor das leis. Dominou os fatos com extrema habilidade. O data venia invadiu botecos e bordéis. O cordial se revelou.

Políticos dos partidos de oposição, sempre atentos as oportunidades,  ocuparam os generosos microfones e espaços da velha imprensa para condenar os "terríveis desvios" cometidos pelos governos e políticos do PT. Revoltados com a indecência com a coisa pública, mostraram toda sua indignação com os fatos que durante aqueles meses foram por eles dominados.

Lá estavam,implacáveis com os desvios, globo, políticos do PSDB, o corretíssimo presidente do STF e também pocuradores sempre atentos para punir desvios com a coisa pública.

Quem não se lembra das "espetaculares edições do jornal nacional de globo ", disponibilizando quase todo o tempo do telejornal para tratar do assunto que "escandalizava" o país. Ou ainda as dezenas de crônicas e comentários de colunistas, como Merval, Jabor, Catanhede, Kramer, Garcia, Leitão e também outras espécies não menos importantes ou exóticas, condenando a "indecência" de políticos do PT. E o que dizer das palavras do procurador Gurgel ao considerar como "muito interessante" uma coincidência de datas entre o final do julgamento e as eleições municipais de outubro passado.

Diante da avassaladora cobertura do julgamento, o brasileiro, que de ingênuo e inocente não tem nada, percebeu que havia algo de estranho e resolveu colocar seu time em campo.

De imediato deu uma grande vitória aos políticos do PT nas eleições de outubro, coroando o ex-presidente Lula como o grande vencedor das eleições. Em seguida, passadas as férias de verão e o carnaval da globo, recebeu a contragosto uma imensa propaganda sobre futebol e , deu seu recado. Foi para as ruas, ainda antes dos mega protestos de junho, condenando as obras e decisões periféricas sobre o evento que estaria para se iniciar em junho. Com a chegada da Copa das Confederações no país, o brasileiro resolveu condenar tudo aquilo e muito mais, que de certa forma, tanto pediram que ele condenasse. Foi às ruas e rejeitou uma democracia de aparências, questionou o valor altísssimo das tarifas do péssimo transporte coletivo das cidades, rejeitou os políticos e a forma dominante de fazer política, rejeitou a velha imprensa pedindo a democratização dos meios de comunicação, e por fim, mas sem esgotar os protestos, rejeitou todas as formas e expressões dos poderes constituídos.

Hoje, na ante sala de agosto de 2013, temos uma nova enxurrada de denúncias sobre sonegação de impostos, corrupção de políticos e práticas nada equilibradas e centradas de pessoas que deveriam conduzir suas vidas e suas decisões profissionais pelo caminho do meio justo. Sem os rios de tinta de jornais e revistas impressas, sem os decibéis dos telejornais ou de jornais de rádio, sem o movimento de togas revoltadas com o ilícito, o que aflora em crimes e práticas nada éticas  não só escandaliza o país, como se apresenta em fatos e dados concretos, onde teorias não são necessárias para que se tenha o pleno domínio da suja realidade. E essa suja realidade tem como principais atores, aqueles que por meses a fio construiram cuidadosamente uma tese para condenar políticos , sem provas concretas,  em um claro processo político de disputa de poder onde o golpe de estado esteve sempre pairando , a espreita, nas esquinas das ruas das cidades.

Não teremos a ampla cobertura midiática , pela velha imprensa, sobre os criminosos e os crimes em destaque, como citado acima nas fotos e charges, entretanto as ruas saberão exigir a punição exemplar dos envolvidos. 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Médicos & Monstros

Pobre estudar medicina é afronta para a elite”, diz médico formado em Cuba

Formados em Cuba, médicos falam da elitização dos cursos e criticam os métodos de avaliação brasileiros dos profissionais formados do exterior
31/07/2013
José Coutinho Junior
da Página do MST
A elitização do ensino de medicina no Brasil é um obstáculo para jovens de baixa renda entrarem nas universidade e se formarem. Já os problemas nas provas de revalidação do diploma dificultam o exercício da profissão em território nacional pelos brasileiros que conseguiram se formar no exterior.
“Quem estuda medicina no nosso país são os filhos das elites, em sua maioria. É uma afronta para a elite um negro, um pobre, um trabalhador rual, filho de Sem Terra estudar medicina na faculdade, principalmente pelo status conferidos por essa profissão”, afirma Augusto César, médico brasileiro formado em Cuba e militante do MST.
Estudo do Ministério da Educação (MEC) aponta que 88% dos matriculados em universidades públicas de medicina estudaram em escolas particulares no ensino fundamental e médio. Os programas do governo de acesso à universidade, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), ampliaram o acesso, mas ainda não conseguiram universalizar e democratizar a educação.
“A maioria das pessoas quem entra na universidade pública para fazer medicina tem dinheiro para fazer um bom cursinho ou estudou o tempo todo numa escola particular. Claro que há exceções, mas o ensino de medicina do nosso país é altamente elitizado”, acredita.
“A maioria das pessoas que tem acesso às escolas de medicina são de classe média e classe média-alta. Um pobre numa universidade particular não consegue se sustentar pelo alto preço das mensalidades. Sem contar que hoje temos mais universidades privadas do que públicas na área da saúde, dificultando ainda mais o acesso”, diz a médica formada em Cuba Andreia Campigotto, que também é militante do MST.
Revalidação
A necessidade dos médicos brasileiros formados no exterior e estrangeiros passarem por uma prova para verificar se estão capacitados a exercer a profissão é um tema frequentemente pautado pela comunidade médica brasileira.
Independentemente do curso, todos os estudantes brasileiros que realizam um curso fora do país precisam passar por uma revalidação do diploma. No entanto, há falhas nesse processo no caso da medicina.
Um dos principais problemas é que não existe um padrão para o conteúdo dessas provas. Cada universidade federal pode abrir sua prova de reconhecimento de títulos no exterior. Com isso, o conteúdo não é uniforme.
Além disso, o custo dessas avaliações é alto. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) cobra uma  taxa de inscrição de R$1.172,20. Outras universidades pelo país têm preços similares.
Preconceito
“As provas são injustas, porque têm um nível de médicos especialistas, preterindo os 'generalistas', que é o nosso caso após nos graduar. Isso causa uma desaprovação considerável dos estudantes que vem de fora”, acredita Andréia.
“O que a categoria médica não divulga é que 50% dos estudantes da USP reprovaram na prova feita pelo Conselho de Medicina de São Paulo. Foi uma prova para médico generalista, muito mais fácil, que a de revalidação”, revela.
Para Andréia, há um “grande preconceito” por parte dos profissionais brasileiros em relação aos médicos formados em outros países, o que cria um entrave para a revalidação dos diplomas.
“Seria justo se os profissionais que se formam no Brasil fizessem as mesmas provas que nós, para ver se realmente se comprova uma suposta má formação de nossa parte, bem como discursa a categoria médica brasileira”, observa.
Os dois médicos defendem a realização de uma avaliação dos conhecimentos dos profissionais graduados no exterior, mas destacam que as provas atuais não cumprem esse papel, porque não são aplicados testes adequados para auferir o conhecimento.
“As provas teóricas e práticas atuais não levam em conta as complexidades. Seria muito melhor colocar esse médico para trabalhar sob um tutor e, a partir daí, se instaurar uma avaliação rigorosa e permanente. Mas isso não tem sido pensado”, pontua Augusto.
Formação
A concepção de medicina ensinada nas universidades impede também que os estudantes vejam a luta pela saúde além do tratamento de doenças.
“Nas universidades de medicina, só se vê doença. Não se fala em saúde. Como você pode lutar pela saúde se só vê doenças? Também é saúde lutar por um sistema público de saúde de qualidade”, destaca Augusto.
De acordo com o militante, a concepção de saúde deve ultrapassar uma formação técnica. “O médico deve exercer a medicina a favor da construção de um país mais saudável, sem esperar que as pessoas ou uma comunidade adoeça para depois intervir sobre ela, pois é o modo de vida que vivemos que gera as doenças do país”, defende.
Andreia quer se tornar professora de medicina para colaborar para a mudança da forma de ensinar das universidades. Ela se classificou na primeira fase do concurso para lecionar na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
Segundo ela, o campo da educação deve ser ocupado por aqueles que querem democratizar a educação. “Precisamos formar profissionais com um novo perfil, realmente voltados para atender o povo, para se fixar nos locais de difícil acesso, não só nos grandes centros como hoje. É um campo interessante de atuação”.

A medicina no Brasil se ocupa de drogas medicamentosas e intervenções cirúrgicas.
Os médicos brasileiros se ocupam de doenças dos pacientes.
Os laboratórios farmacêuticos lucram muito com a prescrição de drogas.
Os médicos ganham comissões  dos Laboratórios pela prescrição de determinados medicamentos.
Os planos de saúde privados são na realidade planos para cuidar de doenças de pessoas.
Os médicos avaliam doenças ao invés de pessoas.
As máfias de branco matam pacientes  em conjunto com funerárias e  com as quadrilhas de comércio de órgãos humanos .
A especialização precariza a formação médica , mas no modelo atual contribuiu para mais lucros entre todos os envolvidos.
Doenças simples em que o próprio organismo combate com eficácia tem sido reclassificadas como algo grave que necessite de medicamentos ou intervenções cirúrgicas.
As clínicas e hospitais particulares, visando maiores lucros,  não valorizam o trabalho do engenheiro biomédico na manutenção dos equipamentos hospitalares, o que coloca em risco a qualidade de diagnósticos e exames.
A transdiciplinaridade das formas de saber, importantísssimo para um médico, é ignorada na maioria dos cursos.
A excessiva especialização é um retrocesso para o conhecimento.
A maioria dos médicos vê na profissão um caminho de enriquecimento e  acumulação.
A medicina social é rejeitada pela maioria dos estudantes e médicos por conta da visão elitizada e mercadológica da medicina.
Os profissionais de medicina que trabalham em órgãos governamentais o fazem , apenas, como um investimento para aposentadoria, se utilizando de vantagens de cursos de especialização , pós graduação e doutorado, financiados ou facilitados por órgãos governamentais que irão proporcionar substancial aumento nos valores de aposentadoria.
O atendimento que os profissionais de medicina proporcionam às pessoas, em órgãos públicos, é sofrível, desumano e até mesmo violento.
O descaso e a negligência com os pacientes são uma regra.
Os erros médicos, em diagnósticos e em intervenções cirúrgicas, crescem de forma assustadora.
Uma medicina socializada, no Brasil, sofre e sofrerá enorme e violenta resistência por parte de médicos, empresas de plano de saúde, laboratórios farmacêuticos e claro, a velha imprensa.
A medicina é tratada quase que diariamente na velha imprensa, com o enfoque de novas e perigosas doenças, doenças de uma maneira geral, novas drogas lançadas por laboratórios farmacêuticos, riscos e mais riscos de se contrair doenças, novos e assustadores microorganismos letais e uma série de outras "informações" que em nada contribuem para a formação da saúde das pessoas. Chega-se ao ridículo de sugerir às pessoas que deem a descarga do vaso sanitário com a tampa do vaso fechado, pois inúmeros microorganismos podem voar pelos ares causando doenças gravísssimas. Alertam, também, para o perigo de contrair doenças em transportes coletivos com o uso das mãos em apoios onde todos se apoiam. Um noticiário de higienização, medo e desinformação que gera o oposto da saúde e que visa afastar as pessoas uma das outras.
Não é por acaso que jornais, emissoras de rádio e de tv, tem dado amplo destaque favorável as manifestações que os médicos tem feito pelas ruas de cidades brasileiras, mesmo que a população não os apoie totalmente.
Assim sendo não é de se estranhar que o eterno candidato Serra, que já foi ministro da saúde e disse que o contágio da gripe suína se dá pelos espirros dos porquinhos ( que pérola !!) apoie a manifestação dos médicos que não gostam de gente.
O governo Dilma  deu um grande passo a frente ao propor a contratação de médicos estrangeiros para atuar em áreas carentes do Brasil assim como o lançamento do programa mais médicos e mais ainda com a exigência de residência médica no SUS , na complementação dos cursos de medicina.
Enquanto médicos estão na contramão da vida, o Rio de Janeio, e agora ao que parece todo o Brasil, se perguntam onde está o pedreiro Amarildo, detido para averiguação pela polícia militar do Rio de Janeiro e desparescido desde então, ou seja 14 de julho.
Assim como a classe médica, a polícia militar tem várias conexões com práticas criminosoas, e pelo repertório de hipóteses possíveis do que teria acontecido com Amarildo, não seria inverossímel se o  seu coração ( o de Amarildo, não o seu, caro leitor ), agora, estiver batendo em outro corpo.