sábado, 13 de julho de 2013

Sincronicidade

900 mil pessoas sacaram R$ 152 milhões do Bolsa Família, em 12 estados, em 48 horas, num fim de semana.
A Polícia Federal concluiu que foi obra espontânea, sem origem, nem razão. Melhor chamar o Snowden...

O acaso é realmente fantástico.

Ou será que estamos diante de um fenômeno de fractal, cujo padrão foi a conversa em um bar, segundo a tv bandeirantes ?

Ou ainda ,poderia ter sido o movimento de 900 mil pessoas  um exemplo da teoria da sincronicidade ?

A teoria da geração espontânea já produziu gravidez, incêndio e  agora corrida aos bancos para sacar o bolsa família.

Como é fantástico o show da vida !

Planejar, Desenvolver, Checar, Agir

O teste da Globo passou no teste das ruas.


A partir de hoje a Globo virou alvo. E a democratização das comunicações uma pauta das ruas
12/07/2013


Renato Rovai,

De repente uma palavra surge sobre o símbolo da Globo e outra a substitui na sequência.
Mente foi a primeira. Sonega, depois.
De onde surgiu aquilo? Quem mirava o projetor com tamanha criatividade contra a toda poderosa de tantos tempos e governos?
Era uma poderosa rede articulada ou apenas dois garotos criativos?
E a música? Quem era o puxador de samba daquela bateria?
Quem era aquela menina que parodiava a música tema do carnaval global?
E a galera com raiva e rostos cobertos? Quem eram os meninos que se diziam blacks blocks?
Quem era aquela gente nova numa manifestação pela democratização da mídia?
Quem eram eles que se misturavam ao Intervozes, ao Barão de Itararé e ao pessoal do MST e o Levante Popular?
Quem eram eles que estavam ali com o Movimento Passe Livre e da Mídia Livre? Quem eram os ninjas que não eram da Pós TV?
Eles junto com o Lalo, o Sérgio Amadeu, o Miro, o João Brant e o Igor Felippe. Eles, os pichadores sem medo, e as meninas corajosas da primeira fila. Eles e elas que ignoraram a polícia e seus helicópteros.
A marcha de ontem à noite na frente à Globo marcou.
Uma TV inóspita e pouco acessível. Que fica num lugar inóspito e pouco acessível. Numa cidade, convenhamos, bastante inóspita como São Paulo. Mesmo assim éramos ao menos uns 2 mil por lá.
Aliás, daria para comparar a manifestação noturna de ontem na frente da Globo, que não tinha um único figurante, com a dos médicos na Paulista. A deles, segundo o Jornal da Globo do dia, teria 5 mil. Sendo assim, 5 mil para a de ontem também.
Passa bastão
Bastão passado. Havia muitos e muitos jovens putos, putíssimos com a TV dos Marinhos. Gente que quer ocupar a Globo. Que quer ocupar o Congresso. Que quer ocupar o Ministério das Comunicações. Que quer ir até as últimas consequências para mostrar que não aceita mais este jogo nas comunicações. Que quer derrubar o Paulo Bernardo e sua mentalidade lobista.
E tudo indica que isso vai continuar.
A partir de hoje a Globo virou alvo. E a democratização das comunicações uma pauta das ruas.
Que bom que havia muitos jovens e a boa energia do Passe Livre.
E que bom que o MST estava lá.
Há coisas novas acontecendo. E em algum momento isso haveria de acontecer. A Globo se tornaria alvo.
Do que é movimento novo. E do que supostamente é movimento tradicional.
A Globo não poderia passar ao largo de um momento histórico como este que vive o Brasil.
Era preciso um movimento global contra a Globo.
O que aconteceu ontem foi só o começo.
As redes vão amadurecer o que aconteceu nas ruas. E vão articular novas ruas.
Redes e ruas vão criar ainda muitos problemas para quem se achava acima deles, a Globo.

A visibilidade obtida com  os protestos contra a globo e a velha imprensa em geral deve ser direcionada para outras ações.
Sugiro uma ampla campanha para conseguir o número de assinaturas necessárias para o projeto de iniciativa popular  sobre a democratização dos meios de comunicação.
 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Globo Sonega

Leandro: Globo
vive dias de vidraça

E o Bernardo se ajoelha na Veja …
O Conversa Afiada reproduz artigo de Leandro Fortes, do Blog do Miro:

Globo vive dias de vidraça



Por Leandro Fortes, na revista CartaCapital:

O povo não é bobo



Acuadas pela blogosfera, embora protegidas pelas empresas de comunicação coirmãs, as Organizações Globo, quem diria, vivem dias de vidraça

Enquanto ainda alimenta a fantasia das “manifestações pacíficas” que cobriu, covardemente, do alto dos prédios das cidades, com repórteres postados como atiradores de(a) elite, a Rede Globo se vê, finalmente, diante de uma circunstância que não consegue dominar, manipular e, ao que parece, nem mesmo entender. Aliás, que jamais irá entender, porque se tornou uma instituição não apenas descolada da realidade, mas também do tempo em que vive. Ela e a maior parte dos profissionais que nela trabalham, estes que acreditam ter chegado ao topo da profissão de jornalista quando, na verdade, estão, desde muito tempo, vinculados ao que há de mais obsoleto, atrasado e cafona dentro do jornalismo nacional.

O poder da blogosfera progressista e de esquerda, que tanto incomoda, portanto, a conservadores e direitistas (partindo do pressuposto otimista de que há eventual separação entre eles), lançou-se numa organizada empreitada de apuração jornalística que fez a gigante platinada do Jardim Botânico tremer nas bases e, mais de uma vez, colocar pelo menos um dos joelhos no chão.

A partir de um superfuro do jornalista Miguel do Rosário, do site O Cafezinho, estabeleceu-se na blogosfera uma correia de transmissão informal, mas visceralmente interconectada, sobre o megaesquema de sonegação fiscal montado pelas Organizações Globo que resultou, em 2006, numa cobrança superior a 600 milhões de reais — 183 milhões de imposto devido, 157 milhões de juros e 274 milhões de multa. Foi resultado do Processo Administrativo Fiscal de número 18471.000858/2006-97, sob responsabilidade do auditor Alberto Sodré Zile. Como o auditor constatou crime contra a ordem tributária, abriu a Representação Fiscal para Fins Penais sob o número 18471.001126/2006-14.

Na sequência, outros três dos mais ativos blogueiros do País, os jornalistas Luiz Carlos Azenha, Rodrigo Vianna e Fernando Brito, respectivamente, do Viomundo, O Escrevinhador e do Tijolaço, estabeleceram uma sequência formidável de fatos que deram um corpo sólido à história levantada por O Cafezinho:

1) A multa da Receita, de mais de 600 milhões de reais (1 bilhão de reais, em valores atualizados), de 2006, é referente a sonegação fiscal praticada na compra, pela TV Globo, dos direitos de transmissão da Copa de 2002. Envolve, ainda, ligações com dois criminosos internacionalmente conhecidos: João Havelange, ex-presidente da FIFA, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.

2) Em 2007, uma funcionária da Receita Federal, Cristina Maris Meinick Ribeiro, foi denunciada pelo Ministério Público Federal por ter dado sumiço no processo contra a Globopar, controladora das Organizações Globo, por sonegação fiscal.

3) Como não poderia deixar de ser nesses casos, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, deu sua contribuição às trevas: foi ele que relatou o habeas corpus que soltou a funcionária da Receita, depois da ação de CINCO advogados junto ao STF.

Sempre tão poderosa e segura de seus privilégios, as Organizações Globo entraram nessa briga mais ou menos como Anderson Silva diante de Chris Weidman, no octógono de Las Vegas. Acharam que estavam diante de adversários menores e insignificantes, mas, como se sabe, a soberba é o sentimento imediatamente anterior à queda.

Em apenas três semanas de contínua e criteriosa apuração da blogosfera, a Globo se perdeu em versões sem sentido e recuos de informação, admitiu a culpa da sonegação e justificou-se com um pagamento alegado, mas nunca provado. Teve, pela primeira vez desde que foi criada no ventre da ditadura militar, que se pronunciar publicamente sobre uma denúncia contra si, desgostosa de que isso tenha acontecido fora de seu espectro de dominação, a velha e reacionária mídia nacional, da qual é líder e paradigma. A poderosa vênus platinada teve que responder, primeiro, ao O Cafezinho, de Miguel do Rosário, e depois às redes sociais, ao País, enfim.

Soubemos, assim, que as Organizações Globo, que vivem de concessões públicas e verbas oficiais, ao serem confrontadas com a informação sobre o roubo do processo pela funcionária da Receita Federal, divulgaram uma nota dizendo terem tido uma “grande surpresa” ao saberem da ação criminosa perpetrada por Cristina Maris Meinick Ribeiro.

Então, está combinado assim:

1) Cristina, funcionária de carreira da Receita, enlouqueceu em uma manhã de 2006 e, do nada, apenas movida pela índole de anjo e pela vontade de ajudar a pobre Rede Globo, decidiu por conta própria roubar e desaparecer com o processo de sonegação fiscal de 600 milhões de reais da família Marinho. Depois, conseguiu pagar, sozinha, cinco advogados para arranjar um habeas corpus com o inefável Gilmar Mendes;

2) Em seguida, o Ministério Público Federal, então comandado pelo procurador-geral da República Antonio Fernando Souza, denunciou Cristina Ribeiro pelo sumiço da papelada, que resultou na condenação da referida servidora a 4 anos e 11 meses de cadeia, segundo sentença da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Isso em 2007, tudo na surdina, sem que um único procurador da República tenha se preocupado a vazar um fato grave desse para a imprensa ou, no limite, para jornalistas com atuação independente na blogosfera. Nada comparável à fúria e à disposição do mesmo Antonio Fernando ao dar publicidade à denúncia do “mensalão”, notícia, desde então, incorporada à grade de programação da Globo como um coringa usado tanto em época de eleição como nos espasmos de epilepsia antipetista, aliás, recorrentes na emissora.

Talvez, de tanto viver na dimensão onírica de suas telenovelas, ou na falsa percepção que alguns dos seus sorridentes jornalistas têm do mundo real, a Rede Globo ache, de fato, que é possível fazer o contribuinte acreditar de que ela nada tem a ver com o roubo do processo da Receita Federal. Afinal, somos todos uma nação de idiotas plugados no Caldeirão do Huck, certos de que, ao morrermos, teremos nossas almas levadas ao céu pela nave espacial da Xuxa.

Ou seja, os de lá não aprenderam nada com o debate Lula x Collor, em 1989, nem com a bolinha de papel de José Serra, em 2010, duas farsas desmascaradas, cada qual a seu tempo, pela História. Não perceberam que a internet acabou com a era das fraudes de comunicação no Brasil e no mundo.

Apostam as últimas fichas na manada que reuniram em cinco décadas de monopólio de um império movido a entretenimento e alienação. Mas esse gado que foi alegremente tangido por vinhetas e macacas de auditório ganhou, com o fenômeno da rede mundial de computadores, novas porteiras e, com elas, uma perspectiva real de liberdade.

O silêncio envergonhado e vergonhoso dos tristonhos oligopólios de mídia brasileiros sobre uma notícia tão grave é, antes de tudo, revelador das nossas necessidades.

Fico imaginando qual seria a capa dos jornalões e das revistas coirmãs se fosse Lula a dever mil réis de mel coado à Receita Federal. E se descobrissem, no curso da apuração, que um militante aloprado havia lhe feito o favor de roubar o processo judicial a respeito. As massas seriam, no mínimo, conclamadas a linchar o ex-presidente e pedir as Forças Armadas nas ruas.

Por essa razão, enquanto o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, se dispõe a ir às páginas amarelas da Veja se colocar – e ao governo do PT – de joelhos perante quadrilhas ligadas a bicheiros e a esquemas de sonegação fiscal, a ação periférica da blogosfera rouba o protagonismo que antes era dessa autointitulada “grande imprensa”.

E, para tal, faz apenas o que tem que ser feito: jornalismo.



E então, caro leitor ?
O que achou ?
Saiba que ontem, dia nacional de lutas,  2000 ( duas mil) pessoas se manifestaram na frente da tv globo em São Paulo  pela democratização dos meios de comunicação.
Certamente o caro leitor não viu nada disso na velha imprensa.
Talvez tenha visto o patético Luciano Huck sendo carregado no colo depois de mais uma queda. 
Haja vidraça !!! 

Ecos dos Protestos - XV

E ontem, 11 de julho de 2013, foi o dia nacional de lutas.
E  depois, o que virá ?
No país do carnaval, dos grandes desfiles das escolas de samba, o terceiro contingente de manifestantes saiu às ruas.
O caro leitor deve estar se perguntando sobre os dois primeiros.
Então , vamos lá.

O primeiro grupo de manifestantes protesta diariamente.
Todos os dias, em todos os anos, ao longo de anos, décadas e séculos eles saem às ruas, discretamente, em carros com motoristas, ou de helicópetros, em jatinhos próprios, ou mesmo em aviões de carreira, no conteúdo do noticiário da velha imprensa, para protestar e pressionar os poderes da república de maneira que seus interesses sejam plenamente atendidos. 
Uma pressão elegante, chique, em salões luxuosos, onde trocas e favores deixam cada vez mais robustas as contas bancárias de ambos os lados.
Uma passeata, ou melhor um cortejo, ou melhor ainda um desfile de pessoas com trajes caríssimos, cortes de grife, rostos rejuvenecidos, podem ser vistos diariamente nos palácios dos governos municipais, estaduais e federal, nos parlamentos, em gabinetes diante da imagem de equilíbrio que a balança sugere, em discretas mesas de discretos resturantes, nas ruas e avenidas que o poder oferece para poucos.
São empresários, grandes empresários, lobistas, trapaceiros, gângesters, contraventores, profissionais na arte do protesto e da pressão que tem nas esferas de poder seus representantes eleitos ou não pelo povo, para o povo e com o povo.
Sempre em nome do povo seus representantes se apresentam diante da opinião pública.
Esse protesto, ou pressão, é poderoso, pois define na maioria das vezes os rumos do país, da economia, claro, sempre em nome das supostas necessidades do povo, esse ente tão carente e necessitado de ajuda diária.
Esses manifestantes são os endinheirados da sociedade, bajulados por políticos e togados sem escrúpulos e decência, adorados pela velha imprensa, figuras carimbadas das colunas sociais e fonte de inspiração de artistas decadentes, intelectuais rejeitados, e de uma parcela da classe média alta que defeca em banheiros de altíssimo luxo ao som de músicas de Ivete Sangalo ou Cláudia Leite. 
Seus protestos e manifestações não são televisionados e sequer chegam ao conhecimento da imensa maioria do povo. 

O segundo grupo de manifestantes esteve nas ruas do país recentemente, mais precisamente no mês de junho próximo passado.
É uma parcela da classe média, bem nutrida, com instrução superior, mas totalmente alienada em questões que se referem a política, economia e poder.
Raramente saem às ruas para protestar, manifestar e reivindicar.
Costumam seguir os ditames da moda em curso, em todas as suas dimensões, o que talvez ajude a explicar sua movimentação pelas ruas nesses últimos dias, já que manifestações de rua tornaram-se um fenômeno mundial.
Em sua maioria são conservadores em todas as dimensões da vida social.
Consumidores de uma cultura pop, onde predominam a imprensa e as emissoras de tv como fonte de informação e conhecimento.
Essa parcela da classe média vive  em constante conflito de existência, pois se comporta e se apresenta como se estivesse nos ceús em jatos pŕoprios e, ao mesmo tempo, rejeita suas origens e suas raízes. Ao que deseja ser e ao que não deseja lembrar, ela vive não sendo, e assim sendo, sempre é conduzida pelos interesses do primeiro grupo, já que não se considera povo.
Em sua última aparição nas ruas trouxe elementos de um fascismo líquido, que em outras épocas sempre se fez presente em seu ideário. Isso se deve em grande parte aos seus principais mentores, no caso a velha imprensa e as emissoras de tv, que foram os responsáveis diretos pela convocação às ruas desse segmento da sociedade.Com uma agenda abstrata contra a corrupção  , uma negação a política ( sem saber que nas ruas estavam fazendo política), violência contra opiniões contrárias as suas, e um nacionalismo desforme e tosco que lhes foi colado por conta de um evento que envolvia a seleção brasileira de futebol, acabaram por produzir um sentimento de mudanças que, em tese e a princípio, jamais interessou aos seus mentores e principais incentivadores de sua ida às ruas.
Como era de esperar foram continuam sendo notícia positiva na velha imprensa e nas emissoras de tv.


O terceiro grupo esteve ontem nas ruas.
É a classe da sociedade organizada em sindicatos , movimentos sociais e partidos políticos, a classe trabalhadora que luta para pelo menos impedir que o pouco que restou dos direitos trabalhistas, por conta da revolução neoliberal e da globalização que varreu o mundo do trabalho nos últimos 20 anos,  não seja dizimado pela fúria do primeiro grupo.
Não é classe média, alta, baixa, mas sim a classe trabalhadora que sempre estará na luta enquanto existirem opressores e oprimidos.
É a parcela da sociedade mais politizada, ligada a partidos políticos fortes que trouxe uma pauta de reinvidicações progressista e de avanços nas relações capital-trabalho.
Diferente do segundo grupo, podendo inclusive fazer parte dele enquanto classe média, entende que as decisões passam necessariamente pela política ( assim como entende o primeiro grupo) e somente através da luta incessante se pode conseguir os resultados desejados e, seu campo de visibilidade sempre foram as ruas das cidades.
Naturalmente são rejeitados pelo primeiro grupo e não dispõem de emissoras de tv para convocar suas manifestações, ao contrário, suas manifestações são sempre boicotadas pela velha imprensa e pelas emissoras de tv privadas, como  ocorreu ontem nos principais programas de tv e nos noticiários, ao ponto de um apreentador da tv record ( que comanda um relaity show para audiência do segundo grupo) dizer, ao vivo, em uma chamada sobre as manifestações que a manifestação do povo é aquela sem partidos políticos, em uma clara negação da política e dos partidos enquanto organizações aglutinadores dos interesses do povo.



O que se aguarda, ou se deseja, é a manifestação do quarto grupo.
Não se sabe se virá às ruas, ou melhor, se  algum dia sairá das ruas. 
São aquelas pessoas que saíram da miséria extrema nos últimos dez anos por contas das políticas de governo e , como isso, passaram , pelo menos , a poder se alimentar. Muitos são moradores de rua, sem teto, sem terra, vendedores ambulantes, prestadores de serviços em domicílios ( domésticas, encanadores, eletricistas, etc..) costureiras, moradores de favelas , moradores da periferia das grandes cidades, pessoas que fazem bicos para viver, subempregados escravizados sem quaisquer direitos trabalhistas, donos de mirco negócios em regiões carentes, índios, pobres, pessoas não sindicalizadas, raramente organizados em movimentos sociais que não tem mídia para organizar seus movimentos, e até mesmo para dar visibilidade a sua existência. Para o primeiro grupo essas pessoas não existem, já o segundo grupo os explora e escraviza enquanto necessita e o terceiro grupo tenta organizá-los.
Esse grupo, os excluídos, representa o povo, o verdadeiro povo que vive encurralado nas periferias, pendurado em barracos em favelas, dormindo nos pontos de ônibus  que se deseja o passe livre, espremido nos vagões de trens, a espera de um médico que vá ao trabalho em um hospital público em centro urbano ( o mesmo médico que não deseja que o governo traga médicos para áres remotas e carentes do país)e esperando que vida melhore pelas antenas de tv. 
Esse, o povo , ainda não se manifestou e pouco se sabe se algum dia sairá às ruas, ou das ruas.

E então, caro leitor, o que se  pode concluir diante das evidências acima ?
Pode-se afirmar, com certeza, que não existem sociedades homogêneas. As sociedades são complexas, divididas em partes, grupos, classes. Assim sendo são todas partidas e
seus diferentes grupos se organizam em partidos políticos que representam partes da sociedade.
Em uma democracia deve-se garantir a liberdade de expressão de todos os grupos, inclusive de grupos que sejam  contrários  a democracia  desde que se manifestem nos limites da ordem e do direito do outro e respeitem as regras do jogo democrático .
Isto posto uma parte da sociedade democrática não pode querer tirar a força um governo legítimo e eleito pela maioria dentro das regras estabelecidas para o jogo democrático.
Garante-se a liberdade de expressão para todos  mas também garante-se as regras do jogo.
O momento atual apresenta novas formas e espaço de se fazer política.
As redes sociais, através de seus membros, quando discutem e organizam ações de protestos não fazem nada de diferente, no que diz respeito ao conteúdo,  do que fazem os membros de partidos políticos ou de movimentos sociais reunidos em assembleia em algum local específico. Entretanto, pela característica  aglutinadora das redes sociais sem a necessidade de locomoção física dos usuários e também pelo fato da maioria  dos partidos políticos ( não só do Brasil mas em todo o mundo) estarem ainda defasados em relação as tecnologias da informação e a maximização de seu uso,  muitos usuários das redes sociais acreditam , erroneamente, que estão a fazer política independente e que não necessitam de partidos políticos. Cabe ainda lembrar, que as decisões tomadas por esses grupos "independentes" certamente se encaixam em alguma parte da sociedade e, assim sendo, se inserem em um conteúdo programático de um partido político, ,mesmo que eles não sejam os mediadores das discussões e até mesmo que não façam parte dos debates. Isto posto, pode-se vislumbrar um futuro próximo em que os partidos políticos serão extremamente atuantes nas redes sociais como foruns de encontro e debates de temas de interesse da sociedade. Isso se aplica para os partidos existentes e para partidos ainda por existir. É um caminho sem volta e em um regime democrático as partes tem o seus espaço.
Por outro lado, se verifica que uma parte da sociedade reproduz um discurso de negação da política e dos partidos políticos, mesmo que em época de eleições vote em candidatos de determinados partidos políticos.

Tal discurso pode ser atribuido , a luz das evidências, a pelo menos duas características:

a primeira diz respeito a própria virtualidade da rede que quando coloca frente a frente o discurso virtual com a ação pode produzir um choque de realidade nas pessoas revelando a distância entre o onírico e o real, a ilusão e o concreto. Um bom exemplo desse delírio onírico foi ver inúmeros manifestantes, nas ruas protestando, fazendo política em uma parte da sociedade, e ao mesmo tempo negando a política e os partidos políticos,
a segunda diz respeito a partes das sociedade que são contrárias a democracia e defendem regimes ditatorias e totalitários. Como escrevi acima não vejo nada de errado que esses grupos defendam suas teses, porém isso tem sido feito de forma dissimulada por um segmento que tem o dever de informar e esclarecer a sociedade. O caro leitor já percebeu que me refiro a velha imprensa e seu aparato midiático. Tem sido constante, ao longo de anos ,nos principais jornais, revistas, emissoras de rádio e de tv, uma campanha de negação da política e dos partidos políticos. Veículos como globo, veja, folha de SP, estado de SP, bandeirantes e outros atacam diariamente a política e os partidos políticos. Ora, quem deseja uma sociedade sem partidos políticos, deseja o totalitarismo, a ditadura, pois parte do princípio de que somente uma visão da realidade, a sua, é correta e deve prevalecer sobre as demais. Isso sempre se dá através da força. Não é de se estranhar que um grupo chamado black bloc, de pessoas de classe média alta, atue constantemente nos protestos de rua com extrema violência e práticas de terrorismo urbano, como constatou a inteligência da Polícia Militar aqui do Rio de Janeiro ao apreender material do grupo que inclui , inclusive, manuais de guerrilha e fabricação de armas de fogo.
Hoje, sábado, 13, 07, 2013, o jornal o globo, em primeira página, traça um parelelo entre a revolução francesa e os protestos aqui no Brasil. Chega a ser absurdo, pois as realidades vividas pelos povos não tem nada em comum. Para estabelecer um paralelo , globo apela para uma crise de representatividade na política e nos políticos como o traço comum entre os dois eventos "revolucionários". A crise de representatividade na política que existe no Brasil não pode ser comparada à crise que originou a revolução francesa, ao fazê-lo globo manipula atrvés de uma fraude intelectual A crise nos partidos políticos não é uma característica do Brasil, e sim mundial como pôde ser visto nas manifestações pelo mundo e, qualquer análise que se faça, não passa pela revolução francesa, mas sim por uma mudança de paradigma proporcionada pelas tecnologias de informação no fazer política ,na organização de grupos de interesse, na produção de divulgação de conteúdos informativos, no fazer jornalístico, na produção e divulgação cultural, na miscigenação das trocas culturais, dentres outros aspectos não menos relevantes. Diante dessa realidade, o que se vê em crise de representatividade também é a velha imprensa, não só no Brasil mas em todo o mundo, pois sequer sabe analisar os fenômenos em curso e ainda se posiciona em um papel de mediação que não mais existe.
Seja por aqui ou em outras partes do planeta, as pessoas não se enxergam através dos velhos veículos de mídia, fazendo destes algo totalmente irrelevante o que em parte, e em tese, explica o desaparecimento constante de muitos ao longo dos últimos anos.
Isto posto, e independente do que se pense sobre o até aqui exposto, a parte da sociedade brasileira que não deseja a democracia e vai às ruas em violência , assim o faz , em grande parte de seus membros, pelo trabalho de conscientização feito pelos velhos veículos de imprensa e de mídia ao longo dos últimos anos. Tudo isso desemboca em uma rejeição crescente na sociedade aos veículos da velha imprensa, não pelo que fazem, mas sim pelo oligopólio  que esmaga outras mídias e impede a criação de uma marco democrático parta as comunicações no Brasil.
Assim, a não regulamentação das mídias no Brasil, se caracteriza pela principal e preocupante deformação de nossa democracia, seja pela ausência de diversidade e pluralidade de mídias, seja pela agenda totalitária dos meios de comunicação dominantes na sociedade
Quanto aos partidos políticos, espero que saiam do sono profundo e acordem para a nova realidade que emerge.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Ecos dos Protestos - XIV

Tijolaço e a Globo: um crime imperfeito

A nota divulgada pela Rede Globo dá os elementos necessários para que se examine o porquê de a funcionária Cristina Maris Meirick Ribeiro ter “providenciado” o sumiço do processo de sonegação fiscal.


A nota divulgada pela Rede Globo dá os elementos necessários para que se examine o porquê de a funcionária Cristina Maris Meirick Ribeiro ter “providenciado” o sumiço do processo de sonegação fiscal.

Fatos e datas, para ajudar nossas inocentes autoridades a construir o “modus faciendi” de um escândalo fiscal.

1- A Globo é autuada em 16 de outubro de 2006 por sonegação de impostos devidos pela compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002. Total da autuação: R$ 615 milhões.

2- No dia 7 de novembro, José Américo Buentes, advogado da Globo, passa recibo de que recebeu cópia da autuação.

3 – No dia 29 deste mesmo mês, a Globo apresentou uma alentada defesa, de 53 páginas, pedindo a nulidade da autuação.

4- No dia 21/12/06, a defesa da Globo foi rejeitada pelos auditores.

5- No dia 29/12/2006, o processo é remetido da Delegacia de Julgamento I, onde havia sido examinado, para o setor de Sistematização da Informação, de onde são expedidas as notificações. Uma sexta-feira, anote.

6-Sábado, 30; Domingo, 31; Segunda, 1° de janeiro, feriado. Dia 2, primeiro dia útil depois da remessa do processo ao setor, a servidora Cristina Maris Meirick Ribeiro, que estava de férias, vai à repartição, pega o processo, enfia numa sacola e o leva embora.

7- Até o simpático Inspetor Clouseau concluiria, portanto, que ela foi mandada lá com este fim. Estava só esperando chegar lá o processo. Chegou, sumiu.

8- Não é preciso ser um gênio para saber a quem interessava que o processo sumisse antes da notificação, para que não se abrisse o prazo de decadência do direito de recorrer e conservar a regularidade fiscal.

9- A Globo diz que foi informada, “para sua grande surpresa”, do extravio do processo “alguns dias depois da sessão de julgamento”. Como? Por quem? A globo já tinha conhecimento da decisão? Se tinha, o prazo recursal já estava aberto.

São essas as humildes contribuições deste blogueiro ao Ministério Público Federal, que deixou passar essa sequência de acontecimentos debaixo do seu nariz e, em lugar de iniciar um procedimento investigatório, se diz consternado com uma suposta violação do “sigilo fiscal”.

Uma tramoia destas envolvendo o Fisco e uma montanha de dinheiro que deveria estar nos cofres públicos é coisa desimportante.



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Uma fábula: o crime da Baixada

Cadê o motorista ? Aguarde o próximo capítulo !
Era uma vez um grupo de vendedores de processos na Receita e na Previdência.

Eles se denominam “advogados tributaristas”.

Era uma vez um outro grupo que queria comprar um processo na Receita.

O primeiro grupo será aqui denominado “Vendedor”.

O segundo, “Comprador”.

O grupo Vendedor pediu R$ 15 milhões pelo processo a ser sumido.

O grupo Comprador aceitou.

Marcaram um encontro numa casa na Baixada Fluminense, no Rio.

O grupo Vendedor, metido a esperto, deixou o processo na mala de um carro, com o motorista dentro, num ponto afastado.

O grupo Comprador, metido a esperto, entrou na casa com policiais da banda podre de uma unidade policial federal.

O grupo Comprador deu voz de prisão ao grupo Vendedor.

O objetivo dos espertos Compradores era meter a mão no processo sem gastar um tusta.

Foi um Deus nos acuda.

Tiro para todo lado.

Morreu um do grupo Vendedor.

Saiu todo mundo correndo.

E o processo ?

O processo estava no porta-mala do carro.

Quando motorista viu a confusão, pernas para que te quero.

Fugiu com o processo.

Cadê o motorista ?

Cadê o processo ?

É o que se verá em próximo capítulo.
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Globo deve R$ 1,5 bi ao ECAD.
Nova Lei recalcula débitos

Como na dívida com a Receita, batalha da Globo para não pagar direitos autorais perdeu em instâncias da Justiça e chega a Tribunal Superior
O Conversa Afiada reproduz e-mail de amigo navegante que se identifica como “garganta mais do que profunda”:

Prezado Paulo Henrique,

Este amigo navegante envia os dados do processo que a Rede Globo move contra o ECAD e Associações de Autores, que tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça):

RESP (Recurso Especial): 1019103
- http://www.stj.jus.br/webstj/processo/Justica/detalhe.asp?numreg=200703073326&pv=010000000000&tp=51
Relator: Ministro Luiz Felipe Salomão
Dívida: R$ 1,5 Bilhão

A Globo perdeu batalhas judiciais e por não querer pagar a incrível quantia pretende mudar a lei e criar o IBDA (Instituto Brasileiro de Direito Autoral) .

Com isso, pavimentar o perdão da dívida, com o apoio de notáveis músicos brasileiros, que, de certo, ignoram a secreta intenção da sonagadora da Receita.

(Convém não esquecer que, no Supremo, o imaculado Ministro Gilmar Dantas (*) deu HC àquela que sumiu com o processo da Globo na Receita.)

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CUT fecha TV Bahia por 4 horas

CUT impediu a exibição do jornal da manhã.

(Foto: Divulgação)
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Com tantos crimes no currículo e mentiras diárias,o povo resolveu tomar uma medida correta. 
A TV globo da Bahia foi fechada por manifestantes.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Velhos Bandidos Desafiando o Povo

Mais um capítulo da reforma política
As manifestações, apesar de heterogêneas, apontaram insatisfação da população pelo fato estar afastada das decisões que dizem respeito à vida urbana e colocaram em cheque o sistema político de representação
Por Sandra Jouan, socióloga e pesquisadora do Ibase. Do Canal Ibase
Fonte: REVISTA FORUM

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Tijolaço: e a corruptora ?
Vai continuar no ar, Bernardo ?

Dessa vez, Globo, Receita, Gilmar – o gênio saiu da garrafa. Não vai dar pra segurar !
 Fonte; CONVERSA AFIADA
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EXCLUSIVO: BOOZ ALLEN E PSDB, UM INTERCURSO ENTRE A ESPIONAGEM E A TUTELA NEOLIBERAL?O Congresso não pode tergiversar diante do incontornável:uma base de espionagem da CIA operou diuturnamente em território brasileiro, pelo menos até 2002. A sociedade tem direito de saber o que ela monitorou e com que objetivos. Há outras perguntas de vivo interesse do momento político nacional. O pool de espionagem apenas coletou dados no país ou se desdobrou em processar, manipular e distribuir informações, reais ou falsas, cuja divulgação obedecia a interesses que não os da soberania nacional? Fez o que fez de forma totalmente clandestina e ilegal? Ou teve o apoio interno de braços privados ou oficiais e mesmo de autoridades avulsas? Ainda opera? Quem, a não ser uma Comissão Parlamentar de Inquérito, teria acesso e autoridade para responder a essas indagações de evidente relevância nos dias que correm? Há, ainda, coincidências que gritam por elucidação. A empresa que coordenava o trabalho de grampos da CIA, a Booz-Allen, na qual trabalhava o agente Snowden, é uma das grandes corporações de consultoria mundial. No governo FHC, ela foi responsável por estudos estratégicos contratados pela esfera federal. Inclua-se aí desde o "Brasil em Ação" (primeiro governo FHC) até o "Avança
Brasil" (segundo governo FHC) e outras, como as dos programas de privatização e de reestruturação do sistema financeiro nacional, com o descarnamento dos bancos públicos. Vale repetir: a mesma empresa guarda-chuva do sistema de espionagem que operou no Brasil até 2002, a Booz Allen, foi a mentora intelectual de uma série de estudos e pareceres, contratados pelo governo do PSDB, para abastecer uma estratégia de alinhamento (‘carnal', diria Menen) do Brasil com a economia dos EUA. A turma da versátil Booz Allen trabalhava em segmentos estanques? Ou aqueles encarregados de assessorar o governo do PSDB também coletavam informes do interesse imperial no país e na América Latina?
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Fonte: CARTA MAIOR
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Cafezinho: a bomba
atômica começa a vazar

O que se esconde aí, zé, Bernardo ? “Na página 16 do Slideshare aparece Globo Overseas Investment”.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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A bisbilhotagem mundial que veio a superfície nestes últimos dias, tem ramificações, ou raízes, bem visíveis e fortes aqui no Brasil. 
Pássaros nativos, de cores vivas, não só disponibilizaram seus longos bicos como suas belas plumagens em projetos de cooperação e consultoria com os olhos e mentes da empresa que até poucos dias abrigava Edward Snowden.
O Brasil entregue de bandeja por pássaros nativos.
Que vergonha ! 

As sucessivas erupções vulcânicas que sacodem o mundo fazem mais vítimas no promissor país do futuro e terra do cruzeiro. 
A bola da vez , e que bola, talvez esfera, são as conhecidíssimas e manjadas organizações globo. Por conta de trablaho investigativo de jornalistas da imprensa independente, emerge o monstro da lagoa. E que monstro, caro leitor.
Envolvida em esquemas de corrupção, sonegação de impostos, lavagem de dinheiro, interdição do trabalho da justiça e outros crimes, as organizações globo aguardam, assim como todos  os mortais, a divulgação do conteúdo total do processo em que a empresa é acusada de uma série de gravíssimos crimes. Sim, meu caro leitor, a mesma tv globo que grita em altos decibéis pelo fim da corrupção no país e que ainda Incitou milhares de ingênuos úteis às ruas nos prOtestos de junho passado.
Que vergonha !

Enquanto isso o congresso nacional rejeita a proposta do governo federal de um plebiscito para a reforma política, alegando que ele mesmo, o congresso, criará um grupo de trabalho para estudar uma reforma política e em seguida  apresentar ao povo em referendum. O caro leitor sabe, que a proposta do governo federal de um plebiscito ( e vou mais além pois entendo que o melhor seria uma assembléia constituinte) ocorreu em atendimento às reivindicações dos manifestantes. 
Independente das reivindicações das ruas , as novas e atuais formas de trocas e relacionamentos sociais inclinam à novas formas de participação das pessoas na vida política e , o que emerge dessa nova cultura é uma opção por uma democracia radical que vai além da atual democracia representativa atual. Isso acontece não só no Brasil, mas em todo o mundo.
E o que faz o congresso nacional ?
Ignora as reivindicações  dos protestos, ignora a nova realidade das redes sociais e ainda  se propõe a fazer a reforma política que está parada no congresso por mais de dez anos. Não satisfeitos, esses mesmos parlamentares debocham do povo dizendo que a idéia de plebiscito está morta e enterreda.
Se não bastasse o gigantesco distanciamento da realidade dessa gente, 70 deputados do camara dos deputados votaram contra a proposta de uma moção de repúdio as espionagens feitas pelos EUA no Brasil.
Tudo isso acontecendo com menos de quinze dias depois dos protestos em total desprezo pelo povo. 
E a grande e velha imprensa, deve estar se perguntado o caro leitor .
Continua no mesmo lugar onde sempre esteve: ignorando denúncias graves, apoiando o congresso nacional no "enterro" do plebisicto e produzindo mentiras de cunho político eleitoral.
Estão brincando com o povo.
 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Grampos & Protestos

O ‘big brother’ desmascarado

Por Luciano Martins Costa em 08/07/2013 na edição 753. Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa.
O Globo cria um cenário de contradições na imprensa brasileira desde que publicou, no domingo (7/7), reportagem denunciando que o Brasil foi um dos alvos preferenciais da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, segundo documentos revelados pelo ex-técnico da instituição Edward Snowden. O mapa publicado pelo jornal carioca mostra que o Brasil esteve entre os países mais visados pela espionagem americana, na companhia de China, Rússia, Irã e Paquistão.
Embora não tenha acessado o conteúdo das comunicações, o volume do monitoramento denuncia o gigantesco sistema mantido pelo governo americano durante toda uma década. O interesse dos jornais se concentrou principalmente na questão geral da quebra de privacidade nas comunicações, evoluindo rapidamente para o problema do ataque à soberania do país e das demais nações espionadas.
Mas a quebra sistemática do sigilo das trocas de informação entre particulares ou envolvendo autoridades tem um risco ainda mais controverso, que é a possibilidade de o governo dos Estados Unidos ter monitorado comunicações de negócios de empresas brasileiras com fornecedores ou clientes internacionais. Esse tipo de informação privilegiada coloca em xeque o mito da liberdade comercial e, teoricamente, quebra o princípio da igualdade de condições que supostamente governa o capitalismo globalizado.
Uma empresa americana de petróleo pode mapear a estratégia de investimentos da Petrobras, por exemplo, pela simples identificação dos interlocutores de alguns dirigentes da petrolífera brasileira. Da mesma forma, todo o setor agrícola dos Estados Unidos pode se beneficiar do rastreamento de informações do agronegócio brasileiro.
Se a espionagem americana no Irã e no Paquistão é motivada por questões de segurança, o monitoramento das comunicações na China e no Brasil deve ter outras razões, uma vez que esses dois países estão fora do mapa principal do terrorismo internacional. Não foi por acaso que a reunião ministerial convocada pela presidente da República para discutir o assunto, segundo o Globo, tinha como preocupação central a possibilidade de monitoramento político, comercial e industrial.
Provavelmente criado após os atentados de 11 de setembro de 2001, o sistema de espionagem derivou posteriormente para outras funções, denominadas genericamente como “observação de lideranças”.

Soberania e privacidade

As revelações de Edward Snowden provocam também muita discussão nas redes sociais sobre invasões de privacidade, tema sempre presente nos comentários do Facebook. No entanto, tudo indica que o sistema de monitoramento das agências americanas tinha alvos específicos e, mesmo que continue em operação, dificilmente teria condições de sequer distinguir identidades de pessoas sem interesse estratégico.
Os alvos dos espiões eram governantes, dirigentes de empresas com atuação internacional e, naturalmente, os levantamentos de instituições como a Embrapa, que monitora o sistema agrícola nacional.
Para o “big brother” real, soberania e privacidade são expressões sem sentido. Para a imprensa brasileira, que viaja na fantasia da suposta “liberdade de mercado”, fundada no mito da livre concorrência, fica complicado admitir que a crença na absoluta autonomia dos negócios privados é pura ilusão.
A indignação presente nos textos e manchetes parece autêntica, mas seria interessante contextualizar o momento em que supostamente os serviços de espionagem dos Estados Unidos estabeleceram sua base de monitoramento por satélite em Brasília.
Embora a informação esteja lançada apenas de passagem no noticiário, é preciso destacar que os documentos desviados por Snowden e divulgados pelo Globo se referem a operações realizadas em 2002. Nesse período, o sistema hoje conhecido como Big Data, que permite armazenar e administrar uma quantidade incalculável de dados, era um recurso disponível apenas para alguns governos e grandes empresas.
Na década passada, o governo dos Estados Unidos estava preocupado com as chances do candidato Lula da Silva vencer as eleições presidenciais, e não se pode descartar a possibilidade de ter havido alguma conivência ou omissão de autoridades brasileiras na implantação do projeto.
Embora a importação de equipamentos por representações diplomáticas esteja protegida pelas normas internacionais, essa é uma pauta que deveria instigar a curiosidade dos jornalistas: como os americanos conseguiram montar e operar sigilosamente tal aparato em plena capital do Brasil?

Na maioria esmagadora dos países vigiados pelo Big Brother trapalhão, o foco, com certeza,  são as relações políticas, comerciais e industriais.

Uma pequena parcela da bisbilhotagem é voltada para o "combate ao terrorismo".
 
Sendo a internete o principal campo de operação da bisbilhotagem, não se pode negar que o sistema de grampo mundial já tenha acumulado um grande conhecimento sobre a dinâmica das trocas de informações nas redes sociais, assim como  os melhores opções e táticas para interferir nessas trocas  em função de interesses específicos.

Isso se aplica no comércio, na indústria, nos investimentos e na política.

O boato sobre o fim do programa bolsa família, lançado criteriosamente nas redes sociais  e que levou milhares de pessoas às agências da Caixa Econômica Federal, não foi fruto do acaso e muito menos um ato de amadores em uma conversa de bar, como se apressou em afirmar o âncora do Jornal da tv Bandeirantes.

A multidão , que de uma hora para outra, resolveu sair às ruas para protestar também não foi um ato espontâneo. 
Foi forjada no impulso de uma pequena parcela que já se manifestava nas ruas, ou seja, em um sentimento em curso, uma ação semelhante ao desejável, uma opção de ressiginificação e recontextualização, etc...

O domínio da dinâmica das trocas nas redes sociais não é exclusivo do big brother trapalhão. 

Nas eleições presidenciais de 2010, aqui no Brasil, a equipe da candidata Marina Silva utilizou e maximizou a utilização das redes sociais. 
Dentre as várias técnicas utilizadas pela equipe de Marina,  tinha-se o monitoramento 24 horas de toda e qualquer notíca sobre a candidata, de maneira que qualquer notícia ou comentário que viesse a prejudicar a imagem da candidata fosse ressignificado e recontextulaizado pela sua equipe tão logo  detectado, impedindo assim  que sua profileração fosse maximizada na rede. As notícias positivas, ao contrário, tão logo identificadas, eram enviadas em grande quantidade, até mesmo diversas vezes para o mesmo usuário. 
Enquanto na tv e nos jornais uma denúncia sobre um candidato levava até dias para uma ressignificação ou uma  recontextualização , na campanha de Marina isso era quase que instantâneo. Uma outra caracaterística da equipe da candidata era a de surfar em acontecimentos classificados como positivos, ou seja, maximizar um sentimento, uma tendência ou uma ação.
Esse trabalho vai além do marqueting político conhecido e atua em um campo até bem pouco tempo inexplorado na vida dos cidadãos.

A questão que se impõe , agora, depois do desmascaramento do sistema de grampo mundial, é se realmente todas as mais recentes decisões mundiais, políticas, comercias, econômicas, industriais e outras, podem ter sido tomadas em prejuízos daqueles envolvidos e vigiados.

Coloca em cena , também, um grande número de empresas privadas que fazem parte direta ou indiretamente do sistema, empresas , por exemplo, no campo das telecomunicações, telefonia e  imprensa para citar as mais prováveis, até mesmo pela característica do processo de vigilância  e operação de ações, o que traz para o debate a importância da reestatização de alguns setores da economia.

Tudo isso, e muito mais já que o assunto é inesgotável no momento, nos remete aos protestos ocorridos recentemente aqui no Brasil . 
No início apenas um pequeno grupo com uma pauta progressista manifestava-se nas ruas da cidade de São Paulo. 
Foram chamados de vândalos pela imprensa. 
De uma hora para outra, a mesma imprensa passou a elogiar os protestos e os manifestantes, a ponto de o programa da apresentadora Ana Maria Braga , da tv globo, ensinar os manifestantes a confeccionar seus cartazes que seriam levados às ruas.
Claramente por parte da imprensa houve uma ressignificação e uma recontextualização dos protestos e, o foco, das mensagem, que cresceram de forma avassaladora se deu nas redes sociais.
Um exemplo da integração do sistema de grampo com ações subsequentes , neste caso no campo da política.

O que pode estar acontecendo nos campos da indústria, comeŕcio e investimentos, deve estar se perguntando o caro leitor apreeensivo.

Não por acaso,  Edward Snowden está sendo caçado pelo governo dos EUA por ter trazido a tona uma informação relevante, uma contribuição à democracia, um importante auxílio para retomada do processo de civilidade. 
Em tempos de fascismo, uma informação útil  é motivo de caçada por parte de um governo, de bloqueio do espaço aéreo de vários países de um avião presidencial com o presidente a bordo por estar supostamente dando carona a Snowden, de censura sobre o assunto por parte da maioria da imprensa mundial.
Uma inversão total de valores em um mundo que se autoproclama democrático ,civilizado e livre.
Na contramão desse mundo , alguns países, de forma digna e corajosa, trilham outras alternativas no desenvolvimento e crescimento econômico, onde a democracia de fato é exercida, e assim sendo, é censurada e demonizada assim como seus governantes.

Na sequência dos protestos que ocorreram por aqui, a presidenta Dilma , corretamente ouviu os manifestantes e deu início à implementação de suas reivindicações.

Curiosamente e ironicamente , a vigilância e conhecimento sobre as redes sociais permitiu maximizar a magnitude das manifestações de rua, mas não  conseguiu prever que as principais reivindicações dos manifestantes tivessem um sentido contrário ao da ideologia que permeou tal maximização.

Não é também por acaso que agora, a mesma velha imprensa que inicialmente rotulou as manifestações como ações de vândalos, depois mudou e passou a apoiar os manifestantes agora classifica os protestos como infantis ao estilo mickey mouse em uma clara tentativa de barrar as ações do governo federal  em resposta às ruas.

A espionagem  mundial fornece importantes informações , porém, ainda é incapaz de prever o desenrolar dos acontecimentos.

O governo brasileiro, ao tomar conhecimento que vem sendo vigiado pelo big brother desmascarado deve agir de imediato e com firmeza.

Em primeiro lugar deve aceitar o pedido de asilo de Snowden, caso seja solicitado, não apenas como um ato humanitário e civilizado, mas também como uma forma de valorização da democracia e resposta aos atos invasores de espionagem que ferem não apenas a sobertania nacional, mas de todos os países.

Em segundo lugar, compreender as reivindicações oriundas das ruas  e aproveitar a oportunidade extraordinária de trilhar os caminhos da democracia plena , do crescimento com desenvolvimento e da justiça social.