segunda-feira, 13 de maio de 2013

Quando um Ato de Terror é Apenas um Tiroteio

Polícia divulga vídeo que mostra um dos suspeitos do tiroteio em Nova Orleans

  • Recompensa para quem informar pistas dos criminosos será de US$ 10 mil
  • Ataque em desfile do Dia das Mães deixou ao menos 19 pessoas feridas
O Globo (Email · Twitter)
Com agências internacionais
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NOVA ORLEANS - A polícia americana divulgou nesta segunda-feira um vídeo captado pelas câmeras de segurança mostrando um dos suspeitos do tiroteio ocorrido durante um desfile do Dia das Mães, em Nova Orleans. O ataque na tarde de domingo deixou ao menos 19 pessoas feridas. Nenhum suspeito foi preso, mas a polícia procura por três pessoas que estariam envolvidas no ataque. O FBI afirmou não ter qualquer indicação de que o episódio seja um ato terrorista. A recompensa para quem informar pistas dos criminosos será de US$ 10 mil.
Segundo o último informe policial, dez homens, sete mulheres e duas crianças ficaram feridos no incidente - alguns baleados e outros machucados depois de caírem em meio à confusão. Cerca de 300 pessoas estavam no local, assistindo à tradicional parada de jazz na cidade.
De acordo com informações do canal local WWLTV, nove pessoas foram levadas ao Hospital Universitário por equipes de emergência, oito com ferimentos de tiros. Três pessoas estariam em estado crítico. Pelo menos cinco delas teriam se machucado ao tentar fugir do local.
No domingo, o superintendente da polícia de Nova Orleans, Ronal Serpas, informou que um dos suspeitos é um homem de pele escura, entre 18 e 24 anos de idade, com cabelos curtos. Ele vestia uma camisa branca e shorts jeans. As autoridades acreditam que os suspeitos tenham trabalhado juntos, usando ao menos duas armas.
A polícia acredita se tratar de violência de rua e pediu a ajuda das pessoas que estavam no desfile para identificar os atiradores através de fotografias ou qualquer informação sobre os suspeitos, que foram vistos fugindo em direção à Claiborne Avenue.
Não é a primeira vez este ano que a cidade registra um episódio de violência durante uma parada. Cinco pessoas ficaram feridas após uma festa em homenagem a Martin Luther King Jr. No carnaval, outras quatro foram baleadas num tiroteio no bairro francês.

Feira de armas tem como público-alvo jovens e crianças
Observando as principais notícias na grande imprensa nesta segunda-feira de 2013, 13 de maio, vejo que o caro leitor, e os consumidores de notícias, continuam escravos de um jornalismo cada dia mais limitante, superficial e totalmente direcionado para os interesses políticos, doutrinários e econômicos desses veículos de mídia.

Revirando o lixão de informações da mídia dominante no país, surge a notícia na maioria das mídias, sobre mais um atentado nos EUA.

Dessa vez, em que não foi muito diferente de outras vezes, algumas pessoas se aproveitam de um evento em espaços públicos, com grande concentração de pessoas , para explodir artefatos ou sair atirando com armas de fogo.

O resultado é sempre o mesmo:
dezenas ou centenas de pessoas feridas, outros tantos mutilados, e claro, mortos.

O novo atentado aconteceu no domindo, ontem,  por ocasião de uma parada em comemoração ao dia das mães.

O anterior aconteceu em Boston, em uma comemoração com direito a uma prova de maratona no atletismo, mas por ocasião do dia do patriota.

Os dois em um intervalo de um mês.

Patriotismo e mães devem irritar segmentos da sociedade americana.

O que chama a atenção, em todo o lixão da grande imprensa, é a declaração do FBI de que este último atentado do dia das mães, não foi um ato terrorista.

Nenhuma mídia no lixão, se preocupou em questionar ou refletir sobre o terror, independente se acontece por motivações políticas internacionais, domésticas, ou mesmo fruto de uma violência urbana patológica.

A grande imprensa apenas reproduziu a informação do FBI de que o atentado de ontem não teve motivações terroristas, estando o mesmo inserido na violência "normal e corriqueira" dos grande centros urbanos.

Cita , ainda, o FBI, que esses atentados são comuns e acontecem regularmente nos EUA.

Toda essa "informação" é uma violência, um ato de terror contra todo e qualquer cidadão que tenha , ao menos, um QI 50.

O caro leitor, inteligente e atento , deve estar se perguntando qual o diferença entre o terror que explode um artefato e leva a tragédia e a dor à várias famílias e  o terror que sai atirando com arma de fogo e produz a mesma tragédia e dor.

Não existe diferença, ambos são atos de terrorismo, ambos não avisam quando vão atacar, o que irão atacar, como irão atacar.

Ambos tem o objetivo de causar o pânico, o terror nas populações.

A diferença que salta aos olhos e interessa ao estado americano, e por consequência interessa a grande mídia do Brasil, é que o terror da bomba, supostamente organizado e executado por pessoas muçulmanas é uma ameaça aos valores americanos, um risco para a soberania daquele país.

Em assim sendo deve ser evitado e atacado, mesmo que justifique a redução dos direitos dos cidadãos e , até mesmo, ações militares para invadir outros países que supostamente estariam contribuindo para a barbárie ao retirar a vida de pessoas inocentes.

O caro leitor deve ainda se lembrar, pois aconteceu em abril deste ano, da cobertura midiática na perseguição dos bárbaros que explodiram a bomba de Boston. 

Também se lembra das imagens das vítimas mutiladas e o do sofrimento dos familiares dessas vítimas.

Claro, foi um grande espetáculo,  onde rios de lágrimas sinceras correram pelos olhos de espectadores por todo o mundo.

Já o atentado terrorista de ontem, ao que parecenão foi executado por algum muçulmano mas os prováveis culpados devem ser americanos pretos ou de origem latina, por exemplo, o que terá o destaque do lixão midiático como tal.

Nesse lixo de informação nehuma reflexão sobre uma violência patológica em um país onde 90% da população é propietária de , pelo menos, uma arma de fogo.

E mais ainda, pois pelo que se pode concluir sobre as informações fornecidas pelo FBI, o terrorismo é aquilo que nós, os americanos, desejamos que ele seja, independente se pessoas morrem com frequência vítimas de atos de terror nas cidades da América livre.

Voltando para a país do cruzeiro, nossa grande mídia não questiona  nem muito menos faz qualquer tipo de reflexão sobre uma cultura que se pretende hegemônica e que , a cada dia, vai se revelando violenta e doentia.

Cabe ainda lembrar que os valores americanos são predominantes nas grades das emissoras de tv do Brasil.

Assim sendo, venho lembrar ao caro leitor, para assinar a proposta popular de  democratização dos meios de comunicaçãoo do Brasil, de maneira a garantir um equilíbrio na produção de conteúdos e que nossa cultura e valores tenham  espaço garantido nas mídias.

Participe!

Assine!

Divulgue!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Globalização da Barbárie

Fraudes no leite revelam falhas de empresas no controle de qualidade Fonte: BRASILDEFATO.COM.BR

'CUSTO BRASIL': A SOLUÇÃO É ASIÁTICA? 
Um incêndio matou sete pessoas num prédio de 11 andares da fabricante de vestuário Tung Hai Group , em Bangladesh, nesta 5ª feira. Grande exportadora de suéteres e jerseys, a empresa tem entre seus clientes algumas das maiores redes varejistas ocidentais. O incêndio é o quarto desastre de grandes proporções em fábricas de vestuário em Bangladesh, desde dezembro. Em abril, o desabamento de um condomínio vertical de tecelagens e confecções, na região metropolitana de Dacca,  chocou o mundo. No início desta semana, as autoridades locais informaram que 800 operários teriam morrido. Ontem, 5ª feira, as equipes de resgate chegaram aos porões dos edifícios: descobriram mais  100 corpos. O negócio têxtil  no entroncamento Índia/Bangladesh  rende US$ 20 bilhões anuais  em exportações; gera 3 milhões de empregos . O setor é considerado um titã  naquilo que alguns analistas enchem a boca e reviram os olhos antes de escandir em tom de admoestação ao Brasil:  ‘com-pe-ti-ti-vi-da-de' . É isso que queremos ser? Uma sucursal das linhas de montagem asiáticas, onde se confunde eficiência com extração impiedosa da mais-valia e as  relações e trabalho são pouco mais que um gigantesco moedor de carne humana? C0mo o Brasil poderá competir sem se pautar pela fita métrica conservadora que equipara competitividade a salários de US$ 40 por mês?
Fonte: CARTAMAIOR.COM.BR
 

>>A rede da fé e do dinheiro
>>Propaganda enganosa

Por Luciano Martins Costa em 10/05/2013 no programa nº 2059 |
Fonte: OBSERVATORIODAIMPRENSA.COM.BR

Procon faz operação em garagens de empresas de ônibus no Rio 

Fonte: JB.COM.BR

 

Luciana quer debater projeto popular de regulamentar comunicação 

Fonte: VERMELHO.ORG.BR

Doença renal misteriosa da América Central pode estar ligada a agrotóxicos

Pesquisas realizadas paralelamente em El Salvador e no Sri Lanka trazem resultados semelhantes em relação ao uso dos mesmos produtos
Fonte: BRASILDEFATO.COM.BR



Todas as notícias acima são de hoje, 10.05.13, e estão disponíveis em sites e portais da imprensa alternativa, com exceção do JB.

Na grande imprensa, nada, ou quase nada, aparece sobre os temas.

O caro leitor atento já percebeu que todas tem algo em comum.

O lucro máximo, independente das práticas, mesmo que para isso as empresas coloquem em risco a vida das pessoas e se utilizem de trabalho escravo, norteia o noticiário.

Os incêndios na fábricas têxteis da Ásia, fábricas que se assemelham a campos de concentração, mataram centenas de operários, ou escravos, impedindo que suas famílias recebam a renda de seus salários, 40 dólares por mês , e como isso fiquem impedidas de comprar os alimentos necessários para sobreviver, mesmo que seja um litro de leite contaminado com ureia e formol.

Desesperados e desamparados, os familiares das vítimas dos campos de concentração têxtil, recorrerão ao auxílio da fé, e, para tanto, frequentarão igrejas e templos, onde os pastores orientarão as desesperadas famílias  no caminho da prosperidade.

Para tanto, as famílias sem amparo, deverão fazer sexo com os religiosos para que possam purificar seus corpos e encontrar o caminho do sucesso, além, claro, de fazer doações às igrejas para que possam seguir no seu papel social.

As desesperadas famílias, vivendo em áreas remotas, se utilizam do transporte coletivo  para participar dos encontros religiosos.

Como o preço das passagens é elevadíssimo, em muitas ocasiões tentam negociar com os condutores dos veículos viagens gratuitas, o que acarreta mais problemas para as pessoas.

Os ônibus não passam por manutenções adequadas e periódicas o que tem acarretado frequentes acidentes , onde familiares de pessoas mortas nos campos de concentração têxtil e fiéis as orientações dos pastores da salvação, acabam morrendo.

Impossibilitados  de viver como operários, e também traumatizados com as situações que vivenciaram ao longo dos anos que trabalharam nos campos de concentração têxtil, alguns sobreviventes dos incêndios optaram por retornar para o interior e trabalhar na agricultura, como fizeram seus antepassados.

Trabalhando para grandes corporações agrícolas, já que as terras de seus antepassados foram todas adquiridas pelas corporações, manuseiam diariamente uma enorme gama de produtos tóxicos usados como defensivos agrícolas, contra pestes, nas gigantescas e melancólicas paisagens das áreas plantadas.

Independente do continente onde trabalham, já que os pesticidas são fabricados por apenas poucas corporações e distribuídos em todo o mundo, os trabalhadores do campo que sobreviveram aos incêndios nos campos de concentração têxtil e seguem disciplinadamente as orientações dos pastores de sua religião e que ainda não sofreram acidentes no transporte coletivo, agora também adquirem doenças letais em decorrência do uso excessivo e indiscriminado de substâncias altamente tóxicas que matam as pestes e contaminam os alimentos que vão para as prateleiras dos supermercados das cidades e que  a maioria dos trabalhadores do campo não pode comprar.

Assim como não podem comprar os produtos têxteis, muitos de marcas famosíssimas, que ajudaram a fabricar com um salário de 40 dólares por mês

 

 
Assim como não podem pagar as passagens de ônibus para frequentar , diariamente, a igreja que os salvará da tormenta.

Felizmente, ainda sobra uns míseros trocados para comprar o leite contaminado com ureia e formol para as crianças e um tempinho para assistir as maravilhas da propaganda sobre o  mundo civilizado que aparece nas telinhas dos aparelhos de tv.


O caro leitor percebeu que o texto acima retrata uma realidade fictícia, mas que em nada difere da realidade de muitas localidades da atualidade.

Os acidentes com trabalhadores da indústria têxtil que aconteceram por esses dias na Ásia era uma tragédia anunciada.

Por mais de uma década que já se tem conhecimento das precárias condições de trabalho dessas fábricas  que mais se assemelham a campos de concentração.

A jornalista, escritora e ativista dos direitos humanos, a canadense Naomi Klein, esteve em vários países da Ásia investigando as condições de trabalho nas fábricas têxteis.

Seu trabalho investigativo rendeu um livro - No Logo - onde relata os horrores e a violência que sofrem os trabalhadores, além das péssimas condições das instalações, no tocante a segurança e higiene.

A maioria dos produtos por lá fabricados são de grandes marcas, tanto no campo esportivo quanto no vestuário, que serão vendidos em sofisticadas lojas de grandes shopping centers em todo o mundo.

É a tão elogiada competitividade do capitalismo hegemônico, onde os trabalhadores não tem nenhum direito trabalhista.

Em uma passagem de seu livro, a escritora relata caso de mulheres que chegaram a dar a luz no local de trabalho, impossibilitadas pelos gerentes de se ausentarem de seus postos.

Casos de abortos também foram relatados, além de violências físicas que muitos trabalhadores sofreram.

Diante dessa realidade, como falar em controle de qualidade dos produtos nas empresas ?

O controle da qualidade dos produtos ou mesmo o compromisso com a qualidade nas empresas, não pode ser eficaz em ambientes que agridem os trabalhadores e que ainda não oferecem as mínimas condições de trabalho decente, e mais, a qualidade deve ser uma política da empresa, em todos os aspectos e não apenas na verificação de atendimento dos produtos às especificações técnicas de fabricação.

A obsessão pelo lucro máximo acaba sempre por comprometer a qualidade
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A ureia e formol no leite não são apenas exemplos de práticas fraudulentas.

Nesse caso o consumidor é totalmente ignorado para que poucos possam lucrar mais.

Se Qualidade pode ser definida como satisfação do consumidor, como deve se sentir um consumidor que ao adquirir um litro de leite descobre que também está bebendo ureia e formol ?

Ou ainda, ao comprar um par de tênis famoso, como se sente o consumidor ao saber que aquele produto foi fabricado por pessoas em situação de escravidão ?

Como o caro leitor notou , a qualidade é percebida e pode variar de pessoa para pessoa , em um mesmo produto.

É provável que algumas pessoas , na intenção de defender a barbárie mundial vigente, gostem de leite com ureia e admirem seu par de tênis que foi confeccionado por escravos.

Infelizmente, nas grandes mídias nada se falou ou se fala sobre as condições de trabalho dos trabalhadores das indústrias têxteis asiáticas.

Por outro lado, essas mesmas mídias que se calam diante da barbárie, são , talvez, os maiores veiculadores de  propaganda desses produtos, o que rende, para as mídias, generosas receitas.

Nas propagandas de roupa ou material esportivo  que o caro leitor assiste nas emissoras de tv, não aparecem as mulheres trabalhadoras que pariram, abortaram, ou até mesmo morreram por conta da violência no trabalho.

De certa forma, ou de todas as formas, toda propaganda é uma enganação, a ponto de programas de tv de cunho religioso prometerem a salvação, quando na realidade os fieis são obrigados a manter relações sexuais com o pastor.

O caso do evangélico tântrico aconteceu no Rio de Janeiro e, para surpresa de muitas pessoas, o pastor que foi preso ainda é defendido e elogiado por muitas pessoas, principalmente políticos eleitos pelo povo e com assentos no congresso nacional.

No universo da realidade surrealista, um dos defensores do pastor tântrico, é um deputado, também evangélico, que preside a comissão de direitos humanos e minorias da câmara dos deputados.

A qualidade desapareceu, não só dos produtos , mas também do noticiário das grandes mídias.

Nessa corrida insana por mais lucros, os ônibus do transporte coletivo da cidade do Rio de Janeiro, a cidade maravilha, veem cometendo atrocidades com a população e ainda matando pessoas quase que diariamente.

As empresas de transporte coletivo ignoram a legislação  e algumas, que são muitas, não permitem a gratuidade do transporte para idosos e crianças da rede pública de ensino, chegando ao ponto de não parar nos pontos ,quando solicitado por essa parcela da população que tem o transporte gratuito assegurado por lei.

A propósito, lei que não é cumprida pelas empresas de transporte coletivo, diante das evidências diárias, de domínio e conhecimento  de toda a população, mas que não recebe o tratamento adequado nas mídias de grande porte.

Fatos criminosos de domínio público são ignorados pela justiça enquanto fatos sem provas específicas são apresentados como de domínio de pessoas acusadas injustamente.
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Enquanto isso, corporações que fabricam pesticidas usados na agricultura estão matando trabalhadores rurais em escala globalizada.

Casos de doenças renais raras em trabalhadores de El Salvador e Sri Lanka tem em comum o contato , exposição e manuseio de produtos químicos altamente tóxicos usados na agricultura.

E ainda admitir que as grandes plantações do agronegócio são direcionadas, na maioria, para a fabricação de rações que vão  para a engorda do gado, aves e suínos.

A carne animal, bem nutrida, será saboreada pelos mesmos consumidores que compram os caros produtos têxteis em sofisticadas lojas de shopping centers.

E as grandes mídias nada apresentam sobre esses temas , afinal, segundo a maioria das propagandas de produtos e serviços veiculadas nas emissoras de tv ,vivemos em mundo civilizado, feliz, democrático e próspero para todos.


 


 

 

 


 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Legalize

Ativistas pedem a Dilma descriminalização de drogas no Brasil
Em carta enviada à presidenta, ao Congresso e ao STF, especialistas e ativistas manifestam-se contra projeto que endurece as políticas proibicionistas e de encarceramento da “guerra” contra as drogas
Da Redação 

Congresso Internacional sobre Drogas reuniu cerca de 700 participantes, entre representantes de movimentos da sociedade civil, de universidades e do governo (Foto: Antonio Cruz/ABr)
Um grupo de ativistas e especialistas que participaram do Congresso Internacional Sobre Drogas, realizado em Brasília entre os dias 3 e 5 de maio, vão entregar uma carta à presidenta Dilma Rousseff, ao Congresso Nacional e ao STF (Supremo Tribunal Federal) cobrando a elaboração de política antidrogas que não seja focada em ações proibicionistas.
Uma das principais críticas do grupo refere-se ao Projeto de Lei 7.663/ 2010, de autoria do deputado Osmar Terra (PMDB), que pretende aumentar a pena mínima para traficantes de drogas e prevê a internação compulsória de dependentes. De acordo com o documento, o PL fere direitos constitucionais e representa um retrocesso no debate sobre a questão das drogas. A carta ainda pede que o STF considere incontistucional a penalização do porte de drogas para uso pessoal, descrita no Artigo 28 da Lei Antidrogas.
“Constatamos a falência do modelo proibicionista, nos preocupa que o PL do Osmar Terra aponte na direção contrária, em particular, priorizando a internação forçada, que a própria ONU [Organização das Nações Unidas] declara como sendo tortura. Consideramos inadmissível que o governo da presidenta Dilma, que tem um histórico de defesa dos direitos humanos, admita que isso venha a ocorrer”, afirmou o neurocientista Sidarta Ribeiro, integrante da comissão científica e organizadora do Congresso Internacional sobre Drogas. Para ele, o debate sobre drogas foi “rebaixado” pela falta de argumentos dos defensores de medidas proibicionaistas.  “A única maneira de proteger a sociedade é com informação, isso só se consegue com regulamentação, com transparência. Na obscuridade da proibição isso é impossível”, ponderou.
“O proibicionismo fracassou, aumentou a violência. Não há justificativa para proibição, é tudo baseado em falácia. Eles não têm argumentos, mas têm a anuência dos desinformados”, defende Ribeiro.
Leia a íntegra da carta: 
Carta de Brasília em Defesa da Razão e da Vida
O Congresso Internacional sobre Drogas: Lei, Saúde e Sociedade foi realizado entre 3-5 de maio de 2013 no Museu da República em Brasília para fomentar o diálogo sobre o tema das drogas. Nós, participantes do Congresso e signatários desta carta, constatamos que a política proibicionista causa danos sociais gravíssimos que não podem persistir. Não há evidência médica, científica, jurídica, econômica ou policial para a proibição. Entretanto identificamos alarmados um risco de retrocesso iminente, em virtude do projeto de lei 7663/10, de autoria do Deputado Osmar Terra (PMDB/RS), atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, relatado pelo deputado Federal Givaldo Carimbão (PSB/AL). Entre vários equívocos, o projeto prioriza internação forçada de dependentes químicos. Vemos com indignação que autoridades do Governo Federal se pronunciam a favor dessa prática. Conforme apontado pelo relator especial sobre tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes junto ao conselho de direitos humanos da Organização das Nações Unidas, a internação forçada de dependentes químicos constitui tortura. Tendo em vista a trajetória política, compromisso com os direitos humanos e experiência pessoal em relação à tortura da Presidenta Dilma Roussef, é inadmissível que o Governo Federal venha a apoiar a internação forçada. Entendemos que a aplicação dessa medida no Brasil atual representa a volta da política de higienização e segregação de classe e etnia.
Mesmo em suas versões mais brandas, o proibicionismo infringe garantias fundamentais previstas na Constituição da República, corrompe todas as esferas da sociedade, impede a pesquisa, interdita o debate e intoxica o pensamento coletivo. A tentativa de voltar a criminalizar usuários e aumentar penas relacionadas ao tráfico de drogas é um desastre na contramão do que ocorre em diversos países da América e Europa, contribuindo para aumentar ainda mais o super-encarceramento e a criminalização da pobreza. A exemplo das Supremas Cortes da Argentina e da Colômbia, é preciso que o Supremo Tribunal Federal declare com urgência a inconstitucionalidade das regras criminalizadoras da posse de drogas ilícitas para uso pessoal. Em última instância, legalizar, regulamentar e taxar todas as drogas, priorizando a redução de riscos e danos, anistiando infratores de crimes não-violentos e investindo em emprego, educação, saúde, moradia, cultura e esporte são as únicas medidas capazes de acabar efetivamente com o tráfico, com a violência e com as mortes de nosso jovens. É um imperativo ético e científico de nosso tempo, em defesa da razão e da vida humana.


Essa política de endurecimento contra as drogas é um tremendo retrocesso.
O caro leitor sabe, e sabe muito bem, que as pessoas usam drogas porque elas são vendidas, se pode comprá-las.
Sejam elas, as drogas, legais ou não, elas são vendidas e todos conhecem os locais de ponto de venda.
As tão faladas cracolândias, locais onde se compra e consome a "droga da morte", são, quase que diariamente, apresentadas nos programas de tv.

O espectador,  o que não é burro e que ainda não pirou diante da tv,  deve achar todo esse falatório sobre o endurecimento contra as drogas algo no mínimo estranho.

Como pode uma atividade ilegal e criminosa, como as cracolândias, existirem a céu aberto às margens de avenidas movimentadas aos olhos de todos os transeuntes ?

Um local de venda e consumo de drogas de conhecimento de toda a população, inclusive da polícia, funciona normalmente durante anos, vinte e quatro horas por dia.

Se é ilegal e criminoso, por quê não foi fechado ?

Eventualmente uma "operação policial" , com grande destaque nas emissoras de tv e de rádio, é apresentada para combater o comércio da droga.

Terminada a operação, com a prisão de alguns vendedores de droga e o recolhimento de alguns usuários, sempre com enorme estardalhaço nos meios de comunicação, tudo volta ao normal no dia seguinte.

Ou seja, novos vendedores assumem o posto e os consumidores voltam para o local.

Enquanto tudo isso está acontecendo na vida real, as emissoras de tv e rádio, continuam requentando e esticando "notícias" sobre a operação do dia anterior.

Não faltam espaços para dramas de famílias que foram vitimadas pelo flagelo da droga, o que faz com que os apresentadores dos programas destilem falações de forte conteúdo emocional, revelando, ou tentando fazê-lo, o quão destrutivo é o vício, a dependência, o consumo de drogas.

Esses programas em nada contribuem para conscientizar e muito menos informar as pessoas sobre questões tão sensíveis da natureza humana, como vícios, dependências, compulsividades e obsessões, independente se sejam no consumo de drogas ilegais ou legais.

O jogo, a violência, por exemplo seguem a mesma trilha das drogas ilegais quanto aos aspectos de dependência, compulsividade, vício e  obsessão.

Mas isso jamais é abordado nas mídias e menos ainda o consumo crescente de drogas legais, com execção do tabaco que vem em queda há algumas décadas.

A questão principal das drogas ilegais é que não se combate a fonte, os grandes cartéis e, no caso de cidade como o Rio de Janeiro, os grande fornecedores.

O chamado traficante que vai preso é sempre alguém cooptado, em locais carentes da presença do estado, pelos  grandes fornecedores locais.

Aliás, raramente se houve falar na mídia da prisão de um grande fornecedor local.

E o caro leitor certamente não verá nada sobre  os barões do tráfico, pois trata-se de uma atividade que no  mundo movimenta bilhões de dólares que entram depois de lavados ,através das instituições financeiras como os bancos legais em que o caro leitor frequenta, na ciranda da gigantesca massa monetária mundial.

Ou seja, a produção, o tráfico e o comércio de drogas ilegais é um negócio gigantesco que alimenta instituições financeiras, dentre outras, e não se tem o menor interesse em acabar com isso.

Logo, meu caro leitor, o que você vê nas emissoras de tv, lê nos jornais e revistas e ouve nas emissoras de rádio, em nada contribui para a sua informação sobre o assunto e, com a repetição excessiva por esses meios, ainda contribui para estimular a curiosidade nas pessoas, principalmente os mais jovens, o que os barões do tráfico agradecem.

Cabem ainda algumas informações curiosas sobre algumas drogas:

1 - O LSD, ácido lisérgico, é uma droga sintética que foi desenvolvida por um 
       gigantesco laboratório farmacêutico, para depois cair no uso geral.

2 - O  ópio, necessário para a fabricação da heroína, teve seu cultivo quase que 
     banido no Afeganistão quando aquele país era governado pelos talibãs. O 
     Afeganistão era o maior produtor de ópio antes da chegada dos talibãs ao
     poder. Depois da queda dos talibãs, provocada pela invasão americana 
     o cultivo do ópio voltou com força total, garantindo ao Afeganistão o status      de um dos maiores produtores mundiais. Ainda, a maior parte do ópio produzido naquele país vai para os EUA,  o maior consumidor. 

3 - Os EUA são os maiores consumidores de drogas no mundo.

Quanto ao Brasil, não existem, em grande escala econômica, produtores de drogas como cocaína.

Vez por outra apenas micro refinarias da droga são fechadas. 

Toda a droga entra clandestinamente, por esquemas cada vez mais sofisticados, onde o poder econômico da atividade se impõe impedindo a repressão e apreensão. 

Em muitos países, até mesmo o poder central é dominado pelo negócio das drogas.

O caro leitor já percebeu que nada disso é abordado em profundidade nas mídias hegemônicas, e , menos ainda, um amplo programa de informação sobre todo tipo de droga, legais e ilegais.

Isso , certamente, será quase impossível de acontecer pois o lobby das gigantescas empresas de bebidas irá invibializar qualquer tentativa de educação e informação da população sobre substâncias que alteram o estado de consciência das pessoas quando ingeridas.

Resta então, o espetáculo do "combate" as drogas, da ciminalização dos usuários, e a proposta delirante e fascista de internação involuntária de usuários.

Claro,e o caro leitor já percebeu, que esse blogue é contrário, ou melhor, radicalmente contra, toda e qualquer iniciativa de internação compulsória de usuários de drogas.

É de uma hipocrisia gigantesca.

O que deve ser feito, mas a luz do foi explicado aqui parece impossível, é uma ampla campanha de educação e informação sobre substâncias que alteram o estado de consciência das pessoas, sejam essas substâncias legais ou ilegais.

Quanto a criminalização pelo porte de drogas para consumo pessoal, trata-se de outra violência que em nada contribui para o verdadeiro combate as drogas.

A ministra Gleisi deve estar com o estado de consciência alterado para defender tamanha violência contra o cidadão.


 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Globo Bocão

De onde saem as propinas?   E os outros?

Por Luciano Martins Costa em 01/05/2013 no programa nº 2052. Observatoriodaimprensa.com.br

De onde saem as propinas
Os jornais desta quarta-feira (01/05) publicam alentadas reportagens informando que, no dia 18 de abril, o presidente de honra da Fifa - Federação Internacional de Futebol - João Havelange, renunciou ao cargo honorífico para não ser punido em uma investigação sobre pagamento de propinas.
Juntamente com Ricardo Teixeira, seu ex-genro e ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, e do paraguaio Nicolás Leoz, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol e do comitê executivo da Fifa, ele é  acusado de receber propinas da agência de marketing esportivo ISL.
O caso vinha se arrastando desde a falência da ISL, ocorrida em 2001, com a descoberta, pela Justiça da Suíça, onde fica a sede da Fifa, de que a empresa havia mantido uma longa relação de negócios paralelos com a entidade, pagando propina para influenciar em decisões importantes na organização de competições internacionais de futebol.
Embora os nomes dos envolvidos tivessem sido mantidos em sigilo, a imprensa brasileira tinha informações consistentes sobre o esquema, principalmente por conta do trabalho do colunista Juca Kfouri.
O noticiário dos jornais dando conta de que Havelange havia se desvinculado oficialmente da Fifa há quase duas semanas revela pouco, muito pouco.
Revela principalmente que a entidade segue sendo uma caixa-preta a cujo conteúdo a imprensa não tem acesso.
Aquilo que é apontado como o epílogo de um processo criminal é apenas uma formalidade para colocar panos quentes em um esquema que certamente vai ter continuidade, com outros nomes na fachada.
João Havelange reinou sobre o futebol mundial por quase 25 anos, período em que o esporte se transformou em um negócio planetário de muitos bilhões.
Boa parte de seu poder se baseou na relação com a ISL, cujos proprietários são ligados à empresa de materiais esportivos Adidas.
Foi uma longa parceria, iniciada ainda nos anos 1970, e que rendeu grandes lucros para ambas as partes.
Mas junto com a grande influência, inclusive sobre as relações entre países, a Fifa também se tornou mais exposta, e as negociatas vieram à tona.
E os outros?
As reportagens publicadas nesta quarta-feira pela imprensa brasileira passam a impressão de que o futebol mundial entra agora em nova etapa, livre de trambiques.
Mas há muitas perguntas sem resposta, e o fato de a entidade se localizar no espaço nebuloso entre os negócios privados e o ambiente do Estado facilita o acobertamento de irregularidades.
Observe-se, por exemplo, que o maior volume de subornos foi pago entre 1992 e 2000, mas, como na época a Fifa não tinha um código de conduta, os pagamentos da ISL aos dirigentes eram considerados comissão por intermediação de negócios.
Estado de S. Paulo opina diretamente, afirmando que "a prometida ação para punir os responsáveis no futebol e adotar medidas exemplares contra Havelange, Teixeira e Leoz terminou em uma grande pizza".
Com as renúncias, os três dirigentes não sofrerão punição e o caso foi encerrado.
Muito provavelmente, nos próximos dias também a imprensa deixará o assunto no esquecimento, mesmo porque muitos ganham muito com a intensa movimentação financeira em torno dos campeonatos de futebol.
A análise cuidadosa dos relatos feitos pelo Estado, a Folha de S. Paulo e o Globo pode deixar o leitor curioso, por exemplo, com a falta de informações sobre o tipo de vantagens que a ISL negociou com os ex-dirigentes do futebol mundial durante todos esses anos.
Segundo a investigação, os três principais acusados receberam subornos que totalizaram entre R$ 40 milhões e R$ 45 milhões.
O que foi dado em troca?
Essa é uma informação que falta nos jornais.
Num parágrafo discretamente posicionado no meio do texto, o Estado registra: "o documento confirma que Havelange teria recebido milhões de dólares, entre 1992 e 2000, em propinas relacionadas à venda de direitos de transmissão para as Copas de 2002 e de 2006".
Ora, não é preciso ser diplomado em jornalismo investigativo para adivinhar quem pagou a propina, direta ou indiretamente.
No Brasil, até as freiras reclusas sabem quem transmite os principais eventos da Fifa e quais têm sido seus patrocinadores.
Mas isso não vai sair nos jornais.

Paulo Nogueira: STF paga viagem de jornalista do Globo à Costa Rica

publicado em 5 de maio de 2013 às 22:18


Barbosa na Costa Rica
por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo
Eis um caso inaceitável de infração de ética de mão dupla.
Um asterisco aparece no nome da jornalista do Globo que escreve textos sobre Joaquim Barbosa em falas na Costa Rica.
Vou ver o que é o asterisco.
E dou numa infração ética que jamais poderia acontecer no Brasil de 2013.
A repórter viaja a convite do Supremo.
É um dado que mostra várias coisas ao mesmo tempo.
Primeiro, a ausência de noção de ética do Supremo e do Globo.
Viagens pagas já faz tempo, no ambiente editorial mundial e mesmo brasileiro, são consensualmente julgadas inaceitáveis eticamente.
Por razões óbvias: o conteúdo é viciado por natureza. As contas do jornalista estão sendo bancadas pela pessoa ou organização que é central nas reportagens.
Na Abril, onde me formei, viagens pagas há mais de vinte anos são proibidas pelo código de ética da empresa.
Quando fui para a Editora Globo, em 2006, não havia código de ética lá. Tentei montar um, mas não tive nem apoio e nem tempo.
Tive um problema sério, na Globo, em torno de uma viagem paga que um editor aceitou.
Era uma boca-livre promovida por João Dória, e o editor voltou dela repleto de brindes caros, outro foco pernicioso de corrupção nas redações.
Fiquei absolutamente indignado quando soube, e isso me motivou a fazer de imediato um código de ética na editora.
Surgiu um conflito do qual resultaria minha saída. Dias depois de meu desligamento, o editor voltou a fazer outra viagem bancada por Dória, e desta vez internacional.
Bem, na companhia do editor foi o diretor geral da editora, Fred Kachar, um dos maiores frequentadores de boca livre do circuito da mídia brasileira.
Isto é Globo.
De volta à viagem de Costa Rica.
Quando ficou claro que viagens pagas não podiam ser aceitas eticamente, foi a Folha que trouxe uma gambiarra ridícula.
A Folha passou a adotar o expediente que se viu agora no Globo: avisar que estava precaricando, como se isso resolvesse o caso da prevaricação.
A transparência, nesta situação, apenas amplia a indecência.
A Globo sabe disso. Mas quando se trata de dinheiro seus limites morais são indescritivelmente frouxos.
Durante muito tempo, as empresas jornalísticas justificaram este pecado com a alegação de que não tinham dinheiro suficiente para bancar viagens.
Quem acredita nisso acredita em tudo, como disse Wellington. Veja o patrimônio pessoal dos donos da Globo, caso tenha alguma dúvida.
É ganância e despudor misturados – e o sentimento cínico de que o leitor brasileiro não repara em nada a engole tudo.
Então a Globo sabe que não deveria fazer o que fez.
E o Supremo, não tem noção disso?
É o dinheiro público torrado numa cobertura jornalística que será torta moralmente, é uma relação promíscua – mídia e judiciário – alimentada na sombra.
Para usar a teoria do domínio dos fatos, minha presunção é que o Supremo não imaginava que viesse à luz, num asterisco, a informação de que dinheiro do contribuinte estava sendo usado para bancar a viagem da jornalista do Globo.
Como dizia meu professor de jornalismo nas madrugadas de fechamento de revista, quando um texto capital chegava a ele e tinha que ser reescrito contra o relógio da gráfica, a quem apelar?

Onde está o dinheiro ?

O gato comeu e ninguém viu.

Cadê o gato?

O seu paradeiro está no estrangeiro, o paradeiro do dinheiro, não do gato, em paraísos fiscais.

Pois é, meu caro e atento leitor, hoje temos nos sites da internete uma notícia que flagra o presidente do STF pagando as despesas de viagens para a Costa Rica , para uma jornalista de uma das empresas da organizações globo.

O caro leitor deve estar imaginando que tipo de cobertura jornalística essa jornalista fará sobre a passagem do presidente do STF no país dos vulcões.

O quão isenta será essa cobertura na ciudad de San josé  ?

Na Costa Rica a globo teve as costas quentes, e de graça.

É ético essa postura do STF ?

E no caso das organizações globo, se é boca livre vale aceitar qualquer coisa ?

De onde saem os recursos do STF ?

Creio que dos impostos pagos pelos contribuintes.

Então o caro leitor está pagando as despesas de viagem de uma jornalista da bilionária globo  à Costa Rica.

Será que ela ficou hospedada em alguns daqueles resorts do balneário de Punta Cana ?

Certamente ficou  em hotéis de cinco estrelas, com muita festa, boca livre e sabe-se lá mais o  quê nas "horas vagas", afinal de contas o risco de uma erupção vulcânica de destruição em massa justifica todo e qualquer ôba -ôba, bunda lê, lê e salve-se quem puder.

Essa é apenas uma face das práticas estranhas que alimentam todo tipo de corrupção no país.

São muitas, as faces estranhas.

Uma outra é tratada no artigo acima do observatório da imprensa, que questiona a origem de propinas pagas a políticos e pessoas da administração pública e mesmo empresas privadas envolvidas em eventos de grande alcance.

O caro leitor sabe que as propinas são pagas pelas corporações em vários esquemas de lobby, apoios, financiamento de campanhas, interesses em matérias em pauta no congresso  e uma infinidade mais de armações.

No caso da FIFA, todos sabem qual a emissora de tv que detém a exclusividade no Brasil na transmissão dos eventos de futebol.

E essa exclusividade, com o apoio das empresas patrocinadoras envolvidas, pelo que se apresenta no artigo, foi conseguida e construída com práticas ilícitas de propina, que engordaram , e muito, as contas bancárias dos principais executivos da FIFA, CBF e outros.

O caro leitor já percebeu  que as empresas globo no primeiro caso aceitam as facilidades, e no segundo pagam para obter facilidades.

É a emissora gillete, ou barca Rio- Niterói.

O que explode para a compreensão de todos que trata-se de um comglomeado empresarial onde o vale tudo comanda as decisões, desde que vantagens financeiras sejam auferidas.

É o perfil perfeito de um predador selvagem, sem nenhum compromisso com a ética, com a informação , com o entretenimento e, mais ainda, sem compromisso com eles mesmos, pois a única direção é o lucro, independente de prejuízos que possam advir a médio e longo prazo.

Se não bastassem as incursões antiéticas em tierras calientes de centroamérica e também as armações que garantem pura emoção aos amigos da rede globo, ainda circula pela internete a notícia sobre o tal " bônus por volume", que nada mais é  do que uma expressão elegante que tem por significado a velha e surrada propina.

O elegante termo é usado pela rede globo para justificar o pagamento às agências de publicidade para que veiculem sempre mais os anúncios na emissora.

Pode ser comparado as relações de aquisição de materiais e equipamentos entre empresas, por exemplo, onde sempre rola alguma propina para privilegiar um determinado fornecedor.

Mas que o nome bônus por volume é bonito e elegante, isso  é, não é caro leitor ?

O caro leitor já pagou algum bônus por volume para algum guarda de trânsito esquecer da multinha, por exemplo ?

E assim caminham as organizações globo, com uma voracidade volumosa que abocanha tudo que encontra pela frente, por quaisquer meios, métodos e práticas, desde que, claro, o lucro esteja garantido.


 

sábado, 4 de maio de 2013

Giuliana no Reservatório

Com boa situação dos reservatórios, térmicas podem ser desligadas


Com a melhora da situação dos reservatórios do país, o Operador Nacional do Sistema (ONS) considera cada vez mais provável o desligamento das usinas térmicas mais caras, que geram energia a partir de óleo diesel. A decisão deverá ser tomada na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, prevista para a próxima quinta-feira (9).


Levantamento mais recente do ONS, divulgado nessa quinta-feira (2), informa que os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste – usadas como referência concentrarem mais de 70% dos reservatórios do país – estavam com 62,6% da capacidade.

Apesar de o percentual estar abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (76,09%), ele está bem acima do registrado em 2001, pior ano da série histórica (32,18%).


Segundo a entidade, as perspectivas são boas porque, historicamente, em situações como a atual, a demora do início do período de chuvas (em geral previsto para novembro) resulta também em atraso para o final do período (abril). Portanto, argumentam os técnicos do ONS, há boas possibilidades de as chuvas continuarem neste mês de maio.

Fonte: Agência Brasil




O caro leitor deve lembrar do barulho produzido pela grande imprensa e seu aparato midiático, no início deste ano, quanto a uma possibilidade de racionamento de energia elétrica por conta dos "baixíssimos" níveis dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras.

A barulheira toda aconteceu lá pelos meses de janeiro e fevereiro, já que as chuvas ainda não caíam como acontece todos os anos.

De fato houve um pequeno atraso no ínício do período de chuvas, que logo foi utilizado pela imprensa para gerar o caos.

Como de costume, não faltaram especialistas deitando falação sobre a situação energética brasileira, e, claro, pintando um quadro devastador para o Brasil com possíveis consequências gravísssimas para  o período de realização da copa das confederações e da copa do mundo de futebol em 14.

Os piores cenários , alguns catastróficos, eram apresentados em garrafais letras  e em ensurdecedores decibéis na imprensa da pátria do cruzeiro.

A palavra apagão era repetida a cada segundo, em todas as mídias , o que gerou uma corrida pela compra de geradores de energia,  lanternas , velas , lampiões, lamparinas, candieiros, carvão, lenha e todo e qualquer acessório que produzisse luz.

Os vendedores ambulantes das ruas do Rio de Janeiro anunciavam, em todas as esquinas e em todos os sinais de trânsito ,aos gritos, variados tipos de produtos geradores de luminosidade para salvar as pessoas da escuridão que se aproximava, célere, impiedosa, esmagadora.

Nos patéticos telejornais acontecia uma chuva de gráficos "explicando" o atônito espectador sobre os níveis dos reservatórios com a presença, inclusive, de briosos repórteres nas margens dos lagos desidratados.

A tomada de imagens não deixava dúvidas, o cenário era alarmante.

Economistas apareceram de imediato nas mídias trazendo dados e cálculos que mostravam um prejuízo de dimensões pibianas caso o apagão e o racionamento se concretizassem.

Não faltaram críticas agressivas, duras , violentas aos governos do PT pela incompetência e irresponsabilidade.

O barulho foi tão intenso que parece que acordou os deuses da chuva, pois logo as águas começam a cair.

Nas primeiras chuvas, nossa briosa e patética mídia, ainda não admitia a possibilidade de os reservatórios subirem seus níveis de armazenamento de água, e de imediato, desclocaram repórteres para as regiões mais remotas para mostrar que o temporal do dia anterior, a primeira chuva do período que se iniciava, tinha produzido pouco efeito nos reservatórios.

Foi assim com a repórter da tv globo, curiosamente lotada em Nova York, Giuliana Morrone, que se apresentou, para todo o Brasil, indignada, diante de um reservatório que tinha subido apenas 10 centímetros com o toró do dia anterior.

"Muito pouco", disse a repórter evidenciando uma aparência que revelava a inevitável catástofre que se aproximava.

Em outras palavras, que se danem as chuvas , o que importa é que ainda estão vazios e  a culpa é do governo do PT , mais precisamente do Lula.

Passados alguns dias da descarga pluviométrica midiática, as chuvas reais chegaram com intensidade, e na mesma proporção a imprensa e seu aparato midático ignoraram o assunto.

Mesmo assim, os vendedores ambulantes da cidade maravilha vendiam suas lanternas e velas , agora em companhia de guarda-chuvas e capas.

As chuvas chegaram, um pouco atrasadas, mas chegaram e começaram a encher os reservatórios que hoje, conforme a nota do ONS, atingem níveis seguros no sudeste, principal referência para o sistema integrado.

As usinas térmicas, que foram ligadas com gritos de urgência pela mídia, hoje estão sendo desligadas.

Cabe lembrar, que as usinas térmicas representam algo como um nobreak, uma segurança que alcança 15 % da necessidade energética do país e são acionadas em regime de urgência.

Até isso foi criticado pela imprensa, que achou muito pouco o percentual de 15%, sem saber, é claro, que esse percentual foi calculado, e implementado,  com base estatística e  científica.

Para a imprensa a segurança deveria ser de 100%, ou seja, testar em 100% todos  os fósforos fabricados.

E agora, caro leitor ?

Você que comprou gerador portátil de energia elétrica, lampião, lanterna, candieiro, lamparina, carvão, lenha, e que certamente não utilizou  mas fez a alegria de comerciantes de ocasião, deveria, com a mesma intensidade de barulho , receber informações sobre a normalidade dos reservatórios das hidrelétricas barasileiras.

Mas não é o que acontece.

Sobre energia, o caro leitor deve ter ouvido alguma coisa, apenas, por causa da eleição do novo presidente do Paraguai.

Talvez a caro leitor tenha mesmo se esquecido da barulheira pluviométrica dos reservatórios que a imprensa produziu no início do ano.

Pois é, meu caro, esse é um bom exemplo, uma evidência objetiva, de como funciona a mídia no Brasil, principalmente na árera do jornalismo e informação.

Como já escrevi em outra ocasião, neste blogue, as notícias produzidas e apresentadas pela grande imprensa e seu aparato midiático não tem o objetivo de informar e esclarecer, e muito menos gerar algum conhecimento no consumidor de informação.

Tudo é etéreo, efêmero e em grande quantidade e superficialidade, onde prevalecem palavras e expressões chaves, que ganham o status de prioritárias para uma repetição esclerótica e esquizofrência.

No caso acima da barulheira pluviométrica midiática, você, caro leitor, foi conduzido para fixar e lembrar apenas de APAGÃO, independente do conteúdo agregado e da verdade sobre os fatos.

Entretanto o único apagão, de fato, que existe no país do cruzeiro,é o apagão da infromação e do jornalismo de qualidade, que informa corretamente, acompanha o desfecho dos casos e esclarece as pessoas.

Daí, caro leitor, a importância da democratização da mídia no Brasil e a sua participação na campanha,  que está nas ruas, para colher  um milhão e terezentas mil assinaturas e levar a proposta diretamente para votação no congresso nacional.

Assine, participe e divulgue.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Uma Boa Notícia

Prefeitura de São Paulo vai criar 120 pontos de internet gratuita


Prefeitura de São Paulo prepara edital para criar 120 pontos de acesso gratuito, como praças, terminais e parques. O Pateo do Collegio, o vale do Anhangabaú e a praça Roosevelt, no centro de São Paulo, estão entre as primeiras áreas públicas da cidade que terão internet sem fio.



O edital para contratar as empresas que vão fornecer o serviço será publicado nos próximos dias.

As áreas do centro e mais oito praças nas zonas sul e leste vão funcionar como plano piloto. A licitação será por lotes com 18 praças cada e vai contemplar também a periferia, para reproduzir "os diferentes cenários sociais e geográficos encontrados na cidade".

O wi-fi terá que funcionar 24 horas por dia com velocidade mínima de 512 Kbps (quilobytes por segundo) por usuário para download e upload. A conexão terá que garantir acesso inclusive a vídeos e VoIP (telefonia via internet).

A velocidade mínima considera uma estimativa de usuários simultâneos em cada praça --caso mais gente use ao mesmo tempo, a banda será compartilhada.

Inicialmente, o usuário não terá que fazer cadastro para acessar a internet, mas a empresa terá que prever essa possibilidade, caso solicitada.

Também deverá criar mecanismos para combater mau uso e ser "capaz de cumprir determinações judiciais de identificação de um usuário".

Qualidade

Para garantir a qualidade na prestação de serviço, as empresas terão que garantir o funcionamento do wi-fi em 95% do tempo. No pagamento haverá um indicador que levará em conta itens como a satisfação do usuário e a estabilidade da conexão.

As empresas terão liberdade para montar estratégias de implantação, inclusive com envolvimento de patrocínio.

A criação de 42 áreas de wi-fi é uma das metas da gestão Fernando Haddad (PT), que considera o serviço importante também para os turistas que visitam a capital.

A Secretaria de Serviços, responsável pelo projeto, não informou a estimativa de custo da licitação nem o cronograma de implantação. Os detalhes serão divulgados em audiência pública no dia 10.

Com Folha de S. Paulo




Uma boa notícia.

Inocular nas cidades a internete para que as informações cresçam.

Já é alguma coisa, 120, mas ainda é pouco, muito pouco para uma ferramenta que democratiza, ajuda a construir  consensos e demolir monopólios.

A tv agoniza, é um deserto de idéias, um abismo intelectual, um pacote de conteúdos semi culturais idiotizantes.

A tv é a escada , a internete é o teleférico.

Os jornalões centenários são os papiros em pergaminho, a internete é a comunicação a distância.

As emissoras de rádio , um dia,  em breve, serão a cybervoz do povo.

Na internete não são necessárias escaladas, já se começa pelo topo onde o papel é o que se avista passando embaralhado com a ajuda do vento.

A noticia e a informação não são mais recebidas, são construídas , em mutirão, onde a consciência sobre a realidade se impõe , independentemente das versões da cultura oficial , sempre manchadas por decibéis monocromáticos.

Não se aceita mais que a realidade seja aquilo que se informa, a realidade está alí, e do topo, cada grupo fala por si.

Os degraus da semi cultura, da semi cidadania ganham outras funções.

Encontros locais, visitas específicas, conteúdo selecionado, opções de novos passos.

O semi e o sub se transformam , a cultura floresce e a consciência explode .

Um universo de perfis esfarela antigos códigos, se move no espaço em constante equilíbrio  na paisagem aglomerada.

A porta de entrada pode ser avistada ao longe, se movimentando pela nova aproximação.

No conglomerado das novas tecnologias da informação , uma liga, de relações complexas, apresenta uma nova consistência cidadã.

O teatro da semi cultura e da semi informação  não mais sobrevivem, mesmo com toda a cosmética, toda maquiagem estética, toda representação patética, toda violência tétrica, toda construção mimética.

Uma boa notícia.


 
 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Yellow cake

Brasil tem urânio para abastecer usinas nucleares por
mais de 800 anos

Controle sobre o minério é rígido e obedece a normas internacionais
Alexandre Saconi, do R7
Brasil tem cerca de 600 mil toneladas da matéria-prima do urânio Luciana Andrade/15.06.2009/Estadão Conteúdo
Embora a matriz energética do Brasil seja fortemente baseada nas usinas hidrelétricas, seu potencial nuclear possui um valor significante. Em sétimo lugar mundial nas reservas de urânio, o País se destaca na produção do combustível para as usinas termonucleares. Ainda assim, o Brasil tem apenas duas usinas nucleares em funcionamento e uma em construção, todas em Angra dos Reis (RJ).
Ao levar em conta todas as reservas já descobertas no Brasil, o há cerca de 600 mil toneladas de “yellowcake” — um pó amarelo a base de urânio que serve de matéria-prima  para produzir o combustível nuclear. Com essa quantidade, é possível abastecer as usinas de Angra 1, Angra 2 e Angra 3 juntas por cerca 800 anos. Isso sem levar em conta a especulação de que o Brasil ainda tem 500 mil toneladas de "yellowcake" escondidas — nem todo território nacional foi mapeado até agora.
Hoje, apenas apenas Angra 1 e Angra 2 estão em operação. A usina de Angra 3 ainda está em fase de construção. Cada uma delas tem o ciclo de vida de 60 anos. Durante todo esse período, cada uma precisa de 9.500 toneladas, 16 mil toneladas e 19,2 mil toneladas de yellowcake, respectivamente.
Leia mais notícias de Brasil e Política
Após extraído, urânio vai para o Canadá e a Europa antes de virar combustível para usinas nucleares
No País, a única empresa a explorar e processar o urânio é a INB (Indústrias Nucleares do Brasil). Com exceção das fases do enriquecimento e da conversão do minério, que são feitas fora do Brasil, todas as demais são de responsabilidade da INB. Entenda mais do ciclo do Urânio na galeria de imagens.
Todas as fases deste processo são feitas sob normas rígidas de segurança, para evitar vazamentos de material e possíveis problemas de segurança.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) não autoriza o enriquecimento do urânio a níveis superiores a 5% para geração de energia elétrica e 20% para pesquisa. No País, essa regra é seguida a risca. Em níveis elevados, o urânio poderia ser usado para construção de armas. Porém, poucos países possuem este tipo de tecnologia.
Outra alternativa do uso do material nuclear para fins bélicos é reaproveitar os resíduos das usinas termonucleares. Esses materiais precisariam passar por um processo industrial para separar o urânio e o plutônio que seriam usados para a criação de armas. Isso, porém, tende a ser difícil, pois a AIEA realiza visitas de surpresa aos países signatários do TNP (Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares) e mantém um rígido controle das centrífugas pelo mundo.
Materiais nucleares são usados em larga escala na área médica Fabio Motta/07.01.2004/Estadão Conteúdo
Outros usos
O pesquisador do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) Adonis Saliba defende que a imagem da energia nuclear seja desligada de questões militares. Atuante na área da medicina, Saliba traça um panorama sobre os elementos radioativos que vai além de questões bélicas.
— Esses materiais também são usados para outros fins, como em pesquisas médicas, na área da saúde, da alimentação, entre outras.
Um dos usos positivos dos elementos nucleares é um líquido criado a partir de elementos radioativos, que ajuda a localizar tumores no organismo, diz o pesquisador. Esse material seria absorvido pelo tumor, o que o tornaria mais fácil de ser localizado. Esta radiação, entretanto, não é prejudicial ao organismo, pois tem pouca duração.
A radiação também pode ser usada, por exemplo, para matar microorganismos em frutas. Ao se "bombardear" os vegetais, os micróbios ou outros seres vivos morrem.
O nível de segurança em torno deste tipo de material radioativo é tamanho que, no País, há aproximadamente 20 gramas de plutônio, lembra Saliba. Ele é monitorado constantemente pela própria AIEA.
Polêmicas
Materiais radioativos e questões atômicas sempre levantam polêmica. No Brasil, o programa nuclear é declaradamente pacífico. Em 2004, porém, o País deixou dúvidas sobre suas intenções, quando autoridades brasileiras negaram acesso de fiscais da AIEA à centrífuga que enriquece o urânio.
Esse equipamento é capaz de produzir tanto o material para as usinas termonucleares quanto substrato para armas atômicas. O governo, à época, alegou questão de sigilo e segurança. Anos depois, fiscais da agência tiveram acesso irrestrito à fábrica da INB.
Em 2010, o Brasil se posicionou a favor do programa nuclear do Irã, atacado por grandes potências. Países como os Estados Unidos questionaram a validade do país do Oriente Médio, relatando a possibilidade de criação de uma arma atômica por parte deste.
Após meses de debates tensos, o Irã assinou um acordo mediado pelo Brasil e pela Turquia, que determinava que o urânio fosse enriquecido em outro país. Com isso, a suspeita de criação de uma possível bomba ou míssil nuclear foi dizimada.

A nossa briosa imprensa ataca outra vez.

O autor do artigo atende pelo nome de Alexandre Saconi, do portal  R7, do grupo Record.

Não sacou nada .

Se o Brasil tivesse 600 mil toneladas de reservas de yellow cake, estaria no topo, disparado, na produção desse sub produto  que é extraído  do minério de  urânio.

O Brasil tem reservas do minério na casa de 600 mil toneladas.

O yellow cake, meu caro leitor, parece um problema crônico em nossas terras, sempre gerando alguma confusão.

Para o leitor se situar, na década de 1980  o Brasil foi acusado de fornecer, clandestinamente, quantidades de yellow cake para o Iraque que estaria desenvolvendo um programa nuclear .

Naquele mesmo período, uma instalação  supostamente nuclear do Iraque sofreu um ataque relâmpago de caças israelenses, sendo totalmente destruída.

O caso do suposto contrabando brasileiro de yellow cake rendeu.

O yellow cake é um sub produto, que é obtido através de processamento do minério de urâno.

No ciclo do combustível nuclear usado em centrais elétricas geradoras de energia elétrica a produção do yellow cake é apenas uma fase.

O animado autor do texto ainda afirma que o Brasil tem algo em torno de 500 mil toneladas de yellow cake escondidas, o que se fosse verdade , seria uma violação aos tratados internacionais.

Uma violação gravíssima, meu caro leitor, de consequências impensáveis.

É de suma importãncia esse controle diário de nossa briosa imprensa, pois com declarações delirantes como essas o país pode se envolver em complicadas questões diplomáticas .

Para a tranquilidade do caro leitor , assim como de seus familiares, o que o autor tentou dizer foi que o Brasil tem reservas do minério de urânio ainda não totalmente descobertas, mas daí para o yellow cake é um caminho longo a percorrer.

O autor ainda afirma que o Brasil tem reservas de urânio para produzir combustível para as centrais nucleares de Angra 1, 2 e 3 por 800 anos, mas que qua a vida útil das usinas é de 60 anos.

O caro leitor , diante do super estoque de combustível nuclear (talvez seja o  yellow cake escondido ) pode não estar compreeendendo a salada de números e tempos de vida.

Uma usina nuclear, após no máximo 60 anos, é totalmente desativada, ou seja, desmontada, em um processo chamado de descomissionamento.

As partes da usina, equipamentos e instalações que contém radioatividade são lacradas e armazenadas por milhares de anos, talvez por um tempo,  que voltado para o passado, ainda não conhecia o homem atual em em seu estágio evolutivo.

É o lixo radioativo que precisa de local para o armazenamento, segurança extrema e monitoramento constante. Um custo elevadíssimo e um risco por milhares de anos.

Imagine , meu caro leitor, que 100 mil anos atrás existia , na Terra , uma civilização "avançada" que usava a energia nuclear e que enterrou todo o lixo radioativo. Nos dias atuais, em uma humanidade pouco avançada tecnologicamente, populações de determinadas regiões do planeta sofrem com a incidência de doenças degenerativas, sem que se saiba a causa.

Para efeito de comparação com outras formas de geração de energia elétrica, as células fotovoltaicas usadas para gerar energia pela luz solar podem durar algo em torno de trinta anos, sendo descartáveis sem grandes problemas e substituídas por outras células. Uma modalidade limpa e segura, principalmente em regiões de grande incidência de luz solar como a terra do cruzeiro.

A utilização da energia nuclear, como o caro leitor já percebeu, é antes de tudo uma questão ética, ou seja, preservar a vida e o ambiente para gerações futuras.

A grande imprensa, como de costume, destila argumentos frágeis e uma visão estreita sobre a energia nuclear, quando o assunto é geração de energia elétrica por essa modalidade.

É comum encontrar citações , que pouco esclarecem , sobre os prós e contras da energia nuclear. 

Na defesa de seu uso, os autores se apegam a utilização da radioatividade na medicina, que o autor chamou de um líquido de baixa radiotividade que identifica tumores no organismo humano.

São os tecnicamente chamados de traçadores radioativos, usados de longa data como também na paleontologia para se conhecer a idade de fósseis.

Já na agricultura é polêmica e discutível a aplicação da radioativodade em alimentos para matar microorganismos.

A eliminação de todos os microorganismos, além das pragas indesejáveis  empobrece os alimentos.

Que tal se construíssemos uma estátua, ou um monumento, em homenagem ao átomo de urânio, tão protegido e enaltecido pela nossa marron yellow imprensa ?