segunda-feira, 8 de abril de 2013

Teatro das Ilusões

Padrão Globo de Qualidade: sorrisos que escravizam e prostituem 


O príncipe Grigorij Alexandrovitch Potemkin (1739-1791) foi um marechal-de-campo russo, além de conselheiro e amante da csarina Catarina II (1729-1796). Durante boa parte de sua vida, envolveu-se com um projeto de colonização das selvagens estepes do sul da Ucrânia. Era considerado um sonhador e tornou-se conhecido como o fundador de cidades como Kherson, Nikolaev, Sebastopol.

Por Luís Eustáquio Soares.    É poeta, escritor, ensaísta e professor de Teoria da Literatura na Universidade Federal do Espírito Santo.

Fonte: Observatório da imprensa


Padrão Globo de Qualidade: sorrisos que escravizam e prostituem   Para o autor, tal como o 'encouraçado Potemkin', a razão de ser da TV Globo é contribuir com a escravidão eterna do povo brasileiro.
Conta a lenda que Catarina II, em 1787, resolveu realizar uma longa viagem pela Ucrânia com o objetivo de inspecionar os povoamentos supostamente levados a cabo por seu amante, o príncipe Potemkin, embora, daí o motivo da expressão inicial, ainda que invertida, deste parágrafo, “não conta a lenda”, quisesse mesmo é inspecionar o próprio Potemkin, certamente o único motivo que a levaria realizar uma viagem tão longa e demorada: o distante corpo do amante e não o corpo inóspito de longínquas terras.

Como seus projetos mirabolantes de colonização estavam ainda numa situação deplorável, o engenhoso príncipe, querendo impressionar Catarina II, mandou construir cenários de povoados, conhecidos como “aldeias de Potemkin”. Considerando que Catarina II não fosse tão idiota a ponto de acreditar em tais subterfúgios (teatros de povoados ao invés de povoados de verdade), o que ocorreu de fato foi a simples constatação de que Catarina II preferiu fazer vistas grossas, fingindo que acreditava, agradando assim seu dileto amante, do que denunciar e punir implacavelmente a farsa.

Princípio de esperança

Em 1898, um navio de guerra da frota do mar negro da Rússia (talvez porque tivesse uma couraça inspirada no couraçado britânico HMS Majestic) foi inaugurado com o nome de encouraçado Potemkin, uma homenagem ao não menos encouraçado príncipe russo construtor de não menos encouraçadas cidades cenográficas à moda majestic ou csarina.

Em 28 de junho de 1905, por sua vez, o navio de guerra russo encouraçado Potemkin foi o cenário real de uma rebelião de marinheiros que se opuseram ao mandonismo de seus oficiais. Talvez motivados pela revolução popular que dominava todo continente russo no mesmo período histórico, 1905, os marinheiros do encouraçado Potemkin, de motivação a motivação, iriam inspirar e motivar o que tinha de mais instigante na Revolução Russa de 1917, seu devir revolucionário, a saber: voltar-se contra as formas oficiais de opressão que produzem encouraçados despotismos a fim de abrir as janelas do tempo histórico à produção de povoamentos fundados na igualdade real, e não encouraçada, de todos, entre todos, fora de qualquer projeto megalômano de cidades de fachada, com seus oficiais cães de guarda prontos a vigiar e a punir qualquer um que queira ou deseje povoar as fachadas das civilizações, enchendo-as de povos, de liberdades, de justiças, de porvires, no coração do vivo presente histórico, marcado, quando revolucionário, de inspiração a inspiração, por coletivas respirações.

Em 1925, sempre de motivação para motivação, de presente vivo para presente vivo ou de revolução a revolução, o cineasta russo, Serguei Eisenstein, dá a conhecer ao público o seu não menos revolucionário filme, O encouraçado Potemkin, inspirado precisamente na revolta dos marinheiros russos de 1905 e cujo principal mérito, inclusive singularmente inscrito em sua técnica de montagem, foi o de ter produzido um experimental filme sobre as sempre experimentais revoluções populares, sempre solidárias e motivadas por outras, como um fio de justiça que puxa outro, formando um inacabado e renovável princípio de esperança, de populares esperanças que se atam a novos atos nascentes fundados na não menos esperança num mundo sem encouraçadas mentiras de povoados encenados de Potemkin – os quais sempre são, independentemente da época histórica, os encouraçados infernos dos povos sem povoados.

A versão Potemkin

Em 1993, o ensaísta alemão, Robert Kurz, publica O retorno de Potemkin, obra que apresenta o seguinte argumento:

“O caráter um tanto duvidoso da fama de Potemkin, contudo, não apaga o fato de que ele fez época com sua invenção. Sobrevive até hoje como exemplo secreto para modernos ideólogos, ditadores, políticos democratas e, por último, mas não menos importante, repartições de estatísticas. Mesmo que não se tenda a conceber a modernidade como uma grande aldeia de Potemkin, é forçoso que a invenção potemkiniana vem sobrevivendo através dos último dois séculos da história da modernização como uma espécie de modelo ou esboço para as interpretações oficiais” (Kurz, 1993, p.9-10).

Após a bárbara e genocida invasão do Iraque, liderada pelo encouraçado regime ditatorial-democrático americano, e como parte de um não menos encouraçado plano de reconstrução do país invadido, em 2009, o Departamento de Estado americano gastou uma fortuna para construir, no leste de Iraque, uma fábrica de processamento de frangos com o “magnânimo” objetivo de distribuí-los, devidamente cortados e embalados, para os destruídos supermercados do Iraque invadido. A opulenta fábrica, como um cenário de um filme hollywoodiano, nunca funcionou de verdade, tendo sido ironicamente apelidada de Fábrica de Frangos Potemkin pelos encouraçados generais americanos.

A americana Fábrica de Francos Potemkin tornou-se uma experiência piloto do lado Potemkin humanitário da guerra humanitária, tendo sido devidamente usada como Potemkin cenário de propaganda da reconstrução humanitária do Iraque, após o holocausto da Potemkin humanitária invasão. Jornalistas do mundo inteiro foram convidados a conhecê-la, transmitindo a boa nova pelos quatro cantos do planeta, fazendo valer a máxima de que o que importa é a versão Potemkin, versão de versão, como um editorial Potemkin, sobre um povo tomado por irradiações de proteínas, de fósforos brancos e plutônios empobrecidos, em frangalhos, comendo editados frangos Potemkin no compasso com as edições midiáticas Potemkins.

Rebeliões e revoluções

Considerando que o argumento de Robert Kurz, em seu livro O retorno de Potemkin, tem a tendência de generalizar demais, por defender que o mercado capitalista mundial é o verdadeiro encouraçado Potemkin do sistema-mundo, penso, contra essa generalização, que produz confusão e desencanto, que, para sermos consequentes, é preciso dizer com todas as letras o seguinte: na modernidade, o verdadeiro cenário Potemkin, é o povoado encenado e encenando-se a que damos o nome (encouraçado) de Ocidente.

O Ocidente é o encouraçado Potemkin cujo cenário fantasioso inscreve em sua fachada os seguintes enfeites discursivos, além de outros: 1) somos civilizados, os outros não; 2) somos democráticos, os outros não; 3) somos humanistas, os outros não; 4) somos inteligentes, os outros não; 5) somos livres, os outros não; 6) somos justos, os outros não; 7) somos bonitos, os outros não; 8) somos educados, os outros não; 9) somos sutis e plásticos, os outros não; 10) somos semi-deuses, além do bem e do mal, nem opressores e nem oprimidos; os outros são infra-humanos, nem inteiramente humanos e nem inteiramente animais, podendo ser o pior de ambos; 11) somos os contemporâneos e os outros os anacrônicos; 12) somos a liberdade de expressão, os outros não.

O encouraçado Potemkin da invenção ocidental, sua presunçosa fachada, é o principal obstáculo para a construção de um mundo habitável por justiças sem fim, tendo em vista as pessoas de carne e osso, razão pela qual é o maior inimigo da vida na Terra, pois sempre esgrime as mesmas armas a fim de se opor às necessidades de transformar, para melhor, o mundo, a saber:

1) O Ocidente, principalmente a sua versão estadunidense e europeia, é o cenário oficial à priori de uma humanidade plenamente realizável, onde o homem novo se realiza sem cessar, razão pela qual o máximo que podemos fazer, os não plenamente ocidentais, é repeti-los, os divinos e rigorosos ocidentais;

2) o Ocidente é a demanda realizada da luta por um mundo justo, democrático e livre, se considerarmos, por exemplo, a Revolução Francesa, a independência americana, maio de 68, entre outros acontecimentos, claro que ignorando ou simplesmente apagando do mapa das representações tudo que outras insubmissões humanas protagonizou, inclusive a Revolução Russa de 1905 e 1917, mas nunca apenas, pela evidente razão de que existiu, existe e existirá, de motivação para motivação, uma sem fim de outras rebeliões e revoluções, como a que resultou na criação do Zumbi de Palmares e na Independência de Haiti, eventos tão importantes quanto os que ocorrerem no interior do Ocidente oficial, razão pela qual, porque não ocorreram no encouraçado Ocidente, nos são apresentados como periféricos e de relevância secundária para a humanidade.

O fim da alteridade

Tendo em vista a conhecida tese de Francis Fukuyama (1952), a de que, com o capitalismo neoliberal, chegamos finalmente ao fim hegeliano da História, o Ocidente, desde pelo menos à Revolução Burguesa de 1789, considera-se o próprio fim da história, no duplo sentido de ser o seu ponto máximo e de ser o fim da história, quer dizer, o objetivo supostamente irrecusável de todos os povos que ainda não alcançaram a evolução terminada do verdadeiro homem ocidental.

A questão de base, portanto, é a da oficialidade: o Ocidente é o fim oficial da História, sendo a própria História oficial, em todos os âmbitos da vida humana, razão suficiente, tendo como referência o ponto de vista dos encouraçados oficiais do Ocidente, para desqualificarmos, recusarmos e inferiorizamos todas e quaisquer perspectivas sociais, culturais e político-econômicas que não têm como evidente, porque rigoroso, objetivo o fim oficial da História, representado pelo magnânimo Ocidente.

É assim que o fim oficial da História, encarnado metafisicamente na figura exotérica do Ocidente, inventou e continua inventando alteridades, pela razão simples de que será alteridade ou tanto mais alteridade todo humano que não for a encarnação ou o rosto encouraçado da realização humana apresentada e representada pelo encouraçado fim da História ocidental. Eis porque, sob esse oficial e encouraçado ponto de vista, o fim de toda alteridade, as de classe (logo as não burguesas, ocidentais), as étnicas (logo as não brancas, ocidentais), as de gênero (logo as não heterossexuais e masculinas, ocidentais), é um e apenas um só: tornar-ser ocidentais, alcançando esse fim.

Fórmulas mágicas

No fundo e no raso, toda oficial política de inclusão, seja educacional, seja econômica, seja cultural, seja étnica, seja de gênero, está implicada com este desafio: incluir os excluídos, vale dizer, as alteridades não oficiais, a fim e no fim do encouraçado Ocidente, embora possamos dizer que, com todas as letras, para as alteridades, o fim do Ocidente é não ter fim; é buscá-lo sem cessar e nunca alcançá-lo, porque, não sendo oficialmente ocidental, as alteridades nunca poderão se tornar plenamente o fim do Ocidente.

Como exemplo, consideremos as políticas implementadas pelo Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Para a periferia do sistema-mundo, esse poço sem fundo não plenamente ocidental, as diretrizes impostas pelo FMI e BM são inspiradas em encouraçadas premissas exotéricas cuja palavra de ordem oficial é a seguinte: os países não plenamente ocidentais só conseguirão sair da condição inferior de pobres e endividados quando, fielmente, conseguirem cumprir uma cartilha encouraçada de exigências baseadas na não menos encouraçada metafísica dos fins econômicos e sociais do centro oficial do Ocidente, embora, diga-se de passagem, faça parte do roteiro a impossibilidade de alcançar esse inalcançável fim oficial.

Considerem, sob esse ponto de vista, a situação especialmente dramática dos países não plenamente ocidentais, pertencentes à União Europeia, como Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Chipre, entre outros. Para esses países não oficialmente ocidentais, a única saída para se tornarem legítimos e encouraçados europeus, está inevitavelmente predeterminada pelas encouraçadas exigências impostas pela troika, oficialmente representada pelo Banco Central Europeu, a União Europeia e o FMI. É precisamente por isso (e a América Latina esteve no miolo deste inferno na década de 90) que a receita para os que não conseguem se tornar plenamente europeus (e os não oficialmente europeus nunca conseguirão) é sempre a mesma: mais outro oficial pacote de receitas ou mágicas fórmulas de como se tornar um encouraçado Ocidental.

A liberdade de expressão do Ocidente

Por todo lado o que vemos é este dogma: a defesa intransigente da oficialidade Ocidental, acusando a todos não oficialmente ocidentais de não sê-lo porque não conseguem cumprir os exotéricos roteiros do encouraçado mundo ocidental. É assim, que, na academia, qualquer pesquisa que não estiver orientada pelos parâmetros oficiais dos magnânimos fins do Ocidente, será acusada de sem rigor, de simplista, de anacrônica, de equivocada, ingênua e assim por diante. E é aqui que eu acuso, sem hesitar, o CNPq e a Capes, as duas principais agências de fomento das Universidades brasileiras, de serem, elas mesmas, duas couraças oficiais do mundo das não menos encouraçadas pesquisas oficiais do Ocidente, sendo por isso, e nenhum outro motivo, que ambas as agências costumam recusar, com todo encouraçado rigor, as pesquisas que não se ajustem aos padrões ou fins estabelecidos pelo encouraçado Ocidente.

Se, por outro lado, viramos os olhos para as políticas não orientadas pelos metafísicos fins políticos do Ocidente, constataremos (claro, aqueles que têm olhos não totalmente eurocêntricos para ver) que o Potemkin sistema de bens da civilização ocidental sem hesitar as acusa de ou terroristas, ou populistas, ou autoritárias ou bárbaras ou anacrônicas ou tudo isso junto, num encouraçado contexto em que a única saída para essas não oficiais e não ocidentais políticas é a de se ajustarem aos inalcançáveis padrões ocidentais, o que significa, bem entendido, precisamente o fim da política. A mesma lógica toma o campo dos poderes oficias no mundo todo, do executivo, do legislativo e do judiciário: só serão sérios, legítimos e verdadeiramente justos se forem uns encourados Potemkins dos exotéricos mundos dos poderes executivos, legislativos e jurídicos do não menos encouraçado Ocidente.

Este é também o oficial parâmetro dos considerados oficiais encouraçados meios de comunicação do mundo todo, afinal: só serão considerados o reino exotérico da liberdade de expressão se estiverem orientados pelas encouraçadas exotéricas ideias de liberdade de expressão preconizadas pelo oficial Ocidente. Do contrário, como ocorre em alguns casos, por exemplo, na Venezuela (alguns casos, bem entendido, porque mais de 80% do espectro radioelétrico venezuelano são encouraçados, oligárquicos, oficiais), o oficial veredicto será o seguinte: se recusam a oficialidade encouraçada da exotérica liberdade de expressão do Ocidente, serão implacavelmente condenados pelo crime imperdoável de atentado contra a metafísica oligárquica ideia privada de liberdade de expressão do encouraçado Ocidente.

Sorrio para a foto

Além desse oficial desígnio exotérico, as encouraçadas mídias do mundo cumprem um importante e não menos encouraçado e estratégico destino Potemkin, civilizatório, a saber: serem elas mesmas, por elas mesmas, os meios globais de produção da oficialidade, cujo principal objetivo encouraçado é o de realizar incessantes propagandas confeitadas do encourado Potemkin da verdadeira troika do oficial Ocidente, a saber: seus oficiais Estados policialescos – armados até os dentes –, suas oficiais corporações (incluindo as fundamentalmente encouraçadas, como as do sistema financeiro) e suas oficiais religiões, divididas, num mesmo encouraçado e confeitado bolo, entre as cristãs (católica e protestante) e o ultraoficial judaísmo.

Este é, pois, o lugar estratégico dos oficiais meios de comunicação do mundo, na atualidade: serem o literalmente encouraçado epicentro editorial do não menos encouraçado Potemkin planetário, da verdadeira encouraçada troika ocidental, encarnada, pelo encouraçado tridente da metafísica de seus oficiais Estados militares, de seus oficiais mundos corporativos e de suas oficiais religiões, o que equivale, em conjunto, ao que Frantz Fanon, em Os condenados da Terra (1961), chamou de sistemas de bens do colonizador: um encouraçado Cavalo de Troia que herdamos como um magnânimo presente civilizatório, o único possível, sendo simplesmente um verdadeiro presente de grego a nos saquear do lado de dentro quanto mais civilizados nos tornamos ou desejamos ser – saqueadores.

No Brasil, é preciso dizê-lo com todas as letras, a TV Globo é o nosso Cavalo de Troia a serviço da troika das oficialidades ocidentais. O chamado padrão globo de qualidade não passa de um encouraçado Potemkin publicitário dos sistemas de bens oficiais da bélica e genocida expansão colonizadora do Ocidente – sua religião midiática. Aparecer na telinha global equivale, sob esse ponto de vista, a estas palavras de ordem: sou civilizado, sou a encarnação dos sistemas de bens do encouraçado Ocidente, sou o rosto da civilidade, sou oficialmente o fim da história, o escolhido a compor o sistema de disfarce do encouraçado Ocidente; sou o desejo civilizatório encarnado, o objeto de todos os oficiais desejos, em oposição ao fracassado limbo lixo da História (a não encouraçada humanidade inteira); sou o mais talentoso, o mais inteligente, o mais inventivo, o mais bonito, o verdadeiro herdeiro dos sistemas de bens do encouraçado Ocidente – por isso sorrio para a foto, confiante, com minha cara ungida pelos deuses. Sou, enfim, (como um oficial Faustão, Ana Maria Braga, Fátima Bernardes, ator tal, atriz tal, Jô Soares) um Cavalo de Troia ambulante dentro de sua casa. Por isso sorrio simpático, civilizado, para que não percebam o que virá após mim e mesmo através de mim, comigo, dentro de meu encouraçado Potemkin global: roubo, pilhagem, pobreza, humilhação, barbárie, sofrimento, servidão por dívidas econômicas, subjetivas, civilizacionais.

A escravidão eterna

Claro que, para evitar este bombástico publicitário Cavalo de Troia, a saída é simples: trocar de canal fora do Ocidente global (onde?) ou desligar a televisão, embora prefira o desafio de fazer o que estou fazendo agora: procurar mostrar como funciona a Globo Potemkin das oficialidades ocidentais, sabendo que o objetivo maior é este: desligar o encouraçado Ocidente, desinflá-lo de seu fim na História, como condição fundamental para repovoarmos o mundo de novos atos nascentes, fora das oficialidades, com suas máscaras civilizadas, que são as máscaras da vergonha, razão por que, mais que orgulho, por aparecer na TV Globo como o cantor tal, a atriz tal, o jornalista tal, o animador de auditório tal, o repórter tal, o entrevistado tal, mais enfim que orgulho por ser o rosto oficial do sucesso global, aparecer na telinha dos encouraçados Marinhos é motivo de uma profunda vergonha; é absolutamente vergonhoso – é uma vergonha escandalosa, lamentável.

Eu tenho vergonha por eles – os encouraçados astros globais; vergonha e asco deles, por eles. Minha vergonha, no entanto, não é passiva ou intransitiva: vergonha e ponto! Tenho vergonha e explicito o motivo: vocês são os encouraçados globais e estão aí para esconder e ao mesmo tempo dissimular o que realmente existe, insiste e persiste fora de suas couraças: barbárie, barbárie, barbárie; o Ocidente bárbaro, humilhando, saqueando, impondo inomináveis sofrimentos aos povos do mundo. Vocês não são os bons, em oposição aos maus; não são os civilizados, em oposição aos bárbaros; não são os vencedores em oposição aos fracassados e, se quiserem (se é que não sabem) conhecer a encouraçada empresa de comunicação para a qual vocês trabalham e pela qual são muito bem remunerados, então basta observarem os personagens maus das novelas globais, principalmente os dissimulados malvados das encouraçadas oficiais novelas das 9. Observem bem o comportamento desses personagens: eles são a enésima parte da perversão ocidental – são, pois, seus não encouraçados rostos.

Querem, insisto, conhecer a TV Globo fora de suas couraças? Reparem então nos personagens maus de Salve Jorge. Eles, sim, encarnam a verdadeira TV Globo: prometem sucesso e riqueza, se apresentam como altruístas, dissimulam-se, com bondosos sorrisos, apresentam-se como os bonzinhos, oferecendo civilizadas ajudas aos pobres e desvalidos, embora, fora dos focos encouraçados, escravizam e prostituem.

Este é, pois, fora do encouraçado Potemkin oficial, fora e dentro de seu padrão de qualidade, a verdadeira razão de ser da TV Globo: contribuir ativamente com a escravidão eterna do povo brasileiro, a fim de que continuemos a ser o prostíbulo do Ocidente.

Tenho vergonha do padrão Globo de qualidade!

Vergonha e Pena, do outro

O caro leitor começa a semana com um belo presente.

O texto acima, preciso, exato ,demolidor e devastador apresenta , de forma clara, a realidade doentia ou sistema-mundo como se refere o autor,  e também como citei em meu artigo anterior , em que estamos inseridos.

Profissionais, atores e proto atores, médicos e pós médicos propagandistas, psicanalistas e  grandes egos psicanalistas além, claro, de outras espécimes que habitam a selva midiática, esse grande shopping onde são oferecidas certezas absolutas, civilidades, simpatias  e estilo único e imprescindível para toda pessoa que deseja o sucesso, a felicidade, a loja mais cara do shopping, a transcendência do gozo, o orgasmo cósmico, etc...

Como bem descrito no texto, discrepâncias ao modelo tido como perfeito e que agoniza são rejeitadas pelo mundo doentio, onde um grande número de discrepâncias ao modelo vigente, cresce, dia após dia, formando uma massa própria, um novo modelo.
Assim é na medicina, na psicanálise, nas ciências...
A realidade doentia não ignora as discrepâncias, pelo contrário, estuda cuidadosamente a  todas, comprova a eficácia, se apropria para novas utilidades, coloca em uso, porém, publicamente, rejeita-as como fantasias, suposições, anacronismos e até mesmo ingenuidades.

Acredita que detêm o poder para dizer ao rebanho  o momento certo de "suas"novas verdades, científicas, médicas, sociais, etc...

Vale aqui uma passagem de um livro de Ben Okri, escritor nigeriano que teve um de seus livros como  vencedor de uma das edições do respeitadíssimo prêmio Booker na década de 2000. Disse ele :

" se você descobriu algo ou tem uma grande idéia e , ainda, ama o que faz, você é a pessoa menos indicada para dizer e fazer o que sabe ou descobriu. Sua felicidade aparecerá no brilho de seus olhos, sua dedicação será total, e isso , certamente deixará todos ao seu redor profundamente irritados e mesmo violentos. As pessoas farão de tudo para que você fracasse, o perseguirão . Tomarão suas idéias, seus estudos , sua descoberta, e tentarão modificar, alterar o conteúdo. Depois de tudo alterado,e de muita perseguição e violência contra você, publicarão sua idéia , como se fosse de propriedade deles, e tratarão você como uma pessoa querida, amiga e integrante daquele mundo que ajudou na pilhagem contra você,"

Como bem explicado no artigo de Eustáquio, o sistema mundo se move por roubos, falsas felicidades e muita representação e, para tanto precisa de seus teatros, seus palcos, onde domesticadas , alienadas, servis e deslumbradas pessoas colaboram para seus objetivos, seus fins.

É comum, e o caro leitor certamente já ouviu pelo menos uma vez, que deslumbrados profissionais do teatro das ilusões, mesmo sabedores do que se propõe o teatro e ainda de posições políticas contrárias as posições do sistema -mundo, venham  a público dizer que separam a atividade profissional da opção política.

Ou são mentirosos, ignorantes ou  alienados, já que com seu próprio trabalho, suas imagens artísticas, médicas, científicas, culturais que disponibilizam nas empresas da realidade doentia contribuem para aquilo que dizem serem contrários por opção política.

Não por acaso, em um passado que começa a ficar distante mas ainda não resolvido na História que continua viva e não acabou, Roberto Marinho, ex-dono de um dos maiores teatros de fantasia da América  Latina, tanto no jornalismo como no entretenimento, disse em certa ocasião, referindo-se a alguns funcionários da tv globo com orientação comunista e que estariam sofrendo perseguições da ditadura militar vigente na época, o seguinte:
-" dos meus comunistas cuido eu"
Marinho sabia,  assim como sabem todos os donos de teatros da atualidade, que a presença de alguns comunistas, rebeldes questionadores da realidade doentia em suas empresas, era e é útil , não só para demonstrar seu caráter supostamente democrático, mas principalmente para usá-los, enquanto atores, em personagens de suas fantasias diárias, consolidando conceitos, práticas, visões,mesmo políticos e sociais, através deles. 

Impressionava e impressiona que tais atores, tanto  do passado quanto do presente, eram excelentes quadros de seus partidos políticos.

Essa divisão, no teatro das ilusões, é impossível e o que prevalece , e é compatível com a realidade doentia são declarações de atores e proto atores, algumas folclóricas, como por exemplo " eu tenho medo de Lula".

Não pretendo me aprofundar muito no meu texto, caro leitor, já que o artigo acima é  definitivo, no tocante a um esclarecimento sobre a realidade das mídias no país, entretanto, alguns acordes em voz afinada se fazem relevantes.

É preocupante e asustador que as mídias do teatro das ilusões, principalmente das empresas globo, venham recebendo a presença diária de profissionais da área da saúde.

Assim como o autor do texto que fez uma crítica dura e precisa ao CNPp e ao Capes, por estarem agências comprometidas com interesses estranhos ao desenvolvimento científico, o mesmo se aplica aos órgãos que regulamentam determinadas profissões, mais específicamente o Conselho Federal de Medicina.

A crescente proliferação de profissionais das áreas médicas nas mídias, principalmente empresas globo, seria uma medida de interesse público, se o foco da atenção desses profissionais fosse a saúde das pessoas. 
Infelizmente, o que ocorre de fato e na prática, é um grande número de repertórios discursivos sobre diferentes doenças, algumas , inclusive, raras e de incidência percentual insignificante na população. 
Proliferam também, sugestões sobre consumo de  medicamentos e suplementos de alimentação, sem que se tenha um enfoque na saúde das pessoas para que elas levem uma vida saudável sem a necessidade de consumir medicamentos.
Tudo isso é apresentado em programs de tv, o teatro das ilusões , com profissionais da saúde inclusive vestindo jaleco prontos para o atendimento ao paciente.
Os medicamentos são mostrados, pelos apresentadores deslumbrados e sorridentes, de maneira que evidenciem as diferentes cores de comprimidos, misturados, ao melhor estilo de programas infantis, onde o ĺudico, a cor, o inofensivo, são espalhados por uma mesa, pré ou pós, explicação do doutor. Chama também a atenção a facilidade como os doutores se expressam diante das câmeras, logo eles, que escrevem de maneira que ninguém consegue entender.
O que o teatro das ilusões é capaz de fazer, não é meu caro leitor ?

Além, claro, dos médicos, temos os psicanalistas, a nova invasão das mídias.
Isso é preocupante, pois são profissionais, que em sua maioria, orientam os pacientes somente através da palavra.
Alguns, hoje, nas mídias, assumem o papel de conselheiro sentimental, ou mesmo dos antigos padres nos confissionários. 
Isso é estranho pois uma psicoterapia tradicional, onde estão inseridos estes profissionais, leva algum tempo para começar a aparecer resultados, ou no jargão médico, retirar a primeira casca da cebola.
Na prática midiática, o discurso desses profissionais tende a favorecer a ideologia do teatro das ilusões, já que a abordagem individual seria incompatível em um ambiente midiático, e, em assim sendo, reforçam , inclusive, visões conservadoras e anacrônicas da sociedade. 
Em outras palavras, esses profissionais teriam uma enorme utilidade nas mídias se a abordagem psicanalítica fosse coletiva, apresentando os aspectos da realidade doentia ou sistema-mundo em que todos estão inseridos, e que contribui para os sérios conflitos sociais e individuais, que acabam por gerar nas pessoas frustrações, neuroses , paranóias e psicoses.
Deveriam, também, esclarecer a população sobre o poder dos meios de comunicação, já que é através deles que as pessoas compreendem a realidade, ou melhor, pensam que compreendem a realidade.
Qual seria o efeito de uma dissonância cognitiva coletiva, causada propositalmente pelos meios de comunicação para favorecer suas ideologia, político, mercantil, doutrinária ? 
O caro leitor já sabe, pois, até hoje, uma parcela significativa da população dos EUA, quase a metade, ainda acredita nas mentiras de manipulação em massa da mídia sobre a necessidade de invadir o Iraque devido a existência, naquele país,  de armas de destruição em massa, que, na realidade, nunca existiram.

Infelizmente nada disso acontece, já que expor o sistema mundo, é expor as práticas das empresas do teatro das ilusões além, claro, de inserções no modelo político, o que não tem espaço na mídia dominante.
Em sendo assim, o que se vê, no discurso psicanalítico midiático, é um desfile de egos inflados, curiosamente o que mais apontam em seus "conselhos".

Quanto aos profissionais que trabalham nas mídias do sistema mundo da fantasia e contribuem conscientemente para a formatação ,aprisionamento e imbecilização de mentes , entendo, e acredito que o caro leitor também, que  eles não são  apenas motivo de vergonha para todo nós, mas também, e principalemnete, de pena.

Já aqueles que contribuem de forma inconsciente e se acham grandiosos,  vale uma  gostosa gargalhada.




sexta-feira, 5 de abril de 2013

Semana Bizarra



A semana foi estranha, repleta de assuntos bizarros.
Ou teria sido o normal ?
Um ônibus de transporte coletivo da cidade do Rio de Janeiro despenca de um viaduto de uma altura de 15 metros, matando sete pessoas e ferindo gravemente outras quatro.
Acidentes acontecem, mas no caso desse ônibus o que provocou o acidente foi no mínimo, digamos assim, surreal.
Ou teria sido o normal ?
Um passageiro de 25 anos, um estudante universitário do curso de engenharia , se envolveu em uma briga com socos e pontapés com o motorista do veículo.  
O motivo da pancadaria foi o fato de o motorista não ter parado no ponto solicitado pelo passageiro que, tomado por uma necessidade de justiça ou ainda transbordando de revolta pela realidade crescentemente opressora, partiu prá cima do motorista com o ônibus em movimento no momento que o veículo passava por cima de um viaduto.
O viaduto em questão não apresenta mureta de proteção contra impacto de veículos, pois o que separa a vida da morte é uma pequena proteção de ferro  que foi pulverizada com o impacto do ônibus.
Se não bastasse o karma propício para a tragédia, motoristas de ônibus dos transportes coletivos da cidade são obrigados, pelas empresas em que trabalham, a cumprirem o trajeto das linhas em tempos pré determinados pelas empresas , o que só é possível, ainda segundo os motoristas, se ignorarem os pedidos de paradas nos pontos, independente se os passageiros estão dentro ou fora dos ônibus.
Conclui-se, ainda que inicialmente, que o transporte coletivo da cidade segue as necessidades e interesses dos proprietários das empresas de transporte, sendo os passageiros meros detalhes no negócio.
Tudo isso, caro leitor usuário de transporte coletivo, me parece surreal.
Ou teria sido o normal ?
E se os coletivos fossem obrigados a parar em todos os pontos, independente de solicitação de passageiros, como  ocorre com trens , metrôs e mesmo BRT's ?
Não seria razoável  e civilizado?
Ou seria uma loucura ?
Na semana em que o ônibus despencava a tarifa de barcas e trens urbanos decolava aos céus do lucro.
Passageiros fizeram um grande tumulto em uma estação das barcas que trafegam pela baía da guanabara, por conta do atraso e quebra de equipamentos, isso já com a tarifa pra cima do viaduto.
Ainda na semana, duas composições da empresa que opera os serviços de trens urbanos, descarrilaram, em dias diferentes, na mesma estação de São Cristóvão, que para os católicos é o santo protetor dos motoristas.
Os passageiros, ou meros detalhes da ganância corporativa que opera as concessões do transporte coletivo da cidade maravilhosa, tiveram que sair dos vagões, caminhar pelos caminhos de ferro, escalar plataformas e procurar alternativas de transporte , ou esperar outra composição. 
Enquanto isso, a gare da Central do Brasil, ponto de partida e chegada, ficava lotada de passageiros  no horário de voltar para suas casas que aguardavam uma explicação da concessionária sobre o problema, mais um problema , problemas que se repetem todas semanas, meses , anos, décadas.
Para colocar ordem na gare, sim, caro leitor, é necessário colocar ordem, foi convocado um efetivo , bem armado e equipado, da Polícia Militar do Rio de Janeiro, já que os passageiros, esses "selvagens desordeiros", ou meros detalhes, poderiam colocar em risco o patrimônio público e os serviços prestados pela concessionária.
Tudo isso me parece surreal.
Ou teria sido o normal ?
Enquanto tudo isso acontecia com o transporte coletivo de passageiros na cidade maravihosa, parte da imprensa comemorava o fato de a indústria automobilística ter apresentado um resultado excelente na venda de automóveis.
Essa mesma imprensa, que diariamente através de seus telejornais higiênicos, informa com naturalidade que o congestionamento na cidade está em torno de 170 Km , número que se repete com frequência, assim como os acidentes de ônibus, problemas com barcas, descarilhamento de trens , mortes de detalhes lucrativos ...
Tudo isso me parece surreal.
Ou teria sido o normal ?
Em cidades civilizadas o automóvel individual é pouco utilizado, sendo os transportes coletivos serviços de qualidade e confiáveis e as faixas para ciclistas opções de transporte ecológico e saudável.
Não seria razoável ?
Ou seria uma loucura ?
O carioca que conseguiu sobreviver no transporte coletivo  resolveu assistir uma partida de futebol.
Acredite caro leitor e torcedor, que o estádio que recebia as principais partidas de futebol da cidade, o Engenhão, que fica ao lado da estação de trem do Engenho de Dentro e que foi construído em um área que antigamente abrigava as oficinas de reparo dos vagões e locomotivas da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil ( uma rua do entorno chama-se rua das oficinas), foi interditado por apresentar risco de desabamento da corbertura, sim, caro leitor, a parte da estrutura que abriga os torcedores da chuva, do sol...
A proteção corre o risco de desabar na cabeça das pessoas, torcedores, meros detalhes do transporte coletivo.
O estádio que tem o bonito nome de Estádio Olímpico João Havelange , mas que atende pela alcunha de Engenhão, tem apenas  6 anos de uso. Isso mesmo, caro leitor torcedor. Em seis anos o Engenhão dá sinais de colapso na estrutura, por erros de projeto.
Com o Maraca em obras, e que obras caro leitor, e o Engenhão interditado para obras, resta ao carioca o estádio de São Januário, que necessita de obras para o escoamento do público sem o que não pode receber partidas de futebol entre os grandes clubes da cidade.
Enquanto isso se discute a urgência de demolir um parque aquático , um estádio de atletismo e uma escola pública, no complexo do Maraca, para que sejam constuídas no local áreas de convivência do novo público de futebol, que no intervalo dos jogos poderá discutir, Kant, Nietzche, etc.. isso sem falar nos índios que tiveram que sair de um prédio, próximo ao Maraca, que vai se transfomar em estacionamento para veículos.
Todos esses equipamentos são públicos e deveriam estar ao serviço e utilização massiva, da população da cidade, porém, não é o que acontece.
Isso me parece surreal.
Ou teria sido o normal ? 
Questionado sobre os problemas apresentados no Engenhão e quanto  ao principal legado à população, o antigo prefeito, aquele que pedia sorvete em açougue, disse:
" o engenhão foi apenas mais um equipamento. o principal legado dos jogos panamericanos foi credenciar a cidade para receber as olímpíadas"
Ah ! Então tá. 
Isso explica o fato de o estádio ter entrado em ameaça de colapso com apenas  6 anos de uso e também outros equipamentos esportivos, que foram construídos para o PAN 07,terem sido demolidos ou estarem ociosos.
Agora estou tranquilo e imagino que o caro leitor eleitor também esteja.
Nada como uma boa explicação, não é caro leitor ?
Enquanto isso os telejornais higiênicos das emissoras de tv alardeiam o fato de a cobertura do Maraca, depois de três anos de obras, e que obras caro leitor, já está quase pronta.
Tudo isso aconteceu essa semana, mas não se assuste caro leitor, pois tem muito mais.
Um outro fenômeno que vem merecendo minha atenção tem sido a crescente ocupação, em emissoras de rádio e tv, de profissionais ligados a área da saúde.
Os médicos já atuam em diversos programas de tv com uma desenvoltura de dar inveja aos melhores apresentadores de programas de tv.
Sempre presentes para dar as mais diversas "explicações" sobre possíveis e potenciais problemas de saúde das pessoas, agora vem recebendo a companhia de psicanalistas.
Esses simpáticos profissionais, sempre bem articulados e falantes, tem ocupado , cada vez mais, espaços nas mídias. 
Orientando ouvintes e telespectadores que supostamente sofrem com conflitos internos geradores de neuroses, destilam os mais variados conselhos que podem desembocar em terapias longas e até mesmo tratamento com drogas farmacêuticas pesadas.
Cuidado, caro leitor saudável, uma simples dúvida tão necessária para dar um salto de conhecimento e crescimento pode ser diagnosticada como um conflito interno gravísssimo que poderá requerer um tratamento sério.
Infelizmente esses profissionais não tem a luminosidade discursiva do saudoso Hélio Pelegrino sempre em defesa da democracia, das liberdades individuais, dos oprimidos  e dos direitos humanos. Em tempos presentes ,nada se compara a clareza e assertividade de Zizek, que não tem espaço nos grandes meios de comunicação.
Em um sistema mundo, em que estamos inseridos, que oprime cada vez as pessoas gerando inúmeros e enormes confiltos pessoais e coletivos, a presença desses profissionais da saúde nas mídias, afinados com a ideologia opressora,  pouco contribui para as soluções de conflitos das pessoas alimentando em grande parte a indústria da doença. 
Tudo isso me parece surreal.
Ou teria sido o normal ?
Ainda na semana, e que semana ,caro leitor, tivemos as desastradas decisões do pastor deputado presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
O pastor, que está deputado e ocupa a presidência da CDHM, tem em seu currículo declarações racistas e homofóbicas.
Tudo isso me parece surreal.
Ou teria sido o normal ?
Se não bastasse seu currículo ainda declarou que seu antecessor na presidência da CDHM era o próprio Satanás e ainda agiu com violência, autoritarismo e truculência contra pessoas que se manifestavam democraticamente contrárias a sua presença na presidência de órgão tão sensível.
Nesse rolo compressor semanal os telejornais higiênicos das emissoras de tv apenas citam os acontecimentos envolvendo  o pastor deputado, sem nenhuma análise critica, que acaba por favorecer as posições do pastor.
Nesse cenário sinistro os cuidados devem ser redobrados.
Não se deve ignorar essa realidade doentia mas é sempre bom, pelas manhãs, ao acordar, sentir o cheiro do café.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Democracia não é isso

PASTOR MARCO FELICIANO

“Democracia é isso”

Por Alberto Dines em 02/04/2013 na edição 740
Reproduzido do Correio Popular e do Diário de S.Paulo, 31/3/2012; intertítulo do OI
A constatação do título é do pastor-deputado Marco Feliciano (PSC-SP) ao mandar prender na quarta-feira (27/3) um manifestante que protestava num corredor da Câmara dos Deputados contra a sua recusa em deixar a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Teria razão em termos abstratos, teóricos, já que é livre o acesso dos cidadãos aos recintos dos legislativos – em ambientes reservados, em números compatíveis com o espaço previsto e sem demonstrações de violência.
Acontece que a presença do pastor-deputado em tão importante comissão da Câmara configura-se como uma aberração e está gerando uma dinâmica de eventos extremos que precisa ser rapidamente atalhada antes de criar impasses que comprometam efetivamente o processo democrático.
O pastor-deputado atentou contra o princípio pétreo da isonomia ao referir-se de forma insultuosa a negros e homossexuais. Só isso seria o suficiente para desqualificá-lo para exercer qualquer função em qualquer comissão temática do Legislativo. A revelação de que teria usado a quota parlamentar para pagar serviços advocatícios em proveito pessoal, as evidências de nepotismo e conflitos de interesse na contratação dos assessores, o uso de recursos públicos para o seu programa de TV e, sobretudo, o flagrante de intimidação a um fiel forçando-o a doar um cartão de crédito e a respectiva senha colocam Marco Antônio Feliciano na condição de inapto para exercer qualquer mandato político.
Uma caricatura
Com apenas dois anos de vida parlamentar, conseguiu tornar-se o símbolo da depravação que está minando nossas instituições e comprometendo a representação da sociedade. Suas “pequenas” prevaricações seguem o manual utilizado pelos trezentos picaretas denunciados no passado pelo ex-presidente Lula. O vale-tudo imperante no universo dos partidos de aluguel está se transferindo paulatinamente para o Executivo, a lama e o lixo até agora restritos aos porões das redomas da Praça dos Três Poderes infiltraram-se pelos gabinetes da Esplanada dos Ministérios graças à capilaridade do processo de trocar votos por cargos.
Marco Feliciano não é favorecido apenas pelos correligionários evangélicos. A contínua geração de Feliciano é fruto da desastrosa incompreensão em torno do conceito de laicismo. A separação entre Religião e Estado não pretende liquidar as crenças nem promover a descrença.
O secularismo levado a sério evita os “inocentes” desvios que acabam por permitir que parlamentares sejam concessionários de emissoras de radiodifusão e fomentem poderes ilegítimos. Desatentos à letra e ao espírito das leis, acumulamos deformações e impasses que desfiguram a República e comprometem valores permanentes como a defesa dos direitos humanos.
A democracia de Marco Feliciano é uma caricatura de democracia. Não deve nem pode prosperar.

Pastor Deputado


O pastor Feliciano não poderia ter sido indicado para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Uma vez indicado , deve ser retirado do posto imediatamente.

Quando retirado deve responder pelos crimes cometidos.

"Isso" não é a democracia que queremos, é a visão  de um parlamentar de posições obscuras e anacrônicas, que acredita que a sua doutrina religiosa é a realidade do mundo .

Religiões são questões de foro íntimo, o estado é laico e o deputado deveria entender isso.

Se sua religião contempla demônios, lúcifer e satãs , que suas idéias fiquem restritas aos limites de seu templo, pelo menos enquanto exercer a função de parlamentar.

Em outras situações e posições o pastor é livre até mesmo para passar vinte quatro horas por dia alertando o mundo para os perigos de satanás.

Já escrevi em outras ocasiões e repito mais uma vez:
- nossa democracia é adolescente, assim como a maioria do comportamento midiático e da sociedade.

Em uma democracia plena, que queremos e com certeza construiremos, deve existir espaço para todos  os grupos com suas respectivas posições ideológicas.

Todo cidadão é livre para manifestar suas opiniões por qualquer meio, garante a constituição cidadã de 1988.

Tudo isso me remete a famosa frase do general Figueiredo, último presidente no período da ditadura miltar no Brasil, por ocasião do processo de democratização por que passava o país. Disse ele:

" farei deste país uma democracia e quem for contra prendo e arrebento"

Ora, em um regime democrático maduro, deve existir espaço para manifestação de opinão até mesmo de grupos que não concordem com a democracia, sem que issso seja motivo de prisão, socos, pontapés e confinamento.

Quanto maior a liberdade de opinião e expressão por parte de todos os grupos , mais sólido é o regime democrático, pois com todos se expressando livremente poucos darão ouvidos a todas as formas de manifestação.

Imagine, meu caro leitor, um grupo pleiteando a localidade  de Arembepe , na Bahia, como território livre e querendo o reconhecimento da ONU.

Quem irá se incomodar com isso ?

Entretanto, a realidade que vivemos é bem diferente.

A grande imprensa e seu aparato midiático, acreditando serem os detentores do monopólio da opinião e expressão, exercem uma violenta censura no debate de temas que não se alinham em seu ideário político, econômico e doutrinário, criando, com isso, graves distorções na opinião pública que acabam por influenciar as escolhas de representantes assim como o desempenho destes no congresso.

É o caso dos deputado Feliciano.

Ele é um produto do meio  anti-democrático midiático que vivemos.

O que está em questão não é a religião ou a posição pessoal do deputado, seja ela medieval ou de vanguarda, mas a realidade social.

Considere ainda, caro leitor, que as pessoas que foram se manifestar no Congresso Nacional, a casa do povo onde estão seus representantes, o fizeram dentro dos marcos legais e democráticos, sem prejuízo para o patrimônio público ou à pessoas em geral.

O obscuro deputado Feliciano mandou prender e arrebentar pessoas que expressavam opiniões contrárias a sua permanência a frente da comissão.

A conduta do deputado não é uma exceção em nossa "democracia".

Jornais manipulam a fala da presidenta da república causando sérios prejuízos no mercado financeiro.

Isso é liberdade de expressão, mas também é crime devidamente qualificado onde pessoas e organizações foram subtraídas pela ação de uma imprensa que se move , única e exclusivamente, pelos seus ideiais, independente da realidade que se apresenta.

Uma liberdade de expressão que cause prejuízos, para pessoas e organizações, deve ser julgada e punida, porém, jamais deve-se restringir o direito de se expressar livremente, para qualquer cidadão.

Ainda estamos longe dessa democracia plena e o caminho a ser trilhado exige, imediatamente, uma nova regulamentação das comunicações no país, garantindo pluralidade e diversidade nas esferas pública, privada  e estatal, assim como equilíbrio na distribuição de concessões de emissoras rádio e tv.

Democracia para a blogosfera existe, mas também é o único espaço onde pessoas são punidas legalmente por conta de afirmações que possam ofender ou subtrair outros.

Essa é a democracia da grande imprensa, do seu aparato midático e do deputado Feliciano.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Terra de Gado

sábado, 19 de fevereiro de 2011


Consumo de carne X Degradação Ambiental


Sanguessugado do Jader Resende
Saudações Seres!Perdoem-me os carnívoros, mas gostaria de compartilhar alguns dados com os tão estimados leitores, visitantes, com relação ao consumo de carne e a degradação Desse Planeta:
Água
A pecuária é uma das maiores consumidoras de água. São necessários de 20.000 a 30.000 litros de água para produzir 1kg de carne, mas apenas 150 litros de água para 1kg de trigo. A produção de um único hambúrguer consome uma quantidade de água suficiente para 17 banhos de chuveiro.
Desmatamento
A criação de animais de corte é responsável por 90% do desmatamento de florestas tropicais. Para cada hambúrguer de carne bovina são necessários 50m2 de floresta.
Energia
Nos Estados Unidos, mais de um terço de todas as matérias primas e dos combustíveis fósseis são usados na criação de animais para consumo humano. A produção de um único hambúrguer consome a mesma quantidade de combustível fóssil que um carro popular pequeno em um percurso de 32km.
Terra
Cerca de 80% das áreas cultiváveis são usadas para a criação de animais. Em um hectare de terra podem ser plantados 22.500kg de batatas, mas, na mesma área, só podem ser produzidos 185kg de carne bovina.
Só no Brasil o número de cabeças de gado é superior à sua população, são quase 170 milhões de brasileiros contra quase 200 milhões só de bovinos (IBGE,2000).Segundo a FAO (Órgão das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a criação desses animais é responsável pela emissão de 18% dos gases do efeito estufa, número superior ao emitido pelo setor de transportes. São cerca de 37% das emissões globais de metano e 65% de óxido nitroso, gases com efeito dezenas de vezes superior que o gás carbônico.

A produção de carne contribui para a fome no mundo :

.a quantidade de comida produzida para alimentar os rebanhos de corte nos países desenvolvidos seria suficiente para acabar com a fome e a desnutrição no mundo inteiro.
. se o rebanho norte-americano fosse reduzido à metade, poderia-se cultivar alimento suficiente para eliminar a desnutrição de quatro vezes a população dos países subdesenvolvidos.
. se os norte-americanos reduzissem seu consumo de carne em apenas 10% por um ano, seria possível cultivar mais 12 milhões de toneladas de grãos para o consumo humano, ou o suficiente para alimentar 60 milhões de pessoas.
Florestas:
. No Brasil, Costa Rica, Colômbia, Malásia, Indonésia e Tailândia, as florestas tropicais estão sendo destruídas para dar lugar a pastos para gado. Mas a carne produzida não beneficia a população pobre desses países: é vendida às pessoas de maior poder aquisitivo ou exportada para outros países. Nos últimos 25 anos, metade das florestas tropicais da América Central desapareceram graças à produção de carne para o mercado norte-americano.
Estima-se que pelo menos 90% das espécies de plantas e animais de todo o planeta vivam nos trópicos, a maioria ainda não catalogada pela ciência. Além de dizimar os ecossistemas, a destruição das florestas provoca erosão, que causa enchentes e a redução das chuvas. E sem as florestas, que absorvem o dióxido de carbono da atmosfera, haverá o agravamento do efeito-estufa.
fonte: www.taps.org.br, www.consciencia.ne, ecoviagem.uol.com.brbuscado no Tudo que me faz 
bem



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Leve seus filhos ao McDonald's e ajude a disseminar o McCâncer infantil!!!
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McLanche Feliz fez pacto com o CAPETA!!!!



É isso que dá comer Mc Lanche Feliz todo dia





Enquanto isso , por aqui no Brasil, a pecuária avança pelas terras da amazônia.
No país do gado, sim, eles são em maior número que os humanos, gados poderosos alteram nosso código florestal para que seus iguais possam desfrutar de mais e mais espaços para viver e comer bem.
Sim, eles comem rações preparadas com soja , milho , além claro de hormônios e antibióticos.
A soja e o milho são oriundas de gigantescas áreas plantadas exclusivamente para esse fim, ou seja, alimentar o gado e também outros animais.
O que sobra vai para os humanos, esses inferiores.
Para que tudo isso aconteça, e que pessoas endinheiradas do norte possam consumir carnes, as florestas são totalmente desmatadas e, considere ainda meu caro leitor, que para a produção de 1 Kg de carne bovina são necessário 25 000 litros de água, volume bem menor que o da capacidade cisternas para captação de água das chuvas,  instaladas pelo governo fedral em residências  de áreas que sofrem com escassez de água.
O gado verde a marelo avança célere pela amazônia e , continuando sua conquista, em breve chegará na Guiana. 
Enquanto isso 4 bilhões de pessoas no mundo, em uma população de 7 bilhões, vivem na pobreza e miséria, sendo que mais de 1 bilhão passam fome.
Esse é o mac mundo "feliz", em que os defensores  ainda dizem que amam muito tudo isso e , ainda empurram para você, caro leitor, hamburguers e outras porcarias pobres em nutrientes.
O hambúrguer é produzido  com o que existe de menos nobre na carne bovina, incluindo raspagens e mesmo cartilagens do boi, que depois de moído, prensado e com muito tempero , pode ser engolido.
Esse hambúrguer ainda consumiu o equivalente em água a 17 banhos de chuveiro.
Podemos concluir que o Brasil é um dos maiores exportadores de água boa, e mais, não ganha nada com isso. 
Também perde com os gastos em saúde, já que que as carnes amplamente sugeridas para consumo, através da violenta propaganda, estão associadas com outros alimentos de alto valor calórico, como pães , refrigerantes, biscoitos, etc... que contribuem significativamente para a principal epidemia mundial, que é a obesidade.

http://desciclopedia.org/wiki/Imahttp://desciclopehttp://desciclopedia.org
A técnica secular de amaciar a carne

terça-feira, 2 de abril de 2013

O Doce Som dos Violinos

Coca Cola É ISSO AÍ
Alexandre Paim e José Ricardo Prieto   

Em entrevista para AND, o ex-executivo da Coca Cola, César Azambuja, revela as práticas ilícitas, desmandos e crimes cometidos pela transnacional ao redor do mundo para manter o monopólio do mercado de refrigerantes. Azambuja iniciou sua luta contra a corporação por uma questão pessoal, após ter sido demitido injustamente da companhia por razões não profissionais. No entanto, ao ver o poder da transnacional sobre as instituições do Estado, entre elas a justiça, Azambuja resolveu adentrar numa luta mais ampla. Primeiro, publicou o seu livro Isso sim, é real, onde narra sua trajetória como executivo da Coca Cola, revelando bastidores (repletos de jogos de vaidade e mediocridades), erros crassos de gestão administrativa, passando por práticas anti-éticas e até ilícitas como o polêmico episódio envolvendo o próprio Azambuja, e escutas telefônicas. Dando continuidade ao livro, Azambuja lançou o blog, onde publica diariamente artigos e denúncias contra a Coca Cola ao redor do mundo, unindo-se a uma frente única mundial que atua na internet denunciando e combatendo as ilicitudes, abusos e desmandos desta nefasta companhia, cujas práticas são comuns a todos os monopólios imperialistas.

http://anovademocracia.com.br/23/23-09.jpg
Atualmente, a minha questão pessoal, meu processo trabalhista contra a Coca Cola está em décimo plano. Meu objetivo principal agora é o de somar forças com diversas pessoas que estão combatendo a Coca Cola ao redor do mundo. A questão, agora, é algo bem maior.
Todos os dramas pessoais de César Azambuja, incluindo os de consciência, assim como sua questão trabalhista com a corporação Coca Cola são narrados no livro Isso sim é real , além de revelar que a "fogueira de vaidades", falta de ética e atividades ilícitas como espionagem já fazem parte da tradição da empresa, há muito tempo. Bem antes de Laerte Codonho, presidente da marca de refrigerantes Dolly (uma empresa nacional), ter sido vítima de espionagem industrial e ter levado o caso a público através dos meios de comunicação que não tinham a Coca Cola como potencial cliente-anunciante, ousando enfrentar as pressões do monopólio.

Foi depois de assistir a entrevista de Laerte Codonho no programa independente 100% Brasil, exibido pela emissora de canal aberto Rede TV!, em horário alugado das 23 horas de sábado, que Azambuja reuniu forças para voltar ao combate, não apenas para resolver sua questão pessoal, mas para combater de frente o poder quase absoluto da famigerada empresa. Escrito no ano de 2002, o livro é a entrada de Azambuja numa luta em que se uniu ao empresariado nacional da indústria de refrigerantes (A Coca Cola chama a todos de tubaína, apesar de existir um sabor de refrigentante com esse nome em algumas regiões), entidades de direito, movimentos sociais, trabalhistas e humanistas, enfim, todos que são lesados, injustiçados ou vítimas dos atos criminosos e ilegais perpetrados pela Coca Cola. Dando continuidade ao livro, o blog (diário eletrônico) passou a ser um catalizador dos movimentos anti-Coca Cola no mundo:

— Recebo diariamente denúncias e artigos por parte de organizações humanistas sobre irregularidades da Coca Cola pelo mundo e a luta das pessoas para que estes desmandos não fiquem impunes.

Coca Cola faz mal

Azambuja mostra através de relatório da Transnationale, que pode ser visto na íntegra através do site www.transnationale.org, que a Coca Cola é uma das corporações mais danosas do planeta, pois dentre os cinco impactos negativos classificados pela Transnationale, a Coca Cola provoca quatro deles: impacto social, ambiental, humano e influência prejudicial sobre a democracia. O impacto social se dá através das relações de exploração do trabalho, seja por meio da utilização do trabalho forçado como também do trabalho infantil em alguns países, assim como o uso de práticas anti-trabalhistas, existindo denúncias de envolvimento em assassinatos de líderes sindicais na Bolívia. No que tange ao impacto ambiental, destaca-se a poluição, modificação genética de organismos e violações das leis de proteção ao meio ambiente. Já o impacto humano se dá pela violação dos direitos humanos (empregados que sofrem acidentes de trabalho e não são indenizados, entre outras atrocidades) e práticas ilícitas como lavagem de dinheiro em paraísos fiscais. Finalmente, o relatório também aponta a influência danosa da Coca Cola (l'aqua nera del imperialismo – no dizer do proletariado revolucionário italiano) sobre a "democracia" de modo a manter os interesses imperialistas ao redor do mundo, seja financiando golpes de ditaduras reacionárias, como a eleição de candidatos representantes do imperialismo, tendo como caso mais recente o apoio financeiro (US$785.410) à reeleição do facínora Bush, além de toda a ligação histórica da Coca Cola com o ultra-conservador e reacionário partido republicano do USA.

Derivados da folha de coca

O calcanhar de aquiles da Coca Cola continua sendo a questão de sua composição química, formada por diversas substâncias, entre elas o tal segredo chamado "fator número 7". Sempre tentando desviar o cerne da questão, os técnicos alegam que não podem revelar o seu segredo industrial, o referido fator. No entanto, não é sobre o fator número 7 que se questiona a composição

— Eles tentam escapar, alegando que o fator número 7 é uma fórmula industrial. No entanto, ninguém está querendo saber sobre o tal fator número 7. O que se quer saber é a respeito do item extrato vegetal, que não é especificado e por lei é obrigado a se especificar. É nele que existem derivados da folha de coca que, se acredita, pode causar um certo grau de dependência. Se o grau é forte ou não só vamos saber analisando. Se não tem problema, por que não revelar? — afirma Azambuja Comprovando-se o grau de dependência do referido extrato que o coloque na categoria de droga ilícita, de fato "a água negra do imperialismo" estará incorrendo no crime de tráfico de drogas, além de já não cumprir a lei de importação não especificando o contúdo do extrato vegetal, pois a lei exige que se especifique as substâncias utilizadas e a denominação extrato vegetal não é suficiente. Além disso a lei também exige que se analise os produtos importados, o que no caso da Coca Cola, é feito com amostras devidamente forjadas pela companhia. Outra forma de desviar a questão da saúde pública é através do sensacionalismo barato, conforme declarou Azambuja:

— Quando a situação aperta, eles colocam anúncios de página inteira em jornais da grande mídia avisando que a Coca Cola não tem cocaína, que é uma "empresa cidadã", 60 anos no Brasil. Mais uma vez desviam a atenção da verdadeira questão que está sendo colocada. Ninguém está dizendo que tem cocaína na Coca Cola, mas pergunta sobre a composição do extrato vegetal.

Apesar de agir contra a lei, a Coca Cola é um exemplo de que as instituições do Estado são feitas para servir ao imperialismo, na figura de suas empresas monopolistas. Exemplo disso ocorreu recentemente no Congresso, onde uma comissão investiga os desmandos da Coca Cola. Renato Cozzolino (Partido Social Cristão PSC-RJ), um dos deputados federais que pertencem à comissão, ao dirigir perguntas ao presidente da Coca Cola, como a um dos químicos responsáveis sobre a questão do extrato vegetal, recebeu uma resposta debochada e prepotente, utilizando-se das garantias que poder econômico oferece às grandes corporações no Brasil:

— É um absurdo, eles não cumprem a lei, debocham das autoridades. No Congresso, onde dizem que é a casa do povo, quando eles foram perguntados sobre a composição do extrato vegetal, responderam com o maior deboche e cinismo "Ah, é de um vegetal", rindo. Isso é um escárnio, eles deviam sair dali presos por desacato mas não aconteceu absolutamente nada, relata indignado Azambuja.

Esse episódio e todo o processo pelo qual vem sendo submetida a Coca Cola ultimamente não merece a atenção do monopólio dos meios de comunicação no país, e que tem como um dos maiores clientes na sua receita publicitária a Coca Cola. Recentemente, as organizações Globo mudaram a tática de apenas ignorar o acontecido e partiram em defesa da Coca Cola, tentando desviar o assunto, trazendo "denúncias" contra os deputados que se beneficiam de investigações contra empresas, incluindo os pertencentes à comissão que investiga a Coca. O assunto foi matéria de primeira página no jornal O Globo, além de outra publicada uma semana antes na revista Época.

— Tenho conhecimento de que também têm matérias prontas para ir ao ar no Fantástico e no Jornal "nacional". Acho até que se deve investigar as denúncias, mas o problema é que eles jogaram tudo no mesmo bolo. Deviam dividir, isso deve ser investigado mas também tem a questão da Coca Cola. Dessa forma, eles desviam a atenção do público e ainda pressionam os deputados diz Azambuja.

Coca Cola X Brasil

Ao contrário do discurso habitual das transnacionais, a instauração da filial da Coca Cola no Brasil não trouxe nenhum benefício para o país, muito pelo contrário. Como toda corporação imperialista, num país colonizado, o objetivo é explorar seus recursos e seu povo, enquanto o lucro é remetido para a matriz tendo como principais apoiadores os beneficiados da burguesia burocrática e os latifundiários.

Com o apoio do Estado subserviente, essas corporações recebem toda a sorte de benefícios, desde tributários, passando pelos trabalhistas e por leis sanitária mais brandas. No caso da Coca Cola, houve diversos benefícios fiscais, dos quais Azambuja destaca a instalação de uma mega fábrica no estado do Amazonas:

— Com a desculpa de que iriam desenvolver a região, patrocinaram o festival de Parintins e se instalaram por lá praticamente de graça. Era a maior boca livre que tinha, fretavam aviões com celebridades, políticos, pessoas importantes de diversas áreas. Tudo desculpa, uma jogada travestida de marketing social.

Azambuja também desmente o principal argumento dos defensores da instalação de corporações imperialistas nos países colonizados e semicolonizados; a famosa falácia da geração de empregos:

— O que se gerou de emprego mediante o lucro e as vantagens que eles obtiveram foi ínfimo. Até mesmo por que esta fábrica no Amazonas adotou a prática da automação e possui pouquíssimos empregados.

A última campanha de imagem da Coca Cola está tentando associar a marca mundial com a idéia de ser um refrigerante tipicamente brasileiro. Esta medida mostra como a Coca vem perdendo seu monopólio para as pequenas marcas de refrigerantes de alcance regional mas significativos em seu mercado local. Ex-executivo da corporação na área de marketing, Azambuja nem precisava ser especializado para saber que a tal campanha não vai dar certo:

— Essa idéia de associar Coca Cola como um refrigerante nacional nunca vai dar certo. Alguém quando pensa em Coca Cola lembra de Brasil. É pura cultura ianque.

Não só a imagem da Coca Cola é "americana", como todos os seus lucros são remetidos para a matriz. Há muito pouco de capital nacional na filial da Coca Cola no Brasil, sendo que os acionistas majoritários estão no norte da América e tem total controle sobre a filial brasileira, sendo deles as decisões finais. O sistema de franchising existe apenas para o engarrafamento e distribuição, estando os representantes brasileiros atrelados ao escritório da marca cuja participação acionária do Brasil é ínfima, sendo que os chamados "engarrafadores" são, naturalmente, representantes da burguesia burocrática e dos latifundiários.

As denúncias contra a Coca Cola no Brasil vem ganhando corpo desde que Laerte Godonho, o dono da marca nacional Dolly denunciou na mídia a ação de espionagem industrial que a Coca Cola vinha fazendo com ele, através da gravação em que um representante da Coca confessava o ato. O fato não foi, obviamente, noticiado pelo monopólio dos meios de comunicação, apenas por alguns setores da imprensa nacional, mas conseguiu abalar a transnacional no Brasil, originando uma comissão de inquérito no Congresso. Desde então, várias pessoas têm se unido contra a corporação ianque, assim como Cézar Azambuja que aponta para um movimento mundial contra a Coca Cola:

— A humanidade está evoluindo e não tolera mais os crimes praticados pela Coca Cola. A internet tem sido uma arma poderosa nesta luta, onde as pessoas podem coletar informações e passá-las adiante sem censura econômica. Fora isso, a Coca vem amargando um dos maiores prejuízos financeiros de sua história. O valor de suas ações nunca esteve tão baixo e o índice de vendas também.

Azambuja também concorda que as práticas da Coca Cola não são característica de uma transnacional isolada, mas práticas habituais das corporações imperialistas em geral, com sua sede de lucro máximo, que tem como base a exploração do trabalho e da saúde humana, assim como estabelecer o domínio econômico e político mundiais.


O Inferno Doce



O caro leitor recebe mais um texto interessante e revelador sobre a corporação Coca-Cola e o refrigerante.

Escrito por alguém que trabalhou na empresa e conhece as práticas nocivas, assim como o perigoso produto que é comercializado livremente como bebida.

Ao que sugere o autor, o refrigerante, dentre os inúmeros malefícios que proporciona a saúde humana, ainda causa dependência química nos usuários, pois a cafeína e até mesmo supostos alcalóides presentes na folha de coca, extrato vegetal que compõe a formulação do refrigerante, são substâncias que geram dependência química.

Entende-se , e até mesmo explica-se  , o fato das propagandas da coca-cola serem direcionadas para o público adolescente e infantil, ou seja, criar uma dependência química nas pessoas desde as primeiras fases da vida, o que cria uma enorme dificuldade para que as pessoas possam se livrar do vício no momento em que adquirirem consciência sobre o problema.

Condicionar o organismo humano desde as primeiras fases da vida com alcalóides ou outras substâncias que possam gerar dependência química é estabelecer um  significante profundo e enraizado que certamente causará inúmeros traumas quando das terapias de compreensão e remoção.

Algo similar as reações do pastor que preside a comissão de direitos humanos na Câmera dos Deputados. 
Sua aversão a certos temas indica que ele viencia, ou vivenciou experiências relativas as temas no presente ou em um passado.

No mac mundo "feliz" as pessoas são viciadas  quimicamente desde a primeira infância  com o auxílio de símbolos e personagens que no passado contribuiam para formar pessoas saudáveis. 

O palhaço que tanto alegrou e que através de sua arte produzia ensinamentos para crianças, hoje conduz os pequenos, como em um cortejo ao som  afinado de violinos, para práticas e hábitos nocivos que irão dar alegria a adultos acionistas ávidos por resultados cada vez melhores.

As fábulas, metáforas e parábolas, tão comuns nos ensinamentos saudáveis do passado hoje são armas poderosas da propaganda que estimula a felicidade, o vigor a energia, e em se tratando de adolescentes, o grupo unido onde a emoção prevalece sobre a razão.

Enquanto isso a sociedade brasileira, e mesmo mundial, vive em total deleite com a exacerbação de práticas de vigilância e voyerismo que contribuem muito pouco para os objetivos a que foram implementadas.

É sabido que o ser humano é curioso e , atualmente, ele vive sua fase de descobrir o mundo pelo buraco da fechadura, assim como as crianças na primeira infância.

Diante de tamanha infantilização e irracionalidade, as corporações, que objetivam apenas o lucro,  agem com total desenvoltura disseminando as práticas mais horrendas e selvagens pelo planeta.

E na imprensa oligopolizada, que deveria defender e esclarecer os fatos com racionalidde, proliferam referências e conteúdos jornalísticos sobre a presença de satanás em órgãos da administração pública brasileira.

O inferno são os outros.

 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O Refrigerante que dá barato


27 de setembro de 2012


Você sabe o que o refrigerante faz com seu corpo?

Além de possuir muitas substâncias artificiais em sua composição, o refrigerante contém valor nutricional quase nulo. As variações cola, em especial, contam com uma grande quantidade de fosfatos, que em excesso provocam o enfraquecimento dos ossos através da liberação do cálcio. Dessa forma, é facilitada a incidência de doenças ósseas, como a osteoporose. A bebida ainda é rica em açúcar, que além de prejudicar a boa forma, propicia o surgimento de cáries, principalmente nas crianças. Mesmo as versões diet, que não contêm glicose, expõem os dentes a ácidos capazes de estragar o esmalte.

E não se pode esquecer dos corantes, também perigosos. Vários deles possuem substâncias cancerígenas. O consumo de refrigerantes também faz com que as pessoas diminuam significativamente a ingestão de bebidas saudáveis como a água, o leite e os sucos naturais, perdendo nutrientes importantes.
Por causa das diversas substâncias químicas que entram em sua composição, os refrigerantes são prejudiciais à saúde se bebidos com freqüência. É o que diz Marilane Dionísio, coordenadora de nutrição do Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro. “Na composição dos refrigerantes, estão conservantes, acidulantes, antioxidantes, corantes, estabilizantes, umectantes, aromatizantes, entre outras substâncias não saudáveis se ingeridas com excesso”, explica.
Os refrigerantes ganham cada vez mais adeptos em todo o mundo, principalmente entre crianças e adolescentes, em que os níveis de obesidade deram um salto nos últimos tempos. Em média, cada brasileiro ingere 35 litros da bebida ao ano. Nos Brasil, o consumo cresceu mais de 450% nos últimos 50 anos.

Pesquisas recentes revelam que o refrigerante não dietético aumenta em 80% o risco de diabetes. De acordo com estes estudos, o risco de desenvolver a doença chega a quase dobrar nas pessoas que consomem este tipo de bebida pelo menos uma vez por dia. Os refrigerantes também aumentam os riscos de câncer no esôfago. “Eles incham o estômago e causam refluxo gástrico, o que está associado com o câncer de esôfago”, explica a Drª Marilane.
Os malefícios do consumo exagerado de refrigerantes não param por aí. A bebida agrava quadros de gastrite e flatulência (gases), além de aumentar os níveis de colesterol. É responsável também por uma maior incidência de cáries – dependendo da sensibilidade e predisposição de cada indivíduo – e erosão dental, processo caracterizado pela perda do tecido duro da superfície dos dentes.
Outra preocupação dos especialistas é que o consumo excessivo de refrigerantes tem deixado em segundo plano bebidas saudáveis como a água, sucos naturais, água de coco e leite. “Beber refrigerantes com freqüência só faz aumentar o consumo de calorias inúteis, que não acrescentam nenhum nutriente ao organismo. São as chamadas calorias vazias. Em média, um litro de refrigerante tem cerca de 400 calorias, que poderiam ser obtidas por meio de alimentos bem mais saudáveis”, diz a nutricionista.
No ano passado, a Associação Pro Teste analisou 24 marcas de refrigerantes e constatou que 7 delas contém benzeno, uma substância cancerígena! Além disso, foram encontrados corantes ruins para as crianças e altos níveis de açúcar, adoçante, sódio e conservantes.

Níveis de benzeno acima do aceitável foram vistos nas marcas Fanta Laranja Light e Sukita Zero. Amostras de Fanta Laranja e Sukita, normais, diet e light, tinham o corante amarelo crepúsculo, que pode causar hiperatividade em crianças.

Já o amarelo tartrazina, que pode causar alergias, foi encontrado em todas as versões do Grapette. A Pro Teste alertou que o ácido fosfórico dos refrigerante à base de cola reduz a absorção de cálcio, podendo causar osteoporose.

Veja o que acontece em seu corpo:

1. Após os primeiros 10 minutos

Uma latinha de refrigerante tem aproximadamente o equivalente a 10 colheres (chá) de açúcar (a Associação Americana de Cardiologia recomenda que esse consumo seja de 9 colheres diárias para os homens e 6 para as mulheres). Essa quantidade de doce, tomada de uma só vez, seria o suficiente para sobrecarregar seu corpo e deixá-lo enjoado, porém, o ácido fosfórico contido nessas fórmulas corta parte do sabor do açúcar e você, consequentemente, consegue engolir.

2. Após 20 minutos, aproximadamente

Há um pico de açúcar na sua corrente sanguínea e sua insulina – hormônio responsável pela redução da glicemia, a taxa de glicose no sangue, e que promove o ingresso de glicose nas células – vai às alturas.

Seu fígado responde a isso queimando qualquer açúcar disponível no organismo – e há muito disso nesse momento – e transforma boa parte em gordura.

3. Após os 40 minutos

Se seu refrigerante preferido tem cafeína, ela foi toda absorvida. Suas pupilas estarão mais dilatadas, sua pressão sanguínea mais alta e como resposta seu fígado libera mais açúcar no seu sangue. Os receptores de adenosina – agora ligados à cafeína – não “enxergam” a adenosina, um hormônio responsável pela diminuição do ritmo do corpo. Agora você não consegue relaxar e os vasos sanguíneos do seu cérebro estão comprimidos.

4. Após os 45 minutos iniciais

Seu corpo aumenta a produção da dopamina – um dos hormônios envolvidos na sensação de prazer. Fisiologicamente, o processo é muito similar ao que acontece com os usuários de heroína.

5. Após uma hora

O ácido fosfórico do refrigerante se liga ao cálcio, ao magnésio e ao zinco que estão no seu intestino. Isso, combinado com as altas doses de açúcar ou de adoçantes artificiais, aumenta a excreção do cálcio via urina.

6. Ao final da primeira hora, aproximadamente

A cafeína tem propriedades diuréticas. Nesse momento, se você for ao banheiro, seu corpo vai passar excretar junto com a urina, uma parte do cálcio, magnésio e zinco que deveria servir para manter seus ossos saudáveis, além de uma boa parte de eletrólitos – cargas elétricas que facilitariam diversas funções celulares, incluindo as ligações entre os neurônios – e água.

7. Finalmente, após mais de uma hora

Nesse momento você já foi ao banheiro e mandou embora todas aquelas substâncias do refrigerante, junto com diversos minerais, eletrólitos e água. O pico de glicose está em uma curva descendente e seu corpo quer mais (afinal, isso ativa os centros de prazer no cérebro). Você começa a ficar irritado. Alguém pode sugerir que é hora de fazer uma pausa e ir à lanchonete tomar um refrigerante. O ciclo, então, recomeça.

“É claro que o tempo de absorção e excreção dessas substâncias pode variar de pessoa para pessoa”, observa Marcela Kotait, nutricionista do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (Ambulim – IPq/HC-FMUSP). Fatores como peso, altura e se houve consumo alimentar junto com o refrigerante – entre outros – podem influenciar nessa dinâmica.

Agora vamos falar sobre a fabricação:

Composição do refrigerante

Os ingredientes que compõem a formulação do refrigerante têm finalidades específicas e devem se enquadrar nos padrões estabelecidos. São eles:

Água: Constitui cerca de 88% m/m do produto final. Ela precisa preencher certos requisitos para ser empregada na manufatura de refrigerante (Palha, 2005):

- Baixa alcalinidade: Carbonatos e bicarbonatos interagem com ácidos orgânicos, como ascórbico e cítrico, presentes na formulação, alterando o sabor do refrigerante, pois reduzem sua acidez e provocam perda de aroma;

- Sulfatos e cloretos: Auxiliam na definição do sabor, porém o excesso é prejudicial, pois o gosto ficará demasiado acentuado;

- Cloro e fenóis: O cloro dá um sabor característico de remédio e provoca reações de oxidação e despigmentação, alterando a cor original do refrigerante. Os fenóis transferem seu sabor típico, principalmente quando combinado com o cloro (clorofenóis);

- Metais: Ferro, cobre e manganês aceleram reações de oxidação, degradando o refrigerante;

- Padrões microbiológicos: É necessário um plano de higienização e controle criterioso na unidade industrial, que garantam à água todas as características desejadas: límpida, inodora e livre de microorganismos.

Açúcar: É o segundo ingrediente em quantidade (cerca de 11% m/m). Ele confere o sabor adocicado, “encorpa” o produto, juntamente com o acidulante, fixa e realça o paladar e fornece energia. A sacarose (dissacarídeo de fórmula C12H22O11 - glicose + frutose) é o açúcar comumente usado (açúcar cristal).

Concentrados: Conferem o sabor característico à bebida. São compostos por extratos, óleos essenciais e destilados de frutas e vegetais (Palha, 2005). Sabor é a experiência mista de sensações olfativas, gustativas e táteis percebidas durante a degustação (Goretti, 2005).

Acidulante: Regula a doçura do açúcar, realça o paladar e baixa o pH da bebida, inibindo a proliferação de microorganismos. Todos os refrigerantes possuem pH ácido (2,7 a 3,5 de acordo com a bebida). Na escolha do acidulante (Tabela 1), o fator mais importante é a capacidade de realçar o sabor em questão (Palha, 2005).

O ácido cítrico (INS1 330) é obtido a partir do microorganismo Aspergillus niger, que transforma diretamente a glicose em ácido cítrico. Os refrigerantes de limão já o contêm na sua composição normal.

O ácido fosfórico (INS 338) apresenta a maior acidez dentre todos aqueles utilizados em bebidas. É utilizado principalmente nos refrigerantes do tipo cola.

O ácido tartárico (INS 334) é usado nos refrigerantes de sabor uva por ser um dos seus componentes naturais.

Antioxidante: Previne a influência negativa do oxigênio na bebida. Aldeídos, ésteres e outros componentes do sabor são susceptíveis a oxidações pelo oxigênio do ar durante a estocagem. Luz solar e calor aceleram as oxidações. Por isso, os refrigerantes nunca devem ser expostos ao sol. Os ácidos ascórbico e isoascórbico (INS 300) são muito usados para essa finalidade. Quando o primeiro é utilizado não é com o objetivo de conferir vitamina C ao refrigerante, e sim servir unicamente como antioxidante.

Conservante: Os refrigerantes estão sujeitos à deterioração causada por leveduras, mofos e bactérias (microorganismos acidófilos ou ácido-tolerantes), provocando turvações e alterações no sabor e odor. O conservante (Tabela 2) visa inibir o desenvolvimento desses microorganismos (Palha, 2005).

O ácido benzoico (INS 211) atua praticamente contra todas as espécies de microorganismos. Sua ação máxima é em pH = 3. É barato e bem tolerado pelo organismo. Como esse ácido é pouco solúvel em água, é utilizado na forma de benzoato de sódio. O teor máximo permitido no Brasil é de 500 mg/100mL de refrigerante (expresso em ácido benzoico).

O ácido sórbico (INS 202) ocorre no fruto da Tramazeira (Sorbus aucuparia). É usado como sorbato de potássio e atua mais especificamente sobre bolores e leveduras. Sua ação máxima é em pH = 6. O teor máximo permitido é 30 mg/100mL (expresso em ácido sórbico livre).

Edulcorante: É uma substância (Tabela 3) que confere sabor doce às bebidas em lugar da sacarose. As bebidas de baixa caloria (diet) seguem os padrões de identidade e qualidade das bebidas correspondentes, com exceção do teor calórico.

Dióxido de carbono: A carbonatação dá “vida” ao produto, realça o paladar e a aparência da bebida. Sua ação refrescante está associada à solubilidade dos gases em líquidos, que diminui com o aumento da temperatura. Como o refrigerante é tomado gelado, sua temperatura aumenta do trajeto que vai da boca ao estômago. O aumento da temperatura e o meio ácido estomacal favorecem a eliminação do CO2, e a sensação de frescor resulta da expansão desse gás, que é um processo endotérmico (Palha, 2005).





Processo de fabricação

O processo de fabricação é feito sem qualquer contato manual e sob rigoroso controle de qualidade durante todas as etapas.

Elaboração do xarope simples: É o produto da dissolução do açúcar em água. A concentração varia entre 55 e 64% m/m (Rodrigues e cols., 2000). A dissolução do açúcar cristal em água quente reduz o risco de contaminação microbiana. O xarope é tratado com carvão ativado, que por adsorção remove compostos responsáveis por paladares e odores estranhos e reduz a cor desse xarope. Ele é armazenado em tanques esterilizados a vapor, e um filtro microbiológico evita a entrada de ar.

Elaboração do xarope composto: É o xarope simples acrescido dos outros componentes do refrigerante. Essa etapa é feita em tanques de aço inoxidável, equipados com agitador, de forma a garantir a perfeita homogeneização dos componentes e evitar a admissão de ar. A adição dos ingredientes deve ocorrer de forma lenta e cuidadosa e de acordo com a sequência estabelecida na formulação. O conservante é o primeiro componente a ser adicionado. Em caso de adição após o acidulante, forma-se uma floculação irreversível (o benzoato de sódio precipita). A adição do antioxidante ocorre minutos antes da adição do concentrado (Palha, 2005).

Concluídas as adições, mantémse o agitador ligado por 15 minutos. Ao final, retira-se uma amostra para as análises microbiológicas e físicoquímicas (como turbidez, acidez e dosagem de açúcar ou edulcorante). Somente após essas análises, o xarope pode ser liberado para o envasamento (Palha, 2005).

A preparação do xarope composto para bebidas do tipo diet ocorre em tanques específicos para tal. Elas possuem baixa susceptibilidade à contaminação por microorganismos por não conter açúcares.

Envasamento: Para as garrafas retornáveis, há uma inspeção prévia para que sejam retiradas aquelas que estejam trincadas, bicadas, lascadas, lixadas, quebradas ou com material de difícil remoção como tintas ou cimento. Após essa seleção, as garrafas são pré-lavadas com água. Elas depois são imersas em soda cáustica quente para retirada de impurezas e esterilização. Em seguida, passam pelo enxágue final com água. Uma nova inspeção e seleção são feitas nessa fase. No caso das embalagens descartáveis, não há necessidade da pré-lavagem.

A etapa final consiste no envio, por tubulações de aço inox, do xarope composto até a linha de envasamento (enchedora), na qual são adicionados água e CO2 em proporções adequadas a cada produto. O refrigerante é envasado em baixa temperatura (3 a 12 ºC) e sob pressão para assegurar uma elevada concentração de CO2 no produto (Palha, 2005). As linhas de CO2 têm um filtro microbiológico e são esterilizadas a vapor. Após o enchimento, a garrafa é imediatamente arrolhada e codificada com data de validade, hora e linha de envasamento. O lacre e o nível de enchimento das garrafas são inspecionados. O ar é uma contaminação nas bebidas carbonatadas. Ele deve ser eliminado ou mantido ao mínimo. Isso se consegue trabalhando com água desaerada e desclorada e mantendo o nível do líquido em níveis corretos na embalagem. Piso, paredes, superfícies externas dos equipamentos e esteiras devem ser periodicamente tratados com desinfetante ou água quente (Palha, 2005).

A Tabela 4 mostra as embalagens usadas para refrigerantes. No passado, a embalagem universal para bebidas, de um modo geral, era o vidro. Basta recordar o conceito da embalagem (casco) retornável, que era devolvida na aquisição de um novo refrigerante. Hoje predomina a embalagem plástica descartável, pois o plástico passou a ter competitividade frente ao vidro em termos de custo, além de ser mais leve, reduzindo o risco de acidentes em caso de queda.

Prazos de validade: Eles se diferenciam entre produtos e entre embalagens do mesmo produto (Tabela 5). Estes são determinados por meio de teste de estabilidade do produto quanto às análises físicoquímicas, microbiológicas e sensoriais (Puglia, 2005). As embalagens PET tendem a ter menor validade devido à sua maior porosidade frente ao vidro e ao alumínio, levando à perda de CO2 em menos tempo (a propriedade de os gases escaparem por pequenos orifícios se chama efusão).
O refrigerante é uma ferramenta versátil e de baixo custo para aulas práticas ou demonstrativas, facilitando o aprendizado de diversos conceitos, tais como solubilidade dos gases em água, interações químicas (dipolo permanente – dipolo induzido), pKa, pH e efeito da pressão e da temperatura no comportamento dos gases.



Referência:
1. ABIR - Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas. Histórico do setor.
2. CANTO, E.L. e PERUZZO, T.M. Química na abordagem do cotidiano, vol. 2 – Físico- Química. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
3. GORETTI, M. Manual de treinamento – análise sensorial. São Paulo: AmBev, 2005.
4. MACEDO, H. Físico-Química I. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1981.
5. PALHA, P.G. Tecnologia de refrigerantes. Rio de Janeiro: AmBev, 2005.
6. PUGLIA, J.E. Padrão de codificação da data de validade. São Paulo: AmBev, 2005.
7. ROSA, S.E.S.; COSENZA, J.P. e LEÃO, L.T.S. Panorama do setor de bebidas no Brasil.BNDES Setorial, v. 23, p. 101-149, 2006.
8. RODRIGUES, M.V.N.; RODRIGUES, R.A.F. e SERRA, G.E. Produção de xarope de açúcar invertido obtido por hidrólise heterogênea, através de planejamento experimental.Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 20, p. 103-109, 2000.







Verniz interno de latas feito com bisfenol A reage com alimentos e cerveja

Estudo revela como substância usada no revestimento interno de enlatados aumenta a exposição de humanos a interferentes endócrinos
Pesquisadores da Holanda e Grã Bretanha descobriram que resíduos de bisfenol reagem com açúcares, proteínas e outras pequenas moléculas como, por exemplo, o etanol da cerveja. A pesquisa publicada no
Journal of Agricultural and Food Chemistry, de março de 2010, explica que essa reação do bisfenol dá origem à formação de novas moléculas que podem ser absorvidas pelo corpo e prejudicar o sistema endócrino.
O bisfenol encontrado nas latas é do tipo badge (abreviação para bisfenol A diglicidil éter). Assim como o bisfenol A, o badge também interfere no bom funcionamento do organismo. Estudos científicos já associaram o bisfenol A à doenças como o câncer de mama e de próstata, distúrbios no coração, obesidade e hiperatividade. Além disso, os pesquisadores também apontaram problemas para os fetos, afetados durante a gestação, e para crianças pequenas que podem ter suas funções endócrinas prejudicadas.
O novo estudo avaliou a reação do badge em dois tipos de alimentos enlatados, atum em óleo de girassol e purê de maçã, e em três tipos de cervejas. A descoberta revela como é crítico entender a extensão da migração de químicos de revestimento de embalagens alimentares para o conteúdo interno da lata e para compreender o que acontece com esses compostos ao interagirem com alimentos e bebidas.
“Este estudo é importante por causa das implicações para a segurança alimentar”, diz Evan Beach, cientista químico da Universidade de Yale. De acordo com Beach, a União Europeia baseia sua regulamentação no quanto o badge pode migrar para alimentos a partir de sua reação com a água. Mas só 26% das moléculas de badge que desapareceram da lata foram encontradas na água. “O que significa que o restante continuava nos alimentos e na cerveja, contaminando-os.”
Há dez anos a indústria japonesa retirou voluntariamente o BPA do revestimento interno de latas e com isso conseguiu reduzir em 50% a exposição dos consumidores ao bisfenol A. Canadá, Dinamarca, França e Costa Rica, além de cinco estados americanos, três cidades do estado de Nova York e a cidade de Chicago restringiram o uso de BPA em certos produtos infantis como mamadeiras e no revestimento interno de latas de leite infantil.
No Brasil, a Anvisa afirma que recentemente discutiu com os países membros do Mercosul o uso de aditivos em embalagens e equipamentos plásticos. “O limite estabelecido foi o de 0,6 miligramas do produto para cada quilo da embalagem. Dentro desse parâmetro, a substância não oferece risco para a saúde da população”, disse, em nota.
A utilização do bisfenol A para a fabricação de recipientes de plástico, como mamadeiras e copos para bebês, está sendo questionada pelo Ministério Público Federal (MPF). De acordo com informações da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, divulgadas nesta segunda-feira, foi instaurado um Inquérito Civil Público para investigar os efeitos nocivos à saúde das pessoas expostas à substância. Segundo o MPF, o objetivo do inquérito é solicitar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informações sobre a regulamentação da utilização do bisfenol A, além de um levantamento de estudos sobre os aspectos que podem trazer danos à população.
Alternativas – Pesquisadores já identificaram vários substitutos para o BPA no revestimento interno de latas. Algumas empresas como Eden Foods, fabricante de produtos naturais e orgânicos já oferecem enlatados BPA-free. A General Mills, outra grande empresa americana do ramo de alimentos, começou a vender tomates em latas sem bisfenol. Também existem outras embalagens livres de BPA, como o vidro e alguns plásticos não tóxicos. Essas substituições mais seguras ajudariam a quebrar o ciclo de contaminação química e a enorme quantidade de problemas de saúde associadas à exposição crônica e diária ao BPA.
Textos originalmente publicados no Environmental Health News, Greenbiz.com e Sience Daily
Environmentalhealthnews.org
Sciencedaily.com
Greenbiz.com


PROTESTE pediu fim de corante da Coca

27 junho 2012

A Coca Cola do Brasil tem maior concentração de corante potencialmente cancerígeno. Há refrigerantes que já usam o Caramelo natural, mais seguro.

A Coca-Cola comercializada no Brasil contém a maior concentração do 4-metil-imidazol (4-MI), subproduto presente no corante Caramelo IV, classificado como possivelmente cancerígeno. A análise do Centro de Pesquisa CSPI (Center for Science in the Public Interest), de Washington, nos Estados Unidos incluiu também os refrigerantes vendidos no Canadá, Emirados Árabe, México, Reino Unido e nos Estados Unidos.
Em março último a PROTESTE Associação de Consumidores havia solicitado aos fabricantes e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a substituição do “Caramelo IV” por corantes mais seguros na formulação de refrigerantes, energéticos, sucos, cereais matinais e outros produtos alimentícios.
Usado para dar cor aos produtos, esse aditivo será retirado da fórmula da Coca-Cola e da Pepsi nos Estados Unidos após o estado da Califórnia por na lista de substâncias cancerígenas, componentes químicos presentes no corante caramelo. A alteração será feita para que os fabricantes não tenham de colocar um alerta de risco de câncer em suas embalagens.
De acordo com o Centro de Pesquisa CSPI, o refrigerante vendido no Brasil contém 263 mcg (microgramas) do corante cancerígeno em 350 ml. Essa concentração é muito maior em comparação com a Coca-Cola vendida no Quênia. A Coca-Cola do Brasil fornece nove vezes mais o limite diário de 4-MI estabelecido pelo governo da Califórnia que estipulou a quantidade máxima de 39 ml do refrigerante por dia.
O estudo que apontou os riscos do Caramelo IV à saúde das pessoas foi feito pelo Programa Nacional de Toxicologia do Governo dos Estados Unidos e fez com que a IARC (Agência Internacional para Pesquisa em Câncer) da OMS (Organização Mundial da Saúde) incluísse o 4-MI na lista de substâncias possivelmente cancerígenas.
De acordo com o Centro de Pesquisa CSPI, o refrigerante vendido no Brasil contém 263 mcg (microgramas) do corante cancerígeno em 350 ml, cerca de 267mcg/355ml. Essa concentração é muito maior em comparação com a Coca-Cola vendida no Quênia, que ficou na segunda posição, com 170 cmg/355ml.
A PROTESTE também pediu a atuação do Ministério Público Federal de Minas Gerais que já conseguiu anteriormente fechar um termo de ajustamento de conduta com os fabricantes de refrigerantes para tirar da fórmula o benzeno, outra substância potencialmente cancerígena.
No Brasil alguns produtos da Pepsi como a Pepsi tradicional e a Light utilizam o corante INS 150a, que é o caramelo natural, mais seguro. Isso demonstra que a troca na formulação para garantir a saúde do consumidor é possível. Mas a Pepsi Twist e a Pepsi Twist Light ainda têm o corante INS 150d.
Ao analisar a lista de ingredientes da rotulagem de alguns refrigerantes do mercado brasileiro a PROTESTE havia constatado que produtos da Coca-Cola e alguns da Pepsi apresentam o corante Caramelo IV na composição. Também encontrou no Guaraná das marcas Antártica, Kuat e Schin.
Veja o teor do subproduto do corante na Coca-Cola em nove países
País 4-MI em microgramas (mcg) em cada 355 ml
Brasil 267
Canadá 160
China 56
Japão 72
Quênia 177
México 147
Emirados Árabes Unidos 155
Reino Unido 145
Estados Unidos (Washington DC) 144
Estados Unidos (Califórnia) 4
Quanto a presença do benzeno nas bebidas foi detectada em 2009 pela PROTESTE ao realizar exames em 24 amostras de diferentes marcas. O Termo de Ajustamento de Conduta foi assinado em 2011, dois após o MPF instaurar inquérito civil público para apurar o caso. Para a Associação esta é uma vitória e garantia para a saúde da população brasileira. Só é uma pena o prazo de até cinco anos dado para a mudança.
A legislação brasileira, em especial o Código de Defesa do Consumidor, estabelece que os produtos colocados à venda no mercado não poderão trazer riscos à saúde ou à segurança dos consumidores, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a fornecer as informações necessárias e adequadas a respeito.


O Barato Alimentício



O caro leitor, após ter lido os artigos acima, deve estar se sentindo assustado e também se perguntando como essas informações não são divulgadas pela grande imprensa, já que dizem respeito a saúde de todos nós e, mais ainda, falam daquilo que a maioria das pessoas consome diariamente como "alimentos".

Em todos os textos acima, fica claro que as substâncias utilizadas nos alimentos e também nas embalagens dos mesmos, leva as pessoas a estados de hiperatividade, dentre outras alterações não menos nocivas no organismo humano.

Sabe-se atualmente que por conta das tecnologias disponíveis nos equipamentos, as crianças, principalmente, vem apresentando estados de hiperatividade intercalados por outros estados de indolência.

O diagnóstico médico, em nenhum momento leva em consideração os novos hábitos que vem sendo adquiridos pelas pessoas assim como os "alimentos e bebidas" ingeridos diariamente, preferindo rotular novas doenças como a hiperatividade e uma espécie de desatenção, chegando, inclusive, a falar em autismo hiperativo. 

Claro que novos medicamentos e terapias são amplamente divulgadas  pela grande imprensa, sempre com a presença de "especialstas" e médicos midiáticos de grande desenvoltura diante das câmeras de tv, que alí se aprsentam para "orientar" as pessoas em como  tratar as novas "doenças".

Nada, ou muito pouco se fala sobre os venenos contidos nos alimentos e embalagens.

O texto que trata das alterações que acontecem no organismo humano após a ingestão de refrigerantes, mais precisamente a coca-cola, é assustador e criminoso. 

Estamos falando de produtos "alimentícios" vendidos livremente nos supermercados, de grande consumo e propaganda voltados  principalmente para crianças que produzem no organismo humano as mesmas reações de drogas ilícitas como heroína, cocaína e maconha.

Esses refrigerantes fazem o organismo aumentar a produção da substância dopamina, substância que produz a sensação de prazer, fazendo com que a pessoa deseje mais e mais o refrigerante. 

Não por acaso uma propaganda da coca-cola, existente em supermercados, bares e restaurantes diz o seguinte:
" beba sem parar".

A questão principal é que a dopamina é liberada no organismo humano de pessoas usuárias de drogas, como a heroína e a cocaína, principalmente, o que leva o usuário a querer mais e mais a droga.

A maioria dos usuários de drogas ilícitas, quando consultados sobre o que motiva a utilização das drogas, refere-se a sensação de prazer proporcionada pelas drogas.

A coca-cola e outros refrigerantes não são drogas ilícitas e nem mesmo são considerados  como drogas, aliás , são considerados como  alimentos e bebidas.

A crueldade toda reside no fato de o refrigerante produzir no organismo os mesmos efeitos fisiológicos de drogas ilícitas inclusive variando, em pouco tempo, o estado de ânimo das pessoas , passando por uma hiperatividade inicialmente, uma depressão e por fim uma irritação que se caracteriza pela vontade de consumir mais que, nos usuários de droga é similar a uma crise  de abstinência.

Se não bastasse este lado monstruoso de alimentos e bebidas que são produzidos para viciar as pessoas, já sua ingestão altera o meio químico do cerébro devido a existência de substâncias químicas legais, mas que quando combinadas com outras substâncias da formulação e do organismo humano produzem o mesmo efeito de drogas , como a heroína , por exemplo, tem-se , ainda, o problema das embalagens que liberam substâncias que , dentre outras coisas, também contribuem para um estado de hiperatividade nas pessoas.

Cada vez mais fica claro que as principais doenças das pessoas  neste "mac mundo feliz" são proporcionadas por hábitos de consumo de alimentos e bebidas, sendo o mais grave nisto tudo, o silêncio de governos e da imprensa sobre os assuntos.

Há poucos dias, na edição do Fórum Social Mundial que aconteceu em Túnis , na Túnisia, foi apresentada uma proposta para criação de um Tribunal Internacional Penal para avaliar e julgar as Corporações em todo o mundo.

Se a proposta vingar, o que considero difícil, essas corporações que fabricam venenos travestidos de alimentos e matam milhares de pessoas anulamente , certamente seriam condenadas com o mesmo status dos monstros nazistas da segunda guerra mundial.