quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Globo. Um Apagão de Idéias

Globo.   Um Apagão de Idéias

 

Merval Pereira: o exterminador do passado

Rei dos instrumentos, por sua extraordinária capacidade de reproduzir os sons orquestrais do reacionarismo brasileiro, realizando recitais a pedidos do Instituto Millenium, Merval Pereira personifica a figura paradigmática do teclado da grande mídia corporativa.

É difícil dizer o que mais impressiona: se a grande imprensa ter perdido a importância que detinha até os anos 1990 - quando ainda tinha relativa influência no cenário político -, ou a desfaçatez com que seus jornalistas, amadurecidos no tapa na arte de reescrever a história, sonegam dados e fatos. Rei dos instrumentos, por sua extraordinária capacidade de reproduzir os sons orquestrais do reacionarismo brasileiro, realizando recitais a pedidos do Instituto Millenium, Merval Pereira personifica a figura paradigmática do teclado da grande mídia corporativa.

Em 9/1/2013, declarou ele em sua coluna de O Globo que "a imprevidência dos governos petistas no setor energético acabou por neutralizar as críticas feitas à época do apagão de FHC."O PT tanto politizou o racionamento de energia ocorrido no Brasil em 2001 que passou a não ter direito de adotá-lo em caso de necessidade, como pode vir a ser o caso proximamente. O problema é que a presidente Dilma, quando ministra, garantiu que o que não ocorrerá mais no Brasil é racionamento de energia, chamando o episódio de “barbeiragem”.

O que Merval, aquele que tanto preza a tese do "domínio do fato" quando se trata de legitimar simulacros de julgamento no STF, faz em sua coluna é submeter, por ação e omissão, os fatos aos desígnios dos que promoveram o festim neoliberal no país durante oito anos. Se até o início dos anos 1990, o Brasil dispunha de um sistema energético limpo, renovável, barato, capaz de estocar combustível para cinco anos, apto a transferir grandes blocos de energia do Sul para o Norte, do Nordeste para o Sudeste, gerenciando de forma integrada bacias hidrográficas fisicamente distantes milhares de quilômetros, a partir da fronda tucana, tudo isso se desfez.

Ao contrário do que afirma o imortal por encomenda da família Marinho, não só o PT tem plenas condições de continuar criticando a estratégia político-econômica que tanto fragilizou o estado e a economia brasileira, como podemos atribuir o termo "barbeiragem" a uma incompreensível benevolência da presidente aos que se deixaram levar pelo canto das sereias que habitam os mercados financeiros.

Desde o consórcio demotucano, bloquearam-se os investimentos em expansão do setor de geração de energia. Primeiro em nome do combate à inflação, depois apostando numa chuva de dinheiro decorrente das privatizações e na elasticidade (real) do sistema hidrelétrico. O descaso, é sempre bom lembrar, andou de braços dados no governo incensado pelo prolixo colunista de O Globo.

Adílson de Oliveira e Edmar de Almeida, professores da UFRJ, em artigo publicado no boletim Petróleo de Gás (abril de 2001) lembravam que a capacidade instalada tinha aumentado apenas 25,3% nos últimos seis anos, enquanto o consumo de energia elétrica cresceu 31,3%, no mesmo período. A defasagem, decorrente de investimentos aquém da necessidade foi, por algum tempo, suprida com o uso da água acumulada nos reservatórios.

Ambos alertavam para a situação especialmente grave no Sudeste e Nordeste, onde os níveis estavam abaixo de 35% da capacidade total. O racionamento anunciado era resultado de uma política deliberada: entregar a infraestrutura aos "agentes privados" que nunca ganharam tanto, tão fácil e tão rápido em tão pouco tempo. Como não politizar essa ida ao pote com tanta sede de lucro?

Como ignorar a gravidade da situação? Os reservatórios foram imprudentemente baixados a um nível tão crítico que, como alertou à época o professor Antônio Dias Leite, ex-ministro das Minas e Energia, "não seria possível seu reenchimento em um ano, mesmo que chovesse muito".

Cortar em 20% o consumo como o governo havia decidido, além de deteriorar a qualidade de vida da população, acarretaria a redução do crescimento, desorganização da cadeia produtiva e desemprego. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) projetava que um racionamento de energia para residências em 15% por seis meses e 22% para as empresas provocaria uma perda de R$ 15 bilhões na produção de bens e serviços além da perda de 17 mil postos de trabalho.

Onde estavam Merval, Catanhede, Miriam Leitão e Ricardo Noblat, entre tantos outros milicianos das redações partidarizadas? Por que nunca questionaram o que viam? Diante da imprevidência dos banqueiros, o governo de FHC criou o Proer, pagando a conta dessa imprevidência. Com relação à questão energética, por que os consumidores teriam que pagar pela incúria da gestão tucana? E, pior, pagariam duas vezes para que as concessionárias, tal como estava nos contratos, não tivessem prejuízos.

Por que os jornalões não contam a história toda? O motivo é simples. A partir do momento em que optou por fazer as vezes da direita – ou até assumir papéis e funções que caberiam aos seus partidos - a grande imprensa passou a ter que blindar o passado. Assim como faz com Serra, Aécio, Álvaro Dias e outros aliados/colaboradores. Frustradas, até agora, as tentativas de ressuscitar eleitoralmente o tucanato esfacelado, cabe às antigas oficinas de consenso exterminar o passado.

Parafraseando Shakespeare, com a pobreza típica das paráfrases, só resta dizer: "ambivalência, teu nome é redação partidarizada".




O  Apagão  Gasoso


O governo de FHC deixou propositalmente que os reservatórios chegassem a um nível crítico, para que , depois, tudo fosse às mãos dos amigos dos marinhos, que o merval tanto defende.

Era o período de privatização total, e os elétrons que correm pelos cabos de transmissão e chegam na sua residência, caro leitor, não poderiam ficar de fora.

Na farra das privatizações, o cenário da festa foi decorado com o gás da Bolívia.

O governo FHC conclui o gasoduto Brasil -Bolívia, em direção ao sudeste do Brasil, com fornecimento de gas boliviano.

O governo boliviano na época, também neoliberal, praticamente entregava de graça o gas para o Brasil, fazendo das térmicas, naquele momento, um excelente negócio.

Criava-se , assim , um modelo de criação de termelétricas, que usariam o gas boliviano, similar ao modelo petroquímico criado por Geisel ( cada termelétrica com três sócios -30, 30, 40 ).

Cabe lembrar que o vice de FHC, Marco Maciel, trabalhou no governo Geisel.

As termelétricas a gas, com o gas boliviano, se transformaram em objeto de desejo daqueles que orbitavam as decisões do governo de FHC.

Produzir energia , queimando um gas baratinho e com uma grande margem de lucro.

Fantástico.

A GLOBOPAR ( globo participações, das organizações globo ) fez, e talvez ainda faça, parte na composição acionária de várias termelétricas, assim como empreiteiras e outras corporações ligadas ao governo FHC.

Acontece que um pequeno erro de cálculo, para não dizer barbeiragem do governo FHC que muito pouco investiu na geração de enregia, gerou um enorme prejuízo para o país e para a população contruibuindo para um racionamento de energia.

A farsa , na época, foi desmascarada e repercutiu na internete.

Por que será que Merval não escreveu nada sobre a farra do gas ?





terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Otimismo Realista e Otimismo Idiota

 Otimismo Realista e Otimismo Idiota

Milagre do otimismo: união nacional

Por Alberto Dines em 22/01/2013 na edição 730
A natural e salutar propensão dos jornalistas ao ceticismo funciona no Brasil ao revés: aqui é imperioso alegrar-se, desbundar, deslumbrar-se. A tristeza é considerada subversiva, antipatriótica. Também a melancolia e a reflexão.
Pela mesma cartilha, o otimismo estimula (inclusive o consumo), dissolve conflitos, facilita negociações e promove a incessante fabricação de bolhas, sem as quais não há avanços.
O bom jornalismo implica rigor, exigências, intransigência, severidade – justamente os atributos menos favoráveis aos surtos de euforia. Especialmente nas férias de verão, quando assumem os “subs” dos “subs” para enfiar nas páginas qualquer bobagem que for engendrada nas sonolentas reuniões de pauta.
Neste exato momento, no Brasil, a esquerda e a direita articulam uma estranha e inédita convergência para acabar com o pessimismo. Seus expoentes certamente nunca ouviram falar em Paulo Prado e no seu clássico Retrato do Brasil, ensaio sobre a tristeza brasileira (de 1928), no entanto ambas as facções empenham-se gloriosamente em criar um clima festeiro capaz de resistir ao realismo, racionalismo e qualquer outro ismo romântico, nostálgico e decadente. Os conservadores querem animação para esquentar a economia, a esquerda está de olho nas presidenciais de 2014. Enfim, a sonhada união nacional.
Parque jurássico
A revista Veja realizou na sua última edição (nº 2305, de 23/1) uma surpreendente reviravolta filosófica ao exibir as 23 razões para sermos racionalmente otimistas. E esquecida de suas divergências com o governo federal promete que “até a economia vai trazer boas surpresas!”
O ponto de exclamação, antigamente era proibido nos manuais de redação do semanário, agora foi resgatado em homenagem à parceria público-privada.
Alguns motivos de Veja para pularmos de alegria:
>> Vai ficar mais fácil deixar de ser careca, embora nos velhos tempos se dizia que é dos carecas que elas gostam mais.
>> O ar das nossas metrópoles ficará mais respirável porque a partir de 2014 a Petrobras prometeu livrar o óleo diesel do superpoluente S-1800. E até lá como se arranjarão os asmáticos, enfisemáticos e alérgicos em geral que enchem os hospitais e postos de saúde?
>> Menos medo com o aquecimento global porque a produção de energia renovável aumenta exponencialmente no mundo. O redator nunca ouviu falar nos parques de energia eólica do Nordeste parados porque não há linhas de transmissão para distribuir a eletricidade.
>> O país dará um salto de desenvolvimento porque nunca houve tantos brasileiros em idade produtiva. O pibinho de 2012 e as modestas projeções para 2013 aparentemente não foram consideradas.
>> A classe média se tornará um pilar da economia. Esqueceram de dizer que o pilar da economia serão os baratíssimos produtos made in China.
>> Os novos estádios não darão vexame. Se tudo correr bem na Copa das Confederações, em junho de 2013, será possível evitar surpresas em 2014. E se não correr bem, adia-se o Mundial?
>> O projeto do “Bonde 2.0” sairá do papel. Está sendo implantado no Nordeste. Mas no Rio, o governador Sérgio Cabral cedeu às empresas rodoviárias e implantou o velho “Ônibus 1.0”: o BRT da Transoeste já apresenta problemas menos de um semestre depois de inaugurado.
>> Os bandidos condenados terão dificuldades em encurtar as penas graças ao novo Código Penal. E os malfeitores que pululam no Congresso?
>> A economia americana se recuperará.Ué, em novembro Barack Obama não era uma decepção?
>> As informações do mundo serão ordenadas. Como na Rússia, na China? O conceito de Big Data pressupõe a existência de empresas eficientes, governos capazes, mão de obra treinada, marcos regulatórios e agências reguladoras respeitadas, competição e aquela coisinha incômoda chamada liberdade.
>> Os óculos funcionarão como smartphones. E quando teremos celulares funcionando sem interrupções, banda larga autêntica, fiscalização das operadoras, defesa do consumidor?
>> A ressurreição dos bichos. Pelo menos três animais extintos serão “redescobertos”, um deles é o morcego-cara-de-macaco-de-fiji.
Não se mencionou o saudoso tiranossauro nem a possibilidade de o mundo transformar-se num imenso parque jurássico com entrada grátis para os descendentes de todos os que leram a arrebatadora utopia do nosso mais importante semanário.







Em política tudo é possível.

Até mesmo uma união esquerda direita.

E o que pensa o caro leitor ? 

Acredita, de fato, que é essa a intenção de Veja e de seus aliados do dispositivo midiático oposicionista - DMO ?

O texto de Albeto Dines preocupa-se, ou melhor, ocupa-se em analisar a guinada de Veja no tocante a um surto repentino de otimismo e mudança de humor.
Teria sido uma dose elevada de algum antidepressivo, para minimizar a  insistente tristeza por anos de derrotas que levou Veja a mudar de humor tão rápido ?
  
O leitor atento sabe que durante os dez anos dos governos populares e democráticos do PT, o DMO tem se comportado de maneira a retratar o Brasil como sendo o pior dos mundos.

"Um caos total", "uma ineficiência escandalosa", "apagões indecentes mancham o país do cruzeiro", "uma economia cambaleante", "políticas assistencialistas e eleitoreiras", "um estado saliente promovendo uma orgia com o dinheiro público", "forte centralização estatal que inviabiliza a eficiente iniciativa privada", "relações externas de mau gosto", "comportamentos vulgares de lideranças políticas", "tendências estatizantes ultrapassadas" , "restrições aos setores rentistas", "bolhas de crescimento"e outros temas mais sempre pintando um cenário terrível.

Enquanto isso, na prática e na vivência do povo brasileiro, o que se vê é uma realidade totalmente diferente:

Geração significativa de empregos, redução significativa da pobreza e da miséria, investimentos internos em infraestrutura para assegurar o crescimento econômico, melhora acentuada nos índices da educação pública, distribuição de renda, diminuição da exclusão social, reconhecimento internacional como uma potência emergente, participação ativa nos organismos internacionais, fortalecimento regional com a participação no Mercosul, criação da Celac, Unasul e Banco do Sul, melhoria na saúde com o aumento significativo da espectativa de vida do brasileiro, dentre outros mais  benefícios para o povo, sendo, talvez, o principal a recuperação da auto estima de um povo.

A discrepância entre o que o DMO retratava e a realidade do país era tão absurda, que mereceu uma declaração do ex-presidente Lula :

" se nos próximos dez anos, alguém desejar fazer uma pesquisa sobre o Brasil nos governos do PT e se utilizar dos jornais impressos para tal, descobrirá que o país viveu o seu pior momento, tamanha é a quantidade de notícia ruim e baixo astral".

Enquanto o  Brasil cresce, apesar da tristeza, má fé e desonestidade orquestrada do  DMO para demolir o governo e a  auto estima do povo, o mundo enfrenta uma de suas piores crises. Na civilizada Europa o FMI se faz presente. 
Fome e Miséria Internacional assolam o continente em uma crise sem data de validade para terminar. O mesmo ocorre nos EUA, com crescimento acentuado de pobres e miseráveis. 
O setor de grande crescimento nos EUA é o de barracas de camping, devido ao grande número de pessoas que não mais tem casas para viver, indo viver em barracas em parques, campings, ou mesmo no mato com carrapatos, minhocas e outros bichos.

Acrescente-se a crise mundial, o agravamento das questões climáticas com todo o repertório de desdobramentos  no meio ambiente, além dos graves problemas de poluição que insistem em se agravar pelo mundo, já que todos os fóruns que tratam do assunto vivenciaram um fracasso nas reuinões da última década e também nesta década.
  
E que fez o DMO ?

No tocante a crise mundial e as questões ambientais e climáticas, o DMO procurou minimizar os efeitos negativos , principalmente na economia e ainda tenta confundir a opinião pública nas questões climáticas e ambientais, pois sua ideologia está em jogo.

Interessante, não é caro leitor ?

O Brasil bem sucedido nos dez anos, até aqui, dos governos democráticos e populares do PT, foi pintado pelo DMO como sendo o pior lugar para se viver, o pior dos mundos, o próprio apocalipse, onde Peri e Ceci, assim como Deucalião e Pirra, seriam os únicos sobreviventes para reconstruir um novo mundo.

Enquanto isso, o  caos financeiro mundial e uma crise sem precedentes que continua aprofundando a miséria e a deseperança pelo mundo eram tratados pelo DMO como algo menor, passageiro, ajustes necessários, sacrifícios para um futuro promissor e outras bobagens mais que inundaram os jornais brasileiros sobre o tema. 
Nas questões ambientais e climáticas o DMO procura confundir a opinião pública e desviar a atenção, fazendo crer para os incautos que são preocupações desnecessárias pensar sobre mudanças climáticas, poluição e questões ambientais.

E agora, quando não mais se pode esconder o Brasil bem sucedido, a crise mundial, e o caos ambiental e climático, o DMO, pelas tintas de veja, aparece com um suposta campanha contra o baixo astral e em nome do otimismo e da alegria, afirmando em suas páginas progressos promissores em áreas caóticas e de acentuado  declínio, principalmente na economia mundial e nas questões ambientais e climáticas.

Ou seja, mais uma forma de manipular a realidade e os fatos. 

Se não bastasse Veja ainda acenou como progresso os avanços contra a calvice, o que mereceu do observador da imprensa, Aberto Dines, o seguinte comentário:

- mas não é dos carecas que elas gostam mais ?

 A proposta de otimismo e alegria parece que estão fazendo efeito.

Cabe ressaltar que durante os dez anos que o DMO inundou o país com um baixo astral sem precedentes, o povo vivia , e vive em alto astral e sempre otimista com o futuro, como já revelaram várias pesquisas de opinião que apontam o brasileiro como o povo mais feliz e otimista da atualidade.

Cabe uma pergunta:

Se as pesquisas de opinião apontam o povo brasileiro o  mais feliz e otimista, que aliança é essa, citada, por Alberto Dines, entre governo e  oposição, para acabar com o pessimismo ? 

Pessimismo, de quem ?

Da iniciativa privada, setor finanaceiro, empresários ?

Se for o caso não se trata de pessimismo mas sim de alinhamento com posições ideológicas e políticas , já que para esses o pessimismo e otimismo variam com os  números,  atuais e futuros, e  apesar da crise mundial o país continua crescendo com estrutura para índices melhores e robustos.

Ao que parece, Veja e o DMO desejam o otimismo alienado onde os incautos reinam em sintonia com as mídias de longo alcance, onde a conscientização sobre os principais problemas mundiais deve se resumir a um tratamento para eliminar a calvice, um ursinho panda que nasceu em zoo da Rússia, ou ainda menos enxôfre em uma atmosfera saturada de poluição como  da cidade de São Paulo.

A crise estrutural do capitalismo e as crises ambientais e climáticas ao que parece, estão fora da agenda do DMO.

Para o leitor fica uma pergunta:

Está o DMO empenhado em uma campanha para transformar o otimismo racional do povo em um otimismo idiotizante e alienado ?
 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Imprensa e Despolitização

  Imprensa e Despolitização

 

Imprensa e politização

Por Luciano Martins Costa em 21/01/2013 na edição 729
Comentário para o programa radiofônico do OI, 21/1/2013
A edição de domingo (20/1) do Estado de S.Paulo trouxe como manchete levantamento feito pelo Ibope a pedido do jornal paulista, no qual se revela que a maioria dos brasileiros não tem preferência partidária: no final de 2012, época da consulta, 56% declararam não apoiar nenhum partido específico, enquanto 44% tinham algum partido preferido. Em 1988, os números eram invertidos, com 61% partidarizados e 38% sem preferência.
Segundo o diário, a indiferença dos cidadãos em relação a siglas partidárias é resultado dos escândalos políticos dos últimos anos, em especial o que envolveu dirigentes do Partido dos Trabalhadores. No entanto, embora tenha perdido popularidade desde março de 2010, o PT segue sendo a agremiação com maior número de adeptos, o equivalente a 24% do total.
Uma análise cuidadosa da reportagem, confrontada com outros textos sobre o mesmo tema, revela que houve um esforço de edição por parte do jornal para forçar o entendimento de que o PT teve a maior perda entre os partidos. Os números, porém, indicam que o PMDB, com 6%, e PSDB, com 5%, segundo e terceiro colocados, ainda estão muito distantes do Partido dos Trabalhadores em termos de popularidade. Além disso, não há revelações inéditas no estudo, uma vez que a redução da credibilidade dos partidos políticos é em fenômeno comum a todas as democracias do Ocidente.
Base da pirâmide
Também não é verdadeira a afirmação do Estado de S.Paulo de que a consulta do Ibope revela que “apartidários são maioria no País pela primeira vez desde a redemocratização”, como anuncia o título da reportagem. Em maio de 2012, uma pesquisa do Vox Populi já revelava que 60% dos consultados não simpatizavam com nenhuma legenda política.
Por outro lado, convém analisar o valor desses números: em qualquer circunstância, conforme já observava o jornal gaúcho Zero Hora naquela ocasião, um engajamento partidário de 44% da população é um número nada desprezível.
No subtexto da reportagem do Estadão se pode encontrar, com facilidade, referências a circunstâncias tipicamente brasileiras, como os efeitos de escândalos e a rotinização da democracia, que tende a reduzir o engajamento dos cidadãos. No entanto, a perda de credibilidade dos partidos políticos é tema de estudos em todo o mundo, e aparece até mesmo em uma análise sobre as eleições israelenses, em reportagem do Globo publicada na segunda-feira (21/01): “Ex-líder trabalhista diz que a época de grandes legendas acabou”, diz o texto.
O retrato pintado pelo Estadão no domingo fica mais completo na edição de segunda-feira (21), na coluna do jornalista José Roberto de Toledo, que dá seguimento às análises do estudo publicado na véspera. Resumidamente, ele observa que o PT perdeu adeptos principalmente entre os brasileiros mais ricos, que migraram para o PSDB. “Pela primeira vez, há mais brasileiros com renda superior a dez salários mínimos que se dizem tucanos que petistas: 23% a 13%, segundo o Ibope”, diz o texto.
No entanto, a mudança de perfil não se deu apenas porque os mais ricos e educados deixaram de apoiar o PT, mas principalmente porque a base do Partido dos Trabalhadores foi inflada por cidadãos que ingressavam na nova classe de renda média. Na verdade, constata o colunista, o PT vinha perdendo apoiadores entre os mais ricos desde junho de 2001, quando 35% dos brasileiros de renda mais alta se diziam simpatizantes do partido. Esse fenômeno não era percebido, em parte, por causa do crescimento do PT na base da pirâmide, impulsionado pela grande popularidade do então presidente Lula da Silva.
Tudo a ver
O PSDB só começou a crescer entre os brasileiros de renda superior a dez salários mínimos a partir de 2010 – e aqui se pode misturar uma série de fatores, desde o bombardeio da imprensa sobre o tema da corrupção até o desconforto da elite com aeroportos lotados pela classe emergente.
Mas um elemento importante desse estudo, que é abordado ligeiramente por Toledo, ainda está por ser radiografado: o Partido dos Trabalhadores perdeu espaço principalmente entre os leitores de jornais e revistas.
Esse aspecto da consulta do Ibope precisa ser visto por dois ângulos opostos: os leitores de jornais e revistas abandonaram o PT por causa do intenso noticiário sobre escândalos políticos, ou os petistas abandonaram a leitura de jornais e revistas pela mesma razão?
Assim como o PSDB se transforma em partido de elite, mais conservador e homogêneo, também a imprensa passa por um fenômeno semelhante: tudo a ver?
Mas esse é tema para estudos mais profundos, que certamente os jornais teriam pouco interesse em publicar.


PT neles !


Mais uma vez a grande imprensa confunde desejo com realidade, e para isso, se ultiliza de pesquisas para produzir seus contorcionismos.

É claro que a imprensa tem uma posição sobre a política que ela deseja, e também como deveriam ser os partidos políticos de seu agrado.

Já não é de hoje, mais especificamente desde o início da década de 1990, que a grande imprensa martela na tese de que os Técnicos  são mais importantes do que políticos, induzindo os leitores a uma comparação errada entre Técnica e Política. Um exemplo atual pode ajudar na compreensão:

- os inúmeros estudos sobre as alterações climáticas e seus desdobramentos sobre as sociedades, assim como as soluções para mitigar os estragos já causados, foram produzidos pela comunidade científica como também estão disponíveis. As decisões para implementá-los, em diferentes níveis e escalas, dependem de ações políticas. É através da Política, com base na Técnica, que as  soluções serão encontradas.

Até mesmo em corporações com unidades fabris, por exemplo, cresce uma tendência de se utilizar profissionais com maiores habilidades em diferentes saberes ( capacidade de comunicação, capacidade para resolver conflitos )em áreas até então dominada por técnicos especialistas. É comum hoje, encontrar Filósofos ocupando o cargo de Diretor Industrial de uma planta  Química, por exemplo.
Em situações onde se exige muito mais do que a especialização técnica, um facilitador deve ocupar o espaço e ter sob seu comando  especialistas técnicos nas áreas específicas.

Esse também é o papel do político. Em todos os casos uma compreensão exata de liderança é fundamental. Líder não necessariamente é aquele que tem todo o conhecimento,como o especialista, e sim aquele que é capaz  de ter em seus quadros pessoas com o conhecimento desejado para as funções e ainda saber extrair o que de melhor essas pessoas podem oferecer.

A Política, que o globo deseja que desaparesça, é fundamental e necessária.
Dizer ainda, baseando-se em um estudo de um cientista israelense de que as grandes legendas estão em extinção, me parece pesquisa de asas de borboleta.

As grandes legendas políticas no mundo atual, em função da própria ideologia econômica e política atuais, estão passando por transformações exatamente para buscar uma maior participação política do cidadão. A maioria das novas legendas que surgem no mundo , colocam a participação direta do cidadão na política como uma exigência.

Vale ainda lembar do Brasil. Já tivemos por aqui, isso se formos lembrar apenas os últimos 50 anos, grandes legendas que sumiram.  A aliança renovadora nacional - ARENA - partido dos militares da ditadura, o Partido Democrático Social - PDS - exaltado em sua época gorda como o maior partido da América do Sul, o Partido da Frente Liberal - PFL, que de frente ficou para trás e apesar da mutação em Democráticos também já agoniza. 
A ARENA foi criada na década de 1960 e sumiu no início da década de 1980, para criar seu clone o PDS. 
O PFL surgia na métade da década de 1980 e hoje agoniza em DEMOCRATICOS. 
A ARENA teve de mudar de nome em duas décadas, o mesmo com o PFL. 

E o Partido dos Trabalhadores- PT - deve estar se perguntando o atento leitor ?

Criado em 1980, o PT com quase  33 anos continua como o partido com o maior percentual de simpatizantes fixos - 24 % - da população brasileira , número que sempre aumenta nos períodos eleitorais. Cabe lembrar que o segundo maior PMDB - tem apenas 6 % de simpatizantes.

A medida em retiramos as nuvens da desinformação, sempre abundantes em estadão e globo, vemos que o objetivo da matéria do estadão de domingo, assim como a repercussão em outro naipe musical pelo globo de hoje, visam desqualificar a política, os políticos e o principal partido político do Brasil.

Faça Política diariamente . Participe da Política diariamente.  Não deixe que outros façam por você, pois você pode não gostar dos resultados.

domingo, 20 de janeiro de 2013

O Orador Solitário

O Orador Solitário

Coimbra: as batalhas (perdidas) da oposição

Oposição só consegue maioria no Supremo. Nas ruas, é mais difícil.

O Conversa Afiada reproduz post do Vi o mundo, com texto de Marcos Coimbra, extraído da Carta Capital:
Marcos Coimbra: Bombardeio de gargalos e decepções


As Oposições e Suas Batalhas

por Marcos Coimbra, na CartaCapital, via Julio Cesar Macedo Amorim

O ano mal começou e a nova batalha das oposições, partidárias e extraparlamentares, já está em pleno andamento. Se a primeira quinzena de janeiro transcorreu assim, imagine-se o restante do ano. É fácil perceber o que as move e aonde pretendem chegar.

A espetacularização do julgamento do “mensalão” foi feita com o único objetivo de desconstruir a imagem do PT no plano moral. O que buscavam era marcar o partido e suas principais lideranças com o estigma da corrupção, a fim de erodir suas bases na sociedade.

Só quem acredita em histórias da carochinha levou a sério a versão de que a imprensa oposicionista tinha o desejo sincero de renovar nossos costumes políticos e promover a “limpeza das instituições”. Seus bons propósitos são tão verdadeiros quanto os de Pedro Malasartes, personagem de nosso folclore famoso pelo cinismo e pela falta de escrúpulos.

Por maiores que tenham sido seus esforços, obtiveram, no entanto, sucesso apenas parcial na empreitada, como vimos quando as urnas da eleição municipal foram abertas. Os resultados nacionais e algumas vitórias, como a de Fernando Haddad, em São Paulo, mostraram que os prejuízos sofridos pelo PT em decorrência do julgamento ficaram aquém do que calculavam.

Essa frustração as levou ao ponto em que estão hoje. De um lado, a insistir no moralismo e na tentativa de transformar o “mensalão” em assunto permanente da agenda nacional. Querem forçar o País a continuar a debatê-lo indefinidamente, como se tivesse a importância de temas como a democracia, o desenvolvimento econômico, o meio ambiente e a educação.

De outro, a diversificar os ataques, assestando as baterias em direção a novos alvos, procurando atingir a imagem administrativa da presidenta e do governo Dilma. Por extensão, de todo o PT. Não chega a ser um projeto original.

Nas disputas políticas, nenhuma novidade há em acusar os adversários, simultaneamente, de corrupção e incompetência. Em dizer que, além de se apropriar de recursos públicos, não sabem governar, e que não há, portanto, qualquer razão para apoiá-los, nem sequer o argumento do “rouba, mas faz”.

Neste início de ano, o discurso das oposições, em especial da armada midiática, é afirmar que o PT rouba e não faz.

Atravessamos os primeiros 15 dias de 2013 como se vivêssemos uma crise gravíssima e difusa, como se o Brasil estivesse na iminência da paralisia total.

Quem acompanhou o noticiário só ouviu falar em problemas, gargalos e decepções. É o inverso do que ela costuma fazer em janeiro, quando a maioria de seus leitores está de férias e pensa em outras coisas. Em vez das habituais reportagens amenas sobre a musa do verão e os preparativos para o carnaval, tudo o que publicam tem um tom catastrófico.

Os mais radicais não escondem a satisfação com o fraco desempenho do PIB em 2012 e os problemas de abastecimento elétrico em diversas regiões.

Ficaram algo tristes com as modestas tragédias naturais do começo do ano. Por enquanto, o que lhes resta é torcer por calamidades espetaculares.

“Pibinho”, crise de gestão, apagão, desindustrialização, inflação, desemprego, falta de ar refrigerado no Santos Dumont, a disparada no preço do tomate, tudo vai mal no Brasil, segundo a mídia oposicionista. Por culpa de Lula, que “não soube aproveitar a sorte” e “desperdiçou a herança de FHC”, e de Dilma que é “centralizadora”, “estatista” e “antiquada”.

Batem em tudo que veem e, se não veem, inventam. Nos últimos dias, até o Bolsa Família entrou na linha de mira dos “grandes jornais”. Sem falar na raiva contra Hugo Chávez, a quem parecem detestar somente por ser amigo de petistas – visto que nunca dedicaram aversão igual aos govenantes de direita do continente.

São como os lutadores de boxe que não possuem em seu repoertório um soco capaz de nocautear o adversário. Lembram os enfezados pesos-moscas orientais, que brigam desferindo a esmo diretos, cruzados, jabs e uppercuts – além de, vez por outra, golpes baixos. Funciona? Até agora, pode-se dizer que não.

Apesar do coro negativista, as pessoas comuns continuam satisfeitas com o País e o governo, e esperançosas em relação ao futuro. Em recente pesquisa da Vox Populi, 68% dos entrevistados disseram esperar que a situação de suas famílias venha a melhorar nos próximos 6 meses, contra 2% que temem que piore. E o mais provável é que os otimistas tenham razão.

Esta semana, outro patético esforço de mobilizar os “indignados” conseguiu colocar dez cidadãos na Avenida Paulista. Portavam cartazes pedindo “Basta!”. Ficaram falando sozinhos.

Uma coisa é conseguir a adesão de meia dúzia de ministros do Supremo, a maioria já alinhada com a oposição. Outra é encher as ruas. Isso, ela nunca soube fazer.

E não consegue aprender



PIG, DMO, Mileniun



Uma coisa todos nós devemos reconhecer. A grande mídia oposicionista é esforçada.

Isso me faz lembrar o caso de um sujeito que durante trinta anos pregava sua crença religiosa em praça pública, mais precisamente no Largo da Carioca, centro da Cidade do Rio de Janeiro.

Todos os dias, com chuva ou sol, lá estava ele. Sempre vestido com paletó e gravata, abria sua surrada bíblia que o tempo se incumbiu de castigar, e  fazia seu discurso.

 Falava, as vezes em tom elevado, mas raríssimas eram as pessoas que paravam para ouvi-lo.
Certo dia, duas pessoas que passavam pelo local, e acostumadas com a presença do orador solitário, travaram o seguinte diálogo:
 - admiro esse cara. Ele não desiste mesmo que ninguém o ouça. Isso é que se pode chamar de determinação.
- não entendo dessa maneira, disse o outro. Se ninguém  se interessa em ouvi-lo, qual o resultado de sua pregação ? Se você deseja que as pessoas ouçam o que você tem a dizer, mas ninguém ouve, o problema é seu. Significa que sua comunicação é inadequada, seja no conteúdo, seja no público que deseja atingir, seja no local que escolheu para fazê-lo. Isso não é determinação, isso é incompetência.
Assim é a grande mídia brasileira, ou partido da imprensa golpista _ PIG - ou ainda Dispositivo midiático oposicionista - DMO.
 O DMO, pelo menos nesses últimos dez anos ,é o orador do Largo da Carioca, com o diferencial de ser barulhento , mentiroso e violento. O orador solitário, pelo menos, não mentia.  
O DMO, com o tempo, e nada melhor que o tempo para retirar as máscaras, merece uma avaliação mais profunda, quem sabe uma tese de mestrado, ou doutorado, pois a matéria -prima é farta .
Defensor intransigente da liberdade de expressão, o DMO controla  praticamente toda a comunicação no Brasil , vivenciando e repetindo comportamentos que sempre repudiou,
 Vamos aos fatos:

- Durante o período da ditadura militar o DMO criticava a censura imposta pelos governos militares à atuação da imprensa, mesmo apoiando os militares. E o quem tem feito o DMO nos últimos dez anos ? Trabalhando de forma orquestrada e sincronizada, o DMO vem ocultando da população brasileira as principais informações relativas aos avanços conquistados pelos governos populares e democráticos do PT. Censurando informações  positivas do governo federal  em um claro jogo de interesses políticos, onde a população fica privada de conhecer a verdade dos fatos
.
- O DMO sempre foi um ferrenho crítico dos regimes comunistas, pois alegava a inexistência da democracia. E o que tem feito o DMO nos últimos dez anos ?
Uma premissa básica de regimes democráticos é a liberdade plena de expressão para todos os cidadãos. Isso significa, que se todos podem se expressar livremente, ninguém vai se preocupar com conteúdos como o do orador do Largo da Carioca. Já o DMO, por ser hegemônico no país, criou uma estrutura de perseguição `a pessoas e portais da internete que veiculem conteúdos diferentes das boboseiras diariamente produzidas pelo DMO. É uma maneira de intimidar e tentar evitar conteúdos que não estejam de acordo com a orientação política do DMO. Nada de democrático e muito parecido com os regimes totalitários que o DMO tanto criticava, e ainda critica.

- O DMO criticava ferozmente os regimes totalitários comunistas pela existência de uma imprensa estatal e única, sem espaço para a iniciativa privada. O quem tem feito o DMO nesses últimos dez anos ?  Organizado em um grande grupo que controla toda a informação do país  o DMO escolhe e reproduz a informação que deseja , com pouco espaço para o contraditório. E ainda, tenta boicotar toda e qualquer iniciativa do governo e da sociedade civil organizada através dos movimentos sociais, para o estabelecimento de um novo marco regulatório para as comunicações no país que garantirão a diversidade e a pluralidade de conteúdos. Isso significa  que o DMO não vai deixar de existir com um novo marco, ele vai continuar a produzir seus conteúdos mas será apenas , um orador solitário com alguma platéia.

Atualmente, o apagão que não aconteceu, a elevação do preço do tomate, e outros assuntos fictícios ganham contornos de desespero por parte do DMO.
Desesperados fazem qualquer coisa. Aí mora o perigo.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Civilização ? Tem muito Primata Rindo

Civilização ?   Tem muito Primata Rindo

 

 

Drauzio Varella: Inimigo Público

A metade dos brasileiros adultos está obesa ou com excesso de peso. A continuarmos nesse passo, em dez anos estaremos tão gordos como os americanos. Lá, 30% dos adultos estão na faixa do excesso de peso, 30% são obesos e 10% -sofrem de obesidade grave.


Por Drauzio Varella*, Carta Capital




foto: minilua.com

Para eles, conter essa epidemia virou prioridade governamental, porque os custos das doenças crônicas associadas à obesidade serão insuportáveis para o sistema de saúde. Imaginem para o nosso.

As autoridades sanitárias americanas -travam uma queda de braço desigual com a indústria alimentícia, as cadeias de fast-food, as associações que representam os restaurantes, as empresas de publicidade e os lobistas.

Está na ordem do dia a proposta do aumento de impostos sobre os refrigerantes açucarados. Como essa discussão será travada um dia entre nós – quando a saúde pública for levada a sério nessas paragens –, vou resumir um debate publicado no The New England Journal of Medicine.

Para escrever a favor da taxação, a revista convidou o médico Thomas Farley, do Departamento de Saúde de Nova York. Diz ele:

1) As companhias fazem de tudo para promover o consumo de refrigerantes calóricos. O apelo toma partido da preferência do paladar pelos sabores doces.

2) As embalagens estão cada vez maiores e baratas, e podem ser fechadas novamente para garantir consumo contínuo. São vendidas em máquinas e distribuídas nas estantes mais vistosas de supermercados e lojas de conveniência.

3) A população continua a engordar, apesar de saber que calorias em excesso são as principais responsáveis do sofrimento causado pela obesidade. O apelo dos refrigerantes com açúcar e das técnicas de marketing para promovê-los é mais forte do que a força de vontade dos adultos. O que esperar das crianças?

Leia mais:
A difícil arte de ser criança no século XXI
Diabetes mata mais que Aids e trânsito no Brasil
A história do diabetes
Uma vez gordo, sempre gordo

4) Se um produto distribuído nas escolas causasse doença, todos pressionariam as autoridades para regulamentá-lo. Por que não fazer o mesmo com os refrigerantes que contribuem para a obesidade?

5) A educação sempre é apresentada como alternativa às políticas aplicadas à solução dos problemas de saúde. De fato, é necessário alertar para os riscos das bebidas e dos alimentos obesogênicos, mas a educação sozinha não resolve. É fundamental criar um ambiente alimentar que não exponha crianças e adultos às quantidades absurdas de açúcar.

Contra a taxação, argumentam David Just e Brian Wansink, economistas da Universidade Cornell:

1) Não há dúvida de que os refrigerantes com açúcar contribuem para a obesidade, especialmente nas crianças. Nesse caso, regulamentar preço, conteúdo, disponibilidade e marketing parece sensato: se criarmos uma lei que proíba
as crianças de tomar refrigerantes, elas não tomarão. Mas é preciso cuidado, a proibição do álcool no passado foi um desastre.

2) Cercear o acesso a um produto altera o padrão de consumo de outros. Se afastarmos os refrigerantes das crianças, elas tomarão outras bebidas; sucos adocicados, por exemplo. No estudo que acabou conhecido como Coke to Coors conduzido em Utica, no estado de Nova York, a taxação de refrigerantes provocou aumento na venda de cerveja.

3) Quando uma autoridade impõe regras dietéticas para as crianças, a tendência delas é contestá-las. Será triste criarmos uma geração de fanáticos por refrigerantes.

4) O uso de estratégias comportamentais é mais eficaz. Diminuir a visibilidade dos refrigerantes com açúcar e aumentar a das frutas e dos vegetais, tornando-os mais atrativos por meio de associação com heróis, como Batman – como foi feito no passado com Popeye e o espinafre –, pode criar hábitos saudáveis mais duradouros sem criar associações de defensores do direito de tomar refrigerantes.

5) O universo de alimentos que contribuem para a obesidade infantil é muito maior do que o dos refrigerantes com açúcar.

E você, prezado leitor, o que acha?

* Drauzio Varella é médico cancerologista, formado pela USP



Decadente-cola

É o que chamam american way of life.
É a famosa  e sempre enaltecida praticidade do povo americano.
O caro leitor certamente deve estar se perguntando:
- que praticidade é essa em que as pessoas tem até dificuldade para andar, entrar em um 
  carro ? Imagine se acomodar em um avião ?
E os números mostram que uma grande parcela da população tem essas dificuldades.
E aí começa a briga. 
E que briga. 
De um lado a indústria alimentícia, as cadeias do "prático" alimento fast food, restaurantes e afins. 
Do outro lado o "inconveniente" estado com suas normas, regras e ultrapassadas tentativas de regular e controlar a livre iniciativa.
O american way of life, com a sua praticidade, entende que tempo não pode ser desperdiçado com atividades pouco produtivas, como comprar ingredientes, fazer suas próprias refeições, e alimentar-se com tranquilidade. 
Afinal a tecnologia e as máquinas, aí estão, fruto da inteligência do american way of life, para fornecer os alimentos que necessitamos. 
Sempre padronizados, impessoais, higiênicos. O disco do hamburguer é sempre do mesmo tamanho, assim como o paladar, e até as pedrinhas de gelo do refrigerante, que sai de uma máquina, tem o mesmo tamanho. 
As embalagens são padronizadas e descartáveis . 
O consumidor não se preocupa com nada, apenas come, em segundos, ganha o tempo tão precioso, mas não sabe que compromete toda sua vida. 
A padronização dos alimentos da cadeia fast food certamente deve utilizar sementes transgências para a produção dos diferentes componentes. 
Some-se a isso o fato que muitos produtos são congelados, e aquecidos próximo ao consumo. Com tudo isso lá se vão pela estrada da suposta praticidade inúmeros nutrientes. 
Humanos e animais , principalmente os domésticos,aí me refiro aos humanos, desfrutam de um mesmo modelo de nutrição, racional, rápido e mortífero. 
Como habitantes de regiões estéreis, onde nada se produz, planta e colhe, as embalagens em formato de caixas, de diferentes tamanhos, estão por todos os lados, em cores vivas, em diferentes volumes e pesos, sempre com total facilidade para o acondicionamento em grande escala em residências e de fácil consumo. 
A maioria dos alimentos tem baixo valor nutricional, pouca energia química, além de serem carregados em açúcar, e uma infinidade de substâncias químicas que contribuem para que os produtos tenham uma boa aparência, cores vivas, maciez , odores e paladares. 
Tudo é artificial e pobre e com o tempo, que não pode ser desperdiçado no american way of life, vai se transformando em uma bomba onde inúmeras doenças  começam a dar sinais vitais de grande organização e poder destrutivo. 
Todos querem a praticidade, ao ponto de não sair de seu automóvel para fazer uma refeição. 
O automóvel é prático, pois com ele as  pessoas se deslocam de um lugar para outro, com rapidez e refeições são detalhes que podem ser corrigidos com a praticidade das cadeias de fast food. 
Fantástico ! 
O mesmo pode ocorrer no local de trabalho, pois para que se ausentar já que que se pode realizar as tarefas, e de forma agradável e tranquila, consumir os alimentos. 
E as rosquinhas com café nos horários do lanche. Hummmmm, são ótimas. 
Tudo é prático na sociedade da praticidade. 
Já pela noite, em casa com a família, depois de um dia altamente produtivo, nada melhor que refeições práticas, aquecidas em micro ondas, para não perder tempo , pois os programas de tv estão cada vez melhores nesses tempos de civilidade capitalista. 
Apesar de algumas notícias desagradáveis, como essas crianças desajustadas que vivem matando outras crianças de forma fria, impessoal, padronizada e prática, nosso american way of life é um exemplo de civilidade, higiene, progresso e saúde. 
E as crianças ? 
Todas, ou a grande maioria, adora coisas doces, que não necessariamente deveriam ter açucar refinado . 
Crescendo na sociedade da praticidade e dominadas cruelmente por uma máquina mortífera de propaganda, as crianças são corpos de prova das grandes corporações. 
E o estado ? 
O estado, sempre visto como um impecílio para os negócios, não tem poder na sociedade da praticidade e ainda deve se sujeitar as normas  e regras criadas pelas corporações, que servirão como normas para a sociedade. 
Assim sendo, os novos humanos desse novo e admirável processo civilizatório, mas se parecem com mamutes, obesos, doentes que , por outro lado, são uma excelente fonte de receita para a indústria farmacêutica e médica e , também e principalmente, um grande transtorno com enormes prejuízos para a saúde pública.
A nutrição deve ser vista e entendida pela população, também, como uma prática de hábitos de higiene. Infelizmente não é assim. 
A maioria come, come, mas pouco se alimenta. O Comer Bem não significa comer muito.
E o governo brasileiro?
É impressionante a pasmaceira do governo federal no que diz respito a criação de normas  rígidas contra a propaganda de alimentos , principalmente para crianças.
As emissoras de tv privadas veiculam diariamente, por anos e anos a fio, uma enxurrada de material de propaganda de alimentos  nocivos a saúde. São refrigerantes, fast food, biscoitos vulgares, guloseimas e outros venenos mais.
É impensável , para o cidadão brasileiro, incorporar hábitos  como o de consumir refrigerantes.
Em um país com uma abundância de frutas, cidades onde existem uma loja de sucos em cada esquina, consumir refrigerantes artificiais e nocivos a saúde humana, só mesmo pela imposição da propaganda. Nossas esquinas não vendem armas.
E o quem tem feito o governo federal ?
Nada. Absolutamente nada. 
As emissoras de tv privada também nada farão, pois as corporações de alimentos e bebidas são seus grandes mantenedores e certamente não gostariam de ver seus objetivos serem contrariados com campanhas educativas sobre nutrição. 
Acrescente-se a tudo isso o fato que as corporações de alimentos e bebidas serem os principais  patrocinadores de shows, cultura e grandes eventos esportivos.
Na Bolívia, a cultura da praticidade sofreu um duro golpe já que o povo boliviano, em respeito aos seus hábitos, preservou a prática de preparações de suas refeições, pois além  da questão nutricional estão , também, envolvidos aspectos de sociabilidade, pois as famílias se reunem durante a preparação e no consumo dos alimentos. Ainda teve a coca-cola rejeitada no país, pois os bolivianos não abrem mão de beber seu tradicional refresco a base de pêssego.
Movimentos semelhantes, e mesmo mais antigos, acontecem em outros países , como o slow food, na Itália.
A cultura da praticidade violentamente imposta pelas mídias brasileiras e pela propaganda, revela-se um problemas, até mesmo em seu lugar de origem. 
O leitor bem informado certamente deve estar pensando:
- a cultura da praticidade vem de um país onde a maioria da população sofre de obesidade, por  conta de seus hábitos alimentares e estilos de vida. Também é de lá a maior população carcerária do planeta. Os práticos e inteligentes, em sua esmagadora maioria, mais precisamente 9 em 10 habitantes, possuem armas de fogo. A cultura da praticidade é responsável por consumir, irracionalmente, 45 % dos recursos naturais do planeta, para privilegiar,teoricamente, 4,5% da população desse planeta. O american way of life é o maior poluidor do planeta. E para terminar, sem pensar em esgotar o assunto, eles vivem em uma guerra sem fim, contra tudo e todos que pensem diferente deles.
Reducionismo e estreitamento de idéias não tem nada de prático, menos ainda de civilizado. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A Grande Injustiça

 A  Grande  Injustiça

 

 

Expectativas de Dirceu

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O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu tem dito aos amigos que nem mesmo da prisão deixará de fazer política. Um dos caminhos é assegurar o direito de continuar escrevendo em seu blog na internet. Os amigos do ex-ministro garantem ainda que ele estará, sim, disposto a receber visitas para falar sobre trabalho.
Dirceu foi condenado a 10 anos e 1o meses de prisão no processo de mensalão. Acredita-se que cumprirá pouco mais de um ano e meio da pena em regime fechado. Mas seus advogados ainda trabalham exaustivamente na elaboração de recursos. Aliados do ministro dizem que ele está otimista quanto à possibilidade de reverter a pena para o regime semiaberto


 PT SEMPRE


O texto acima copiei, hoje, 17.01.13, do Portal IG, da seção Poder Online.
O Portal IG, pertencente ao grupo onde também estão os jornais O Dia e o rasteiro vulgar Meia Hora, além das rádios FM O Dia e MPB FM, esta última destinada apenas a execução de música brasileira, desde que pague o jabá na emissora, é claro. 
Aliás, a MPB FM deixa muito a desejar na reprodução da boa música popular brasileira, sendo repetitiva ao extremo com medalhões consagrados, e ignorando a boa música que se renova todos os dias. 
Ninguém mais aguenta ligar a MPB FM e ouvir Rita Lee cantando Ovelha Negra. 
A emissora poderia destinar um horário apenas  para as canções consagradas e saudosismos.

Entretanto, o objetivo do meu texto não é a MPB, nem as mediocridades dos jornais do grupo.

Fico com o comentário que avalia as expectativas de José Dirceu, caso seja preso em penitenciária.


Todos noś, bem informados, sabemos que o julgamento da ação penal 470 seguiu trilhas políticas, influenciadas por uma enorme pressão dos meios de comunicação para que os membros do PT fossem considerados culpados e condenados. 

Passados alguns dias, e o tempo nessas questões é fundamental, começam a surgir declarações, inclusive de magistrados envolvidos no julgamento, de que José Dirceu e outros membros do PT foram condenados sem nenhuma prova concreta e objetiva de que tenham cometidos crimes.

A medida que as nuvens do julgamento se dissipam, as manchetes dos grandes jornais miram os céus, e ignorantes colunistas atacam o povo venezuelano, uma enorme injustiça parece ficar claro para todos nós no tocante a condenação dos réus da ação penal 470, incluido, claro, Jose Dirceu.

E o que ainda faz a imprensa ? 

Assim como o texto extraído do portal IG, não se ocupa em divulgar e repercutir a injustiça, mas tendo o fato como consumado, explora, até mesmo cinicamente, o que fará Jose Dirceu na prisão.

Para essa imprensa pequena lembro alguns fatos emblemáticos, onde a injustiça acabou por incentivar o surgimento ou mesmo a consolidação de grande líderes e movimentos:
- Hugo Chavez, presidente da República Bolivariana da Venezuela, que hoje        trava a mais importante de suas batalhas, esteve preso no início da década de 1990 por liderar uma levante armado contra o saque generalizado que seu país sofria, e também pelas péssimas condições que a maioria do povo venezuelano vivia. Saiu da prisão , foi eleito presidente e hoje lidera uma revolução impensável para as oligarquias e elites da região, com desdobramentos em toda a América Latina e no Caribe.

- Alvaro Garcia Linera, vice presidente da Bolívia, foi preso político por um longo período e durante seu tempo de prisão revisitou, dialeticamente, toda a obra de Marx, criando assim as bases para o sucesso da eleição de Evo Morales, e a consolidação do projeto boliviano de BemViver.

- Nelson Mandela, o mais emblemático de todos. Preso por lutar contra o apartheid, ficou 28 anos na prisão, e mesmo detido se transformou no maior símbolo da luta de um povo. Saiu da prisão, foi eleito presidente da África do Sul sem abndonar em nenhum momento seus ideais. Ainda deu uma lição de civilidade e dignidade aqueles que o perseguiram e, por não dizer , ao mundo.

Grandes injustiças, como o caso da prisão de Jose Dirceu, podem produzir  reações inimagináveis no consciente coletivo já que a perseverança e comprometimento com seus ideais, por parte dos detidos, em muitos casos é assimilada pelo povo.

Para autora do texto e para a grande imprensa que se preocupa com o que Dirceu fará na prisão fica uma pergunta:

O que vocês farão quando conseguirem se libertar de suas ignorâncias ?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A Teoria de Conspiração que se Revela Verdadeira

A  Teoria de Conspiração que se Revela Verdadeira

 

 

Yasser Arafat foi assassinado pelos sionistas de Israel

Na sexta-feira (11), Shimon Peres, presidente de Israel, assumiu publicamente que o governo israelense é responsável pela morte do líder palestino
15/01/2013

Baby Siqueira Abrão

Yasser Arafat - Foto: World Forum Economic/CC
A notícia de que os sionistas são os responsáveis pela morte de Arafat foi dada por ninguém menos do que Shimon Peres, presidente de Israel. Na sexta feira, 11 de janeiro, dia em que a resistência palestina entrou numa nova fase de luta contra a ocupação – a das ações diretas não violentas para tentar retomar suas terras, roubadas pelas autoridades israelenses –, Peres veio a público revelar que sim, os sionistas assassinaram o líder palestino Yasser Arafat.
Mais surpreendente do que a confissão foi o silêncio dos governos do mundo em relação a ela. Não houve nenhuma condenação formal, nenhuma indignação expressa em discursos diplomáticos, nada. Nem mesmo os grandes partidos palestinos se pronunciaram oficialmente, ao menos até agora. A Organização para a Libertação da Palestina (OLP), chefiada durantes seus anos mais difíceis por Arafat, teve um fim de semana muito atarefado para emitir algum comunicado sobre o assunto: tentava convencer a União Europeia a trabalhar pelo fim imediato da ocupação militar israelense, depois que palestinos foram arrancados pela polícia sionista da vila de Bab Al-Shams, em seu próprio país.
Tem-se a impressão de que o assassinato da maior autoridade de uma nação pelo governo de um país estrangeiro é fato comum, sem nenhuma importância. Ou talvez os governantes do mundo não se tenham surpreendido com a confissão de Peres porque já sabiam do fato.
Mas exatamente por isso as condenações deveriam ser efetivas, como as sanções econômicas que o Conselho de Segurança da ONU gosta de impor a países escolhidos a dedo por sua independência em relação às políticas econômicas dominantes, gestadas em grandes centros financeiros mundiais, e à agenda das guerras: às drogas, ao narcotráfico, ao terrorismo, guerra sem fim. Todas destinadas a alimentar o caixa do complexo industrial militar do eixo Estados Unidos-Europa-Israel.
A confissão de Simon Peres não teve nem mesmo algum sinal de arrependimento pela trama sórdida que levou à morte de um ser humano. O presidente limitou-se a dizer que a decisão foi um erro estratégico por dois motivos: porque com Arafat era possível conversar e porque sua eliminação levou a uma situação “mais difícil e complexa”.
As declarações do presidente de Israel não teriam sido feitas, porém, se a rede de mídias Al-Jazeera, financiada pelo Qatar, não tivesse enviado para exame alguns pertences pessoais de Arafat. Realizado pelo Instituto de Radiofísica de Lausane, na Suíça, o exame revelou “uma elevada, inexplicável e insuportável quantidade de polônio 210 nos fluidos biológicos encontrados nos objetos pessoais do sr. Arafat”, como explicou François Bochud, diretor do instituto à Al-Jazeera. O polônio 210 é um elemento radioativo potente, capaz de matar em pouco tempo, e provoca os mesmos sintomas que Arafat começou a sentir em 25 de outubro de 2004. Em 11 de novembro, ele estava morto.
O programa que a Al-Jazeera levou ao ar em 3 de julho de 2012 rompeu o pacto de silêncio que havia em torno da morte do líder palestino. Por insistência de Suha, viúva de Arafat, seu corpo foi exumado por especialistas suíços e franceses em novembro do ano passado e amostras seguiram para análise. Os resultados confirmaram o envenenamento.
Esse fato, e as provas documentais de que Ariel Sharon, primeiro-ministro israelense à época da morte de Arafat, havia mandado assassiná-lo, trouxeram à tona aquilo que todo palestino já sabia e vem falando abertamente em conversas nas ruas, nas lojas, nos ônibus da Palestina. Faltavam apenas as provas, conseguidas agora, nove anos depois do crime.


Políticas Sociais que Contribuem para o Surgimento de Cancer

Acabaram-se as teorias de conspiração.
Aquilo que muitos acreditavam ter acontecido, de fato aconteceu.
Os exames nos fluidos biológicos de Arafat acusaram uma quantidade absurda de material radioativo, especificamente o Polônio 210.
Não há dúvida. Arafat foi envenenado e assassinado.
Isso aconteceu em 2004, no mês de novembro.
Israel não deve ter agido sozinho, e se agiu seu principal parceiro em terrorismo, os EUA, devem ter tido pelo menos conhecimento prévio do assassinato.
Mais ou menos seis anos após o assassinato de Arafat, uma onda de câncer, morte e conflitos,  atinge presidentes sulamericanos.  Presidentes que implementam políticas contrárias aos interesses dos EUA
Hugo Chavez, Lula, Dilma, Lugo, Cristina Kirschner contrariam cancer , em maior ou menor gravidade, em um curto período de tempo.
No mesmo período Rafael Correa sofreu uma tentativa de assassinato, no Equador.
Evo Morales, da Bolívia, enfrentou uma forte tentativa de golpe de estado.
Nestor Kirschner, no mesmo período, morreu vítima de problemas cardíacos.
Todos esses líderes não tem a simpatia dos EUA e consequentemente de seus representantes na América Latina.
As coincidências são inegáveis, já a existência de um significado para elas, o tempo dirá, como ocorreu com Arafat.
O caso mais marcante é de Hugo Chavez, certamente o mais odiado pelo imperialismo estadunidense.
Jovem, tem 58 anos, forte , com uma energia invejável,visivelmente esbanjando saúde,foi alvejado, repentinamente, por um processo degenerativo devastador.
Os demais líderes que contraíram cancer, revelam características semelhantes na doença
Dois líderes contraíram cancer no listema linfático e um outro na garganta, o que inclina que podem ter sido contaminados pelo mesmo agente  químico/radioativo, em região sensível e com maior probabilidade de desenvolvimento de câncer por contaminação radiotiva.
Lugo se tratou e ficou curado, mas logo sofreu um golpe de estado no Paraguai e foi afastado do poder.
Cristina pouco sofreu e o tumor revelou-se benigno, mas as tentativas de sabotagem de seu governo tem crescido.
Lula e Dilma foram curados , mas o fantasma de um golpe jurídico, como o que ocorreu no Paraguai, ronda o país.
Nos governos da América Latina, alinhados com os EUA, nenhum líder ficou doente, ou sofreu atentado,  e os países não passaram por tentativas de golpe de estado.
Tudo bem. O caro leitor dirá , com razão, que trata-se de mais uma das minhas teorias de conspiração. 
O caro leitor está correto, mas convenhamos, que essa teoria é poderosa no tocante a probabilidade de ser verdadeira, isso ela é.