sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O crepúsculo do comedor

Para dar espaço a um nome de “centro”, Bolsonaro é demolido pela mesma mídia que o criou.
Por Kiko Nogueira
- 12 de janeiro de 2018

Tietando o “Japonês da Federal”, acusado de participar de um esquema de contrabando

Jair Bolsonaro está sendo destruído pela mesma mídia sem a qual ele não existiria. Nem Sheherazade o quer mais.

Há dias a Folha de S.Paulo, depois que a Globo iniciou o serviço, se dedica a esmiuçar os hábitos corruptos do candidato da extrema direita.

A devassa demorou a ser feita, dado que Bolso está na Câmara dos Deputados há 27 anos, mas antes tarde do que mais tarde.


Além dos filhos na carreira do pai — um deles, Flávio, fenômeno do mercado imobiliário no RJ —, ele empregou ex e atual mulher, tem funcionária fantasma, usa auxílio moradia (“pra comer gente”, admite) etc.

Não vai perder um único voto, já que seus seguidores analfabetos funcionais o amam por motivos outros. Basicamente, seu jeitinho fascista de ser. Mas não vai ganhar novos.

Finalmente descobrimos que JB é um político como qualquer outro.

Quer dizer, na verdade, alguns são mais iguais que outros.

Esse esforço de reportagem, que só se vê quando o assunto é Lula, jamais foi ou será feito para investigar Alckmin, Serra, Doria ou algum outro tucano amigo.

Bolsonaro é fruto da polarização e do discurso de ódio cultivado pela imprensa nos últimos anos.

A demonização da esquerda, a papagaiada “anticomunista” nos protestos pelo impeachment, a radicalização débil mental da classe média, o antipetismo mais rasteiro, a obsessão com a Venezuela e o bolivarianismo — tudo isso foi estimulado em TVs, jornais e revistas.

Bolso incorporou esse sentimento e surfou nele sem ser incomodado.

Agora precisa ser tirado do caminho para abrir espaço para um nome de “centro”. No momento é o Geraldo. Amanhã pode ser o Huck. E por aí vai.

Bolsonaro é o otário que achou que podia comer na mesa deles. Puxou o saco de poderosos, tentou se travestir de liberal, foi atrás de Sergio Moro como uma biebermaníaca.

Está descobrindo que nunca passou de um cachorro louco e seu lugar é no canil da Casa Grande.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
________________________________________________________
Resultado de imagem para imagem de bico de pena para escrever

Essa coisa que apoia a tortura e a pena de morte, caro leitor, também é o candidato da maioria dos evangélicos. Esse machista com discurso de frequentador de botequim pé sujo vai sair de cena, e em seu lugar teremos, provavelmente, Alckmim, o Geraldo Opus Dei, ainda mais reacionário e retrógrado que Bolsonaro, porém, sem sair por aí dizendo que come todo mundo. Geraldo se apresenta como um santo, educado, tal qual um clérigo , de fala mansa e pausada. Se Geraldo empacar, teremos provavelmente uma figura midiática, de nariz grande.

Nenhum comentário:

Postar um comentário