quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Bancos não precisam de cisternas

Com corte de 92%, governo Temer detona premiado programa de cisternas

01 de novembro de 2017 às 09h46


Com corte de 92% para 2018, governo ameaça extinguir programa de cisterna premiado pela ONU

Cauê Ameni, De Olho nos Ruralistas



O corte de 85% no programa de Segurança Alimentar não atinge apenas o principal programa responsável por auxiliar pequenos agricultores e pessoas em situação de insegurança alimentar, como mostrou o De Olho nos Ruralistas.

Também afetará drasticamente o programa de implantação de cisternas, dificultando a vida na região mais árida do país: o semiárido.

O Programa de Cisterna, premiado na COP 13 pela ONU como uma das mais efetivas políticas para áreas desertificadas no mundo, terá seu orçamento reduzido de R$ 248,8 milhões para R$ 20 milhões.

Isso equivale a apenas 8% dos recursos destinado este ano. O valor representa um pouco mais de 6% dos recursos repassados para o programa em 2010.

De acordo com a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), organização que congrega 3 mil organizações e movimentos sociais dos nove estados no semiárido, o programa possibilitou o acesso à água potável para mais de 5 milhões de pessoas.

E, por isso, foi laureado pelo prêmio considerado o “Oscar internacional para as melhores políticas”, concedido pelo World Future Council, em cooperação com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação.

O semiárido concentra metade dos brasileiros em situação de miséria e, apesar de cerca de 350 mil famílias necessitarem de cisternas para sobreviver, a proposta do governo para 2018 é que este pequeno recurso seja destinado para todo o território nacional.

Entretanto, essa verba é capaz de produzir apenas 5.453 cisternas para captação de água, incluindo água para consumo humano, produção de alimentos e criação de animais.

As famílias que necessitam de cisternas estão localizadas em zonas rurais, distantes dos municípios. Segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), apenas 27% da população rural de baixa renda possui acesso a uma rede publica de abastecimento de água.

Além disso, o Nordeste vive a pior seca dos últimos 100 anos e afeta 23 milhões de pessoas. De 2010 a 2014 a verba do Programa de Cisterna teve um crescimento contínuo, saltando de R$ 95 milhões para R$ 324,7 milhões. Desde 2015, porém, o fluxo foi inverso.

Fonte: VIOMUNDO
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Instituições financeiras, como bancos, por exemplo, não necessitam de cisternas, daí o corte violento de verbas por parte desse governo assassino.

Globo e o laboratório Huck

Elio Gaspari: o golpe com Luciano Huck foi tentado antes com Silvio Santos e deu em Collor
Por Kiko Nogueira
- 1 de novembro de 2017

Em sua coluna na Folha, Elio Gaspari lembrou que o golpe Luciano Huck já foi tentado em 1989 com Silvio Santos:

Como em 1989, o primeiro turno poderá ser embolado. Lula pode ser condenado na segunda instância e Bolsonaro pode bater com a cabeça no teto da era paleolítica. Como em 1989, quando o governo de José Sarney tinha uma impopularidade que se supunha inigualável (ninguém imaginava que haveria um Michel Temer), há no ar o medo de Lula e, além dele, falta um nome.

Em 1989, era preciso botar um nome na rua e apareceu o do astro Silvio Santos. A busca por candidatos de fora da política era tamanha que no tucanato pensou-se no ator Lima Duarte na chapa de Mário Covas.

Silvio Santos teve até jingle, “agora o povo está contente, o povo já tem em quem votar”, mas, impugnado, deixou a bola murchar e o andar de cima descobriu que o candidato de seu sonhos era Fernando Collor. Deu no que deu.

Em 2017, da mesma cartola de que quase saiu o homem do Baú da Felicidade tenta-se tirar o astro de TV Luciano Huck. A ideia é simples: o povo está desencantado da política, não sabe votar, e pode ir atrás de uma celebridade da telinha. Que tal Henrique Meirelles na vice?

Seria um bom tutor?

Huck parece dispor de uma superassessoria da banca e da marquetagem que, astutamente, não põe a cara na vitrine. Mencioná-los agora seria puro sensacionalismo. Querem que a televisão lhes sirva de palanque. À diferença de Silvio Santos, que era o dono da emissora, Huck sabe os riscos profissionais que corre lançando-se na corredeira de uma campanha política.



Silvio ia sair pelo PFL, mas Aureliano Chaves bateu pé. No PL, Afif Domingos também não renunciou – queria Silvio como vice. O apresentador não aceitou a proposta e passou a ser cortejado por vários partidos.

Ele se decidiu após uma reunião com Armando Corrêa, do “nanico” PMB (Partido Municipalista Brasileiro). Corrêa ofereceu a legenda e o lugar dele. Silvio aceitou a pouco mais de vinte dias para o pleito.

Silvio Santos entrou com o pedido oficial de candidatura no TSE no dia 4 de novembro. Dois dias depois, o PRN, de Collor, entrou com pedido para a extinção do partido do apresentador.

A alegação era de que o PMB não havia feito o número mínimo de convenções exigido pela legislação eleitoral. A menos de dez dias da eleição, o Ibope divulgou uma pesquisa apontando Collor na liderança, com 23%, seguido de Silvio, com 18%, e Brizola, com 14%. O TSE recebeu em seguida mais 14 pedidos contra a candidatura de SS.

No dia 9 de novembro de 1989, o TSE caçou, por unanimidade, o registro do PMB, e anulou a candidatura do apresentador. O PMB deveria comprovar as convenções em nove estados, mas fez apenas em quatro. Silvio não recorreu da decisão.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Existem semelhanças e diferenças em relação a entrada de Sílvio Santos na campanha de 1989.

Na época a liderança nas pesquisas de intenção de voto era com Fernando Collor, desde o início da campanha. Collor criou um personagem que utilizava sempre que aparecia em público, como nos programas de TV da campanha eleitoral. A estratégia de Collor, apesar de bem sucedida, era claramente percebida pelos políticos e por uma pequena parcela da população. A maioria dos eleitores de Collor não percebia que ali estava um personagem em busca de votos, que soube utilizar muito bem os recursos da TV. A medida que a campanha avançava Collor se consolidava na liderança de um primeiro turno em que existiam mais de dez candidatos a presidência. No entanto, Collor, em seus programas, atacava ferozmente o então presidente, José Sarney, com índices de popularidade na casa de um dígito. Os ataques eram diários e cada vez mais violentos, e uma outra versão da história, aponta que Sarney teria sido o mentor de lançar a candidatura de Silvio Santos, dentre outras coisas, como evidência do apelo da televisão sobre uma grande parcela da população que não tinha capacidade para distinguir os aspectos de simpatia e celebridade com o campo político. Na época, apenas quatro anos após o fim da ditadura e com vários partidos políticos legalizados em cena, não existia um clima de negação dos políticos, a ponto de uma personalidade não político entrar na disputa.

Atualmente, a entrada de Luciano Huck vai em sintonia com a eleição dos EUA e mesmo nas eleições municipais no Brasil, onde não políticos venceram alguns pleitos. Por outro lado, a associação de Huck com a Rede Globo, em baixa com o golpe que destrói o país, pode não ser uma boa estratégia para o jovem ambicioso. O fracasso, até agora, da gestão Dória em São Paulo, um não político, também irá contribuir para minar as pretensões de Huck. Cabe lembrar que mesmo com uma parcela da população brasileira que confunde simpatia e celebridade com política, essa parcela, hoje, é bem menor daquela de 1989 que apoiou Sílvio Santos. Huck é imaturo na política e seria um alvo fácil em debates com políticos experientes, além de não ter nenhuma experiência na vida política não tendo exercido nenhum cargo até então. Os votos em Huck seriam os votos de uma parcela de
audiência da TV Globo, alienada e delirante quanto a compreensão da realidade do país e do mundo.

No entanto, ambos são hábeis animadores de programas de auditório, distribuindo prêmios para pessoas carentes e de pouca compreensão, apenas isso.