quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Racistas

Racismo de Alexandre Garcia na Globo gera críticas na internet

04/01/2017 Redação


Alexandre Garcia recebe enxurrada de críticas após comentário racista exibido em telejornal da Globo.

No Pragmatismo Político

Professores e alunos repudiam comentário racista exibido na Globo

Comunidade acadêmica e alunos e professores de escola pública repudiam comentário racista de Alexandre Garcia, exibido na Globo-DF. Jornalista afirmou que os cotistas que entram na Universidade de Brasília (UnB) não possuem méritos e estão lá por "pistolão", muito embora estudos comprovem que os cotistas vêm tendo desempenho melhor do que os não cotistas.

Um comentário do jornalista Alexandre Garcia, ex-porta-voz da ditadura militar, num noticiário local da Globo em Brasília provocou imensa revolta entre alunos e professores da rede pública, bem como na comunidade acadêmica.
Garcia afirmou que os alunos cotistas da Universidade de Brasília entrariam pelas costas na universidade pública, sem ter, na sua avaliação, mérito para estudar nas instituições federais de ensino superior. Estariam lá por “pistolão”, segundo disse o jornalista.

No entanto, diversos estudos do Ministério da Educação já comprovam que os alunos cotistas vêm tendo desempenho acadêmico superior ao de não-cotistas.

“Temos que pensar na qualidade do ensino. Aqui no Brasil ele é todo assim por pistolão, empurrãozinho, ajuda. A tradução disso é cota. Aí põe lá um monte de gente… só 67%, você viu aí, passaram por mérito. Estão aprendendo como é a vida, a concorrência, sem nenhuma humilhação de receber empurrãozinho. O mérito é a base”, disse o jornalista.

No passado, Garcia já havia causado polêmica, ao dizer que o Brasil não era racista até inventarem a Lei de Cotas (relembre aqui). Ele seguia o raciocínio de Ali Kamel, diretor de jornalismo da Globo, que escreveu o livro “Não somos racistas”, para tentar evitar que o Brasil adotasse políticas de ação afirmativa, que existem nos Estados Unidos há mais de 50 anos.

Pela tese de Garcia, atrizes da própria Globo, como Thais Araújo e Sheron Menezzes, só sofreram ataques racistas recentemente porque “inventaram” a Lei de Cotas.

O comentário de Garcia provocou indignação e revolta na professora Flávia Helen, que atua na rede pública do Distrito Federal e prepara alunos para o vestibular.

Fonte: O CAFEZINHO
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Alexandre Garcia, de alguma forma, sempre em suas intervenções representa o pensamento e os valores do Grupo Globo. No passado, Garcia foi porta voz do último governo da ditadura militar do General Figueiredo. Ainda, por questões estéticas e de cunho sexual e pessoal, posou nu para uma revista gay.

Agora, o machão da Globo destila racismo e preconceito em um telejornal. Dizendo que a meritocracia é o caminho perfeito e justo para conquistar vagas nas universidades, Garcia esconde a realidade racista do país. Se um preto e um branco tem a mesma avaliação em um processo seletivo de empresas privadas, a vaga, na imensa maioria das vezes ficará com o branco. Se for uma mulher negra a melhor avaliada, a vaga ficará com o homem branco melhor colocado logo abaixo. Se forem duas mulheres, uma negra a e uma branca, a vaga ficará com a branca. Essa é a realidade do país, e em nada a meritocracia é respeitada. 
O sistema de cotas implantado por Lula está inserido no processo de ações afirmativas, permitindo a setores da sociedade historicamente marginalizados e desprovidos de oportunidades, a possibilidade de desfrutar dos mesmos direitos. Além disso, o sistema de cotas tem caráter civilizatório, e uma vez perdurando promoverá a justiça social , a democratização e a deselitização do acesso as universidades públicas e da prática profissional. Profissões como médicos, por exemplo, tem seus profissionais oriundos de classe média e classe alta basicamente todos brancos. Com as cotas, pobres, negros e índios podem estudar e o resultado tem sido excelente, com esses grupos se destacando em desempenho. Esse destaque é o verdadeiro mérito, que setores racistas das elites e da classe média, onde se situam Garcia e Globo, querem eliminar.

A defesa da meritocracia por Garcia é racismo enrustido.

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