terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Governo Vômito

Propaganda do governo vira antigoverno, porque não fala o óbvio

POR FERNANDO BRITO · 03/01/2017




Anuncia Lauro Jardim que o Planalto abriu licitação para a escolha de agências de publicidade que se dedicarão à inglória tarefa de cuidar da imagem de um governo em ruínas.

Segundo a nota de O Globo, o tema proposto às agências é a crise, a recessão, a retomada da economia? Não…São os, acredite, Direitos Humanos, a proteção a LGBT, idosos e crianças e a pregação da igualdade racial e de gênero.

Embora estes temas sejam apenas para que se realize o exercício de comunicação, não necessariamente para serem as campanhas “para valer” é mais um curiosidade do Governo Temer: desagradar quem o apoia e ser debochado por quem o detesta.

Afinal este é um governo de homens, de brancos, conservador e, de quebra, ainda está propondo tesourar a aposentadoria rural, os benefícios a idosos e a crianças com deficiência e outras maldades contidas na reforma da Previdência.

Num momento de crise, o discurso correto para a comunicação seria o da austeridade, da busca de alternativas para crescer, da restauração da confiança.

Mas quando se perde o foco, a comunicação “despinguela” também e fica querendo ser o que é só uma microscópica parte dela: uma ideia supostamente genial.

Propaganda “vende” desejo e benefício, não originalidade. Do contrário, cai no ridículo.

Postei lá em cima dois dos “memes” de Facebook que, desde ontem, circulam nas redes sobre a campanha do Ministério dos Transportes com o tema “gente boa também mata”, em tese para mostrar que o uso de celular ao volante é perigosíssimo.

Lógico que todo mundo que se acha “gente boa” sentiu-se agredido.

E mais lógico ainda que o “gente boa” tinha de se virar contra Michel Temer.

Como tenho dito aqui, o problema da publicidade do Governo Michel Temer é que ela se volta para fazer a imagem “dele”.

Porque Temer se acha o “ó do borogodó”, no seu narcisismo.

Tem dúvidas?

Pois então olhe esta matéria da Folha, em agosto de 2015, onde Temer diz que o país precisa de “alguém que tenha a capacidade de reunificar a todos”.

A autorreferência é tão óbvia quanto imodesta: “este cara sou eu”…

Então procura ser o que não é, por estar convencido que vai ser.

Sr. Temer, a faixa presidencial lhe caiu ao colo sem que o senhor tenha feito nada que não saiba fazer: articular, conspirar e trair.

Já a popularidade não virá assim, por obra da hipocrisia. E seus marqueteiros parecem desconhecer o que James Carville disse na campanha de Bill Clinton e que o senhor não entende, parece:

-É a economia, estúpido.


Fonte: TIJOLAÇO
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Desde o início o governo Temer tem se caracterizado pela nulidade.

Na economia, nas questões ambientais, na segurança pública, nos direitos humanos e, também, na comunicação.

O presidente golpista quando aparece em cena assusta, e quando fala aterroriza. Com assertividade zero, Temer é o avesso de uma comunicação eficaz. Narcisista e arrogante (o peito estufado significa arrogância e também ajuda a esconder a barriga ) não tem a menor capacidade de convencimento. Com apenas 8% de aprovação não deveria estar mais estar no cargo. Em regimes democráticos ninguém se sustenta com aprovação tão baixa, aprovação, aliás, que deve ter origem na estética da primeira dama. Não há outra explicação para que 8% dos brasileiros apoiem o governo.

Se isso não bastasse, já que não é pouca coisa, o governo lança uma campanha publicitária que é o retrato da família presidencial, trocando , apenas, o rato pelo cachorro.

E ainda agride a maioria da sociedade que são pessoas de bem que se sentiram atingidas pela peça publicitária.

Quanto a agência que produziu a peça, de alguma forma é o retrato do Brasil atual de 2017, com o horror de Manaus, o assassinato de Campinas, o jornalismo e entretenimento da grande mídia, a lava jato com seus juízes e procuradores alucinados, a aliança entre Bolsonaro e Malafaia, a filha do ministro do STF e outras coisas estranhas

Haja estômago !




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