sábado, 31 de dezembro de 2016

Transformações sociais no final da década

'Estamos privando o mundo da esperança, o
 que podemos dar são ilusões”(dirigente do 
 FMI, no filme Le Confessioni, citado por L.G.
 Belluzzo)

Fonte: CARTA MAIOR
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Toca Raul, na sociedade bolha, nos idos de 2016…

31 de dezembro de 2016

A vida provavelmente era algo muito mais simples há 10 mil anos atrás quando nascia para o mundo o menino Raul Seixas. Aqueles humanos muito provavelmente não tinham grandes pretensões, não contavam o tempo, não sofriam no trabalho em busca de conquistas materiais, tinham mais destemor e talvez até fizessem mais amor.

Na noite de hoje, nas praias brasileiras, montes de jovens, de velhos, de brancos, de negros, de loiras, de japoneses, de crianças, de canalhas, de fascistas, de comunistas, de umbandistas, de evangélicos, de caóticos, de católicos, de hippies, de hipsters, de filhos de papai, de maiameiros, de muambeiros, de infelizes, de sorridentes, de marombeiros, de enfermeiros, de mal-amados, de chapados, de suados, de zuados de toda a fauna Brasil estarão olhando para o horizonte e fazendo promessas, dando milhões de abraços, pedindo o impossível e sonhando com aquele dia que há de chegar.


Estarão talvez também pedindo naquela rodinha com o moço batendo nas teclas do violão para que ele toque Raul.

Tocar Raul na virada do ano dá sorte? Dá azar? Ou dá em nada?

O inferno são os outros, como disse Sartre.

Ou ainda melhor: “Não importa o que o passado fez de mim. Importa é o que farei com o que o passado fez de mim.”

Nas viradas de ano, além de pedir pra tocar Raul depois do ducentésimo gole, também nos tornamos absolutamente existencialistas.

Ficamos a pensar no que fomos, no que somos e no que seremos.

É tudo ao mesmo tempo.

Um turbilhão de rojões e de emoções.

É tudo muito maluco, muito sem noção, mas absurdamente envolvente.

Difícil passar batido pelo tal revellion.

E nesta noite que marcará o ido de 2016. O desbaratinar de um ano que fica pra trás, mas que como todos os outros provocou marcas em cada um de nós que ainda ficamos, talvez seja o caso de pensar no que ficamos.

O que ganhamos, o que arriscamos, quanto suamos, como lutamos… Enfim, pensar naquilo tudo que escrevemos. No que eventualmente acertamos, no tanto que erramos, e neste passear histórico e em perspectiva não fazer promessas e nem se enveredar em cavalos de pau, mas talvez ajustar ponteiros.

Erramos todos muito em 2016. E talvez mais ainda antes deste ano que se tornou tão duro para as forças progressistas no Brasil, mas que também não foi moleza para nenhuma outra força mais à esquerda em qualquer parte do mundo.

Por que será que avançou tanto a intolerância? Por que um Trump é hoje muito mais a cara da cidadão médio americano do que um Obama? Por que a Venezuela ruiu e enveredou para uma quase tragédia social? Por que o PT não consegue ser mais nem uma faísca do que já foi do ponto de vista da esperança e da mobilização social? Por que as imagens de refugiados já não sensibilizam mais como no início desta crise humanitária? Por que o ódio a eles avançou mais do que a solidariedade? Por que os movimentos brasileiros estão tão burocratizados e tem pouquíssimas lideranças expressivas para o bom combate? Por que a chama de mudança encanta mais pela direita do que pela esquerda?

Não chegaremos a lugar algum em 17, 18, 19, 20 e outros tantos anos mais se ao invés de perguntas, só agitarmos respostas como nossas bandeiras de sempre.

As mesma respostas que estão ali prontinhas para embalar o debate mediado por algoritmos de uma rede proprietária. Sim, o Zuck é muito mais poderoso do que eu, do que você, do que o Assange e do que o Obama na hora de controlar o que pode ou não pode na rede que é dele.

E mesmo o que não controla, já é controlado. Nossas lógicas de combate estão mediadas pelo que achamos que todo mundo acha ou deveria achar.

E são reforçadas por aqueles que acham o mesmo que nós.

A busca do entendimento do outro é o inverso do que o Facebook nos propõe. E mesmo ele nos limitando a uma bolha que é absurdamente a nossa cara, em dias como hoje, no último dia do ano, milhares de pessoas estão escrevendo que estão em operação limpeza.

Estão limpando suas amizades que não consideram tão amigas. Que já não pensam mais como eles acham que deveriam pensar. E são aplaudidas pela iniciativa. E mais pessoas se animam a fazer o mesmo pra se bolhificar ainda mais.

A sociedade bolha e não a sociedade alternativa, como talvez desejássemos, é o marco deste 2016. Não foi o impeachment que nos levou a bolha. Mas a lógica das bolhas e das forças que nelas atuaram podem ter nos levado ao golpe. Como também criaram o Trump. Como fortaleceram a Le Pen na França. Como construíram a vitória do Brexit. Como derrotaram o acordo de paz na Colômbia.

Uma sociedade bolha movida por imensos interesses geopolíticos das grandes corporações. Do capital. Do velho capital e seus tentáculos tão bem explicado pelo bom velinho da barba branca.

É, amigos, 2016 passou. Chegou ao fim. Com um imenso gosto de derrota para aqueles que sonham com uma sociedade mais justa. Mas não aconteceu desta forma por acaso ou destino.

Somos todos cúmplices desta história. E podemos aceitar isso ou fazer de conta que não.

Podemos apenas xingar o outro ou buscar movê-lo de onde está.

A sociedade bolha de 2016 é a do combate. E a da o Ultimate Fighting, que curiosamente acaba o ano tendo uma brasileira, Amanda Nunes, derrotando o mito Ronda Rousey, em menos de 1 minuto. E nos bares animados da Vila Madalena que antes vibravam com três ou quarto shows de MPB na noite, todos ficaram plantados a noite inteira em frente as telas espalhadas pelo salão vendo as lutas que precederam este último combate.

E comemoraram os quarenta e poucos segundos de uma avalanche de socos da valente Amanda que estragou a cara da Ronda.

Estamos dormindo felizes quando agredimos de forma contundente os nossos adversários. Os que não pensam como a gente. Estamos dormindo felizes com os socos que estragam a cara dos outros. E depois nos enchemos de indignação com os socos movidos a ódio, como os que mataram centenas de brasileiros, como o Luiz Carvlos Ruas.

Estamos certos de protestar, mas deveríamos pensar mais, como os hackers, no processo e não no resultado. E talvez escrever e falar mais sobre ele, o processo. Não o do Kafka, não o do Moro, mas no processo que tem nos alimentado de tanto combate.

Hora de pensar o quanto não somos parte de tudo que reclamamos de 2016.

E pra aquele que provar que eu tô mentindo, como já disse o maluco beleza, eu tiro o meu chapéu.

Fonte: Blog do Rovai
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Já que começou com Raul, o Seixas, vamos seguir nessa estrada.

O ano de 2016 foi o ano de uma violenta contra ofensiva do credo liberal contra tudo aquilo que representa um mínimo do pensamento de esquerda. E isso não aconteceu apenas no Brasil, mas em todo o mundo, em alguns locais de forma acentuada, em outros mais leve.

Raul, que nasceu há 10 mil anos atrás , e era astrólogo, diria que se trata, apenas , de mais uma repetição de um ciclo.

Um ciclo que teve início em 1988, e que tinha por objetivo eliminar, acabar, como o socialismo,como de fato aconteceu entre 1989 e 1991 nos países onde o socialismo desabou. Passados mais ou menos trinta anos do início do ciclo que culminou com uma nova ordem mundial, o mundo se vê envolvido em um movimento de acabar com qualquer pensamento de esquerda. Em 1988 o mundo estava no final da guerra fria, e em 2016, talvez, no início de uma nova guerra fria. Em 1988 o alvo eram regimes socialistas, em 2016 o alvo é a social democracia, ou seja, os povos, suas vidas, suas redes de seguridade social.

Entre 1989 e 1991 caíram todos, ou quase todos, os regimes socialistas pelo mundo. O capitalismo se auto declarou vencedor.

Hoje o capitalismo, que sangra na desordem que impôs ao mundo, que vencer os povos, as pessoas, e talvez ai esteja a grande diferença do processo que se repete após 30 anos.

Raul, observando as efemérides, constatou que o Senhor do Destino estará, entre 2017 e 2020, na mesma posição que esteve entre 1989 e 1991, e, como isso, profundas transformações sociais acontecerão pelo mundo no período que se inicia em final de 2017 e vai até o final de 2020, assim como aconteceram entre 1988 e 1991.

Será o fim dessa expressão do capitalismo que estabeleceu essa nova ordem mundial que hoje agoniza ?

Ou uma expressão ainda mais dura desse capitalismo ?

O certo, segundo Raul e sua conversa com os astros, que nada será com está atualmente.

Através de análises econômicas, políticas, geopolíticas e sociais, com cenários realistas, talvez se possa encontrar uma resposta para aquilo que de certo virá.

Raul não se engana.


Revoluções de 1989

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A população ocupa o Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989

Outros nomes

Outono das Nações . Colapso do comunismo . Revoluções do Leste Europeu . Queda do comunismo
Localização
Europa Oriental

Data  1989 - 1991

Resultado

queda dos regimes comunistas do leste europeu

As Revoluções de 1989, Outono das Nações, colapso do comunismo, Revoluções do Leste Europeu ou queda do comunismo[1] são os nomes dados a uma onda revolucionária que varreu a Europa Central e Oriental no final de 1989, terminando na derrubada do modelo soviético dos Estados comunistas no espaço de poucos meses. Os nomes para esta série de eventos datam das Revoluções de 1848, também conhecidas como "A Primavera das Nações".

Os eventos da revolução, sem derramamento de sangue, tiveram início na Polônia,[2][3] prosseguiram na Hungria e, em seguida, levaram a uma onda de revoluções majoritariamente pacíficas na Alemanha Oriental, Tchecoslováquia e Bulgária. A Roménia foi o único país do bloco do Leste que derrubou o regime comunista violentamente e executou o seu chefe de Estado.[4] Os Protestos na Praça da Paz Celestial de 1989 não conseguiram mudanças políticas na China. Na Eslovénia, então parte da antiga Iugoslávia, o mesmo processo teve início na Primavera de 1988, mas teve pouca influência sobre o desenvolvimento em outros países socialistas, com exceção de na vizinha Croácia.

Os eventos subsequentes que continuaram em 1990 e 1991 são, por vezes, também referidos como uma parte das revoluções de 1989. A Albânia e Iugoslávia abandonaram o comunismo entre 1990 e 1991: a última, dividida em cinco estados sucessores em 1992. Eram eles: Eslovênia, Croácia, República da Macedônia, Bósnia e Herzegovina e República Federal da Iugoslávia (incluindo Sérvia e Montenegro). A União Soviética foi dissolvida até o final de 1991, resultando na Rússia e 14 novas nações que declararam sua independência da União Soviética: Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Estônia, Geórgia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão, Turquemenistão, Ucrânia e Uzbequistão. O impacto foi sentido em dezenas de países socialistas. O socialismo foi abandonado em países como a Camboja, Etiópia, e Mongólia. O colapso do comunismo levaram os especialistas a declarar o fim da Guerra Fria.

Reformas na Europa Oriental, bem como na República Popular da China e no Vietnã, começaram a abraçar o capitalismo. Os acontecimentos em 1989-1991 mudaram dramaticamente o equilíbrio de poder mundial e marcaram (com o subsequente colapso da União Soviética) o fim da Guerra Fria e o início de uma nova era: a Nova Ordem Mundial


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