quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Precisa avisar ao golpe que o mundo mudou

Precisa avisar a escória parlamentar que o mundo mudou, será mais protecionista que nunca, preço do petróleo vai subir etc. 
É hora de entregar?

Às 5:30 desta manhã, Trump atingiu 270 votos de delegados para ser o 45º presidente dos EUA. 
Desde então, o golpe aqui envelheceu uns 100 anos.

Golpe levita; PSDB, atônito; colunismo, estupefato: nunca admitiram o colapso neoliberal, por isso não 'entendem' o eleitor preferir Trump.

O golpe de 31 de agosto perdeu completamente seu chão geopolítico e programático: 
Trump é sonho americano protecionista.

No voto direto da população, vantagem de Trump é de apenas 100 mil votos; neoliberalismo rachou a sociedade norte-americana de alto a baixo.

Um sistema que marginaliza os mais vulneráveis, retira direitos, desemprega, dissemina incerteza e medo do futuro. 
Trump é sua expressão mórbida.

O 'chanceler' Serra, que pretendia engatar o Brasil aos tratados de livre comércio precisa repensar sua agenda. 
Protecionismo volta com Trump.

A aliança da mídia com a escória, o judiciário e o dinheiro grosso está estupefata: o mundo ao qual pretendia engatar o Brasil desapareceu.

Arrocho neoliberal da PEC replica as origens da tormenta que esfacelou laços sociais, gerou recorde de pobres e desempregados e elegeu Trump.

2008 foi o alarme; engrenagem neoliberal havia saturado; mercados dobraram aposta na exclusão: lá deu Trump; aqui, há tempo de barrar a PEC.

Trump é o desfecho de décadas de recuo da democracia às imposições dos mercados. 
Chocou um fascista que promete devolver os EUA aos americanos.

Lição do desastre ao Brasil: a democracia terá que intervir contra o despotismo do capital para devolver à sociedade o comando do seu destino.

Fonte: CARTA MAIOR
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Donald Trump, a torcida da mídia por Hillary e os que foram deixados para trás pela globalização
09 de novembro de 2016 às 06h24

Luiz Carlos Azenha, de Amsterdã

As pessoas, no aeroporto, se diziam incrédulas: Donald Trump se elegeu presidente dos Estados Unidos, com os republicanos em maioria na Câmara e no Senado.

Um candidato xenófobo, racista, grosseiro — como isso pode acontecer?

Frequentadores de aeroportos talvez tenham mesmo dificuldade para entender.

Eles são, em sua maioria, os beneficiários da globalização que, sob o controle do mercado financeiro, transferiu renda da base para o topo da pirâmide.

Há alguns dias, escrevi um texto sobre como a crise econômica de 2008, nunca de fato resolvida, teve impacto no que chamamos de “democracia representativa” em diferentes partes do mundo.

Tratei de questões que alinhavam a política econômica adotada pelo governo Temer com a revolta dos eleitores estadunidenses que levaram Trump ao poder.

Apesar de ser um produto acabado do establishment dos Estados Unidos, o que o milionário fez foi mobilizar em torno de si muitas das forças revoltadas com o establishment dos Estados Unidos, tão bem representado por Hillary Clinton.

Hillary é tão insider que teve apoio praticamente unânime da mídia estadunidense. Às vezes, foi torcida descarada mesmo.

Como dizia Bernie Sanders antes de aderir a ela, Hillary era a candidata de Wall Street, dos banqueiros. “Mudança na qual você pode acreditar”. Ou na qual os banqueiros podem confiar. Trump disse claramente aos eleitores: eu conheço por dentro as mutretas do “sistema” e vou atacá-las. Tudo indica que é pura demagogia eleitoral.

Trump explorou a raiva dos que foram deixados para trás, navegando na mesma onda que levou o Reino Unido a optar pelo Brexit.

Do ponto-de-vista econômico, a primeira consequência clara da vitória de Trump será a suspensão dos acordos internacionais de comércio que certamente avançariam sob Hillary Clinton. É, portanto, um golpe contra a globalização.

Do ponto-de-vista da política externa, vence a tendência isolacionista que estava submersa nos Estados Unidos. Isso é ruim para o multilateralismo, base da política externa do Itamaraty, submetido agora às intempéries da personalidade do apresentador de TV tornado ocupante da Casa Branca.

Do ponto-de-vista da política interna, trata-se de um profundo golpe contra o que os estadunidenses chamam de geografia interna da Beltway, o rodoanel que circunda a capital dos Estados Unidos. Mesmo o Partido Republicano tradicional será demolido e reconstruído à imagem e semelhança de Trump e seus seguidores, inclusive os desmiolados, xenófobos e racistas.

Depois da Segunda Guerra, o mundo criou uma arquitetura multilateral que tinha como objetivo evitar novos conflitos com a mesma escala. Especialmente depois da queda do Muro de Berlim, foi sobre ela que se assentou a globalização e o “livre mercado” que, na prática, concentrou renda e deixou milhões e milhões de desempregados e subempregados, não representados ou subrepresentados pela política local.

Brexit e Trump são duas rachaduras bem evidentes nesta arquitetura, tanto quanto, no Brasil, a falência da representatividade se expressou recentemente quando ausências, votos brancos e nulos “ganharam” eleições em várias metrópoles.

Nunca é demais lembrar que capitalismo em crise precisa de guerra e que a instabilidade política internacional convida à guerra — mas é cedo para dizer seBrexit e Trump são necessariamente passos neste sentido.

Fonte: VIOMUNDO
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A vitória de Trump sacode o mundo e deixa o golpe sem rumo, anacrônico, envelhecido, demente, descompensado.

Hoje pela manhã o golpe demonstrava preocupação, nervosismo, medo, com o resultado das eleições nos EUA, conforme a charge abaixo:


Arte PAPIRO  -  Velha Mídia e Golpe depois de Trump


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