quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Alta tecnologia para guardar lixo

Nova cúpula para proteger reator de Chernobyl é inaugurada

Domo tem como objetivo isolar o material radioativo do local

A cúpula projetada para cobrir e proteger o reator número 4 da central atômica de Chernobyl, na Ucrânia, foi finalmente posicionada no local da maior tragédia nuclear da história, que aconteceu em 26 de abril de 1986 na então União Soviética, e inaugurada nesta terça-feira (29). O transporte da cúpula, que representa um dos projetos de engenharia mais ambiciosos do mundo, durou duas semanas. Em formato de um domo, a estrutura foi "deslizada" até o reator.

A cúpula tem como principais objetivos confinar os materiais radioativos presentes na área, isolar o "sarcófago" construído emergencialmente há cerca de 30 anos para evitar uma maior contaminação nuclear e proteger os trabalhadores da região. A nova estrutura, feita de aço e desenhada para resistir ao menos 100 anos, tem 162 metros de comprimento, 275 metros de largura, 108 metros de altura, pesa de 25 mil toneladas e custou 1,5 bilhão de euros, financiados pelo Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD).

Mesmo com a cúpula posicionada e inaugurada, ela só entrará em operação no fim do ano que vem, quando todos os equipamentos necessários para o desmantelamento do "sarcófago" e do reator acidentado tiverem sido devidamente instalados. "Trata-se da maior
estruturamóvel já realizada até o momento e a Itália fez uma notável contribuição em relação a dinheiro e do ponto de vista científico e tecnológico", disse o embaixador italiano na Ucrânia, Davide La Cecilia. "Na realização da estrutura contribuiu a empresa Cimolai [da cidade italiana de] Pordenone que, em sua própria planta, criou as estruturas em aço de alta resistência que compõem a cúpula.

"Além disso, a Itália contribuiu também na segurança de Chernobyl com uma quantia próxima a 100 milhões de euros, depositados nos fundos específicos criados pelo BERD", afirmou o embaixador. Durante a madrugada de 26 de abril de 1986, um aumento súbito da potência no reator 4 resultou no sobrecarregamento do núcleo, o que provocou a explosão hidrogênio acumulado em seu interior. A tragédia foi o pior acidente nuclear da história, tendo contaminado grandes áreas da Ucrânia, da Rússia e de Belarus.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Uma cúpula com 162 metros de comprimento, 275 metros de largura, 108 metros de altura, 25 mil toneladas de peso, feita de aço e desenhada para resistir 100 anos, ao custo de 1,5 bilhão de euros. Uma obra de engenharia das grandes. No entanto, a cúpula será para proteger, pode-se dizer confinar, lixo. Isso mesmo, tudo isso para confinar lixo radioativo trinta anos depois do acidente que ainda produz vítimas, de forma silenciosa, invisível, sem estardalhaço midiático, afinal, para os nucleocratas e para os defensores da energia nuclear a eletricidade gerada pelas centrais nucleares é indispensável ao mundo, por ser economicamente viável e segura. Quanto as vítimas do acidente de 1986, que morreram e ainda morrem nos dias atuais, os culpados por essas mortes são as próprias vítimas, que estavam no lugar errado e na hora errada, dirão os defensores de uma tecnologia que gera lixo que mata, permanecendo ativo no ambiente por milhares, isso mesmo, milhares, de anos. Assim sendo, ao final de 100 anos nova obra para cuidar do lixo ? Nova cúpula e novos bilhões de dolares ?
Estranho ou irracional ?


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