terça-feira, 15 de novembro de 2016

O subcomandante Temer e a comunicação inócua

Em ato falho, Temer chama entrevista com jornalistas de propaganda

Presidente é o entrevistado do programa Roda Viva, da TV Cultura

Durante um dos intervalos da entrevista que vai ao ar na noite desta segunda-feira (14) no programa Roda Viva, da TV Cultura, o presidente Michel Temer agradeceu ao jornalista da emissora pela "propaganda" para o seu governo, logo após o término da gravação.

"Eu cumprimento vocês por mais essa propaganda". disse Temer, diante das câmeras, provocando gargalhadas de jornalistas de diferentes veículos que participaram do encontro gravado no Palácio da Alvorada, na última sexta-feira (11).

O trecho do vídeo foi ao ar apenas na página da TV Cultura no Facebook, mas ganhou repercussão negativa na internet. Usuários de diversas redes sociais questionaram como seria o teor da entrevista de uma hora e meia de duração diante do agradecimento de Temer pela "propaganda". Mesmo com a polêmica, a emissora manteve o vídeo em sua página.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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jornalismo no Roda Viva de Temer. 

Por Igor Silva
Postado em 15 Nov 2016
por : Diario do Centro do Mundo



Temer no Roda Viva
Publicado no Jornalistas Livres.

Por Igor Silva, sociólogo e cientista político

Muito interessante o “Brasil do Temer” que foi apresentado no Roda Viva, na TV Cultura, desta segunda-feira (14). Lembrando que são seis meses e um dia a frente do executivo – o ministério foi nomeado dia 13 de maio de 2016, há 6 meses.

Há seis meses, o dólar estava 3,52, hoje está 3,40.

Há seis meses, o desemprego estava batendo 11%, hoje está em 12%. A bolsa pouco mudou também.

São seis meses e nenhum indicador mudou de forma considerável. A única coisa que de fato mudou é que não se lê mais a palavra “crise” nas capas da mídia tradicional. A famosa crise deixou de aparecer, ficou tímida e não faz mais atuação, nem mesmo uma pontinha.

A grande mídia e os jornalões resolveram ouvir o conselho de Temer: não fale em crise, trabalhe.

No Roda Viva desta segunda, por exemplo, não foi citada a palavra “crise” nenhuma vez.

No primeiro bloco, Michel Temer respondeu à jornalista Catanhêde dizendo que ele se preocupa, sim, com a saúde e com a educação. Que votou em tempo recorde diversos projetos de lei, como há muito não se votava.

No segundo, teve orgulho de dizer que não se fala mais em CPMF. Que agora, em seu governo, está gastando só o que arrecada e que não é preciso criar mais nenhum tributo.

Ainda no segundo bloco, disse que “admite, mas lamenta” as ocupações nas escolas. E que no seu tempo não era assim. Aproveitou para dizer que fazer a reforma do ensino médio via MP foi uma boa ideia, pois “incendiou o país” e “acendeu o debate“. Belo motivo para editar uma MP de um assunto tão importante!

O programa permaneceu assim durante os blocos seguintes, mas nada, absolutamente nada, superou a última pergunta de Noblat, nos últimos minutos de programa:

“Temer, como você conheceu a Marcela?”

Um jornalista que, em tese, se diz sério, em momento delicado de nossa democracia, pergunta como o presidente conheceu a sua atual esposa.

Poderia ser feita pelo Leão Lobo ou pela Ana Maria Braga, mas foi feita por Ricardo Noblat.

O cenário reflete o serviço que o programa da TV Cultura parece ter cumprido ao presidente: marketing. Isso porque poucos momentos após a entrevista, Temer agradeceu ao jornalista Wilian Corrêa, também diretor de jornalismo do canal, pelo espaço de “propaganda” cedido.

Pronto, entendemos tudo. O circo estava armado e cercado de aliados que de longe ousariam colocar o entrevistado em uma roda viva. A morte do jornalismo ao vivo e a cores.

Então, por mais palavras que existam, nada vai resumir melhor a entrevista de Temer no Roda Viva do que a pergunta de Noblat: como você conheceu a Marcela?

Temos que ter fé, mas infelizmente está cada vez mais difícil.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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O golpe não se sustenta. Mesmo com todo o apoio da velha mídia, o golpe sangra e agoniza.

O Brasil aos cacos é o resultado do golpe e do inestimável apoio da Lava Jato de Moro. Investigações e punições é o que deseja a população, porém, sem a seletividade de Moro e sua trupe.

O golpe destrói o país em um cenário mundial de crise. A destruição torna-se ainda maior.

No entanto, para defender o indefensável, a velha mídia adota o discurso de que os governos de Lula e Dilma teriam sido os responsáveis pela situação caótica do país. A velha mídia não conhece o mundo, ou vive em outro mundo, ou não quer ver o mundo real.

Em meio a esse cenário, o subcomandante do golpe ( quem comanda o golpe e o país é uma junta financeira ), que atende pelo nome de Michael Temer, resolveu se exibir na mídia complacente em uma tentativa de reverter a péssima imagem do governo.

É sabido que o subcomandante tem enorme dificuldade de se comunicar com a população. Se fosse pastor de uma Igreja, certamente perderia muitos fiéis.

A comunicação do golpe é um horror, e isso ficou demonstrado na entrevista concedida na TV Cultura onde o subcomandante agradeceu aos complacentes e submissos jornalistas pela oportunidade de propaganda do governo.

O subcomandante não emplaca o seu mandato, talvez pela sua incapacidade, talvez pela força dos movimentos populares em curso.

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