sábado, 26 de novembro de 2016

Desplugar para se ligar

Desligue sua rede social e ajude sua carreira

Postado em 26 Nov 2016
por : José Eduardo Mendonça

O conselho soa estranho. Mas é o que recomenda Cal Newport, um milenial, cientista da computação, escritor, blogueiro e professor da Universidade Georgetown.

O típico sujeito que não sairia do Twitter ou do Snapchat, com fones de ouvido ligados no Spotify.

Mas ele diz jamais ter tido uma conta em qualquer uma dessas coisas. Na verdade, acredita que devemos todos nos desplugar.

“Mais pessoas deveriam seguir meu exemplo e deletar estes serviços. Há muitas questões com a mídia social, da corrosão da vida cívica a sua superficialidade cultural, mas o que quero argumentar aqui é mais pragmático: Você deve sair da mídia social porque ela pode prejudicar sua carreira”, disse ele em artigo no New York Times.

“Em uma economia capitalista, o mercado deve compensar o que é raro e valioso. O uso da mídia social não é decididamente nenhuma das duas coisas. Qualquer pessoa de 16 anos pode inventar uma hashtag e compartilhar um artigo viral”.

Em vez de se envolver na “abordagem fundamentalmente passiva” para fazer avançar sua carreira, ele diz que se deve seguir esta frase do comediante Steve Martin: “Seja tão bom que ninguém possa ignorá-lo”. Se fizer isso, ninguém vai se preocupar com quantos seguidores você tem no Instagram.

A mídia social “distrai sua atenção e desperdiça seu tempo quando você poderia estar produzindo trabalho que interessa e convencer o mundo que você importa”, afirma Newport.

Chamem como quiser. Mas o Facebook é uma empresa de mídia

Nos dias antes e depois das eleições nos EUA, o Facebook foi qualificado de muitas maneiras – um website, uma companhia da internet, um player importante no universo da mídia, um gigante da tecnologia, uma fossa de nonsense.

Mas o Vox resolveu chamá-lo pelo que é, pedindo que “admita que é, de fato, uma empresa de mídia,” observando que “o design de seu newsfeed envolve inerentemente a tomada de decisões editoriais, e tem uma responsabilidade de tomar estas decisões”.

Mark Zuckerberg respondeu, no começo da semana, que “notícias e mídia não são as coisas primárias que as pessoas fazem no Faceook e por isso acho estranho que as pessoas insistem em nos chamar de uma empresa de mídia ou notícias para reconhecer sua importância”. Mas hoje 44 por cento dos americanos usam o Facebook como fonte primária de notícias. Com variações, o fenômeno é mundial.

Segundo Zeynep Tufecki, do New York Times, “o algoritmo do Facebook é crucial para o modo como notícias e informação são consumidas no mundo hoje, e nenhum historiador vai escrever sobre 2016 sem falar nisso”

“Estas companhias não querem dizer que são de mídia, mas são”, afirma Nicco Mele, diretor do Centro de Mídia de Harvard, organização fundada para estudar a mídia e seu papel em uma sociedade democrática. Primeiro, o grosso de sua receita é gerada por anúncios e atenção do usuário. Segundo, elas têm uma capacidade desproporcional de dar formato à esfera pública, comenta o Verge.

Instagram corre atrás do Snapchat usando seu conceito central

O app, de propriedade do Facebook, lançou esta semana uma série de novas ferramentas, incluindo uma que deixa usuários enviarem fotos e vídeos que desaparecem. E ainda um streaming ao vivo.

Os usuários do Instagram podem agora enviar mensagens efêmeras para indivíduos ou grupos através da câmera. Basta arrastar a tela para a direita e acessar a ferramenta.

As mensagens que se destróem podm ser mandadas apenas através de mensagens privadas e ao vivo no inbox do usuário. Avatares circulares aparecem no alto do inbox para diferenciá-las das outras.

Embora as mensagens sejam imediatamente removidas do app, o conteúdo é visível até que a última pessoa a veja. Elas são armazenadas por tempo limitado, para que possas ser revistas caso haja um aviso de violação.

Os usuários podem também partilhar vídeo ao vivo o que acontece em tempo real. Diferentemente do Facebook, o streaming do Instagram é apens disponível para visão enquanto alguém estiver gravando.

Estas novidades se seguem à introdução das Stories, uma coleção pública de fotos e vídeos que desaparece em 2 horas. O Stories é quase idêntico à ferramenta do Snapchat do mesmo nome.

A possibilidade de o Instagram roubar usuários do Snapchat depende de usuários e seus amigos decidirem fazer sua escolha do Instagram como o app efêmero de sua escolha, O Instagram tem 300 milhões de usuários diários, e o Snapchat metade disso, informa a CNN.

Internet e imprensa: o que muda, e como?

Em artigo no Observatório da Imprensa, Taís Teixeira levanta algumas questões importantes sobre as mídias sociais. Reproduzo um trecho:

“A solidão deixou de ser problema. Os relacionamentos afetivos na era das redes sociais mudam a concepção romântica que reduzia a felicidade a uma necessidade intransigente de ter alguém presente o tempo todo. O tempo sozinho passa a ser valorizado e ganha a companhia das redes sociais, que tornam suportável a distância física pelo envolvimento/entretenimento ativo que proporcionam às pessoas.

Nesse contexto em vias de transformação contínua, a produção de conteúdo assume uma posição fundamental para atrair esse público, que desenvolve uma relação de intimidade com a sua vida virtual. As fontes de informação são diversificadas e com várias procedências. O jornalista perde parte do seu protagonismo como produtor de conteúdo num ambiente que dá voz e vez a outros formatos, gêneros, linguagens, formações e influências.

O universo digital tornou possível o surgimento de novas referências com a ampliação da pluralidade discursiva, o que remete a uma reflexão sobre o posicionamento do jornalismo na polissemia das redes sociais.

Outro ponto percebido é a qualidade desse conteúdo, que dá forma a diferentes elaborações oriundas de fontes dispersas. A ação do comando “compartilhar” para esse novo usuário parece ser mais interessante do que conhecer a fonte de informação, o que demonstra uma característica que dispensa ou não atribui relevância à origem do fato.

Dessa forma, frases como “Eu vi no Facebook, alguém compartilhou no Facebook…” começam a fazer parte dos diálogos, o que nos faz pensar sobre o lugar das fontes fidedignas nas redes sociais.

Essa conjuntura sistêmica , que integra as redes sociais e todos que fazem parte dela, dividem um domínio coletivo de conteúdo, onde abastecem, interagem e são fontes, ou seja, ocupam simultaneamente mais um lugar dentro do campo. Observando por essa ótica, o jornalista, a notícia, a qualidade e a credibilidade do que se acessa, como ficam?

As mídias e as redes sociais são resultado dos usos e apropriações que foram se configurando na Internet. A tecnologia reverberou e assumiu técnicas de relacionamento, controle de tráfego de informações, métricas para mapear o perfil do consumidor para que marcas possam conhecer melhor o seu cliente.

Essas ferramentas são usadas para mensurar ações do marketing digital. Porém, essa aproximação de relacionamento não deve ficar restrita somente às estratégias desse setor.

No jornalismo, a evolução da qualidade de conteúdo deve ser proporcional ao avanço de tecnologias para suprir esses novos espaços, o que significa outras possibilidades de desempenho profissional.

Com essa nova plataforma de interação do usuário, que permite com que cada um seja o seu próprio editor, assim como personalize o momento de busca, podendo interromper e retomar a qualquer momento, reforça a individualidade e a instantaneidade como valores possíveis da notícia digital.

Talvez esteja nesse atributo a possibilidade de verificar um viés da sustentabilidade da notícia digital, ou seja, a instantaneidade é a base da sustentabilidade da notícia digital, pois ao acionar uma rápida reprodução no fluxo digital torna a instantaneidade um conceito central da notícia digital.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Já percebeu que nossas vidas estão virando mercadoria no Facebook?
26 de novembro de 2016 às 17h07


Precisamos falar sobre Facebook

por Alexandra Mello, especial para o Viomundo - Alexandra Mello é psicóloga/psicopedagoga
Que Mark Zuckerberg, um dos fundadores do Facebook é um gênio, ninguém duvida.

Com amigos da Universidade, o cara criou um universo inteiro que, rapidamente, tornaria dependentes, seus usuários. Acho até que o cigarro, que dizem ser a droga mais difícil de largar, é mais fácil do que o face. Nesse universo sem limites, a palavra amigo tornou-se uma qualquer. Não podiam ao menos ter usado “colega”?

É um mundo fascinante. Ali, a gente conhece, cutuca, pesquisa, exibe, compartilha, critica, milita, xinga, elogia, dá presentinhos, faz carinhas, vende produtos, compra, dá receitas (de comida e de como viver), vigia, controla, conversa, desabafa, desenterra, lava roupa suja, reencontra pessoas de mil novecentos e bolinha, inveja, sente ciúmes, deseja, finge, insinua, provoca, agride, “ama”…e por aí vai.

As possibilidades são infinitas. Até aí, nada diferente do que acontece nas nossas vidas reais. A diferença é que, antes, pra sabermos alguma coisa do vizinho ao lado, ele tinha que contar ou falar mais alto para escutarmos do lado de cá do muro.

Ou então, o da frente contava. E de ouvido em ouvido, a notícia corria mais lentamente. Outra diferença é que a gente se sente mais corajoso quando está por trás de uma máquina. Sem o olhar do outro.

Já desconfiei até (afinal, algumas drogas nos deixam paranoicos), que minhas conversas privadas pudessem ser usadas pelo site, que me abasteceria depois de informações a respeito dos conteúdos. Por que vejam só: conversei bastante, no privado, com uma amiga (esta, amiga real) sobre algumas questões de filhos. Não é que nos dias seguintes, curiosamente (e espero, coincidentemente), apareceram textos na minha página, alguns até bem interessantes, exatamente sobre aquelas questões?

Outro dia, escutei algo assim: que as pessoas ficam vendo as fotos e os textos e acreditam naquela empulhação. E que acabam comparando as próprias vidas com as expostas naquela vitrine.

Resultado? Começam a achar que as suas estão sem graça, sem glamour. Esquecem que por trás do virtual existe um mundo real com todos os problemas de qualquer outro. Que por trás daquelas pessoas descoladas e cheias de frases de efeito, estão as de carne e osso, com todas as dores e delícias. Vida vira mercadoria. E mercadoria precisa de propaganda. De marketing.

Antes, a gente escrevia uma carta que levava alguns dias para chegar até ele ou ela. Hoje, a gente digita, publica e na mesma hora está lá, na frente do ser amadx. E da metade da torcida do Flamengo.

O que estamos fazendo com a nossa vida privada? Por que razão estamos maltratando tanto a nossa intimidade? Por que precisamos tanto mostrar quem somos, o que comemos, com quem andamos, pra onde vamos, o que sentimos?

Mas de tudo o que mais tem me causado espanto (pra não dizer enjoo) é ver a distância entre discursos tão bem elaborados e atitudes tão imaturas. Nunca antes, adultos estiveram mais infantis que seus filhos.

É gente gritando pela democracia e menosprezando o “amigo” que tem posição diferente. É gente delatando com um só clique coxinhas ou petralhas e mantendo apenas os iguais.

Que democracia é essa só com iguais? Tem graça uma mesa de bar sem diversidade? É gente militando contra todas as opressões, olhando só para fora e não para dentro, que é onde deveria começar uma revolução.

É pai e mãe proibindo o filho de matar em jogos de vídeo game, como se fossem eles os responsáveis pela violência e não o ódio que destilam nas redes sociais, por exemplo. É pai e mãe dizendo para o filho que precisa respeitar o amiguinho e postando no face, o que bem entendem, doa a quem doer.

É gente falando de empatia, sem ter a menor ideia do que isso quer dizer.

Estamos dependentes desta que, como todas as outras drogas, nos traz prazeres imediatos, efêmeros e deliciosos.

Mas que, aos pouquinhos, imperceptivelmente, vai nos arrancando de nós mesmos. Vai arrastando nossas vidas para um lugar público. Mas não é o face o sujeito de tudo isso não. Ele é só uma ferramenta. Que podemos usar de um ou outro jeito.

Na ânsia de mostrarmos e vendermos o nosso melhor, muitas vezes, o que estamos fazendo é justamente o contrário. Pensando bem, será mesmo que é de facebook que precisamos falar?

Fonte: VIOMUNDO
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O fenômeno da internete e das redes sociais é algo bem recente.

A internete tem apenas 20 anos no Brasil, e as redes sociais, bem menos. Isso significa que uma legião de jovens com até algo em torno de 30 anos de idade, nasceu e/ou cresceu com a cultura da internete
 e das redes sociais, Por outro lado, essa cultura abriu possibilidades para novas formas de relacionamento, principalmente e majoritariamente para a geração acima citada.

Não é intenção, aqui neste texto, discutir a qualidade dessas novas formas de relacionamento. Dito isto, para os jovens da geração internete essas novas práticas - novas para os adultos que vivenciaram outras práticas - são perfeitamente normais, inclusive a evasão de privacidade consentida como forma de se fazer conhecido.

Para os adultos, existem parâmetros de comparação obtidos através de vivências passadas, e é perfeitamente natural que a adapatação às novas formas , não seja ago imediato, principalmente pela pobreza de conteúdos das novas formas através da internete. Assim sendo, o desafio para educadores e psicólogos, é de despertar na geração internete outras formas de relações interpessoais, mais ricas, sólidas e duradouras.

No caso deste blogue, o foco na internete passa pela produção de conteúdos informativos, e de que forma o jornalismo nas redes deve se reinventar, tendo em vista que a maioria dos usuários das redes não sabe distinguir o que é notícia, o que é opinião, o que é fofoca, e sequer procuram saber as fontes das informações recebidas. Com o crescimento das redes sociais, esse aspecto torna-se de extrema importância na formatação cognitiva dos jovens, o que quando conduzido por grupos de mídia pode acarretar numa sociedade de autômatos úteis. Cabe ressaltar que nas fronteiras do conhecimento, a Educação, a Psicologia e as Neurociências, em conjunto e de forma interdependente, vem sendo tratadas como Ciência da Cognição, um novo campo de destaque nas ciências. 


Por outro lado, em um momento do pais em que jovens vão a luta para discutir as reformas da educação, causa certo espanto que as entidades envolvidas com a reforma, governo e sociedade, não tenham apresentado propostas para incluir as novas tecnologias midiáticas como matéria da grade curricular das escolas para crianças e adolescentes.O mundo da internete e das redes sociais é um mundo midiático e de interesses comerciais, independente das aparências e de seus discursos correlatos, e a cognição deve ser tratada como prioridade.

Quanto a esse assunto, este blogue recentemente assim se manifestou em postagem do dia 19 deste mês em curso, com o título, 'A Regressão da Velha Mídia'

Abaixo, um excerto da postagem;



No campo do jornalismo, a mudança tem sido dramática, quase que paradigmática.

Atualmente existe uma grande quantidade de sites e blogs produzindo conteúdos jornalísticos e também opinativos, naturalmente em todos os níveis de qualidade.

Com isso, os grandes jornais, generalistas, são coisa do passado. Na era da internete, ao adquirir um jornal impresso em um dia pela manhã, o leitor, certamente, estará lendo informações ultrapassadas.

Estranho, ainda atualmente, é ouvir em um programa de rádio de fim de tarde e início de noite, o radialista dizer que as informações que o ouvinte está recebendo naquele momento são privilegiadas e estarão no dia seguinte nos jornais impressos para o leitor se aprofundar.

Atualmente, a maior parte das informações apresentadas em emissoras de rádio e de televisão, tem origem em sites e blogues da internete.

O caso mais emblemático é do jornalismo esportivo. Vinte anos atrás, para que um repórter esportivo tivesse acesso ao conteúdo de uma súmula de uma partida de futebol, não era uma tarefa tão simples. Exigia deslocamentos e gastava-se muito sapato. Atualmente, nos programa esportivos, quando a "notícia ou informação" apresentada é sobre uma súmula de uma partida, o jornalista obtêm a informação diretamente no site da entidade a qual o jogo está relacionado. Isso qualquer criança hoje em dia faz.

O mesmo se aplica aos vídeos com gols e melhores momentos apresentados pelos programas esportivos de televisão. Quase todas as federações , confederações e entidades que organizam e realizam competições, tem geração própria de imagem de jogos. Assim sendo, muitos programas esportivos de televisão, obtêm as imagens dos jogos nos sites da internete. Isso qualquer criança hoje em dia faz. Diante dos fatos, naturalmente se pergunta onde está o jornalismo, já que os assuntos debatidos em tais programas em nada diferem das conversas etílicas de rodas de botequim. O jornalismo, pode-se afirmar sem medo de acertar, se diluiu na internete e nas redes sociais, foi para a segunda divisão, está por lá já por um bom tempo, e luta para subir para a primeira divisão.

Com o jornalismo de uma maneira geral, o fenômeno é o mesmo, ainda que grandes empresas de jornalismo pratiquem algum tipo de jornalismo de fato.

Com isso, novos atores entraram em cena tornando-se referência na produção jornalística ou mesmo através de opiniões sobre temas e assuntos de interesse do conjunto da sociedade. Muitos não tem formação jornalística, mas cumprem muito bem o papel, assim como o uber em relação ao velho táxi. Assim é o avanço da tecnologia com seus desdobramentos na sociedade, incomoda um lado e agrada o outro. Interessante que são recorrentes as críticas de empresas de mídia e de jornalismo quanto a atuação dos novos atores da comunicação, no entanto, a maioria dessas empresas aprova o uber.

O fato, ao que se revela diante das letras do teclado que aguardam ansiosamente o toque, é que o jornalismo precisa se reinventar, rejuvenescer, recomeçar. Hoje, o cidadão comum subiu um degrau na escada da produção de conteúdos informativos e opinativos, e , de uma maneira geral, ali, no novo patamar, ainda se encontram a maioria dos jornalistas.

Uma vez juntos, e ao mesmo tempo separados, não é de se estranhar que o jornalismo das grandes empresas de mídia reproduza conteúdos das redes sociais sem nenhum tipo de filtro ou de confirmação da veracidade das informações, fazendo do 'ouvi dizer' ou do " alguém me disse" , conteúdos informativos, que por sua vez, serão reproduzidos por outras empresas da velha mídia.

O resultado é o que se vê; a precarização do jornalismo da velha mídia e a ascensão de novos atores empenhados em produzir conteúdos fidedignos e de qualidade.

Outro aspecto da evolução tecnológica, no tocante as redes sociais, diz respeito as supostas e limitadas diferenciações entre o real e o virtual.

Com a internete, um novo campo de atuação passou a fazer parte da vida social e assim foi imediatamente rotulado de virtual.

Ocorre que o chamado virtual se faz presente em várias esferas da vida das pessoas, até mesmo em cirurgias médicas, fazendo do real e do virtual expressões idênticas

Se assim é de fato, outras atividades comuns no "real" ainda estão longe de se manifestar no "virtual". Um exemplo pode ser a atuação das polícias. Na vida "real", a vigilância policial, ainda que não a desejada pela população, se faz presente no dia-a a dia das cidades, agindo de forma preventiva e corretiva. Comum e corriqueiro a detenção de infratores que cometam delitos nas ruas das cidades.

No campo "virtual", apesar de existirem delegacias próprias para os crimes de internete, a ação preventiva da polícia, tal qual ocorre no "real ", ainda é insignificante, ou quase nula, o que favorece a ação livre de criminosos.

Esse descompasso entre o real e o virtual revela um grande atraso entre os administradores municipais, estaduais e federal. Atualmente, no Brasil, somente ações de inteligência contra atividades associadas as diferentes manifestações do crime organizado tem algum tipo de rastreamento no campo virtual, o que já é alguma coisa, mas bem pouco para o conjunto de práticas criminosas perpetradas nas redes sociais, práticas essas se manifestadas no campo real teriam uma ação imediata dos órgãos de segurança pública. Outro agravante para esses crimes, que muitos, inclusive, são praticados por empresas de mídia, jornalismo, e até mesmo por autoridades dos Poderes da república que deveriam estar empenhadas em coibí-los.

Em suma, a internete e as redes sociais permitiram que o cidadão, através de novas formas de expressão, ocupasse palanques e bancadas privilegiadas, e , ao mesmo tempo, as empresas de comunicação e jornalismo que sempre desfrutaram de tais palanques e bancadas não evoluíram, ao contrário, regrediram, se misturando ao senso comum e ainda incentivando práticas criminosas entre a população.

Este blogue, O PAPIRO, é um blogue opinativo de orientação ecossocialista anárquica.

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