quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Alta tecnologia para guardar lixo

Nova cúpula para proteger reator de Chernobyl é inaugurada

Domo tem como objetivo isolar o material radioativo do local

A cúpula projetada para cobrir e proteger o reator número 4 da central atômica de Chernobyl, na Ucrânia, foi finalmente posicionada no local da maior tragédia nuclear da história, que aconteceu em 26 de abril de 1986 na então União Soviética, e inaugurada nesta terça-feira (29). O transporte da cúpula, que representa um dos projetos de engenharia mais ambiciosos do mundo, durou duas semanas. Em formato de um domo, a estrutura foi "deslizada" até o reator.

A cúpula tem como principais objetivos confinar os materiais radioativos presentes na área, isolar o "sarcófago" construído emergencialmente há cerca de 30 anos para evitar uma maior contaminação nuclear e proteger os trabalhadores da região. A nova estrutura, feita de aço e desenhada para resistir ao menos 100 anos, tem 162 metros de comprimento, 275 metros de largura, 108 metros de altura, pesa de 25 mil toneladas e custou 1,5 bilhão de euros, financiados pelo Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD).

Mesmo com a cúpula posicionada e inaugurada, ela só entrará em operação no fim do ano que vem, quando todos os equipamentos necessários para o desmantelamento do "sarcófago" e do reator acidentado tiverem sido devidamente instalados. "Trata-se da maior
estruturamóvel já realizada até o momento e a Itália fez uma notável contribuição em relação a dinheiro e do ponto de vista científico e tecnológico", disse o embaixador italiano na Ucrânia, Davide La Cecilia. "Na realização da estrutura contribuiu a empresa Cimolai [da cidade italiana de] Pordenone que, em sua própria planta, criou as estruturas em aço de alta resistência que compõem a cúpula.

"Além disso, a Itália contribuiu também na segurança de Chernobyl com uma quantia próxima a 100 milhões de euros, depositados nos fundos específicos criados pelo BERD", afirmou o embaixador. Durante a madrugada de 26 de abril de 1986, um aumento súbito da potência no reator 4 resultou no sobrecarregamento do núcleo, o que provocou a explosão hidrogênio acumulado em seu interior. A tragédia foi o pior acidente nuclear da história, tendo contaminado grandes áreas da Ucrânia, da Rússia e de Belarus.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Uma cúpula com 162 metros de comprimento, 275 metros de largura, 108 metros de altura, 25 mil toneladas de peso, feita de aço e desenhada para resistir 100 anos, ao custo de 1,5 bilhão de euros. Uma obra de engenharia das grandes. No entanto, a cúpula será para proteger, pode-se dizer confinar, lixo. Isso mesmo, tudo isso para confinar lixo radioativo trinta anos depois do acidente que ainda produz vítimas, de forma silenciosa, invisível, sem estardalhaço midiático, afinal, para os nucleocratas e para os defensores da energia nuclear a eletricidade gerada pelas centrais nucleares é indispensável ao mundo, por ser economicamente viável e segura. Quanto as vítimas do acidente de 1986, que morreram e ainda morrem nos dias atuais, os culpados por essas mortes são as próprias vítimas, que estavam no lugar errado e na hora errada, dirão os defensores de uma tecnologia que gera lixo que mata, permanecendo ativo no ambiente por milhares, isso mesmo, milhares, de anos. Assim sendo, ao final de 100 anos nova obra para cuidar do lixo ? Nova cúpula e novos bilhões de dolares ?
Estranho ou irracional ?


Primeira página


                                         
             Nossos sentimentos às famílias e comunidades das vítimas do acidente aéreo


O assunto principal em toda a mídia mundial, não poderia ser outro. A tragédia da Chapecoense.

Proliferam memes, capas de jornais e performances em telejornais homenageando e reverenciando os mortos na tragédia que devastou o Brasil.

Todo o mundo foi pego de surpresa, mas, não deveria, como diz o poeta, tudo pode estar por um segundo. Porém, não adianta, ninguém imagina que essas coisas acontecem quando menos se espera, pelo motivo que ninguém espera que seja no momento em que acontecem. Sempre se pensa que vai acontecer, no futuro, com outras pessoas. Temos uma inclinação à um desejo de imortalidade, ou talvez seja um medo profundo em admitir que tudo passa, em algumas ocasiões de forma trágica e violenta, e na maioria das vezes pelo veredito inapelável do Senhor Cronos, o tempo.

Dito isto, a mídia mundial procurou traduzir esse sentimento, de várias formas e maneiras, onde prevaleceram imagens das vítimas do acidente e o sofrimento em todo o mundo.

No entanto, o tablóide popular Meia Hora, do Rio de Janeiro, foi além. Conhecido como um jornal que produz primeiras páginas criativas e bem humoradas sobre os problemas da cidade, o que já lhe rendeu alguns prêmios, o Meia, como é conhecido entre seus leitores optou pelo simples criativo e, assim sendo, foi genial.

Usando símbolos atuais das mídias digitais, o jornal mostra que até os campos de futebol pelo mundo choram a tragédia. Sem sensacionalismo e apelação, comum nos jornais populares, inclusive no próprio, o Meia, com muito pouco fez tudo, disse tudo, com sensibilidade poética e sem ficar no lugar comum.

PEC do fim do mundo e pancadaria

Descobriram que um dos carros incendiados ontem na Esplanada é de uma ex-namorada de Temer:


Fonte: CARTA MAIOR
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A foto que simboliza a aprovação da PEC 55

30/11/2016 Pedro Lorenzi Breier

(Coquetel do lado de dentro da "casa do povo" e sangue do lado de fora. Foto: Gisele Arthur)

Por Pedro Breier, correspondente policial do Cafezinho

A foto acima é simbólica do que está acontecendo no Brasil.

Do lado de dentro da Câmara, parlamentares desfrutam de um aprazível coquetel.

Do lado de fora, estudantes, trabalhadores e integrantes de movimentos sociais são covardemente atacados pela PM de Brasília.

A PEC 55, aprovada ontem em primeiro turno de votação pelos nossos bem alimentados senadores, vai fazer mais ou menos isso: drenar os recursos do Estado para o pagamento dos juros da dívida pública, alimentando insaciáveis banqueiros, enquanto estudantes e trabalhadores sofrerão na pele os efeitos do congelamento dos investimentos públicos pelos próximos 20 anos, mesmo que a receita do Estado brasileiro aumente.

Caso haja revolta (e vai haver), o Estado oferecerá o serviço premium destinado aos manifestantes de esquerda, um coquetel luxuoso de bombas, gás lacrimogêneo e spray de pimenta.

O ‘aparelhamento do Estado pelo lulopetismo’ foi um mantra repetido à exaustão pela mídia corporativa durante os governos petistas.

O STF era usado como exemplo desse aparelhamento, acreditem. A presença de movimentos sociais em atos no Planalto também.

Mas quando a PM é absurdamente seletiva na escolha dos alvos de seus ataques covardes, o som do silêncio desta mesma mídia sobre o aparelhamento do Estado pela direita é ensurdecedor.

Algo em torno de 50 insanos manifestantes de extrema-direita pedindo intervenção militar conseguiram, sem maiores dificuldades, tomar de assalto a mesa diretora da Câmara, aos gritos de ‘viva Sérgio Moro’:

(Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

Ontem, 10 mil pessoas protestando pacificamente contra a PEC 55, do lado de fora do Congresso, foram atacadas brutalmente, sob a velha desculpa de que foi um grupo dos manifestantes que iniciou o quebra-quebra. Alguns parlamentares tentaram parar o massacre, mas ouviram dos policiais que a ordem era atacar.

A diferença entre os dois protestos? Um era da direita, o outro da esquerda.

A PEC 55 apenas transpõe esse aparelhamento do Estado pela direita, uma constante quando tratamos das ações das PMs estaduais, para todas as áreas.

‘Não tem outro jeito’, diziam os nossos apalermados senadores, ontem, durante a votação.

Nossos parlamentares fingem não saber que a PEC 55 é nada mais nada menos que a teoria econômica da direita, a austeridade, enfiada goela abaixo dos próximos 5 presidentes eleitos.

Depois de afundar a Grécia e não dar certo em lugar nenhum da Europa, a austeridade chega ao Brasil como a única solução possível. Não é maravilhoso o consenso que uma mídia concentrada e canalha pode produzir?

A teoria econômica desenvolvimentista, segundo a qual nos momentos de crise o Estado deve aumentar o investimento público para aquecer a economia, defendida por muitos economistas, dentre eles o ganhador do nobel Paul Krugman, simplesmente não existe para o oligopólio midiático.

Consequentemente, não existe também para os senhores de cabelo acaju que, em tese, representam o povo brasileiro.

Ficamos assim, portanto.

Aos deputados e banqueiros, coquetéis e recursos públicos.

Aos estudantes e trabalhadores, nada. Se protestarem, tiro porrada e bomba.

A direita é que sabe como aparelhar o Estado.

Fonte: O CAFEZINHO
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A batalha campal em Brasília é sinal do desgoverno que tomou o Brasil.

Postado em 30 Nov 2016
por : Diario do Centro do Mundo



Brasília, 29 de novembro de 2016

Publicado no Blog do Marcelo Auler.

POR EUGÊNIO ARAGÃO, ex-ministro da Justiça.

Já o dizia meu saudoso pai: os ignorantes usam o punho, enquanto os inteligentes usam a cabeça. Em outras palavras, o punho do ignorante entra em cena, quando seus paupérrimos argumentos se esgotam.

A batalha campal ocorrida terça-feira (29/11) em Brasília é um evidente sinal do desgoverno que tomou conta do Brasil depois do golpe parlamentar.

Um grupinho se incrustou nos palácios e ministérios da capital, sem capacidade de diálogo e de minimamente convencer a sociedade atônita sobre seus propósitos. Prefere mandar a “puliça” atacar indefesos manifestantes a se dar ao esforço da argumentação. Até porque argumentos não há que sustentem a degradação do Brasil a uma republiqueta de atores políticos vaidosos, ambiciosos e gananciosos.

Não há mais projeto nacional, não há metas nem de curto, nem de médio e nem de longo prazo. A economia está à deriva, por se interessarem seus gerentes públicos apenas por satisfazer as pretensões egoístas de rentistas e especuladores.

Ontem um amigo empresário do Norte me disse que a exportação de gado brasileiro caiu 90% e o setor está em polvorosa.

Com certeza não é um problema de falta de demanda externa, mas sim da mais tosca incompetência do desgoverno, incapaz de abrir novos mercados e de manter os já consolidados.

A comissão de comércio exterior da Federação Russa, por exemplo, insistiu em vão em se reunir com os técnicos do Sr. José Serra e não recebeu nenhuma confirmação sobre data que estava ficada, desde tempos, para dezembro. A reunião, parece, ficou para depois do carnaval.

A Embraer atravessa séria crise, de modo a demitir centenas de seus empregados especializados. Os estaleiros construídos para atender às demandas de equipamentos naval para exploração do pré-sal estão estagnados. Milhares de empregos foram riscados do mapa. O governo resolveu desistir do conteúdo nacional no setor.

O Almirante Othon, pai da energia nuclear brasileira foi colocado atras das grades, condenado a 43 anos de reclusão, mais do que a Sra. Susanne Richthofen, que fez matar pai e mãe.

E, no entanto, pouco interessou aos ávidos acusadores que a administração de meios nessa área estrategicamente sensível não se pode fazer por rotinas comuns, transparentes. Afinal, certos insumos para o programa não se adquirem pela internet pagando com Pay-Pal. Mas isso é muito complexo para procuradores ameganhados.

Ao mesmo tempo, assistimos um assombrador crescimento de grupos fascistas na sociedade. Pessoas embrutecidas pelo vício de uma linguagem violenta nas redes sociais se distraem colocando para fora seu ódio contra as forças democráticas. Sua presença, ontem, no banzé organizado pela “puliça” na esplanada dos ministérios, mostra sua disposição de jogar o país no caos. O “quanto pior melhor” só os aproveita. E quem apanha é a multidão pacífica que teve seu ato infestado por atos de provocação dos brucutus bolsonaristas.

Enquanto isso o Judiciário e o ministério público estão mais preocupados com seus umbigos, temerosos de qualquer iniciativa legislativa que os venha chamar à responsabilidade.

Não se vê ação contra esse massacre aos direitos individuais e coletivos, mas somente a cantilena do “combate” à corrupção, do julgamento falso-moralista da classe política, como se o Brasil só agora tivesse despertado para as mazelas do financiamento eleitoral e partidário.

Juízes, nestes tristes tempos, falam pelo cotovelo. Emitem juízos antecipados sobre processos em curso e até se sugerem a deputados e senadores como seus conselheiros… impressionante a ousadia da burocracia sobre a democracia. O poder que emana do povo já lhes deixou de ser sagrado há muito.

Não há luz no fim do túnel. A única saída desse estado desesperador é a organização da sociedade civil, para que tome em suas mãos a defesa da Constituição-Cidadã e exija a mudança urgente do desgoverno por um governo legítimo saído das urnas.

Essa demanda urgente não pode ser desvirtuada com a de setores pouco afeitos à democracia que namoram numa eleição indireta em 2017. Tratar-se-ia de mais um golpe dentro do golpe, para manter a sociedade longe do comando sobre seu destino.

Também não podemos contar com um proativo Supremo Tribunal Federal que venha a reinstituir a presidenta destituída à traição, pois essa corte mais está preocupada com sua própria imagem na mídia conservadora que ajudou a tramar o golpe contra a constituição.

Tenhamos, pois, esses dois objetivos claros em mente: a defesa da carta maior gestada numa constituinte eleita e a realização já de eleições para presidente. É o único meio de o Brasil sair do lamaçal em que os golpistas o jogaram.

E quanto aos inimigos da democracia, terão que pagar por seus atos covardes perante a História, que saberá avaliar a gravidade da conspiração por eles praticada contra o País.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Droga lícita










O caro leitor gosta de coca-cola ?
Gosta?
Pois então veja as transformações que acontecem no seu organismo durante a primeira hora após ingerir uma latinha com 350 ml do refrigerante:

1. Após os primeiros 10 minutos

Uma latinha de refrigerante tem aproximadamente o equivalente a 10 colheres (chá) de açúcar (a Associação Americana de Cardiologia recomenda que esse consumo seja de 9 colheres diárias para os homens e 6 para as mulheres). Essa quantidade de doce, tomada de uma só vez, seria o suficiente para sobrecarregar seu corpo e deixá-lo enjoado, porém, o ácido fosfórico contido nessas fórmulas corta parte do sabor do açúcar e você, consequentemente, consegue engolir.

2. Após 20 minutos, aproximadamente

Há um pico de açúcar na sua corrente sanguínea e sua insulina – hormônio responsável pela redução da glicemia, a taxa de glicose no sangue, e que promove o ingresso de glicose nas células – vai às alturas.

Seu fígado responde a isso queimando qualquer açúcar disponível no organismo – e há muito disso nesse momento – e transforma boa parte em gordura.

3. Após os 40 minutos

Se seu refrigerante preferido tem cafeína, ela foi toda absorvida. Suas pupilas estarão mais dilatadas, sua pressão sanguínea mais alta e como resposta seu fígado libera mais açúcar no seu sangue. Os receptores de adenosina – agora ligados à cafeína – não “enxergam” a adenosina, um hormônio responsável pela diminuição do ritmo do corpo. Agora você não consegue relaxar e os vasos sanguíneos do seu cérebro estão comprimidos.

4. Após os 45 minutos iniciais

Seu corpo aumenta a produção da dopamina – um dos hormônios envolvidos na sensação de prazer. Fisiologicamente, o processo é muito similar ao que acontece com os usuários de heroína.

5. Após uma hora

O ácido fosfórico do refrigerante se liga ao cálcio, ao magnésio e ao zinco que estão no seu intestino. Isso, combinado com as altas doses de açúcar ou de adoçantes artificiais, aumenta a excreção do cálcio via urina.

6. Ao final da primeira hora, aproximadamente


A cafeína tem propriedades diuréticas. Nesse momento, se você for ao banheiro, seu corpo vai passar excretar junto com a urina, uma parte do cálcio, magnésio e zinco que deveria servir para manter seus ossos saudáveis, além de uma boa parte de eletrólitos – cargas elétricas que facilitariam diversas funções celulares, incluindo as ligações entre os neurônios – e água.

7. Finalmente, após mais de uma hora

Nesse momento você já foi ao banheiro e mandou embora todas aquelas substâncias do refrigerante, junto com diversos minerais, eletrólitos e água. O pico de glicose está em uma curva descendente e seu corpo quer mais (afinal, isso ativa os centros de prazer no cérebro). Você começa a ficar irritado. Alguém pode sugerir que é hora de fazer uma pausa e ir à lanchonete tomar um refrigerante. O ciclo, então, recomeça.

“É claro que o tempo de absorção e excreção dessas substâncias pode variar de pessoa para pessoa”, observa Marcela Kotait, nutricionista do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (Ambulim – IPq/HC-FMUSP). Fatores como peso, altura e se houve consumo alimentar junto com o refrigerante – entre outros – podem influenciar nessa dinâmica.

A dor, o luto e o lucro

Marconi @marconigalo
O Nacional de Medellín sugeriu que não haja a decisão e que o título fique com a Chape.
Atitudes assim nos faz acreditar em um mundo melhor.

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Camisa da Chapecoense quase dobra de preço em site e internautas criticam
  • 29/11/201617h55
    Do UOL, em São Paulo

    Reprodução/Twitter
  • Anúncio mostra preço de R$ 129,90 (à esq.) na segunda-feira e R$ 249,90 nesta terça

Fonte: BOL
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Nossos sentimentos às famílias e comunidades das vítimas do acidente aéreoMais uma tragédia da aviação.

Quando isso acontece as pessoas sempre se perguntam sobre os riscos da aviação. No entanto, poucos param para pensar quantos pousos e decolagens acontecem diariamente em todo o mundo. Não tenho esses números, porém, são muitos, talvez milhares, apenas por dia. Isso significa que a probabilidade de acontecer um acidente de grandes proporções é pequena, bem pequena, no entanto, acontecem. Isso também significa que não existem tecnologias que sejam 100% seguras, apesar do discurso de tecnocratas. Daí, devemos sempre lembrar que em todo o mundo existem centenas de instalações nucleares e, também uma gama de opções de loterias para aposta. Sim , a probabilidade de acertar um prêmio de loteria de números e bem pequena, mas pessoas acertam, assim como pessoas morrem em acidentes aéreos. Tentar entender porque essas pessoas são escolhidas, é uma tarefa pra lá de difícil. No entanto toda tragédia que causa grande comoção mundial ou em uma nação, abre canais. Explico. No ano de 1994, no dia 1° de maio, morria de forma trágica um dos maiores ídolos do país, Ayrton Sena. O país inteiro se emocionou com a morte de Sena. Uma dor coletiva. Menos de três meses depois, esse mesmo povo vibrava de alegria com a conquista do tetracampeonato mundial de futebol nos EUA. Pessoas ganham fortunas em loterias, e em seguida suas vidas se transformam em infernos, as vezes chegando a morte. Nada disso explica, porém inclina para se pensar sobre o assunto.

Na morte de muitas pessoas , fala-se em carma coletivo, de grupos, cidades, país.

       
 De certo, em comum, a dor de toda uma nação, isso quando as vítimas são compatriotas, pois se forem de outro país em acidentes da mesma proporção, a dor não é a mesma, as vezes nem existe, porém a dor dos familiares é a mesma, aqui, em Chapecó, no oriente médio, na África, em todo lugar.

Acidentes aéreos de grandes proporções geram grande preocupação e em vinte anos foram três em território brasileiro.

Dois acidentes nas imediações do aeroporto de Congonhas em SP e outro na selva do estado do Mato Grosso. A probabilidade é pequena, mas acontecem. Somando os três acidentes foram algo em torno de 400 mortes, e isso acontece porque o número de pousos e decolagens diárias é altíssimo e os 400 mortos estão dentro da probabilidade mínima. Mas em números absolutos são quatrocentos mortos e milhares de familiares que sofrem.

Visto desta forma, pergunta-se se a aviação não pode ser mais segura. Talvez possa, com certeza pode, mas em tempos de lucro máximo a tendência é uma "flexibilização" nos protocolos de segurança, seja em qualquer área. Isso não significa uma condenação a empresa boliviana proprietária do avião que conduzia a equipe da Chapecoense, jornalistas e tripulantes. Significa que em tempos de lucro máximo, o mundo vai se transformando em um vale tudo. E assim será nos próximos dias, semanas, quando as grandes empresas de mídia, ávidas por audiência e lucros, irão explorar o acidente de todas as formas, ângulos, maneiras, priorizando o drama dos familiares das vítimas ao extremo, sem qualquer respeito aos familiares e aos que se foram, apesar das aparências e emoções correlatas.

Por ocasião da morte de Tancredo Neves, em 1985, a Rede Globo pediu a família do presidente exclusividade na transmissão dos funerais, no que foi negado. Hoje, a selvageria é ainda maior.

De minha parte, já fui testemunha ao longo da vida de várias tragédias como a que hoje tomei conhecimento. Não deveria me surpreender, ficar emocionado, mas não é o que acontece. Pessoas, agora, e são muitas , estão sofrendo, e não se pode ignorar essa dor, seja aqui, em Chapecó, no oriente médio, na Africa...

Legado de Fidel

                          Legado de Fidel


VITOR TEIXEIRA


Esta noite milhões de crianças dormirão na rua.

Nenhuma delas é cubana"

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Brasil barata voa

Não é possível disputar o futuro sem propor salvaguardas diante de uma inércia climática que o Acordo de Paris talvez já não possa reverter

Fonte: CARTA MAIOR
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Degelo ártico ameaça resto do mundo

Relatório apresenta 19 pontos críticos em que mudanças climáticas na região polar podem causar impactos permanentes; temperaturas em partes do Ártico estão até 20 °C mais altas que a média .
Por Redação do OC –

O Ártico enfrenta mudanças climáticas bruscas que ameaçam os ecossistemas locais e podem ter consequências catastróficas para o restante do planeta. É o que mostra o Arctic Resilience Report, relatório resultante de cinco anos de pesquisa de cientistas do Instituto de Pesquisas Ambientais de Estocolmo.

O relatório apresenta 19 “pontos de virada” já em curso ou próximos de entrar em curso, que podem ser desencadeados pelo derretimento da banquisa (camada de mar congelado que recobre o Oceano Ártico) na região. Esses pontos de virada são caracterizados por mudanças rápidas ou bruscas em um sistema natural, que podem causar alterações irreversíveis em outros ecossistemas próximos. Verões sem gelo marinho, o colapso de sistemas de pesca do Ártico, transformação de paisagens e mudanças de solo e vegetação estão entre as possíveis consequências cujos efeitos poderiam afetar mais regiões do planeta.

Um desses pontos é o chamado “feedback de albedo”, ou a mudança no padrão de absorção de radiação pela superfície. Com o aquecimento global, o gelo e a neve (que são brancos e rebatem a maior parte da radiação solar de volta para o espaço) dão lugar à tundra, mais escura, que absorve radiação e esquenta mais a região. Isso, por sua vez, eleva a temperatura do solo, liberando gás metano da matéria orgânica antes congelada, que eleva ainda mais as temperaturas, num círculo vicioso. Já a mudança na distribuição de gelo no oceano pode causar mudanças que chegam até a Ásia.

O mais temido desses “pontos de virada” é a perda do gelo marinho permanente na bacia do Ártico, o que causaria problemas sérios para espécies como o urso polar, mas também mudaria os padrões meteorológicos em boa parte do hemisfério Norte, já que o regime de ventos na região é controlado em parte pelo Oceano Ártico. Embora o IPCC (o painel do clima da ONU) tenha descartado que o gelo da região já tenha atingido o ponto de virada, o monitoramento da banquisa em 2016 tem deixado os cientistas de cabelo em pé.

Pesquisadores medem gelo marinho no Ártico. Foto: ClimateVisuals

A extensão mínima de gelo marinho no verão foi a segunda menor registrada desde o início das medições com satélites, no fim dos anos 1970. E, neste inverno, o gelo está derretendo em algumas regiões em vez de se recompor, como seria esperado. Alguns locais têm registrado temperaturas até 20oC superiores à média para novembro.

“Sistemas sociais e biofísicos do Ártico estão profundamente ligados com os sistemas sociais e biofísicos do nosso planeta. Mudanças rápidas, dramáticas e sem precedentes nessa sensível região provavelmente serão sentidas em outros lugares. Como lembramos com frequência, o que acontece no Ártico não se restringe somente ao Ártico”, afirma o documento.

“O Ártico está passando por mudanças rápidas e dramáticas, e é fundamental e urgente desenvolver resiliência na região. Essa resiliência não depende apenas do comprometimento e imaginação das comunidades locais; a população precisa de apoio de governos e outros parceiros para encontrar soluções sabendo que terão auxílio externo para implementar seus planos”, conclui. (Observatório do Clima/ #Envolverde)

Fonte: ENVOLVERDE
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Um grupo de sete meninos brincava com bolas de gude. Em um determinado momento a disputa estava acirrada entre dois garotos. Em um triângulo marcado no chão de terra, quinze bolas dentro do triângulo estavam em disputa. Cada menino com sua bola tinha que retirar o maior número de bolas do triângulo, sem que a bola de ataque ficasse no interior do triângulo, A bola de ataque que ficasse no interior significaria a derrota e o vencedor levaria as quinze bolas. Retirar uma a uma, com técnica, estratégia, equilíbrio e paciência era o comportamento adequado para um bom jogador, já que uma bola de ataque que fosse acertada pela bola do adversário, também significaria a derrota daquele que teve a bola alvejada.

Na platéia, observando a disputa os outros cinco meninos que já tinham sido eliminados e ,assim sendo, também tinham perdido suas bolas que naquele momento estavam no interior no triângulo, Observavam aquilo que minutos atrás lhes pertencia, algo não muito agradável. No entanto, existia um motivo maior, uma esperança para aqueles cinco garotos. Caso ocorresse alguma divergência séria entre os dois concorrentes em que as partes não chegassem a um acordo, gerando inclusive muita discussão, a solução seria o barata voa, ou seja, todos os meninos pegariam para si o maior número de bolas possíveis. No calor da discussão um dos meninos gritaria, barata voa, e era um salve-se quem puder na disputa pelas bolas.

Em um mundo que mergulha no caos com um modelo econômico que não mais produz resultados e o planeta agonizando em decorrência do aquecimento global com os desdobramentos climáticos, é estranho, muito estranho que não exista uma grande mobilização mundial para salvar a vida na Terra. Ao contrário, o que se vê, como no governo atual no Brasil são agendas e programas de governo ainda mais ultrapassados e anacrônicos, em comparação com as necessidades das pessoas, do meio ambiente e do planeta. Ou seja, como as mudanças são inevitáveis e virão, o Brasil e o mundo estão no modo barata voa, onde elites predatórias querem pegar o máximo, de todas as formas, meios, ignorando a população e beneficiando uma minoria.

A luta no triângulo é feroz.

Racional ?



Se o caro leitor for viajar para a Inglaterra e por lá for consumir uma reles latinha com coca-cola, entenda todo o procedimento, a pegada ecológica, para fabricação da latinha que o leitor terá em mãos:


Fabricação de lata de coca-cola inglesa.

A fabricação de uma lata de coca-cola inglesa resulta mais custosa e complicada que a da própria bebida. A bauxita ( minério de alumínio) é extraída na Austrália e transportada para um separador, que, em meia hora purifica uma tonelada de minério, reduzindo-o a meia tonelada de óxido de alumínio. Quando acumulada em quantidade suficiente, o estoque é embarcado em um gigantesco cargueiro que o leva à Suécia ou à Noruega, onde as usinas hidroelétricas fornecem energia barata. Depois de um mês de travessia de dois oceanos, ele passa outros dois meses na fundição. Ali, um processo de duas horas transforma cada meia tonelada de óxido de alumínio em lingotes de dez metros de comprimento. Estes são tratados durante quinze dias antes de embarcar para as laminadoras da Suécia ou da Alemanha. Lá, cada lingote é aquecido a quase 500°C e prensado até atingir a espessura de 0, 30 cm. As folhas resultantes são embaladas em rolos de 10 toneladas e transportadas a um armazém e, depois, a uma laminadora a frio do mesmo país ou de outro, onde voltam a ser prensados até ficar dez vezes mais finas e prontas para a fabricação. O alumínio é então, enviado à Inglaterra, onde se moldam as folhas em forma de latas que, a seguir, são lavadas, secadas, esmaltadas e pintadas com a informação específica do produto. Depois de laqueadas, rebordadas ( ainda não tem tampa), recebem uma camada protetora interna, que evita que o refrigerante as corroa, e passam pela inspeção. Colocados em paletes, são erguidas pelas empilhadeiras . No momento do uso, são transportadas até a engarrafadora, onde as lavam e limpam uma vez mais e as enchem de água misturada com xarope aromatizado, fósforo, cafeína e gás de dióxido de carbono. O açúcar vem das plantações de beterraba da França depois de passar pelo transporte, a usina, a refinação e o embarque. O fósforo originário de Idaho, nos EUA, é extraído em minas profundas - processo esse que também desenterra o cádmio e o tório radioativo. As empresas de mineração consomem permanentemente a mesma quantidade de eletricidade que uma cidade de 100 mil habitantes a fim de dar qualidade alimentar ao fosfato. A cafeína vai da indústria química para o fabricante do xarope na Inglaterra. As latas cheias depois de vedadas com uma tampa pop-top de alumínio em um ritmo de 1.500 por minuto, são embaladas em caixas de papelão com as mesmas cores e esquemas promocionais. Estas foram feitas com polpa de madeira oriunda de qualquer lugar, da Suécia à Sibéria e às antigas florestas virgens da Colúmbia Britânica, que são o habitat dos ursos pardos, dos cachorros- do-mato, das lontras e das águias. Uma vez mais empilhadas em paletes, as latas são transportadas ao armazém de distribuição regional, e pouco depois, ao supermercado, onde normalmente as compram em três dias. O consumidor adquire 350 ml de água com açúcar colorida com fosfato, impregnada de cafeína e aromatizada com caramelo. Beber a coca-cola é questão de alguns minutos; jogar a lata fora, de um segundo. Na Inglaterra, os consumidores jogam no lixo 84% das latas, o que significa que a taxa geral de alumínio que jogam fora ( desperdiçada), sem contar as perdas de produção é de 88%. Os EUA ainda obtêm do minério virgem três quintos do alumínio que consomem, gastando vinte vezes mais a energia do metal reciclado sendo a quantidade de alumínio que jogam fora suficiente para renovar toda a frota de aviões comerciais do país de três em três meses.


E aí ? Meio estranho, para não dizer irracional.
Agora pense que a fabricação da latinha inglesa é apenas um detalhe, em conjunto com outros não menos estranhos detalhes, que juntos produzem uma compreensão do mundo atual.

O País quer um novo

O que se assiste hoje no país é um embate entre o lodo e o povo. 
Em SP, 40 mil disseram não ao lodo, sim ao novo

Fonte: CARTA MAIOR
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O Brasil esperneia na maca

28/11/2016 - 03h00
Ricardo Noblat

O novo está sendo gestado. Mas os primeiros sinais do seu possível nascimento bastaram para fazer o velho Brasil do compadrio e da corrupção estrebuchar na maca em desespero e desatar no choro dentro de presídios.

O mundo despediu-se de fato do século XX com a morte de Fidel Castro. Por aqui, em matéria de maus costumes políticos, o século passado ainda suspira e ameaça abortar o que se anuncia...

Fonte: Blog do Noblat
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Hoje, dois lados no Brasil querem o novo.

Mas, o que é o novo ?

Do lado da direita, representado nesta postagem por blogueiro do jornal O Globo, o novo não tem nada a ver com ideologias e práticas do século passado, pois segundo o blogueiro o mundo despediu-se do século XX com a morte de Fidel Castro. Para o Globo, o novo desejado encontra dificuldades em nascer já que maus costumes políticos ameaçam abortar o que se anuncia. No entanto, o que se anuncia como desejado por Globo revelou-se um fracasso no mundo, algo tido como ultrapassado, gerador de enormes desigualdades sociais, em crise terminal e sendo rejeitado em vários países pelo mundo. Ainda segundo o Globo a morte de Fidel enterrou o século XX, em uma referência de uma suposta vitória, definitiva, do capitalismo senil sobre as ideologias comunistas e socialistas. O capitalismo, em sua expressão atual, em hipótese alguma pode ser a solução para a humanidade, e menos ainda ser considerado como o novo que o Brasil necessita. O golpe de estado que resultou no governo Temer e seu consequente programa de governo, representa um grande retrocesso para o país.

Do lado da esquerda, representado pela postagem de CARTA MAIOR, a notícia de que 40 mil pessoas estiveram ontem no centro de São Paulo pedindo o fim do lodo, ou seja do velho, que assaltou o país para perpetuar práticas que esse velho usou como argumento para acusar o novo que foi deposto.

São várias disputas em jogo,inclusive de narrativas

sábado, 26 de novembro de 2016

Desplugar para se ligar

Desligue sua rede social e ajude sua carreira

Postado em 26 Nov 2016
por : José Eduardo Mendonça

O conselho soa estranho. Mas é o que recomenda Cal Newport, um milenial, cientista da computação, escritor, blogueiro e professor da Universidade Georgetown.

O típico sujeito que não sairia do Twitter ou do Snapchat, com fones de ouvido ligados no Spotify.

Mas ele diz jamais ter tido uma conta em qualquer uma dessas coisas. Na verdade, acredita que devemos todos nos desplugar.

“Mais pessoas deveriam seguir meu exemplo e deletar estes serviços. Há muitas questões com a mídia social, da corrosão da vida cívica a sua superficialidade cultural, mas o que quero argumentar aqui é mais pragmático: Você deve sair da mídia social porque ela pode prejudicar sua carreira”, disse ele em artigo no New York Times.

“Em uma economia capitalista, o mercado deve compensar o que é raro e valioso. O uso da mídia social não é decididamente nenhuma das duas coisas. Qualquer pessoa de 16 anos pode inventar uma hashtag e compartilhar um artigo viral”.

Em vez de se envolver na “abordagem fundamentalmente passiva” para fazer avançar sua carreira, ele diz que se deve seguir esta frase do comediante Steve Martin: “Seja tão bom que ninguém possa ignorá-lo”. Se fizer isso, ninguém vai se preocupar com quantos seguidores você tem no Instagram.

A mídia social “distrai sua atenção e desperdiça seu tempo quando você poderia estar produzindo trabalho que interessa e convencer o mundo que você importa”, afirma Newport.

Chamem como quiser. Mas o Facebook é uma empresa de mídia

Nos dias antes e depois das eleições nos EUA, o Facebook foi qualificado de muitas maneiras – um website, uma companhia da internet, um player importante no universo da mídia, um gigante da tecnologia, uma fossa de nonsense.

Mas o Vox resolveu chamá-lo pelo que é, pedindo que “admita que é, de fato, uma empresa de mídia,” observando que “o design de seu newsfeed envolve inerentemente a tomada de decisões editoriais, e tem uma responsabilidade de tomar estas decisões”.

Mark Zuckerberg respondeu, no começo da semana, que “notícias e mídia não são as coisas primárias que as pessoas fazem no Faceook e por isso acho estranho que as pessoas insistem em nos chamar de uma empresa de mídia ou notícias para reconhecer sua importância”. Mas hoje 44 por cento dos americanos usam o Facebook como fonte primária de notícias. Com variações, o fenômeno é mundial.

Segundo Zeynep Tufecki, do New York Times, “o algoritmo do Facebook é crucial para o modo como notícias e informação são consumidas no mundo hoje, e nenhum historiador vai escrever sobre 2016 sem falar nisso”

“Estas companhias não querem dizer que são de mídia, mas são”, afirma Nicco Mele, diretor do Centro de Mídia de Harvard, organização fundada para estudar a mídia e seu papel em uma sociedade democrática. Primeiro, o grosso de sua receita é gerada por anúncios e atenção do usuário. Segundo, elas têm uma capacidade desproporcional de dar formato à esfera pública, comenta o Verge.

Instagram corre atrás do Snapchat usando seu conceito central

O app, de propriedade do Facebook, lançou esta semana uma série de novas ferramentas, incluindo uma que deixa usuários enviarem fotos e vídeos que desaparecem. E ainda um streaming ao vivo.

Os usuários do Instagram podem agora enviar mensagens efêmeras para indivíduos ou grupos através da câmera. Basta arrastar a tela para a direita e acessar a ferramenta.

As mensagens que se destróem podm ser mandadas apenas através de mensagens privadas e ao vivo no inbox do usuário. Avatares circulares aparecem no alto do inbox para diferenciá-las das outras.

Embora as mensagens sejam imediatamente removidas do app, o conteúdo é visível até que a última pessoa a veja. Elas são armazenadas por tempo limitado, para que possas ser revistas caso haja um aviso de violação.

Os usuários podem também partilhar vídeo ao vivo o que acontece em tempo real. Diferentemente do Facebook, o streaming do Instagram é apens disponível para visão enquanto alguém estiver gravando.

Estas novidades se seguem à introdução das Stories, uma coleção pública de fotos e vídeos que desaparece em 2 horas. O Stories é quase idêntico à ferramenta do Snapchat do mesmo nome.

A possibilidade de o Instagram roubar usuários do Snapchat depende de usuários e seus amigos decidirem fazer sua escolha do Instagram como o app efêmero de sua escolha, O Instagram tem 300 milhões de usuários diários, e o Snapchat metade disso, informa a CNN.

Internet e imprensa: o que muda, e como?

Em artigo no Observatório da Imprensa, Taís Teixeira levanta algumas questões importantes sobre as mídias sociais. Reproduzo um trecho:

“A solidão deixou de ser problema. Os relacionamentos afetivos na era das redes sociais mudam a concepção romântica que reduzia a felicidade a uma necessidade intransigente de ter alguém presente o tempo todo. O tempo sozinho passa a ser valorizado e ganha a companhia das redes sociais, que tornam suportável a distância física pelo envolvimento/entretenimento ativo que proporcionam às pessoas.

Nesse contexto em vias de transformação contínua, a produção de conteúdo assume uma posição fundamental para atrair esse público, que desenvolve uma relação de intimidade com a sua vida virtual. As fontes de informação são diversificadas e com várias procedências. O jornalista perde parte do seu protagonismo como produtor de conteúdo num ambiente que dá voz e vez a outros formatos, gêneros, linguagens, formações e influências.

O universo digital tornou possível o surgimento de novas referências com a ampliação da pluralidade discursiva, o que remete a uma reflexão sobre o posicionamento do jornalismo na polissemia das redes sociais.

Outro ponto percebido é a qualidade desse conteúdo, que dá forma a diferentes elaborações oriundas de fontes dispersas. A ação do comando “compartilhar” para esse novo usuário parece ser mais interessante do que conhecer a fonte de informação, o que demonstra uma característica que dispensa ou não atribui relevância à origem do fato.

Dessa forma, frases como “Eu vi no Facebook, alguém compartilhou no Facebook…” começam a fazer parte dos diálogos, o que nos faz pensar sobre o lugar das fontes fidedignas nas redes sociais.

Essa conjuntura sistêmica , que integra as redes sociais e todos que fazem parte dela, dividem um domínio coletivo de conteúdo, onde abastecem, interagem e são fontes, ou seja, ocupam simultaneamente mais um lugar dentro do campo. Observando por essa ótica, o jornalista, a notícia, a qualidade e a credibilidade do que se acessa, como ficam?

As mídias e as redes sociais são resultado dos usos e apropriações que foram se configurando na Internet. A tecnologia reverberou e assumiu técnicas de relacionamento, controle de tráfego de informações, métricas para mapear o perfil do consumidor para que marcas possam conhecer melhor o seu cliente.

Essas ferramentas são usadas para mensurar ações do marketing digital. Porém, essa aproximação de relacionamento não deve ficar restrita somente às estratégias desse setor.

No jornalismo, a evolução da qualidade de conteúdo deve ser proporcional ao avanço de tecnologias para suprir esses novos espaços, o que significa outras possibilidades de desempenho profissional.

Com essa nova plataforma de interação do usuário, que permite com que cada um seja o seu próprio editor, assim como personalize o momento de busca, podendo interromper e retomar a qualquer momento, reforça a individualidade e a instantaneidade como valores possíveis da notícia digital.

Talvez esteja nesse atributo a possibilidade de verificar um viés da sustentabilidade da notícia digital, ou seja, a instantaneidade é a base da sustentabilidade da notícia digital, pois ao acionar uma rápida reprodução no fluxo digital torna a instantaneidade um conceito central da notícia digital.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Já percebeu que nossas vidas estão virando mercadoria no Facebook?
26 de novembro de 2016 às 17h07


Precisamos falar sobre Facebook

por Alexandra Mello, especial para o Viomundo - Alexandra Mello é psicóloga/psicopedagoga
Que Mark Zuckerberg, um dos fundadores do Facebook é um gênio, ninguém duvida.

Com amigos da Universidade, o cara criou um universo inteiro que, rapidamente, tornaria dependentes, seus usuários. Acho até que o cigarro, que dizem ser a droga mais difícil de largar, é mais fácil do que o face. Nesse universo sem limites, a palavra amigo tornou-se uma qualquer. Não podiam ao menos ter usado “colega”?

É um mundo fascinante. Ali, a gente conhece, cutuca, pesquisa, exibe, compartilha, critica, milita, xinga, elogia, dá presentinhos, faz carinhas, vende produtos, compra, dá receitas (de comida e de como viver), vigia, controla, conversa, desabafa, desenterra, lava roupa suja, reencontra pessoas de mil novecentos e bolinha, inveja, sente ciúmes, deseja, finge, insinua, provoca, agride, “ama”…e por aí vai.

As possibilidades são infinitas. Até aí, nada diferente do que acontece nas nossas vidas reais. A diferença é que, antes, pra sabermos alguma coisa do vizinho ao lado, ele tinha que contar ou falar mais alto para escutarmos do lado de cá do muro.

Ou então, o da frente contava. E de ouvido em ouvido, a notícia corria mais lentamente. Outra diferença é que a gente se sente mais corajoso quando está por trás de uma máquina. Sem o olhar do outro.

Já desconfiei até (afinal, algumas drogas nos deixam paranoicos), que minhas conversas privadas pudessem ser usadas pelo site, que me abasteceria depois de informações a respeito dos conteúdos. Por que vejam só: conversei bastante, no privado, com uma amiga (esta, amiga real) sobre algumas questões de filhos. Não é que nos dias seguintes, curiosamente (e espero, coincidentemente), apareceram textos na minha página, alguns até bem interessantes, exatamente sobre aquelas questões?

Outro dia, escutei algo assim: que as pessoas ficam vendo as fotos e os textos e acreditam naquela empulhação. E que acabam comparando as próprias vidas com as expostas naquela vitrine.

Resultado? Começam a achar que as suas estão sem graça, sem glamour. Esquecem que por trás do virtual existe um mundo real com todos os problemas de qualquer outro. Que por trás daquelas pessoas descoladas e cheias de frases de efeito, estão as de carne e osso, com todas as dores e delícias. Vida vira mercadoria. E mercadoria precisa de propaganda. De marketing.

Antes, a gente escrevia uma carta que levava alguns dias para chegar até ele ou ela. Hoje, a gente digita, publica e na mesma hora está lá, na frente do ser amadx. E da metade da torcida do Flamengo.

O que estamos fazendo com a nossa vida privada? Por que razão estamos maltratando tanto a nossa intimidade? Por que precisamos tanto mostrar quem somos, o que comemos, com quem andamos, pra onde vamos, o que sentimos?

Mas de tudo o que mais tem me causado espanto (pra não dizer enjoo) é ver a distância entre discursos tão bem elaborados e atitudes tão imaturas. Nunca antes, adultos estiveram mais infantis que seus filhos.

É gente gritando pela democracia e menosprezando o “amigo” que tem posição diferente. É gente delatando com um só clique coxinhas ou petralhas e mantendo apenas os iguais.

Que democracia é essa só com iguais? Tem graça uma mesa de bar sem diversidade? É gente militando contra todas as opressões, olhando só para fora e não para dentro, que é onde deveria começar uma revolução.

É pai e mãe proibindo o filho de matar em jogos de vídeo game, como se fossem eles os responsáveis pela violência e não o ódio que destilam nas redes sociais, por exemplo. É pai e mãe dizendo para o filho que precisa respeitar o amiguinho e postando no face, o que bem entendem, doa a quem doer.

É gente falando de empatia, sem ter a menor ideia do que isso quer dizer.

Estamos dependentes desta que, como todas as outras drogas, nos traz prazeres imediatos, efêmeros e deliciosos.

Mas que, aos pouquinhos, imperceptivelmente, vai nos arrancando de nós mesmos. Vai arrastando nossas vidas para um lugar público. Mas não é o face o sujeito de tudo isso não. Ele é só uma ferramenta. Que podemos usar de um ou outro jeito.

Na ânsia de mostrarmos e vendermos o nosso melhor, muitas vezes, o que estamos fazendo é justamente o contrário. Pensando bem, será mesmo que é de facebook que precisamos falar?

Fonte: VIOMUNDO
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O fenômeno da internete e das redes sociais é algo bem recente.

A internete tem apenas 20 anos no Brasil, e as redes sociais, bem menos. Isso significa que uma legião de jovens com até algo em torno de 30 anos de idade, nasceu e/ou cresceu com a cultura da internete
 e das redes sociais, Por outro lado, essa cultura abriu possibilidades para novas formas de relacionamento, principalmente e majoritariamente para a geração acima citada.

Não é intenção, aqui neste texto, discutir a qualidade dessas novas formas de relacionamento. Dito isto, para os jovens da geração internete essas novas práticas - novas para os adultos que vivenciaram outras práticas - são perfeitamente normais, inclusive a evasão de privacidade consentida como forma de se fazer conhecido.

Para os adultos, existem parâmetros de comparação obtidos através de vivências passadas, e é perfeitamente natural que a adapatação às novas formas , não seja ago imediato, principalmente pela pobreza de conteúdos das novas formas através da internete. Assim sendo, o desafio para educadores e psicólogos, é de despertar na geração internete outras formas de relações interpessoais, mais ricas, sólidas e duradouras.

No caso deste blogue, o foco na internete passa pela produção de conteúdos informativos, e de que forma o jornalismo nas redes deve se reinventar, tendo em vista que a maioria dos usuários das redes não sabe distinguir o que é notícia, o que é opinião, o que é fofoca, e sequer procuram saber as fontes das informações recebidas. Com o crescimento das redes sociais, esse aspecto torna-se de extrema importância na formatação cognitiva dos jovens, o que quando conduzido por grupos de mídia pode acarretar numa sociedade de autômatos úteis. Cabe ressaltar que nas fronteiras do conhecimento, a Educação, a Psicologia e as Neurociências, em conjunto e de forma interdependente, vem sendo tratadas como Ciência da Cognição, um novo campo de destaque nas ciências. 


Por outro lado, em um momento do pais em que jovens vão a luta para discutir as reformas da educação, causa certo espanto que as entidades envolvidas com a reforma, governo e sociedade, não tenham apresentado propostas para incluir as novas tecnologias midiáticas como matéria da grade curricular das escolas para crianças e adolescentes.O mundo da internete e das redes sociais é um mundo midiático e de interesses comerciais, independente das aparências e de seus discursos correlatos, e a cognição deve ser tratada como prioridade.

Quanto a esse assunto, este blogue recentemente assim se manifestou em postagem do dia 19 deste mês em curso, com o título, 'A Regressão da Velha Mídia'

Abaixo, um excerto da postagem;



No campo do jornalismo, a mudança tem sido dramática, quase que paradigmática.

Atualmente existe uma grande quantidade de sites e blogs produzindo conteúdos jornalísticos e também opinativos, naturalmente em todos os níveis de qualidade.

Com isso, os grandes jornais, generalistas, são coisa do passado. Na era da internete, ao adquirir um jornal impresso em um dia pela manhã, o leitor, certamente, estará lendo informações ultrapassadas.

Estranho, ainda atualmente, é ouvir em um programa de rádio de fim de tarde e início de noite, o radialista dizer que as informações que o ouvinte está recebendo naquele momento são privilegiadas e estarão no dia seguinte nos jornais impressos para o leitor se aprofundar.

Atualmente, a maior parte das informações apresentadas em emissoras de rádio e de televisão, tem origem em sites e blogues da internete.

O caso mais emblemático é do jornalismo esportivo. Vinte anos atrás, para que um repórter esportivo tivesse acesso ao conteúdo de uma súmula de uma partida de futebol, não era uma tarefa tão simples. Exigia deslocamentos e gastava-se muito sapato. Atualmente, nos programa esportivos, quando a "notícia ou informação" apresentada é sobre uma súmula de uma partida, o jornalista obtêm a informação diretamente no site da entidade a qual o jogo está relacionado. Isso qualquer criança hoje em dia faz.

O mesmo se aplica aos vídeos com gols e melhores momentos apresentados pelos programas esportivos de televisão. Quase todas as federações , confederações e entidades que organizam e realizam competições, tem geração própria de imagem de jogos. Assim sendo, muitos programas esportivos de televisão, obtêm as imagens dos jogos nos sites da internete. Isso qualquer criança hoje em dia faz. Diante dos fatos, naturalmente se pergunta onde está o jornalismo, já que os assuntos debatidos em tais programas em nada diferem das conversas etílicas de rodas de botequim. O jornalismo, pode-se afirmar sem medo de acertar, se diluiu na internete e nas redes sociais, foi para a segunda divisão, está por lá já por um bom tempo, e luta para subir para a primeira divisão.

Com o jornalismo de uma maneira geral, o fenômeno é o mesmo, ainda que grandes empresas de jornalismo pratiquem algum tipo de jornalismo de fato.

Com isso, novos atores entraram em cena tornando-se referência na produção jornalística ou mesmo através de opiniões sobre temas e assuntos de interesse do conjunto da sociedade. Muitos não tem formação jornalística, mas cumprem muito bem o papel, assim como o uber em relação ao velho táxi. Assim é o avanço da tecnologia com seus desdobramentos na sociedade, incomoda um lado e agrada o outro. Interessante que são recorrentes as críticas de empresas de mídia e de jornalismo quanto a atuação dos novos atores da comunicação, no entanto, a maioria dessas empresas aprova o uber.

O fato, ao que se revela diante das letras do teclado que aguardam ansiosamente o toque, é que o jornalismo precisa se reinventar, rejuvenescer, recomeçar. Hoje, o cidadão comum subiu um degrau na escada da produção de conteúdos informativos e opinativos, e , de uma maneira geral, ali, no novo patamar, ainda se encontram a maioria dos jornalistas.

Uma vez juntos, e ao mesmo tempo separados, não é de se estranhar que o jornalismo das grandes empresas de mídia reproduza conteúdos das redes sociais sem nenhum tipo de filtro ou de confirmação da veracidade das informações, fazendo do 'ouvi dizer' ou do " alguém me disse" , conteúdos informativos, que por sua vez, serão reproduzidos por outras empresas da velha mídia.

O resultado é o que se vê; a precarização do jornalismo da velha mídia e a ascensão de novos atores empenhados em produzir conteúdos fidedignos e de qualidade.

Outro aspecto da evolução tecnológica, no tocante as redes sociais, diz respeito as supostas e limitadas diferenciações entre o real e o virtual.

Com a internete, um novo campo de atuação passou a fazer parte da vida social e assim foi imediatamente rotulado de virtual.

Ocorre que o chamado virtual se faz presente em várias esferas da vida das pessoas, até mesmo em cirurgias médicas, fazendo do real e do virtual expressões idênticas

Se assim é de fato, outras atividades comuns no "real" ainda estão longe de se manifestar no "virtual". Um exemplo pode ser a atuação das polícias. Na vida "real", a vigilância policial, ainda que não a desejada pela população, se faz presente no dia-a a dia das cidades, agindo de forma preventiva e corretiva. Comum e corriqueiro a detenção de infratores que cometam delitos nas ruas das cidades.

No campo "virtual", apesar de existirem delegacias próprias para os crimes de internete, a ação preventiva da polícia, tal qual ocorre no "real ", ainda é insignificante, ou quase nula, o que favorece a ação livre de criminosos.

Esse descompasso entre o real e o virtual revela um grande atraso entre os administradores municipais, estaduais e federal. Atualmente, no Brasil, somente ações de inteligência contra atividades associadas as diferentes manifestações do crime organizado tem algum tipo de rastreamento no campo virtual, o que já é alguma coisa, mas bem pouco para o conjunto de práticas criminosas perpetradas nas redes sociais, práticas essas se manifestadas no campo real teriam uma ação imediata dos órgãos de segurança pública. Outro agravante para esses crimes, que muitos, inclusive, são praticados por empresas de mídia, jornalismo, e até mesmo por autoridades dos Poderes da república que deveriam estar empenhadas em coibí-los.

Em suma, a internete e as redes sociais permitiram que o cidadão, através de novas formas de expressão, ocupasse palanques e bancadas privilegiadas, e , ao mesmo tempo, as empresas de comunicação e jornalismo que sempre desfrutaram de tais palanques e bancadas não evoluíram, ao contrário, regrediram, se misturando ao senso comum e ainda incentivando práticas criminosas entre a população.

Este blogue, O PAPIRO, é um blogue opinativo de orientação ecossocialista anárquica.

Luta por toda a vida

1926 – 2016


“Quando um povo enérgico e viril chora, a injustiça treme.” ( Fidel Castro )




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Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida ... Frase de Bertolt Brecht.

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Leandro Fortes: Para quem ainda tem alguma dúvida entre Maradona e Pelé

26 de novembro de 2016 às 19h07
Fidel e Diego Maradona
DIEGUITO 
Para quem ainda tem alguma dúvida entre Maradona e Pelé.
maradona e fidel-003

Apenas não seja almofadinha



Pensamento do dia

Ontem, em uma chamada de uma coluna do jornal O Globo, com direito ao nome do colunista, estava escrito:

filho - meu pai me ensinou a ser humilde com as pessoas humildes e poderoso com as pessoas poderosas.
E agora, pai ?

pai - agora, filho, tudo o que você deve fazer é não ser almofadinha.

O Homem e seu tempo






Encontros Cariocas - 6      O Homem e seu tempo


Urbanos  -  arte PAPIRO

Manhã de mais um dia, não muito diferente dos outros dias, e o homem, rigorosamente no mesmo horário, saía de casa para mais um dia de trabalho. Como de costume, igual a todos os dias, fez o mesmo percurso até a estação do metrô, onde embarcaria no trem, no mesmo vagão. E assim, em mais um dia, aconteceu. No vagão, sentado em um dos raros bancos para as dimensões do lugar, encontrou pessoas de todos os dias, em mais um dia com quase sempre as mesmas pessoas. Ao seu lado, como já ocorrera em outros dias, uma mulher, companheira de viagem, cumprimentou-o formalmente. Em algumas viagens, a mulher do lado, sem qualquer relação ao filme de François Truffaut, procurava conversar com aquele homem. Sujeito de poucas palavras, econômico em expressões, sempre estava atento a tudo que acontecia ao seu redor. Não poderia ser de outra forma, já que vivia em situação especial, como ele mesmo definiu, e, assim sendo tinha um repertório de procedimentos sempre que alguém dele se aproximava. Sua condição, especial para ele, exigia a aplicação de um grande número de filtros nas relações interpessoais, pois sua desvantagem era desproporcional. Muitas pessoas, inclusive a mulher do lado, poderiam conhecê-lo e com isso desfrutar da condição especial daquele homem; fosse por curiosidade, por reprodução quanto a um suposto conhecimento sobre a vida daquele homem, ou até mesmo como parte interessada e direcionada em fazê-lo melhor conhecido por todos que , de todas as formas, ainda, apesar do longo tempo, era tido como um mistério, o que de certa forma não era de todo errado, porém, também, não era de todo verdadeiro. O mistério, que para muitos existia, fazia parte da condição especial daquele homem, pois assim construiu seu repertório de procedimentos necessários à sua sobrevivência.

Durante todo o período em que assim esteve nessa condição, optou por não fazer amigos, não aprofundar nenhum tipo de conversa, mantendo-se no trivial social, de poucas palavras, não permitindo qualquer profundidade, ainda que nem tanto profundo. Quase sempre identificava as intenções das pessoas que dele se aproximavam, inclusive parentes próximos, vizinhos e outros, descartando -os de tal forma que com o passar do tempo tais pessoas passaram a tomar cuidados adicionais quando dele se aproximavam, comunicando apenas o que se fazia necessário.

No entanto, naquele dia no vagão, a mulher ao lado, que em outras viagens no mesmo vagão e no mesmo horário procurava esticar conversas com o homem, resolveu conversar um pouco mais do que em outros dias. O homem, que em outras ocasiões identificou assuntos e contextos sobre sua vida na conversa da mulher, procurou não avançar, ficou mais atento, mais econômico nas palavras. As conversas do metrô versavam sobre o dia-a dia da vida social, com política, problemas urbanos, de transporte e até mesmo futebol, criando um clima leve onde os dois não ultrapassavam limites que , de forma conscientes ou não , tinham sido estabelecidos. Entretanto, naquele dia, tão logo desembarcaram da estação no centro da cidade, a mulher, para surpresa do homem, lhe fez uma pergunta pessoal, algo que até então não ocorrera. Logo na saída da estação ela se virou para o homem e perguntou:

- por que você quase não fala e é tão econômico nas palavras.

O homem olhou para a mulher, pensou por um instante e pediu para que interrompessem o caminhar ali na saída da estação. Se afastaram, um pouco, do fluxo de pessoas que caminhava saindo da estação e foram para um canto. A mulher demonstrava imensa curiosidade, até mesmo uma expressão de espanto, receio, ou algo similar, mas não esboçou nenhum tipo de resistência. Parados de pé, de frente um paro o outro, o homem olhou firme nos olhos da mulher e disse:

- vê aquele bar ali em frente, disse fazendo um movimento com o rosto e sugerindo que a mulher olhasse o local.


- sim, disse a mulher revelando um misto de preocupação, ansiedade e surpresa.

- pois bem, continuou o homem, Você quer saber porque quase não falo, então você terá a oportunidade de satisfazer a sua curiosidade, hoje, no final da tarde, quando for para casa.

A mulher, um pouco confusa com a situação, aceitou quase que levada pelo inusitado e, assim sendo, marcaram um encontro naquele dia no bar próxima a estação, para falar sobre o não falar.

No horário previamente marcado o homem chegou ao bar, puxou uma cadeira e sentou-se, de frente para a rua, pois um de seus procedimentos era não sentar em nenhum espaço público de costas para a rua, fruto de sua condição especial e para evitar surpresas. Procurava se acomodar em locais que pudessem proporcionar uma visão ampla, das pessoas, dos ambientes. Logo em seguida a mulher chegou, demonstrando tranquilidade e um sorriso pronto, algo bem diferente da reação que apresentou pela manhã.

Pediram algo para beber, um chopp para a mulher e um suco de graviola para o homem.

Respirou fundo, organizou a postura procurando ficar confortável, olhou para a mulher e disse:

- então, você quer saber porque não falo.

A mulher abriu um pouco mais os olhos e sua pupila demonstrou uma leve dilatação.

Antes que ela falasse qualquer coisa o homem continuou

-vou explicar para você, assim como já fiz em outras ocasiões, não muitas a bem da verdade, com outras pessoas que de alguma forma estiveram na mesma situação de você. Importante que você saiba, e digo importante pois é a base do conceito, que tudo aquilo que você não compreender do que vou falar para você, e caso você queira explicações adicionais, me reservo o direito de não lhe informar e de não responder nada mais.

A mulher manteve a mesma expressão de surpresa, agora com as pupilas ainda mais dilatadas.

O homem, assim, continuou. Atualmente, e já há alguns anos, levo minha vida em condições especiais. Tais condições, que me reservo o direito de não especificá-las, mesmo que você não as conheça, o que também pode acontecer, mas é raro. Como disse, e repito, tais condições deixam minha vida em situação desfavorável em relação as pessoas e até mesmo em situações de risco de morte. logo, todo cuidado que procuro ter, ainda é pouco, motivo pelo qual não aprofundo nenhum tipo de conversa ou relacionamento, seja em preto e branco, ou menos ainda em cores. Por algumas vezes, nas viagens de metrô em que trocamos palavras, os assuntos foram agradáveis e desprovidos de referências externas pré- relacionadas por supostas informações falsamente difundidas . Já em outras pude observar tais referências, expressas na forma de demostrar conhecimento ou apenas como forma de me testar. Assim sendo, a economia a que você se referiu se faz necessária. No entanto, para que você tenha uma resposta clara sobre aquilo que me questionou, , também me acho no direito de fazer uma pergunta pessoal, onde , para consolidar esta explicação, apresento quatro condições em que você pode estar situada em relação a mim ao longo desses dias em que conversamos. Você , se assim desejar, não precisa dizer em que situação se encontra. 


Organizou mais uma vez sua postura e passou a listar as condições. 

A mulher ficara ainda mais curiosa.

1 - você conhece muito bem a situação em que me encontro, e se aproxima de mim por curiosidade, para tirar um sarro, ou, na pior das hipóteses, para me conduzir a algo previamente combinado com outras pessoas;

2 - você se aproxima de mim pois , além de me conhecer se interessa por meus assuntos, sem qualquer outro interesse menor.

3 - você não conhece minha situação especial, o que jamais aconteceu com pessoas que se aproximam

4 - você não precisa responder, pode ficar muda.


Pois bem, pode ficar a vontade, e se manifestar, se assim desejar.


A mulher, que já tinha bebido todo o chopp e bebia o segundo copo, olhou firme nos olhos do homem demonstrando segurança e disparou:

- você é muito seguro de si, ou demonstra ser, independente de como eu tenha chegado a essa conclusão. Quanto as situações apresentadas, a última pode ser descartada, por motivos óbvios. No entanto, as situações 1, 2 e 3 podem muito bem fazer parte da minha verdade, talvez, e é bem provável que assim seja, todas, de alguma forma, se manifestam quando conversamos, uma mais, outra menos, porém, a maneira como você apresentou a questão, caso eu especifique a resposta, vai me deixar nua, e isso não me interessa, como também não me agrada. Assim sendo , acho que estamos conversados, disse com alguma firmeza.

O homem, que ouvia e observava atentamente, depois de um pequeno silêncio, disse

- você nua deve ser algo estonteante, bem interessante.


A mulher, sem esconder a reação, demonstrou um baita susto e disparou com firmeza ainda maior:

- agora você extrapolou e está faltando com o respeito comigo. 

Demostrando um irritação, já escancarada, a mulher continuou. 

- Não esperava ouvir isso, e saiba que sempre lhe respeitei, independente de sua situação. 

Ainda mais irritada, disse. 

- Vou pagar minha despesa e vou embora. 

Fez um movimento procurando o garçon e acenou para que trouxesse a conta.

Depois de um breve silêncio, quando os olhos não se cruzaram, o homem disse;

- ouça, não tive a menor intenção em faltar com o respeito com você. Acredite. Sua beleza nua, não vem ao caso, não me interessa, mesmo que assim tenha dito. Não é essa a questão nem o foco. Disse isso, apenas para manifestar em você uma reação, como de fato aconteceu e . que de alguma forma, revelou um pouco de você, ainda que para isso tivesse que irritá-la.


A mulher, que estava irritada, manteve a irritação , porém com um misto de surpresa e curiosidade, afinal, que homem era aquele. Ouviu com atenção , e nada disse , porém ficou calma e ainda esboçou um sorriso tímido, que demonstrava sinceridade.

Pagaram a conta e ao se levantarem o homem disse:


- agora podemos voltar ao metrô, como fazemos todos os dias, conversando com mais ou menos palavras, ou sem conversa, claro, dependendo de como você se comportar.