segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Vitória esmagadora do PNAB

Vitória da antipolítica

03 de outubro de 2016 Redação


Soma de votos brancos, nulos e abstenções “venceria” 1º turno em nove capitais

na Agência Brasil

Em nove capitais, o número de votos brancos, nulos e de eleitores que não compareceram foi maior do que do candidato que ficou em primeiro lugar. A situação aconteceu nos dois maiores colégios eleitorais do país. Em São Paulo, João Dória (PSDB) ganhou a eleição no 1º turno com 3.085.187 votos. O número é menor do que a soma de votos brancos e nulos e ausências: 3.096.304.

No Rio de Janeiro, a situação também se repetiu. Mesmo que fossem somados os votos dos dois candidatos que passaram para o 2º Turno, o número ainda é menor do que votos inválidos e ausências. O total de brancos, nulos e abstenções no Rio é 1.866.621. Marcelo Crivella (842.201) e Marcelo Freixo (553.424) somam 1.395.625 votos.

Além de São Paulo e Rio de Janeiro, Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Belém (PA), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS) e Aracaju (SE) também tiveram mais votos inválidos do que o primeiro colocado nas eleições. Confira lista:

Aracaju (SE)
Eleitores: 397.228
Soma de votos brancos, nulos e abstenções: 139.723
1º lugar: Edvaldo Nogueira (PCdoB) 99.815

Belém (PA)
Eleitores: 1.043.219
Soma de votos brancos, nulos e abstenções: 365.731
1º lugar Zenaldo Coutinho (PSDB) 241.166

Belo Horizonte (MG)
Eleitores: 1.927.456
Soma de votos brancos, nulos e abstenções: 741.915
1º lugar João Leite (PSDB) 395.952

Campo Grande (MS)
Eleitores: 595.172
Soma de votos brancos, nulos e abstenções: 167.922
1º lugar Marquinhos Trad (PSD) 147.694

Cuiabá (MT)
Eleitores: 415.098
Soma de votos brancos, nulos e abstenções: 127.987
1º lugar Emanuel Pinheiro (PMDB) 98.051

Curitiba (PR)
Eleitores: 1.289.204
Soma de votos brancos, nulos e abstenções: 360.348
1º lugar Rafael Greca (PMN)356.539

Porto Alegre (RS)
Eleitores: 1.098.517
Soma de votos brancos, nulos e abstenções: 382.535
1º lugar Nelson Marchezan Júnior (PSDB) 213.646

Porto Velho (RO)
Eleitores: 319.941
Soma de votos brancos, nulos e abstenções: 106.844
1º lugar Dr. Hildon (PSDB) 57.954

Rio de Janeiro (RJ)
Eleitores: 4.898.044
Soma de votos brancos, nulos e abstenções: 1.866.621
1º lugar Crivella 842.201

São Paulo (SP)
Eleitores: 8.886.195
Soma de votos brancos, nulos e abstenções: 3.096.304
1º lugar João Dória 3.085.187


Fonte: O CAFEZINHO
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Alckmin ganha força para 2018; PSDB e PSOL os grandes vencedores, com Freixo no segundo turno no Rio; PT toma surra e Temer afunda

02 de outubro de 2016 às 19h58


Da Redação

Venceu a rejeição “a tudo o que está aí”.

Venceu a antipolítica.

Perdeu o status quo.

Em São Paulo, o “gestor” João Doria se elegeu prefeito em primeiro turno surfando no pavoroso desempenho eleitoral do prefeito petista Fernando Haddad.

Aposta do governador Geraldo Alckmin, ele conquistou a Prefeitura da maior metrópole do país vencendo praticamente em toda a cidade.

Para bancá-lo como candidato do PSDB, Alckmin teve de vencer a resistência de líderes partidários como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e José Serra, causando um racha que talvez resulte na saída do atual ministro das Relações Exteriores do partido.

No extremo Sul de São Paulo, tradicional reduto petista, quando quase metade dos votos tinham sido contados Doria tinha 29% contra 17% de Haddad. Ali, em seu melhor desempenho eleitoral, a recém-convertida ao PMDB, Marta Suplicy, liderava com 36%.

No geral, Marta teve um desempenho sofrível, com cerca de 10% dos votos. Doria venceu mesmo no extremo da zona Leste de São Paulo, onde Haddad dividiu votos com Marta e Celso Russomano. Em algumas regiões, o tucano teve mais de 60% dos votos.

A taxa de abstenções mais brancos e nulos em São Paulo foi altíssima: quase 39%. Ou seja, Doria conquistou seu mandato em primeiro turno com pouco mais de 30% do eleitorado total do município.

1. O PSDB foi o grande vencedor da noite. Conquistou a prefeitura de São Paulo, foi para o segundo turno em Porto Alegre e Belo Horizonte e em redutos tradicionais do PT, como São Bernardo, onde o candidato petista ficou em terceiro lugar. Porém, onde já governavam, os tucanos sentiram o baque da revolta dos eleitores e vão enfrentar segundo turno em Belém e Manaus.

2. O PSOL conseguiu dois resultados notáveis. Marcelo Freixo avançou para o segundo turno contra Crivella (PRB) no Rio de Janeiro e Edmilson vai disputar o segundo turno contra o prefeito tucano Zenaldo Coutinho em Belém.

3. O PT deve eleger em primeiro turno o prefeito de Rio Branco e, nas capitais, só avançou ao segundo turno em uma capital, Recife — por pouco. A avaliação do desastre para o PT depende dos resultados completos das 989 prefeituras disputadas pelo partido. Alguns resultados no Nordeste não foram nem um pouco animadores: em João Pessoa o candidato do partido teve cerca de 4% dos votos, em Natal 10% e em Fortaleza 15%.

4. O PMDB tomou uma surra no Rio de Janeiro, onde Pedro Paulo teve cerca de 16% dos votos. É pouquíssimo, para quem foi bancado por um prefeito que torrou rios de dinheiro público em obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Em São Paulo, Marta Suplicy, atraída pela cúpula do PMDB, teve desempenho sofrível. Em Porto Alegre, o candidato do PMDB foi surpreendido pelo avanço de última hora do tucano Nelson Marchezan Junior.

5. Individualmente, o grande vitorioso da noite foi ACM Neto, em Salvador, reeleito com 74% dos votos. Em Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) foi outro que sentiu o inconformismo dos eleitores e nem avançou ao segundo turno.

Há fortes sinais de uma guinada à direita, ainda que as eleições municipais sejam cheias de particularidades. Parece claro que o inverno do PT está apenas começando e que a antipolítica representada pelo “gestor” João Doria tem futuro eleitoral. Digna de nota a votação de Flávio Bolsonaro (PSC) no Rio de Janeiro, com 14%. A soma de brancos e nulos praticamente empatou com a votação de Marcelo Freixo.

O dia foi particularmente ruim para o usurpador Michel Temer, que votou “de madrugada” para fugir de protestos enquanto a presidente Dilma Rousseff e os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso encararam os eleitores em seus respectivos locais de votação. O contraste ficou evidente.

PS do Viomundo: No Rio, Freixo superou Pedro Paulo por cerca de 2% dos votos, que podem ter sido originários da migração de eleitores de Jandira Feghali (PCdoB), que terminou com pouco mais de 3%. Em Porto Alegre, a soma de Raul Pont e Luciana Genro seria suficiente para passar um dos dois ao segundo turno.

PS2 do Viomundo: Em São Gonçalo, na Baixada Fluminense, foram 21,69% de abstenções, 16,9% de nulos e 7,7% de brancos.





Fonte: VIOMUNDO
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PNAB - Partido de nulos, abstenções e brancos - é o grande vencedor das eleições.

Somando, apenas, os eleitores das cidades listadas no texto acima de Cafezinho, se tem algo em torno de 15% do eleitorado brasileiro, mais ou menos 20 milhões de eleitores das cinco regiões do país.

Uma amostra significativa, que projeta para todo Brasil o sentimento do eleitor. Para o PT uma derrota previsível, grande, é verdade, mas que não acaba com o partido que a partir de agora deve se refundar.


Os políticos que venceram as eleições estão longe de representar o sentimento da maioria das pessoas de suas respectivas cidades.

Uma negação aos políticos e, principalmente, a forma do fazer política atual, demonstram de forma clara o recado das urnas.

A tentativa da grande mídia em apresentar vitoriosos nas urnas - como o prefeito eleito de São Paulo - como sendo uma expressão do novo que o brasileiro deseja, não passa de uma manipulação grosseira da realidade. A vitória de João Dória em São Paulo e a confirmação de Marcelo Freixo no segundo turno no Rio de Janeiro, são resultados da insatisfação do eleitor com o cenário político do país, onde São Paulo, como de costume,  corre para o velho e para o conservador, e o Rio de janeiro, como de costume, inaugura o novo, o  jovem e a vanguarda, ainda que com a sombra de um fundamentalismo religioso e retrógrado podendo governar a cidade.

O novo, em meio a um cenário ainda bem opaco na realidade política do país, ainda não chegou. Sua chegada, pelo que foi expresso nas urnas, depende de uma profunda reforma política que acabe com privilégios ( políticos donos de veículos de mídia, por exemplo) e que aprofunde o processo democrático, algo na contramão da onda conservadora mundial de contenção e restrição da Democracia.

Assim sendo, não se pode imaginar uma reforma política séria com o status quo político.

A democracia deve ser reinventada através do poder local, das cidades e contagiar o país.

Nesse aspecto, o Rio de Janeiro tem uma oportunidade extraordinária com Marcelo Freixo, que em seu programa contempla aspectos como orçamento participativo, aprofundar o processo Democrático, criação de conselhos populares, valorização da cultura, dentre outros aspectos não menos relevantes.

O Rio terá uma disputa no segundo turno entre a idade média e o pós -modernismo, entre o fundamentalismo religioso e o estado laico, entre o atraso e a vanguarda e, principalmente, entre tudo aquilo que representam São Paulo e o Rio de Janeiro no cenário nacional.

A vitória de Freixo no segundo turno é a luz para Democracia brasileira, e o Rio de Janeiro não pode perder sua vocação.

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