sábado, 22 de outubro de 2016

Projetos de Poder em disputa. Popular X Religioso

Por que de repente Globo, Veja e quetais decidiram fechar com o Freixo
22 de outubro de 2016

Não se iludam os amigos descolados do PSoL e muito menos os mais raivosos. Globo, Veja e quetais não estão apoiando de forma descarada Marcelo Freixo para a prefeitura do Rio de Janeiro por conta dos seus belo par de olhos azuis e muito menos pelas imensas qualidades que ele tem.

O apoio da mídia a ele nesta reta final de segundo turno tem por objetivo segurar o projeto de poder da Record que, como já havia dito há algum tempo, aceitou ser sócia minoritária do golpe contra Dilma imaginando que iria ser aceita no banquete dos poderosos por ser parceira num momento tão especial da história.


Mas não vai rolar, bispo. Com as famíglias Marinho e Civita o buraco é mais embaixo. Bispos oriundos do porão social não serão aceitos na mesma mesa da Santa Ceia do poder. A Record e a Universal já chegaram longe demais.

A capa de Veja desta semana que circula no Rio de Janeiro é a parte mais escandalosa desta estratégia. A ser verdade o que o senador Crivella está dizendo, de que foi fichado pela polícia porque tentava, como engenheiro, entrar num terreno da Universal que havia sido invadido. E que ao ser impedido discutiu com um delegado que lhe deu ordem de prisão, não haveria motivo para a foto se tornar capa de uma publicação nacional, com edição especial para um estado, a apenas uma semana da eleição.

Na verdade, não só não há motivo, como se eu fosse o Freixo não utilizaria esta capa como peça de campanha.

Mas por que Veja deu a matéria? Por que a mídia fechou com Freixo?

Porque eles consideram, creiam, Crivella uma ameaça muito maior do que o deputado estadual do PSoL.

Para o centro do poder midiático, o governo Freixo será um desastre. E eles poderão demoli-lo facilmente porque não terá o apoio de nenhum veículo de comunicação, incluindo a Record.

Já no caso de Crivella, o bispo teria o apoio consagrado de quase todos os grupos evangélicos e a Record se tornaria sua TV oficial. Todo o tempo necessário seria utilizado pela emissora para canonizar a gestão do senador.

Ou seja, a decisão objetiva foi. Primeiro derrotamos o Crivella. Depois a gente cuida do Freixo.

E isso deveria levar alguém a anular seu voto ou deixar de votar no candidato do PSoL?

Evidente que não. Freixo é uma onda de esperança nesta tsunami conservadora das eleições de 2016.

E pelo ritmo das pesquisas e pelas péssimas notícias para Crivella, passa a ter chances reais de se tornar prefeito do Rio de Janeiro.

Mas se isso vier a acontecer, ele e seus principais assessores devem agendar uma conversa urgente com o editor do Tijolaço, Fernando Brito, e outros tantos que viveram o governo Brizola no Rio de Janeiro.

Os articuladores de Freixo devem estudar a fundo como o engenheiro enfrentou a Globo. Porque no dia seguinte da eleição, tudo o que está sendo feito agora para elegê-lo e derrotar Crivella, será multiplicado por 100 para desmoralizá-lo.

E Freixo é uma liderança muito importante para ser destruída pelos facínoras de sempre. Que hoje usam uma mão para ajudá-lo, mas ao mesmo temo já preparam a outra para empurrá-lo no dia seguinte da posse.

Fonte: Blog do Rovai
_________________________________________________________

Não é hoje que já venho percebendo matérias nos jornais do grupo Globo inclinadas a favor de Freixo. Aliás, a "virada socialista" de Globo aconteceu logo que terminou o primeiro turno.

Independente do "apoio" de Globo a candidatura de Freixo, que coloca o candidato do Psol com chances reais de vitória no dia 30, a queda de Crivella nas pesquisa de intenção de voto já era esperado.

Em eleições para prefeito e governador, Crivella tem as maiores chances de vencer se, e somente se, as eleições forem definidas no primeiro turno, onde um grande número de concorrentes dilui as atenções sobre o Missionário da Igreja Universal do Reino de Deus.

Quando acontece um segundo turno, e isso sempre acontece por aqui, Crivella e o outro candidato ficam expostos, e o Missionário inicia, então, seu natural processo de desabamento. Algo idêntico que acontece com Russomano em São Paulo. Quando a eleição ainda está um pouco distante, ambos aparecem como francos favoritos, disparados na liderança. Em outras palavras, quando estão calados e escondidos tem grandes chances.

Em um segundo turno não há como se esconder, e Crivella aparece para a opinião pública como ele de fato é, ou seja, um braço do projeto de Poder da Igreja Universal do Reino de Deus.

Assim sendo, a rejeição ao Missionário cresce exponencialmente , e como resultado a derrota, com consolo nos braços do Senhor.

Tem sido assim em eleições para os cargos de prefeito e governador, o que não significa que irá se repetir nessas eleições, porém, com o apoio dos "Marinhos socialistas" à candidatura de Freixo, é bem provável que Crivella , mais uma vez, fique sozinho pregando pelo caminho.

É certo , também, que uma vez eleito, Freixo irá enfrentar uma oposição selvagem por parte , principalmente, de Globo.

Por outro lado, o Psol, dentre os fragmentos ósseos que compõe o universo de partidos políticos, tem sido um dos raros partidos que se propõe a pensar e agir fora dos padrões, o que , em tese, representa perigo ou oportunidade.

Perigo em ser um governo sem apoio das grandes mídias e com o potencial de sofrer todo tipo de sabotagem, já que o projeto do partido é diametralmente oposto ao governo do golpe, sabidamente apoiado pelas grandes mídias.

Oportunidade pelo fato do partido ter alcançado relativo sucesso exatamente por ser independente, aliando-se a uma parcela da opinião pública que tem dado sustentação ao Psol. Ainda no campo das oportunidades, um governo bem sucedido de Freixo na cidade do Rio de Janeiro pode ser comparado ao renascimento das esquerdas, uma trincheira de resistência ao golpe e à onda conservadora que assola o país, e, o mais importante, um exemplo para as eleições presidenciais, já mesmo em 2018.

Freixo terá que enfrentar as mídias aqui no Rio, ele sabe disso, e o melhor, o povo carioca também sabe, pois conhece e rejeita essas mídias de longa data.

A aliança de Freixo com a população para governar a cidade, como proposta de governo, pode ser algo inspirador e de grande potencial transformador para o Rio e para todo o país, e também, claro, uma musculatura de porte para enfrentar a oposição selvagem de Globo e similares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário