quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Os pequenos gigantes e o paraíso

Resende vence e avança à semifinal da Copa Rio
05/10/2016 20:21

Atual bicampeão da Copa Rio, o Resende carimbou, nesta quarta-feira (05/10), a classificação para a semifinal da edição 2016 da competição. Comandando as ações da partida desde o início, o Gigante do Vale venceu o Angra dos Reis por 2 a 0, gols de Robinho e Wandinho, no estádio do Trabalhador. Agora, o Resende está a quatro jogos do tricampeonato do torneio.

Feliz com o resultado, o técnico Toninho Andrade destacou a atuação da equipe e disse esperar uma partida complicada contra o Friburguense, adversário da semifinal:

"Foi uma vitória importante, com autoridade. A equipe fez um bom jogo. Criamos muitas chances de gol, e poderíamos ter feito até um placar mais elástico. Mas o mais importante foi a vitória. Teremos um confronto muito difícil contra o Friburguense, pela semifinal. Agora, temos que recuperar o time para o jogo de sábado. Vamos em busca de fazer uma boa partida e trazer uma vantagem para o jogo de volta, que vai ser em casa", disse o treinador.

O Gigante do Vale se classificou para a semifinal ao terminar na liderança do Grupo B, com 17 pontos, ficando a frente da Portuguesa pelo saldo de gols.
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Fonte: FERJ
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Essa é a realidade da maioria de jogadores de futebol, profissionais, do Estado do Rio de Janeiro e mesmo do Brasil.

Equipes que não disputam competições nacionais, ou mesmo regionais, e que tem o campeonato estadual, que se encerra em abril/maio, como principal competição do ano.

Na foto, o jogo entre Resende e Angra dos Reis, times da primeira e segunda divisão de profissionais do Estado do Rio de Janeiro, respectivamente, em jogo da Copa Rio, competição criada e organizada pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro para manter os times em atividade durante todo o ano.

O jogo realizado no campo do Resende, na cidade de mesmo nome, na região do Vale do Paraíba.

O Gigante do Vale em campo, como é conhecido o time do Resende, e seu estádio, com o placar da década de 1950 e o apoio publicitário, fixo, dos 'Extintores Paraíso", em pintura no muro na lateral do campo.

Um paraíso inalcançável para a maioria dos times de futebol do Rio de Janeiro e do Brasil.

Em um momento em que se discute no Brasil a reformulação dos campeonatos estaduais com redução do número de equipes e do tempo de disputa, qual será o futuro de milhares de profissionais, trabalhadores, empregados em centenas de clubes por todo o Brasil ?

Que os campeonatos estaduais sofram redução no números de clubes participantes e no número de datas, parece ser o caminho correto. No entanto, se faz necessário que o calendário nacional tenha competições, nacionais ou mesmo regionais, que contemplem a maioria dos clubes de futebol do país, garantindo atividade para os clubes e para trabalhadores durante toda a temporada, ano após ano. A realidade do futebol brasileiro não está nos altos salários de alguns jogadores profissionais do futebol, todos, claro, badalados pela mídia. A maioria dos profissionais do futebol no Brasil, tem salários, quando pagos em dia, de até dois salários mínimos.

Dos pequenos clubes, ou clubes de menor investimento como a imprensa assim se refere para não chamá-los daquilo que de fato são, ou seja, pequenos, surgiram e surgem, ainda, grandes talentos do futebol brasileiro.

Reduzir e otimizar os campeonatos estaduais, e, ao mesmo tempo, estudar e viabilizar competições nacionais e/ou regionais para a maioria dos trabalhadores do futebol brasileiro de maneira que o paraíso seja ao menos um sonho para os pequenos, como o Gigante do Vale, por exemplo.

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