quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O beijo da morte

Colunista da Folha narra terror em Brasília

POR FERNANDO BRITO · 19/10/2016


Não creio que Cunha comece a bater com a língua nos dentes de imediato, embora já tenha soltado alguns torpedos na direção de Moreira Franco.

Mas não custa lembrar que a base de Cunha é a base de Temer.

E que Temer poderia usar um adesivo daqueles usados por evangélicos nos seus automóveis no vidro de trás do carro presidencial: “Foi Cunha que me deu”.

Então, é útil saber o que se cochicha nas rodas oficiais e da turma que vive de dar nota para colunas dos jornais.

E uma das mais interessantes é a da Natuza Nery, na Folha:

Um general da Lava Jato diz, menos de uma hora após a prisão de Eduardo Cunha : “Os estoques de Rivotril em Brasília vão desaparecer das gôndolas das farmácias”.

A referência ao ansiolítico e a ironia com os poderosos tem razão de ser.

Tão logo a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara foi anunciada, Brasília entrou em verdadeira ebulição.

Ministros, auxiliares do governo e, em especial, deputados federais ficaram atônitos.

O temor da delação de um dos mais influentes parlamentares da história do Congresso tomou conta de muita gente.

Cunha é um arquivo privilegiado sobre os usos e costumes da política brasileira. Por isso a hipótese de uma colaboração premiada provoca tanto calafrio.

Apesar de tamanho nervosismo, sabe-se que uma ala da Lava Jato nunca caiu de amores pela ideia de sua delação.

Alguns procuradores sempre disseram nos bastidores, recorrendo a um dito popular, que um acordo assim equivaleria a fazer um “pacto com o diabo”.

Em outras palavras, a contar pelo humor de parte do Ministério Público Federal, o peemedebista terá de “cuspir sangue” – expressão usada por um investigador – se quiser se tornar delator.

Seu acordo, diz, seria mais difícil de sair do que o da Odebrecht, há tempos em negociação.

Não se trata de alívio aos desesperados. Mesmo que a Lava Jato não queira que ele fale em troca de redução de pena e de pagamento de multa, Cunha ainda pode decidir abrir a boca mesmo sem contrapartida da Justiça.

Ele não é do tipo que vai para a forca sozinho.


Fonte: TIJOLAÇO
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E os milhões de Cunha ?

Paneleiros assumidos, nacionalistas com camisas da CBF que desfilaram pela Av. Paulista em um dos maiores surtos coletivos da história do Brasil.

Será que com a PEC do fim do mundo, que pode esvaziar um tanto suas panelas, irão bater panelas ?

Será que sairão mais uma vez vestidos de amarelo, amarelados, defendendo os interesses e recursos do país que no momento estão sendo distribuídos de bandeja para grupos que não tem o menor compromisso com o país ?

Será que sairão em defesa de Cunha, o paladino da moralidade, que sabidamente sujo e corrupto deu início e comandou o início do processo que culminou com o impeachment de Dilma ?

Será que ainda são milhões de Cunhas ?

E a turma de amigos, aliados e parceiros, que aparecem na foto abaixo, defenderão o amigo Cunha ?

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