quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Tem PIG nas Bahamas

José Roberto Marinho aparece no Bahamas Leaks

22 de setembro de 2016 Miguel do Rosário

Arpeggio - Coluna política diária

Por Miguel do Rosário, editor-chefe do Cafezinho

O "Bahama Leaks", o mais novo vazamento em massa de dados em paraísos fiscais, realizado pelo consórcio de jornalistas investigativos ICIJ, traz o nome de José Roberto Marinho, o mesmo nome de um dos três irmãos que herdaram o império midiático de Roberto Marinho. A descoberta foi da página "Pedala Direita".

O nome José Roberto Marinho aparece linkado à empresa New World Real State, da qual Marinho aparece como presidente, vice-presidente, tesoureiro e secretário.

A New World Real State é ligada, por sua vez, à Trident Corporate Services (Bah) Ltda, uma empresa com milhares de conexões nas Bahamas, e com um histórico curioso. Uma pesquisa na internet com o nome da Trident nos remete a uma notícia de 1998, publicada pela Folha de São Paulo, associando a empresa a Sergio Motta, o mais conhecido "operador" do PSDB durante a era tucana.

Segundo a revista Época, a Trident também aparece conectada a Leo Pinheiro, dono da OAS, mas aí é mais uma artimanha da Globo, porque a Trident é intermediária de mais de oito mil empresas.

Chega a ser engraçado como, para a mídia brasileira, o mundo passou a girar em torno da Lava Jato. Isso acontece, naturalmente, porque a mídia brasileira sente-se no controle absoluto da narrativa da operação.

A Lava Jato é uma novela da Globo, tanto aliás que vai virar novela de fato: novela, série e filmes, sempre controlando a narrativa.

Por isso o constrangimento é tão grande quando surgem alguns fatos que turvam essa narrativa, como aquela etapa da Lava Jato que, ao investigar os proprietários de apartamentos do prédio do famoso "triplex", chegou ao nome da Mossack Fonseca e levantou algumas conexões que conduziam ao "triplex" de Paraty, uma espetacular mansão com heliporto.

Uma porção de provas, quase todas públicas, apontavam o triplex de Paraty para a família Marinho. Mas aí, apesar de abundar provas, não houve jamais convicção por parte do Ministério Público ou Judiciário.

A Trident é para as Bahamas o que a Mossack Fonseca é para o Panama: uma grande parideira de offshores.

O Cafezinho segue investigando.

As elites endinheiradas do Brasil, como se sabe, são campeãs mundiais de evasão fiscal. No primeiro mundo, crimes fiscais são considerados muito graves, e considerados como "corrupção fiscal".

Aqui, não. Aqui um diretor da Fiesp pode dever R$ 7 bilhões ao fisco e ainda participar de manifestações contra a corrupção.

Nas famigeradas "10 medidas contra a corrupção", uma campanha do MPF, patrocinada com nossos impostos, para reduzir nossas garantias constitucionais, não há nenhuma menção ao combate à corrupção fiscal no Brasil.

E isso apesar da sonegação no Brasil ser sete vezes maior do que a corrupção.

O Cafezinho já teve a oportunidade de noticiar, com exclusividade, um cabeludo crime de sonegação praticado pela família Marinho, proprietária do grupo Globo. O MPF, a Polícia Federal, a Receita, o Judiciário, todos se acovardaram, silenciaram-se e não foram adiante nas investigações contra uma corporação que, conforme ficou patente, era uma contumaz deliquente fiscal.

Com o golpe de Estado deste ano, fica cada vez mais claro que o país é refém, há muitos anos, de uma organização criminosa - e não é o PT, tanto que o partido foi removido do poder sem maiores dificuldades e seus quadros são perseguidos e presos mesmo sem provas.

Plim plim.


Mais conexões da Globo no Bahamas Leaks

23 de setembro de 2016 Miguel do Rosário

A mídia brasileira até agora não deu atenção nenhuma ao Bahamas Leaks, porque é um desses escândalos cuja narrativa foge a seu controle.

É um escândalo que não atinge o PT, não interessa ao golpe, então não é notícia.

Em geral, a mídia usa esses vazamentos do ICIJ sobre paraísos fiscais apenas para apimentar a Lava Jato.

A única matéria que eu vi na mídia sobre o Bahamas Leaks é a presença do nome de Leo Pinheiro. Ora, o vazamento traz o nome de diversos brasileiros importantes.

Já mencionei, em post anterior, a presença de José Roberto Marinho no Bahamas Leaks.

Encontramos agora outro nome da família Marinho: Paulo Daudt Marinho, filho de José Roberto Marinho e controlador de várias tvs Brasil a fora.

Daudt Marinho era, inclusive, sócio de J. Hawilla em algumas tvs do interior de São Paulo.

Hawilla foi preso há pouco tempo nos Estados Unidos, acusado de diversos crimes de corrupção.

Segundo o Bahamas Leaks, Paulo Daudt Marinho é dono de uma offshore chamada Canary Global Ltd, cuja criação foi intermediada, assim como a empresa de José Roberto Marinho, pela Trident Corporate Services.

Encontramos também uma empresa chamada Globo Overseas, que muito provavelmente é mais uma offshore controlada pela Globo, visto que o grupo possui, nas Ilhas Virgens Britânicas, uma empresa chamada Globo Overseas Investments BV.

Essas offshores estão registradas na Receita Federal do Brasil? A imprensa não vai correr atrás dessa informação?

É importante e instrutivo saber se a família que construiu seu império sob o impulso da ditadura militar, através de uma concessão pública, está pagando seus impostos em dia


Fonte: O CAFEZINHO
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Esse aí foi flagrado nas águas cristalinas lá das Bahamas.
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