quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Ar poluído e tempo fechado

Os argentinos e o banho de desinfetante no Brasil

Quem desmoraliza o Brasil somos nós mesmos. O presidente do Comitê Olímpico Argentino (COA), Gerardo Werthein, que é tratado com o maior respeito e dignidade, faltando três dias para o início da Olimpíada, diz que atletas argentinos se banham com desinfetante depois de treinarem nas águas do Rio de Janeiro. Agressão como esta só desrespeita a dignidade do nosso povo.

Um presidente de um comitê de um país que vive à beira da ruína deveria ser tratado hoje no Brasil da mesma maneira como ele nos agrediu. Mas, ao contrário, se dá manchete e tranquilidade para o agressor.

Como falta autoridade ao governo brasileiro, não se responde nem se repreende da forma que o agressor merece. Se os atletas argentinos precisam de desinfetante, não se sabe se, na verdade, é para eliminar a infecção que trouxeram para o país e, com isto, não contaminarem nosso povo.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Esgoto, lama e até móveis degradam águas vizinhas a coração da Rio-2016

Promessa de despoluir a Lagoa de Jacarepaguá a tempo da Olimpíada ficou pelo caminho. Responsável por resgatar áreas na região, biólogo Mario Moscatelli diz que luta foi perdida

Móvel descartado flutua na Lagoa Jacarepaguá. Ao fundo, a Arena do Futuro e as Arenas Cariocas 1, 2 e 3, no Parque Olímpico
(Foto: Mario Moscatelli)

Lagoa de Jacarepaguá borbulha com metano e gás sulfídrico, a três dias da abertura da Olimpíada​
(Foto: Mario Moscatelli)​

Lagoa de Jacarepaguá é exemplo do legado ambiental não alcançado com os Jogos​
(Foto: Paulo Sergio/LANCE!Press)​

Lagoa de Jacarepaguá é exemplo do legado ambiental não alcançado com os Jogos​
(Foto: Paulo Sergio/LANCE!Press)​

Lagoa de Jacarepaguá é exemplo do legado ambiental não alcançado com os Jogos​
(Foto: Paulo Sergio/LANCE!Press)​

Lagoa de Jacarepaguá é exemplo do legado ambiental não alcançado com os Jogos​
(Foto: Paulo Sergio/LANCE!Press)​

Lagoa de Jacarepaguá é exemplo do legado ambiental não alcançado com os Jogos​
(Foto: Paulo Sergio/LANCE!Press)​

Lagoa de Jacarepaguá é exemplo do legado ambiental não alcançado com os Jogos​
(Foto: Paulo Sergio/LANCE!Press)​


– É como se tivessem nos prometido um Porsche última geração e nos entregassem um Fusquinha 1964.

A analogia é do biólogo Mario Moscatelli, responsável pela recuperação dos manguezais do entorno do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, ao comparar a Lagoa de Jacarepaguá a apenas dois dias dos Jogos Rio-2016 com a promessa de despoluição que constava no Dossiê de Candidatura do Rio de Janeiro para receber o evento, em 2009.

Com 7,5 milhões de metros cúbicos de lama e lixo acumulados, a lagoa cerca a maior zona de competições olímpicas e paralímpicas. Os trabalhos de limpeza se encontram estagnados após uma série de atrasos, devido a intervenções do Ministério Público Federal e Estadual, e em meio à crise econômica que o estado enfrenta. Nesta semana, um móvel abandonado flutuava na água.

Em abril deste ano, atletas e profissionais sofreram com o mau cheiro no evento-teste de handebol, na Arena do Futuro. Uma ressaca e ventos fortes deslocaram sedimentos, o que resultou na liberação de gases tóxicos. O temor dos organizadores é que o mesmo aconteça na Rio-2016. A cerimônia de abertura acontece na sexta-feira.

– O que eu poderia ter feito como cidadão e biólogo, fiz. Denunciei os problemas ao Ministério Público Federal e à imprensa durante 20 anos. Sou péssimo perdedor, mas admito: eu perdi – afirmou Moscatelli, ao LANCE!.

A despoluição de todo o complexo lagunar da Baixada de Jacarepaguá foi orçada no Plano de Políticas Públicas, que engloba obras de legado dos Jogos, em R$ 673 milhões. Isto incluiria as obras de dragagem (retirada de sedimentos) das águas vizinhas ao Parque Olímpico. A responsabilidade era do governo estadual, que não informou quanto já foi gasto.

Em 2014, uma denúncia de formação de cartel travou a licitação para as obras. Meses depois, discordâncias técnicas entre o Ministério Público Federal e o Estadual emperraram o andamento. No período, o Rio decretou estado de calamidade pública e reconfigurou seus gastos. As metas ambientais saíram de cena. Não há mais peixes na Lagoa de Jacarepaguá.

“As legítimas intervenções do Ministério Público acabaram por atrasar, em um ano e meio, o início das obras e, assim, com o passar do tempo, o orçamento previsto para o projeto foi impactado. No período, adveio a crise econômica, agravando a situação”, informou a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA).

A prefeitura ficou encarregada de recuperar, dentre outros, os rios Arroio Pavuna e Pavuninha, que cercam a região, mas também abandonou os trabalhos. O município diz que só terá resultados efetivos quando o estado fizer sua parte na Lagoa.

– Minhas expectativas são as piores. As autoridades brasileiras nos fizeram de trouxas no quesito meio ambiente. Se nada foi feito com 5 bilhões de pessoas olhando, agora está na mão da natureza – diz Moscatelli.

O tratamento de 80% do esgoto despejado na Baía de Guanabara, palco das provas de vela na Olimpíada, foi outro legado não cumprido. O estado diz ter alcançado 50%.

Governo diz que aguarda mais verbas

A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) diz que aguarda a viabilização de recursos para dar continuidade às intervenções na região da Barra.

O órgão informou ter concluído os serviços de limpeza pesada (resíduos sólidos de grande porte), manguezais, batimetria (medição da profundidade) e sondagem (medição da capacidade de resistência do solo) das lagoas.

Mencionou ainda o plantio de 30 mil mudas de mangue e a instalação de sete quilômetros de cercas de proteção na faixa das lagoas Camorim e Tijuca.

Fonte: LANCE
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Movimentos sociais organizam atos para o dia da abertura das Olimpíadas

Manifestações vão ocorrer em Copacabana e próximo ao Maracanã

O dia da abertura das Olimpíadas promete ser marcado por atos pela cidade. As organizações Frente Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular, Frente de Esquerda Socialista, Plenária dos Trabalhadores em Luta e a CSP-Conlutas planejam um ato para a próxima sexta-feira (5), às 11h, em frente ao Copacabana Palace, na zona sul.

O objetivo é protestar contra o presidente interino Michel Temer, a retirada de direitos e as mudanças 
nas regras da aposentadoria e na legislação trabalhista.Protesto está sendo divulgado pelas redes sociais

"O Rio de Janeiro, que está sob holofotes do mundo todo, vive uma verdadeira Calamidade Olímpica. Obras absurdas feitas por empreiteiras como as da Vila Olímpica. Caos na educação e na saúde pública, com diversas mobilizações dos estudantes e professores, intencionalmente ignoradas pela imprensa. Mais violência contra a população, com Exército e Força Nacional nas ruas. E a especulação imobiliária, que produz aumento dos aluguéis e remoções contra os mais pobres, como no caso da Vila Autódromo. Esse é o Rio de Janeiro dos Jogos Olímpicos!", escreveram os movimentos sociais em convocatória.

Ato no Maracanã

Ainda na sexta-feira (5), às 14h, diversos movimentos sociais, sindicais e estudantis vão compor o ato 'Rio 2016, os Jogos da Exclusão'. A concentração vai ocorrer na Praça Saens Peña, bem perto do Maracanã, onde, mais tarde, vai ocorrer a abertura oficial das Olimpíadas.

De acordo com a convocação, o objetivo do protesto é denunciar as "violações de direitos, as ilegalidades cometidas em nome de interesses privados e contra a população".

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Filhos e netos de vítimas da ditadura denunciam terrorismo de Estado

02 de agosto de 2016 às 23h14

“SOMOS OS FILHOS E AS FILHAS DA RESISTÊNCIA”

do Grupo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça, enviado por Aton Fon Filho

Um grupo de filhos e netos de pessoas atingidas pela ditadura brasileira (1964-1985) esteve na manhã desta terça-feira, 2 de agosto, no aeroporto Galeão para dar as boas vindas às delegações e turistas que chegam ao Rio de Janeiro para as Olimpíadas.

Infelizmente, neste país, os crimes de lesa-humanidade cometidos durante a ditadura civil-militar não apenas foram perdoados pelo próprio Estado que os cometeu, como os executores e mandantes destes crimes gozam de total liberdade ainda hoje.

Esta vergonhosa realidade corrobora e autoriza a perpetuação da prática de tais crimes pelo Estado brasileiro. Sabemos que as pessoas que vivem em áreas de baixa renda sofrem com perseguições, torturas e desaparecimento quando se posicionam contra as injustiças sociais das quais são reféns.

Com o objetivo de denunciar um Estado que violou direitos humanos no passado e continua a violá-los no presente, munidos de faixas e cartazes, o grupo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça, recepcionou os visitantes para mostrar aquilo que os Jogos Olímpicos pretendem ocultar. O terrorismo no Brasil sempre existiu e continua existindo, praticado pelo próprio Estado.

Entendemos e assumimos a história da ditadura militar como herança do povo, constituída na memória coletiva da sociedade e não apenas uma herança familiar isolada.

Isto se reflete na imagem e na voz de todos os filhos da história que se assumem no exercício de sua militância política e reconhecem, nos dias de hoje, os efeitos da ditadura em diferentes níveis.

Nós, herdeiros da resistência, desejamos construir um movimento social comprometido com a transformação social.

Nossa herança se materializa através de um presente de luta coletiva, orientada por uma perspectiva afetiva, tendo como princípios norteadores a

Memória, a Verdade e a Justiça.

Fonte: VIOMUNDO
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Polícia dispara contra a população na passagem da tocha olímpica no Rio


Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Nossos hermanos não perdem uma oportunidade para provocar.

Faz parte, a gente faz o mesmo com eles.

Como carioca que vive por décadas e décadas na cidade maravilha olímpica, jamais usei desinfetante para um banho.

Por outro lado não me banho nas águas da baia da guanabara e muito menos nas águas da lagoa Rodrigo de Freitas.

Caso em um dia, somente um dia, mergulhasse nas águas da baia, não me preocuparia com possíveis doenças. Se me banhasse por lá todos os dias, ou com frequência, certamente algum tipo de doença poderia surgir, como micoses, por exemplo.

Já na lagoa Rodrigo de Freitas, local das competições do remo, caso caísse naquelas águas, daria uma de hermanos e tomava logo um banho com desinfetante.

Inadmissível que os governos do PMDB local de Cabral, Pezão e Paes, o mesmo PMDB do presidente golpista em exercício,Temer, não acabassem com a poluição na Lagoa Rodrigo de Freitas, principalmente. A recuperação da Baia da Guanabara, caso fosse levado a sério um projeto de recuperação levaria ainda mais tempo, porém, certamente, hoje, nas franjas das olimpíadas, o nível de poluição seria bem menor.

A despoluição da baia - em níveis de 90% - significaria, praticamente, uma revolução no saneamento básico de todos os municípios banhados pela baia. Um salto de qualidade de vida para algo em torno de 10 milhões de fluminenses. Isso, sim, seria um grande legado dos jogos. No entanto, nada disso aconteceu e, nem mesmo o sistema lagunar de Jacarepaguá e da Barra da Tijuca, vizinhos da vila olímpica e de locais onde serão realizados alumas competições, foi recuperado. No quesito meio ambiente, o legado dos jogos é praticamente zero. Quanto ao desinfetante, isso é provocação de argentino. Aliás, brasileiros e argentinos, atualmente, necessitam de desinfetantes não para limpar os corpos, mas sim para limpar os ares de seus países que estão impregnados de projetos políticos anacrônicos e retrógrados.


Anacrônico: o projeto que une a escória, a mídia e o dinheiro grosso, ademais da ganância de classe, irradia ignorância sobre os ares do mundo.
Fonte: CARTA MAIOR
Panelaços em Buenos Aires e protestos pelas cidades brasileiras, revelam o descontentamento com os governos jurássicos de Macri e Temer, sendo que no caso brasileiro um golpe de estado está em curso, violentando a Democracia e os direitos humanos.

O brasileiro, hoje, está sendo vítima de um terrorismo de estado com perseguições à imprensa alternativa e à blogues e sites não alinhados com o projeto do governo golpista de Michael Temer.

Aliado do projeto golpista, a grande mídia brasileira distrai a população com os jogos olímpicos, apresentando um Brasil e um Rio de Janeiro de Alice, no pais das maravilhas.

Movimentos sociais estão programando protestos nas ruas do Rio de Janeiro durante os jogos, como forma de chamar a atenção do mundo para o gravíssimo momento do país, onde a Democracia está sendo jogada no lixo, ou, como queiram alguns, nas águas tristes e poluídas das lagoas da cidade.


"atordoado eu permaneço atento
na arquibancada a qualquer momento
ver emergir o monstro da lagoa"
Fonte: Chico Buarque e Gilberto Gil

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