quarta-feira, 20 de julho de 2016

O golpe e o arremesso de dados de pesquisa

The Intercept': Jornal comete fraude jornalística com pesquisa manipulada visando alavancar Temer


Matéria diz que instituto de pesquisa utilizado pelo maior jornal do país favorece o "golpe"
datafalha
Matéria publicada nesta quarta-feira (20) pelo site The Intercepct, fala sobre um dos mistérios mais obscuros da crise política que atingiu o Brasil nos últimos meses tem sido a ausência completa de pesquisas de opinião nos grandes meios de comunicação e órgãos de pesquisa do país. Há mais de três meses, no dia 17 de abril, a Câmara dos Deputados votou em favor de enviar ao Senado Federal o pedido de impeachment da presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff, resultando na investidura temporária de seu vice-presidente, Michel Temer, como “presidente interino”. Desde a posse de Temer, o Datafolha – instituto de pesquisa utilizado pelo maior jornal do país, Folha de São Paulo – não havia publicado pesquisas de opinião sobre o impeachment da presidente, nem sobre o impeachment de Temer, e nem mesmo sobre a realização de novas eleições para presidente. A última pesquisa do instituto antes da votação do impeachment foi realizada em 9 de abril e apontava que 60% da população apoiava o impeachment de Dilma, enquanto 58% era favorável ao impeachment de Temer. Além disso, a sondagem indicou que 60% dos entrevistados desejavam a renúncia de Temer após o impeachment de Dilma, e 79% defendiam novas eleições após a saída de ambos.

Brazil’s Largest Newspaper Commits Major Journalistic Fraud to Boost Interim President Temer


The Intercepct diz que a iminência da votação final do impeachment torna esse resultado (50% dos brasileiros desejam que Temer conclua o mandato de Dilma) extremamente significativo

A reportagem do site do renomado jornalista Glenn Greenwald, conta que a última pesquisa de outra grande empresa do setor, o Ibope, foi publicada em 25 de abril, e concluiu que 62% desejavam que Dilma e Temer saíssem e que novas eleições fossem realizadas; 25% queriam a permanência de Dilma e a conclusão de seu mandato; e apenas 8% eram favoráveis a situação atual: com suspensão de Dilma e Temer como presidente interino. Essa pesquisa, mesmo sendo negativa para Temer, foi realizada há algum tempo, em abril deste ano. De forma surpreendente, mesmo três meses depois da entrada de Temer, a poucas semanas da votação final do impeachment de Dilma no Senado e com toda a atenção do mundo voltada para o Brasil por conta das Olimpíadas, nenhuma pesquisa havia sido publicada até o último final de semana. No sábado, a Folha de São Paulo anunciou uma nova pesquisa realizada pelo Datafolha que se demonstrou, ao mesmo tempo, surpreendente e positiva para o presidente interino, Michel Temer, além de apresentar uma grande variação com relação a pesquisas anteriores. A manchete principal impressa pela Folha, que rapidamente se alastrou pelo país como era de se esperar, dizia que metade do país deseja que Temer permaneça como presidente até o fim do mandato que seria de Dilma no final de 2018.

The Intercepct diz que a iminência da votação final do impeachment torna esse resultado (50% dos brasileiros desejam que Temer conclua o mandato de Dilma) extremamente significativo. Igualmente importante foi a afirmação da Folha de que apenas 4% disseram não querer nenhum dos dois presidentes, e somente 3% desejam a realização de novas eleições. O artigo on-line de destaque no sábado (16). Esse resultado não foi apenas surpreendente por conta da ampla hostilidade com relação a Temer revelada pelas pesquisas anteriores, mas também porque simplesmente não faz sentido. Para começar, outras perguntas foram colocadas aos eleitores pelo Datafolha sobre quem prefeririam que se tornasse presidente em 2018 e os resultados apontaram que apenas 5% escolheriam Temer, enquanto o líder da pesquisa, o ex-presidente Lula, obteve entre 21% e 23% das intenções de voto, seguido por Marina Silva, com 18%. Apenas 14% aprovam o governo de Temer, enquanto 31% o consideram ruim/péssimo e 41%, regular. Além disso, um terço dos eleitores não sabe o nome do Presidente Temer. E, conforme observou um site de esquerda ao denunciar a recente manchete sobre a pesquisa da Folha como uma “fraude estatística”, é simplesmente inconcebível que a porcentagem de brasileiros favoráveis às novas eleições tenha caído de 60%, em abril, para apenas 3% agora, enquanto a porcentagem da população que deseja a permanência de Temer na Presidência da República tenha disparado de 8% para 50%. Considerando todos esses dados, fica extremamente difícil compreender como a manchete principal da Folha – 50% dos entrevistados querem que Temer continue como presidente até o fim do mandato de Dilma – possa corresponder à realidade. Ela contradiz todos os dados conhecidos. A Folha é o maior jornal do país e o Datafolha é uma empresa de pesquisa de credibilidade considerável. Ambos foram categóricos em sua manchete e gráfico principal a respeito do resultado da pesquisa. Curiosamente, a Folha não publicou no artigo as perguntas realizadas, nem os dados de suporte, impossibilitando a verificação dos fatos que sustentam as afirmações do jornal.

Para finalizar, Intercept fala que como resultado disso, a manchete – que sugere que metade da população deseja a permanência de Temer na Presidência até 2018 – foi reproduzida por grande parte dos veículos de comunicação do país e rapidamente passou a ser considerada uma verdade indiscutível: como um fato decisivo, com potencial para selar o destino de Dilma. Afinal, se literalmente 50% do país deseja que Temer permaneça na Presidência até 2018, é difícil acreditar que Senadores indecisos contrariem a vontade de metade da população. Mas na terça-feira (19), os dados completos e as perguntas complementares foram divulgados. Tornou-se evidente que, seja por desonestidade ou incompetência extrema, a Folha cometeu uma fraude jornalística. Apenas 3% dos entrevistados disseram que desejavam a realização de novas eleições, e apenas 4% disseram que não queriam nem Temer nem Dilma como presidentes, porque nenhuma dessas opções de resposta encontrava-se disponível na pesquisa.







Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Como a Folha usou o DataFolha em seu jornalismo de guerra a favor de Temer.


Postado em 20 Jul 2016
Greenwald desmarcarou a manobra da Folha para favorecer Temer
Greenwald desmarcarou a manobra da Folha para favorecer Temer
O DataFolha passou, oficialmente, a fazer parte do “jornalismo de guerra” da Folha e, por extensão, de toda a mídia.
Jornalismo de guerra foi a expressão utilizada pelo editor chefe colunista político do Clarín para designar o que seu jornal fez para destruir o governo de Cristina Kirchner. “Não é jornalismo”, admitiu, num traço notável de sinceridade.
A adesão oficial do DataFolha ao jornalismo de guerra se deu no levantamento do último final de semana. O objetivo não foi mostrar como estão as relações entre os brasileiros e o governo Temer. Foi, simplesmente, alavancar de forma artificial Temer e, com ele, o golpe.
Várias críticas já tinham sido feitas à edição desonesta da Folha. Aqui mesmo, no DCM, sublinhamos que a Folha escondeu que a aprovação de Temer é de raquíticos 14%, um índice de final de administração em crise e não de começo de uma gestão de “salvação nacional”.
Mas o desmascaramento definitivo do DataFolha veio do jornalista americano Glenn Greenwald e seu site Intercept.
Greenwald mergulhou nos números da pesquisa para tentar entender como os 8% de apoio a Temer registrados há pouco tempo se transformaram, como num passe de mágica, em 50% — que foi a manchete da Folha e o número seguido por toda a mídia.
Não foi mágica — mas uma manobra da Folha.
Na questão central, o que as pessoas querem para o futuro próximo, a Folha simplesmente omitiu a alternativa “nova eleição” na edição.
O DataFolha, como demonstra a pesquisa por inteiro e não apenas a parte editada, apurou que 60% dos ouvidos querem uma nova eleição.
Os 60% do DataFolha viraram 3% na Folha, por peripécias do jornal. A própria DataFolha admitiu o problema, que chamou, docemente, de “imprecisão”.
A repercussão foi terrível para o DataFolha e para a Folha. Nesta quarta, entre os trending topics do Twitter figurava #datafalha.
Tudo isto se enquadra numa tentativa da mídia de desenhar um Brasil em franca recuperação com Temer, às vésperas da decisão final do Senado sobre o impeachment.
Na mesma linha, o colunista Elio Gaspari, da Folha e do Globo, publicou em seu artigo de hoje que Temer se afirmou e agora vive dias favoráveis.
É o colunismo de guerra, igualmente.
O que Temer tem, na verdade, é um tratamento privilegiado da imprensa, destinado a criar a sensação mentirosa de que tudo vai bem.
No passado, a Globo fez isso muito bem na ditadura militar. É conhecida a frase de Médici segundo a qual era uma alegria ver o às 8 da noite o paraíso do Jornal Nacional quando o mundo todo estava convulsionado.
O jornalismo de guerra da mídia brasileira não se encerrou com o afastamento de Dilma. Ele continua. A diferença é que, se antes o objetivo era acabar com Dilma, Lula e o PT, a meta agora é proteger e elevar Temer.
Como existe a internet, com seus sites e suas redes sociais cada vez mais influentes, ludibriar a sociedade é uma tarefa cada vez mais difícil.
A Folha, com o DataFolha, tentou. Mas fracassou.
Temer é uma lástima, um semeador de desesperança e de melancolia — e é assim que os brasileiros o vêem
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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7 razões irrefutáveis para Senado arquivar impeachment de Dilma 



20 de julho de 2016 Carlos Eduardo


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Motivos seriam suficientes para anular qualquer processo na Justiça por desrespeito à Constituição e às leis do país; cabe agora aos senadores fazê-lo (Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR)

por Camilo Toscano
Passados pouco mais de sete meses desde que foi instaurado na Câmara dos Deputados, o processo de impeachment contra a presidenta eleita, Dilma Rousseff, possui pelo menos 7 razões incontestáveis para que seja arquivado pelos senadores no dia 9 de agosto, quando deverá ser votado em plenário.
São todas razões que, juridicamente, anulariam qualquer outro processo, devido à alta quantidade de vícios que possui. Deste modo, se o Senado validar o impeachment, agirá ignorando as regras jurídicas brasileiras. Esse é o alerta de golpe que vem sendo feito pela defesa da presidenta eleita.
1 – Pedaladas “fantasiosas”
A primeira razão incontestável é o fato de que a acusação de que Dilma pedalou em 2015 não sustenta um impeachment porque a prática não constitui crime. José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma no processo e legítimo advogado-geral da União, disse isso seguidas vezes no processo. Nas últimas duas semanas, o mesmo foi dito por Ivan Marx, procurador da República no Distrito Federal.
O procurador analisou o caso e concluiu que não há crime de Dilma no atraso no repasse de recursos ao Banco do Brasil para o Plano Safra. O mesmo procurador Ivan Marx já havia concluído que também não foi crime o atraso ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
2 – Mesma prática de Lula e FHC
Por uma questão de coerência, a conclusão não poderia ter sido outra. Afinal, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso eLuiz Inácio Lula da Silva também adotaram as mesmas medidas chamadas de pedaladas fiscais. E não houve qualquer reprovação à época pelo Tribunal de Contas da União (TCU), porque o entendimento é semelhante a uma conta de luz paga com atraso por um consumidor.
Essa é a razão número dois: a prática da qual acusam Dilma também foi utilizada por outros presidentes. Foi utilizada inclusive pelo relator do processo de impeachment no Senado, Antonio Anastasia (PSDB), que pedalou em 2012, 2013 e 2014 quando era governador de Minas Gerais. Condenar apenas Dilma é ir contra o princípio de que a Justiça é igual para todos.
3 – Lei não retroage para punir 
Outro princípio importante para se fazer justiça é o da irretroatividade. Dirigir sem uso do cinto de segurança é infração desde 1997. Quando entrou em vigor, não puniu os motoristas que andavam sem cinto até o momento em que a lei passou a valer. E não poderia ser diferente, pois é respeitar o princípio da irretroatividade da lei.
A mudança no entendimento do TCU sobre as pedaladas só pode valer para o futuro. Desde que o tribunal adotou nova interpretação, o governo Dilma não mais pedalou, ou seja, seguiu a lei — antes e depois da mudança de interpretação pelo TCU. Essa é a terceira razão para arquivar o pedido de impeachment: não se pode punir retroativamente.
De fato, a líder do governo golpista de Michel Temer no Congresso Nacional, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), concedeu entrevista à rádio Itatiaia (MG), em que afirmou que “não teve esse negócio de pedalada, nada disso”. A questão foi apenas política, resumiu a senadora.
4 – Perícia isenta Dilma
A quarta razão incontestável para arquivar o impeachment é aperícia realizada por técnicos do Senado. Os peritos concluíram que: 1. Não existem atos comissivos de Dilma, ou seja, ações intencionais; e, 2. Dilma não foi alertada de que poderia haver incompatibilidade com a meta fiscal de 2015 com as medidas.
Em resumo: Dilma não pode ser responsabilizada. Além disso, a perícia ainda reduziu para três o número de decretos de crédito suplementar que sustentam as acusações, que inicialmente era de seis.
5 – Relator sob suspeita
E o que dizer da escolha de um relator que é do mesmo partido que assina o pedido de impeachment? Que podemos esperar tudo, menos imparcialidade e julgamento justo. Antonio Anastasia é do PSDB, um dos partidos que assinaram o pedido de impeachment apresentado à Câmara dos Deputados. “Um escândalo”, classificou o líder do PT no Senado, Humberto Costa(PE).
A escolha, e quinta razão irrefutável para arquivar o impeachment, passou por cima do Regimento Interno do Senado. Em sua Resolução 20/1993, o regimento destaca que nos processos de cassação de mandato de senador, a representação deve ser relatada por um integrante “não filiado ao partido político representante ou ao partido político do representado”. Questão de isenção, afinal, quem acharia justo um processo nessas condições?
6 – Meta fiscal aprovada pelo Congresso
É incontestável ainda o fato de que o Congresso Nacional aprovou a meta fiscal de 2015, ao votar o PLN 5/2015, em sessão realizada em 2 de dezembro do mesmo ano. Assim, não há como sustentar que a meta fiscal de 2015 foi desrespeitada pelo governo Dilma com a edição de decretos de crédito suplementar, já que os créditos foram emitidos antes de o Congresso aprovar a meta fiscal. Além disso, os decretos não ampliaram gastos do governo e foram solicitados por outros órgãos do Estado, como o Judiciário e inclusive o TCU.
7 – Processo por vingança
O sétimo e último motivo incontestável para o arquivamento do processo de impeachment contra Dilma é o fato de ser motivado por uma vingança do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido só foi aberto quando o PT se recusou a ajudar a salvar Cunha no Conselho de Ética. A vingança de Cunha é uma das faces da imparcialidade, portanto, de um julgamento injusto contra Dilma.
Duas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) evidenciam que Eduardo Cunha interferiu no processo de impeachment. A primeira é de dezembro de 2015, quando o STF anulou a primeira comissão do impeachment da Câmara instalada por manobra de Cunha. A segunda decisão é a de suspensão do mandato e do cargo de presidente da Casa, antes de suarenúncia.
“Por que foi afastado o presidente Eduardo Cunha? Porque usava o cargo para impedir e obstaculizar investigações. Porque usava seu cargo com desvio de poder, para não permitir que as situações que lhe são dirigidas de desvio de dinheiro público não avançassem”, afirma José Eduardo Cardozo.
O fato de que o processo contra Cunha no Conselho de Ética ter avançado somente após a suspensão pelo STF revela seu poder de interferência nos processos da Casa, inclusive o do impeachment.
As sete razões irrefutáveis são reforçadas ainda pelas provas e pela fase de depoimentosocorrida na Comissão do Impeachment no Senado. Constituem base sólida o suficiente para anular o processo no STF, pois revelam que o afastamento da presidenta eleita se deu por razões meramente políticas, sem fundamentos jurídicos, o que não se pode suportar numa democracia.

Fonte: O CAFEZINHO
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Temer, Aécio e Folha unidos contra a CLT
Por Altamiro Borges

Aos poucos, de forma sorrateira, os golpistas expõem os reais motivos do impeachment da presidenta Dilma – que não tem nada a ver com as tais “pedaladas fiscais” ou com o combate à corrupção. Entre os seus objetivos, um dos principais é o de destruir a legislação trabalhista, jogando o peso da crise econômica nas costas dos assalariados com carteira assinada. Esta cruzada retrógrada une a corja de Michel Temer, que assaltou o Palácio do Planalto, o cambaleante Aécio Neves e os seus tucanos bicudos, derrotados nas eleições de 2014, e quase a totalidade da mídia privada. Todos juntos contra a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e – quem sabe – pela extinção sumária da Lei Áurea.

No caso do Judas Michel Temer, uma parte do seu partido – o PMDB – já deixou explícito este propósito no documento lançado no final do ano passado com o pomposo título de “Ponte para o futuro” – também apelidado de “pinguela para o passado”. O texto defende, de forma marota, o fim das leis trabalhistas. Prega “a prevalência do negociado sobre o legislado”. Ou seja: de nada vale o que está fixado na CLT, como férias, 13º salário e outros direitos. Passa a valer o que for negociado diretamente entre patrões e empregados. Em tempos de crise, com a explosão do desemprego, será a típica negociação da forca com o enforcado. O texto também defende a terceirização nas chamadas atividades-fins, com o aumento da jornada, redução dos salários e precarização do trabalho.

Já no caso do PSDB, o seu intento sempre foi o de exterminar a CLT. Pouco antes de iniciar o seu triste reinado, o neoliberal FHC explicitou que o seu sonho era “extinguir a herança de Vargas” nas leis trabalhistas. A resistência do sindicalismo evitou esta tragédia e os tucanos passaram a ser vistos como inimigos dos trabalhadores – o que ajuda a explicar as quatro derrotas seguidas deste partido nas eleições presidenciais. Nas eleições de 2014, este assunto espinhoso virou pó na campanha do cambaleante Aécio Neves. Agora, animado com o retorno ao Palácio do Planalto através de um golpe, ele volta a falar sobre a urgência de eliminar “as leis trabalhistas complexas”, que “impõe custos que inviabilizam competição em mercado globalizado”, conforme escreveu nesta semana.

Por fim, com relação à imprensa privada, ela historicamente nunca tolerou as leis trabalhistas. Os donos da mídia sempre satanizaram os sindicatos, as greves e os direitos conquistados. Eles incentivaram todos os golpes contra os governos minimamente reformistas, como os de Getúlio Vargas, João Goulart, Lula e Dilma. Como patrões, eles até hoje impõem as piores práticas trabalhistas, com a terceirização selvagem (pejotização), o assédio moral e o arrocho salarial. Agora, animados com o “golpe dos corruptos”, eles exigem pressa no desmonte da CLT. Nestes dois meses do covil golpista de Michel Temer, vários editoriais já foram obrados pelos jornalões, revistonas e redes de rádio e televisão para defender a “modernização da legislação trabalhista”.

Famiglia Frias prega “golpe” trabalhista

Nesta segunda-feira (18), a Folha publicou mais um editorial contra os direitos dos trabalhadores. Intitulado “A próxima reforma”, o diário da famiglia Frias escancara toda a sua excitação com o atual momento político: “As esperanças de prosperidade futura do país dependem de uma agenda de modernização institucional que estimule a produtividade e reduza o custo de fazer negócios. Entre os obstáculos a serem equacionados, destaca-se a obsoleta legislação trabalhista, gestada nos longínquos anos 1940 e causadora de um anômalo e crescente contencioso entre empregados e empregadores”. Para o jornal, o momento exige o fim da “estrutura sindical oligopolizada, abrigada no Estado e financiada por contribuições obrigatórias”, e a extinção sumária da CLT.

“O paternalismo enfraquece a disposição à negociação e a autonomia das partes em decidir conforme as suas preferências. Na tradição brasileira, o legislado tende a se sobrepor ao acordado em convenções coletivas. Merece apoio, portanto, a disposição manifestada pelo governo Michel Temer de encaminhar ao Congresso uma proposta de modificação das regras trabalhistas – reforma que, de acordo com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, será a segunda na ordem de prioridades do Planalto, logo depois da previdenciária. Já seria progresso digno de comemoração a retomada do projeto que regulamenta a terceirização da mão de obra, conforme propósito do ministro. O texto, apresentado em 2015 na lista de prioridades do PMDB, encontra-se parado no Senado”.

Como se observa, o “golpe dos corruptos” tem como prioridade esfolar ainda mais o trabalhador. Este intento destrutivo e regressivo unifica o Judas Michel Temer, o cambaleante Aécio Neves e toda a mídia privada, que manipula tantos “midiotas”. Acorda peão! Do contrário, o seu futuro será ainda mais trágico.

Fonte: Blgo do Miro
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Nos dias que antecederam a votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, as pesquisas de opinião brotavam quase que todos os dias. Passada a votação as pesquisas minguaram e sumiram.

E eis que surge das profundezas da mídia, e nas franjas dos jogos olímpicos, uma pesquisa pra lá de fajuta, cheia de armação e mentiras que tem por objetivo alavancar e legitimar o governo golpista do poeta Temer.

Em um momento em que a velha mídia deita falação diariamente sobre os jogos olímpicos, pesquisas sobre política não teriam tanto interesse da população, daí a publicação de uma pesquisa com resultados fraudulentos, valorizando o governo do poeta golpista.

A publicação e repercussão da pesquisa fraudulenta tem por objetivo minimizar, ou modificar, na opinião pública a percepção clara, e cada vez mais abrangente, de que o processo de impeachment não passa de um golpe, uma vez que os argumentos para o impeachment tem sido olímpicamente rechaçados pelas análises e conclusões de várias instituições. Em outras palavras, Dilma não cometeu crime algum que justificasse o processo de impeachment.

Ora, se Dilma não cometeu crimes e isso tem sido comprovado, nada melhor, para o golpe, do que criar resultados de pesquisa que legitimem o governo do poeta golpista, justo em um momento em que a população está distraída com os jogos olímpicos e com o noticiário internacional sobre terrorismo. O golpe quer aprovar, a qualquer preço, o impeachment de Dilma no Senado e, para atingir os objetivos vale todo tipo de armação. Preocupados com uma derrota no Senado; difícil, mas não impossível, o golpe, já reconhecendo e assumindo que Dilma não praticou nenhum crime que justificasse o processo de impeachment, passou a flexibilizar seu discurso e a justificativa para o afastamento definitivo de Dilma passa a ser, na retórica golpista, a questão da governabilidade. Segundo o golpe, Dilma, vencendo no Senado, não poderia governar pois não tem maioria no Congresso e, assim sendo, o impeachment se justificaria. Mais uma armação, já que o regime do país não é o parlamentarismo e recall não existe por aqui.

A questão da falta de governabilidade alegada pelo golpe caso Dilma retorne, procede. No entanto é com a Política que a governabilidade pode ser construída, mesmo em ambiente hostil, e não se pode rejeitar ou ignorar a capacidade de se construir uma agenda para governabilidade. Ao ignorar esses aspectos, o golpe rejeita a Política e confirma sua vocação anti-democrática e usurpadora.

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