segunda-feira, 18 de julho de 2016

Recordar é viver, PAPIRO acabou com você


Já que rola uma conversa na velha reality show mídia sobre poesia, literatura, cultura, política golpista e similares, O PAPIRO, sempre atento aos movimentos, coloca o bloco na rua e contribui, de forma humilde, como de costume, com os textos abaixo relacionados, inclusive a primeira postagem deste blog em 01.03.2012.


Aniversário 01.03.2012

Primeiro de março. Estácio de Sá fundou a cidade. São Sebastião foi escolhido como santo padroeiro. São Jorge como santo protetor. Malandro de gravata passa por trabalhador. Rouba direto, sem nenhum pudor. O Cristo, no alto do morro, recebe todos de braços abertos, menos os moradores dos morros. O trenzinho leva ao corcovado. O bondinho ao pão de açúcar. Os trens suburbanos ao inferno. Aqui se encontra a estética do caos. O belo e o feio, o bom e o mau, o rico e o pobre, o vivo e o morto.




Para Não Dizer Que Não Falei de Futebol - 13.06.2012

No início desta postagem, uma pressão atormenta o autor. Com o tempo bastante reduzido para tratar assuntos que exigem tempo livre, o cursor do monitor , exigindo uma nova palavra a ser digitada, revela o tempo que passa, a palavra que ainda não veio, o texto que se faz necessário. O diálogo com o monitor, ao som das teclas sendo manuseadas, aprofunda o tempo, silencia a palavra, clama pelo texto. A criação se faz, pela dúvida, angústia, pelo tempo , pelo pulsar do cursor, pelo diálogo com a máquina, que nada mais é que um diálogo com o autor, com texto que não vem, com o tempo que vai. A angústia da palavra perfeita , pedida incessantemente pelo pulsar do cursor, é o sofrimento da criação. O marcador de tempo, ao lado direito no canto baixo, do monitor é implacável. Nesses tempos, em que os olhos do mundo se voltam para o Rio de janeiro, o tempo é curto para as necessidades dos homens, do planeta , da vida. A conferência sobre o meio ambiente, a Rio +20, trata do nosso tempo, do tempo futuro, do tempo perdido, do tempo da terra, do tempo da vida. Certamente seria o assunto a ser abordado , com as mudanças climáticas que alteram o tempo nas cidades, o nível dos oceanos, os humores dos animais. Vinte anos se passaram da Rio 92, duas décadas, um bom tempo, para que medidas fossem tomadas, já naquela ocasião numa corrida contra o tempo, para aliviar o sofrimento da Terra, dos animais , dos vegetais. Agendas foram estabelecidas, protocolos foram firmados, medidas concretas, porém, não foram tomadas. Os vinte anos que se passaram, não foram anos em que se priorizassem a luz, a vida, os animais, as pessoas . A primeira década, e ao mesmo tempo a última do século XX, foi a década das trevas, do reinado neoliberal, da tortura `a democracia, da homogeneização da ignorância, da exclusão de todas as formas de vida. Não foi um tempo, em que a Terra estivesse no centro de todas as preocupações, pelo contrário, o que se discutia, o que se via, o que se lamentava, era a obsessiva ocupação de todos os espaços, a exploração voraz de todos os recursos naturais, êxodo cada vez maior de populações afetadas, um gigantesco contingente de pessoas sendo jogado na miséria. Tudo em nome de um privilégio de poucos, para poucos. As formas e métodos de extração e produção não permitem que todos possam usufruir do tempo presente, construindo uma civilização para o tempo futuro, onde somente poucos, bem poucos, possam viver. O crescimento ilimitado, a generosidade infinita do planeta, já apresentam sinais inequívocos, desde o tempo da Rio 92, que o modelo atual é um fracasso total, talvez o maior de todos os tempos no contexto de um consenso civilizacional em escala global. Assim sendo, ainda na expectativa do meu tempo, para encontrar um assunto a ser abordado nesse artigo, torna-se inevitável a escancarada interdependência entre todos os grandes temas do momento na imprensa brasileira. O garimpo em busca da verdade, em que memórias de uma guerra suja, sobre o tenebroso período da ditadura militar, certamente irá clarear o comportamento sobre a violência no tempo presente. Também trará luz, sobre as cachoeiras de corrupção que inundam a vida do país. Corrupção que aflora pelas denúncias de livros sobre privatarias, que ainda não foram investigadas. Privatarias, que nasceram no período das trevas, em que a terra não foi ouvida. Privatizações estranhas, que evoluíram para mesadas, que evoluíram para tentativas de golpes de estado, onde a imprensa , ainda no tempo presente, deseja ocupar o lugar da alta corte, e julgar e condenar seus adversários políticos. Política que agoniza com as atuais formas de representação da democracia, representativa, mas que , no tempo presente, não representa os interesses dos povos , da vida da terra. Política sequestrada por não políticos, para benefício de poucos apostadores, em uma economia irreal. Economia que não suporta os atuais meios de extração e produção de bens, beneficiando apostadores, corruptos, não políticos, torturadores que , de forma cínica e mentirosa, característica do tempo presente, dizem estar a serviço da humanidade do planeta. Planeta, que grita por um modelo sustentável, que é o assunto da Rio + 20, onde corruptos, torturadores, mentirosos, não políticos, exploradores, assassinos, estarão discutindo o presente, o futuro. Assim , nossa imprensa, em um cardápio variado de assuntos, no tempo presente, não demonstra clareza na abordagem dos temas. Ignora uma CPI que já foi criada e que ainda não foi instalada. Não se sente a vontade com a comissão da verdade. Ignora as memórias de uma guerra suja. Apela para uma grande mesada que não aconteceu, ou , se aconteceu, foi com seus parceiros políticos. Trata a questão ambiental com sendo assunto para o futuro, assim como fez na Eco 92, em 1992. Prefere fofoca , onde ministro desequilibrado está no foco. São inúmeros os assuntos, mas o tempo é curto. O cursor é implacável. O relógio um carrasco. Assim, teremos nos próximos dias, desse tempo de dúvidas, uma imprensa confundindo os leitores, acusando governos democratas em processo de reeleição, em ditadores. Ocultando os assuntos, fragmentando os contextos, infantilizando o noticiário ambiental. Como a pauta, repleta de assuntos, não atende aos interesses da grande imprensa, é bem provável, nestes tempos de mentira, que novos factóides apareçam para desviar a atenção dos desatentos leitores, telespectadores e ouvintes da grande imprensa. Entretanto nem tudo está perdido, o Vasco é líder do campeonato brasileiro de futebol.






O Som das Tintas - 03.09.2012
Não dá para aguentar. Até na água o menino vai tropeçar. É muita confusão, sem direção, e contradição. Até parece novela de televisão. Vai escrever, tem gente que não vai ler, acha tolice, coisa de insano .Melhor é não criar confusão. Já estamos no final do ano e bom mesmo é assistir ao programa do luciano. Eita rima sem pé nem cabeça, não sei se pelo final do ano ou o insano luciano. Diga pro menino pra não escrever, podem não gostar, e com isso vão tentar execrar, pois a realidade que ele trata no que escreve toda a sociedade vai tocar. Bom é novela, de bons costumes, ético que há décadas já faz a televisão idiota do futuro. Profético. Palavrão e erotismo no texto nem pensar, é ciosa do diabo. Mulher nua na tv, aí sim, principalmente se estiver mostrando o rabo. Contradição, incongruência, confusão política, talvez seja coisa de herança, genética, cultural, financeira que acaba confundindo a cabeça das pessoas , na novela , que produz realidades concretas, novos filósofos, emergentes pensadores acéfalos prontos para construir falsos conceitos sobre conceitos verdadeiros. A realidade é um detalhe, assim com o gol , a ficção e a desconstrução devem trabalhar para confundir, idiotizar, alimentar a falsa ideia de perda de uma hegemonia cultural que, de fato explode nas periferias em crescimento da verdadeira cultura, específica, e por assim ser, universal. Já deu, ninguém aguenta mais. O personagem da ficção tenta se impor sobre a realidade. O clone Henry agoniza enquanto a realidade se impõe, sem tolices, sem falsos críticos, sem falsas análises, nas avenidas do Brasil verdadeiro, real, mestiço, rico. Cheia de charme nossa cultura, que não é pura, que mesmo com a colonização idiota infantil, resiste, permanece, cresce, dura. Diga pro menino pra ele parar de escrever, pois o pessoal da tv vai tudo ler e distorcer, e ainda dizer que ele nada sabe escrever, muito menos ler, pois literatura é pra letrado que sabe fazer, tem o que dizer e , com esse dom , propiciar transformações na sociedade que possam de fato florescer. Sem cultura , sem conhecimento ninguém escreve e ao tentar fazê-lo vai expor suas ideias, nas tintas corridas, nas sonoridades verbais, de forma consciente , talvez pelo inconsciente, para que conscientes distorções possam ser conduzidas por plantonistas escalados para tal, que por sua vez , conscientes daquilo que devem fazer, e limitados pelo espectro ideológico doutrinário, revelam o inconsciente de suas ações , posições, desejos e realidades. Diga pro menino parar de escrever. A realidade que ele desenha nos textos, com seus quadros escritos, sua sonoridade esculpida, suas formas cênicas, não corresponde ao realismo charmoso do Brasil em passarela, que a tv apresenta diariamente, na tela, pelo entretenimento ou jornalismo, em uma permanente e edificada aquarela. Seus quadros, textos, esculturas, afrontam a realidade idealizada, desejável, madura que em nenhum lugar , momento ou tempo se fez presente, real . Diga pro menino que a vida não é fantasia, não é mandar beijinho para as câmeras de tv, que o passado não volta, que o futuro ainda não chegou, que o melhor é o presente, aqui ,sempre, agora, como a última letra Z da última palavra digitada. É bom pra ele, em uma avaliação sobre o que é bom ou não e que não é feita por ele, que ele pare de escrever sobre coisas reais vividas ou não por ele. A vida dos moços da tv, da cultura que o menino não conhece, não comporta citações sobre a realidade. A realidade não é para ser debatida, pois fere os princípios básicos da sociedade do espetáculo, cheia de charme, glamourosa, brilhante, culta, madura que diariamente pode ser vista nas passarelas do Brasil da tv, em cores vivas, em sonoridades densas, repleta de oportunidades para o povo feliz.

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