quarta-feira, 27 de julho de 2016

Golpe Elitista, Midiático e Misógino ignora a vontade popular

O fascismo neoliberal e a falsa democracia.

POR JARI DA ROCHA, COLABORAÇÃO PARA O TIJOLAÇO · 27/07/2016

Nossa perplexidade diante da tomada fascista do Brasil, depois de anos de um governo progressista – com todos os defeitos que lhe são inerentes, e no mundo, a partir do avanço da extrema-direita e, também, com as demonstrações de ódio e xenofobia em vários países, nos impede de reagir.

Essa paralisia, típica de choques (golpes), terá sua duração enquanto não entendermos o processo que está engolindo o que até então chamávamos de democracia, termo esse cooptado pelas novas práticas fascistas.

Em meio a essa (nossa) visão embaçada, um elemento, que sempre esteve presente e que fomos incapazes de neutralizar, sequer tocá-lo, se destaca: o capital global.

A figura eleita como forma de ‘tomada de consciência do povo brasileiro”, o gigante que despertara, não é a personificação de um povo que resolveu tomar as rédeas de seu próprio destino vestindo verde e amarelo.

Esse gigante, um monstro enorme com milhões de cabeças, era movido, na verdade, pelo que faz mover o mundo: um deus.

O deus dinheiro que vem nos engolir por dívidas, culpas e por mau comportamento. Subjaz aí, a ideia de que os devedores são culpados por seus pecados de insucesso capital.

Se quer o peixe (nada mais bíblico) aprenda a pescar, mesmo que ninguém lhe queira ensinar. E, por favor, não fale em fome numa hora dessas.

A lógica dos golpes de estado, dos estados de exceção e do autoritarismo que se impõe é pregada, ironicamente, através da palavra LIBERDADE como uma espécie de “operador cristão” da nova governamentalidade neoliberal.

(Curioso observar que o interino Temer usou a palavra ‘confiança’ ao usurpar o governo de Dilma Rousseff)

Assim, possivelmente, possamos entender o porquê da insistente disputa do uso do termo impeachment e sua aura de ‘democracia’.

Os golpes contra governos progressistas, que insistem com o ‘famigerado’ estado do bem estar social, são essencialmente golpes econômicos, mas que se apropriam da fôrma ‘democracia’ para, através da mídia (e sua liberdade de expressão) e da justiça (e sua igualdade para todos) definirem as disputas do campo político sob o disfarce – fascista – da democracia.

São, na verdade, partidos políticos reacionários empenhados e absolutamente comprometidos com as formas “religiosas” do capitalismo.

Por esta razão, já não é mais preciso tanques para impor um golpe de Estado.

Nesses períodos de recrudescimento das liberdades coletivas e individuais é sempre recomendável lembrar Brecht: “A cadela do fascismo está sempre no cio.” E acrescentaria: sempre, mas sob novo disfarce.

E o que houve, então, com esse fascismo que julgávamos extinto desde a 2a. Guerra? Ele se transformou?

Em entrevista ao Instituto Humanitas da Unisinos (Universidade do Vale do Rio do Sinos) o filósofo Rodrigo Karmy Bolton, doutor em Filosofia pela Universidade do Chile, define o fascismo como um humanismo:

O fascismo, diríamos, é um humanismo. Para o fascismo, trata-se de salvar a ‘raça’ que será a última propriamente ‘humana’ que sobreviveu à invasão parasitária dos ‘outros’ (muçulmanos, judeus, índios, negros etc.).

Um regime que não reconhece a lei, porém sua exceção permanente, não conhece a técnica, senão como imperialismo; não sabe do outro mais do que como inimigo; não conhece o exército, senão como aparato policial; converte o silêncio em seu aliado mais forte, combinado com uma estetização completa da vida social; reduz a noção de progresso à extensão de suas rodovias e vislumbra o passado apenas como um mito que, tendo sido esquecido por muito tempo, é reeditado em e como presente.

Leia a entrevista completa de Karmy no site do IHU, que afirma que “o fascismo vive em nossos corpos” e o neoliberalismo, que funciona como um dispositivo, é uma “doutrina aristocrática, pois privilegia os melhores. Um aristocratismo econômico, e não político…”

Fonte: TIJOLAÇO

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Michel 6% Temer acaba de bater o recorde histórico de rejeição.

Postado em 26 Jul 2016
por : Paulo Nogueira

Fiasco instantâneo

Michel. Michel Temer. Mas pode chamá-lo de Michel 6% Temer.

O resultado da pesquisa Ipsos divulgada hoje é categórico: Temer é um fiasco. Um monumental fiasco.

Apenas 6% dos brasileiros aprovam o interino. Isto é metade do que Dilma tinha em sua etapa final na presidência, sob bombardeio ininterrupto da mídia e da Lava Jato.

Quer dizer: não é metade. É menos que metade. Dilma tinha quase 14% de aprovação.

Pronto. Isto é Michel 6% Temer. A mídia o protege descaradamente, a Lava Jato sumiu de circulação, a cobertura de corrupção de jornais e revistas virou nada: mesmo assim, Temer é amplamente rejeitado pelos brasileiros.

Num mundo menos imperfeito, os 6% seriam manchete dos jornais, e ocupariam vários minutos do JN.

Mas este nosso mundo é extremamente imperfeito, e então a mídia silencia. Mas isto não elimina os 6%.

É o pior índice de aprovação desde que este tipo de coisa passou a ser pesquisada. Collor, na véspera de seu impeachment, era aprovado por 9% das pessoas. Desnecessário dizer que nenhum jornal notou isso. Notariam se fosse um petista. Gritariam, melhor.

O Brasil, em suma, não quer Temer.

A plutocracia subestimou os brasileiros, este é o ponto. Achou que podia ludibriá-los. Os golpistas inventaram um pretexto que se revelou uma farsa cínica, as pedaladas.

Quando se tornou consenso que não houve pedaladas, a plutocracia alegou que isso não importava. Dilma seria afastada fosse inocente ou fosse culpada.

O golpe ficou inteiramente avacalhado. Não é justo com o Paraguai chamá-lo de golpe paraguaio.

É típico de um país ridículo montar um julgamento de meses cujo resultado se conhece de antemão porque os juízes são políticos sem nenhuma qualificação ética e moral.

O resultado disso é Michel 6% Temer.

É certo

Isso só vai piorar, caso o impeachment se concretize. Parece ter-se consolidado, com os fatos escabrosos em torno do golpe, a ideia de que Temer é o vilão e Dilma a vítima da história.

A Ipsos mostrou que diminuiu 13 pontos porcentuais o número de brasileiros que apoiam o impeachment de Dilma. De 61% passou a 48%.

Um vice decorativo não se transforma em estadista porque os Marinhos, os Frias e os Civitas querem.

Michel 6% Temer está aí para provar.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Filho Marketing

Tão logo a verdade sobre os resultados das pesquisas foi restabelecida, com a pesquisa apresentada pelo Ipsos, Temer resolveu fazer uma ação de marketing na tentativa de alavancar sua péssima aprovação pelo povo brasileiro.

Convocou a imprensa para registrar o momento em que conduz seu bisneto, ops!, filho, à escola, obviamente acompanhado da filha, ops!, esposa, sempre discreta e recatada.

Um factóide vulgar, rasteiro, que até mesmo revela um certo desespero, pressa, em tentar fazer algo para mudar a imagem.

A população brasileira não quer Temer na presidência e a imensa maioria acredita que o país está no caminho errado. Tudo isso é mais do que suficiente para estancar o golpe e colocar o país nos trilhos da democracia, convocando a população, em eleições livres e diretas, para escolher, ainda este ano, o presidente que governará até o final de 2018.


Midiático e Elitista

Enquanto a realidade se impõe com fatos e dados concretos, a velha mídia, através de artigo no jornal Estado de SP, afirma que a opção da maioria da população pode ser um equívoco, já que eleições podem trazer uma vitória do lulopetismo.

Ora, eleições podem trazer vitória para qualquer candidato, de qualquer ideologia, e a escolha é do povo, soberana. Certo, aos olhos da maioria da população, é que uma agenda como a que está sendo implementada pelo governo do golpe, não teria a menor chance de ser vitoriosa em eleições livres e democráticas.

A afirmação da velha mídia revela o caráter partidário dos meios de comunicação, a opção pelo golpe, a perseguição aos governos que promovem distribuição de renda e, ainda um ar elitista, ao dizer o que é certo ou errado para a população.

Misógino

Enquanto a velha mídia confirma o caráter elitista e midiático do golpe em curso, o ministro interino de relações exteriores, o conhecidíssmo religioso devoto de Nossa Senhora da Aparecida, José Chirico Serra, paga um mico internacional, um vexame, agora no México, ao destilar, mais uma vez, preconceito contra a presença de mulheres na política.


Senadores robóticos

O golpe se revela a cada dia, até mesmo no Senado, onde senadores diante de tantas evidências de que se trata de um golpe, insistem, de maneira robótica, em argumentos favoráveis ao impeachment golpista de uma presidenta honesta, eleita em eleições livres e democráticas com 54 milhões de votos.

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