quinta-feira, 21 de julho de 2016

Tentaram nos enterrar vivos, não sabiam que éramos sementes

Tribunal Internacional da Democracia: golpe é misógino, elitista e midiático

Fonte: O CAFEZINHO
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Tribunal Internacional: É golpe! Impeachment viola Constituição, tratados internacionais, deve ser anulado; a íntegra da sentença

Fonte: VIOMUNDO
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O contra-ataque da História



(Foto: Mídia Ninja).

Análise Diária de Conjuntura - 20/07/2016

"Tentaram nos enterrar vivos, não sabiam que éramos sementes".

Bela, destemida e do mundo. A advogada iraniana-americana Azadeh N. Shahshahani encerrou seu discurso com este velho dito dos movimentos sociais mexicanos.

Jurada do Tribunal Internacional pela Democracia no Brasil, ela teve a oportunidade de ouvir os argumentos a favor e contra o impeachment de Dilma Rousseff e, assim como todos os outros jurados estrangeiros, formou a seguinte convicção: o Brasil sofreu um golpe de Estado, na forma de uma violência parlamentar, considerada ilegítima e inconstitucional, costurada por uma narrativa midiática interessada em promover um grande retrocesso social e político em nosso país.

Ela diria ainda mais uma frase.

Com uma voz incrivelmente forte, um olhar confiante, altivo, um olhar que o poeta Michel Temer qualificaria de "flamejante", Shahshahani se dirigiu ao público e disse: 

keep up the struggle!  "Continuem na luta!"

O auditório veio abaixo com palmas, gritos e lágrimas...

Fonte: O CAFEZINHO
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Para Tribunal Internacional, impeachment de Dilma é golpe de Estado

O processo de impeachment movido contra a presidenta eleita, Dilma Rousseff, viola a Constituição do Brasil, a Convenção Interamericana dos Direitos Humanos e o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. E, por isso, deve ser declarado nulo em todos os seus efeitos e ser combatido pelas cidadãs e cidadãos do país.



Essa é a síntese da sentença anunciada nesta quarta-feira (20) pelo Tribunal Internacional pela Democracia, uma iniciativa da Via Campesina Internacional, da Frente Brasil Popular e da Frente Brasil Juristas pela Democracia. O veredito de valor simbólico será endereçado ao Senado e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Por dois dias, o tribunal — formado por sete personalidades vindas do México, da França, da Itália, da Espanha, da Costa Rica e dos EUA — se debruçou sobre os aspectos jurídicos, econômicos, políticos, culturais, sociais e históricos do processo de impeachment contra Dilma.

Com o auxílio de testemunhas de defesa e de acusação, todas referências para o direito brasileiro, o júri analisou quatro perguntas essenciais sobre o processo de impeachment: 1. Viola a Constituição?; 2. Sem a ocorrência de crime de responsabilidade, caracteriza-se um golpe parlamentar?; 3. Foram violados os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário?; e, 4. Impeachment deve ser declarado nulo?.

A todas as perguntas a resposta foi “sim”. “Decidiram os jurados declarar que o processo de impeachment contra Dilma Rousseff viola todos os princípios do processo democrático e da ordem constitucional brasileira”, afirmou o jurista Juarez Tavares, que presidiu os trabalhos do tribunal.

“Em democracias presidencialistas não se pode impedir um chefe de Estado por razões políticas. A aprovação ou desaprovação de um governo deve ser resolvida por eleições diretas, não por ato do Parlamento”, completou Tavares, que fez críticas também ao STF por ainda não ter entrado “profundamente” no processo.

No primeiro dia do Tribunal Internacional da Democracia, os participantes já haviam apontado a ocorrência de um processo de impeachment contra Dilma que oculta um golpe parlamentar, misógino, elitista e midiático.

O segundo dia foi marcado pelos votos de cada jurado contra o golpe e a favor da democracia. Nas análises, prevaleceram a identificação de uma roupagem legal para o golpe, com a utilização instrumentos previstos na Constituição para manipular a vontade popular e fazer avançar uma agenda de supressão de direitos, associada à concentração de poder e renda nas mãos das elites.

“Claro que se trata de um artifício jurídico disfarçado de responsabilidade jurídica”, disse o bispo mexicano Raul Veras, candidato ao Prêmio Nobel da Paz em 2012 por seu trabalho a favor dos direitos humanos no México.

“Não se trata de algo isolado, é algo articulado, muito bem pensado e apoiado por um poder que parece ter seus tentáculos nos cinco continentes. O impeachment contra Dilma não está sendo usado como um instrumento jurídico, mas como meio de interromper um projeto político.”

"Me declaro aberta e manifestamente contra essa farsa. Porque o que aqui se passa afeta o mundo inteiro", disse.

Os dez jurados se revezaram na apresentação de votos que denunciaram também o papel dos veículos de comunicação dominantes em apoio ao golpe e para permitir uma narrativa legalista para um ataque à Constituição e à democracia brasileiras.

“A manipulação dos termos faz com que tudo o que é ilegal que se faz nas finanças seja considerado legítimo. Isso faz com que os sujeitos de direitos se transformem em objetos do direito”, afirmou o italiano Giovanni Tognoni, membro do Tribunal Permanente do Povo.

Retrocessos sociais

Professora catedrática em filosofia de direito na Universidade Carlos III em Madrid (Espanha) Maria José Farinas Dulce, que é também estudiosa da sociologia jurídica ibero-americana, apontou a democracia como um processo constituído de avanços e retrocessos.

Para ela, o atual momento é de retrocesso em direitos, especialmente os relacionados ao trabalho, que busca provocar “fraturas sociais e violação dos mecanismos de integração social”.

“Não sejamos inocentes para esquecer que, nos casos do Brasil e de outros países da Europa, é uma contrarrevolução neoliberal e conservadora, que rompe as bases sociais e integradoras”, avalia Maria Dulce. “Estamos em regressão democrática, em regressão constitucional, portanto, estamos em luta.

Azadeh N. Shahshahani, advogada de direitos humanos dos EUA, sustentou seu voto contra o processo de impeachment de Dilma nos episódios anteriores ocorridos no Paraguai (2012) e em Honduras (2009).

“O que está acontecendo aqui é uma conspiração contra a democracia”, afirmou Azedeh Shahshahani, jurista iraniana-norteamericana.

“Aqueles que estão falando contra Dilma Rousseff são acusados de corrupção e devem ser punidos por isso. Se um presidente pode continuar ou não a presidir, não deveria depender de ter a maioria no Congresso. Esse processo está baseado em algo que só pode ser definido como: capitalista, misógino e fascista”.

Advogado e acadêmico mexicano, Jaime Cárdenas Gracia classificou o processo que está no Senado atualmente como uma “fraude à Constituição brasileira e à Convenção Interamericana de Direitos Humanos”.

“A burguesia não suporta o programa em favor do povo da coalização de esquerda”, completou Laurence Cohen, senadora francesa e com atuação em temas ligados aos direitos das mulheres.

Além dos jurados e do qualificado corpo de juristas brasileiros, o julgamento contou também com a presença do advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo; do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), e dos deputados federais Wadih Damous (PT-RJ) e Jandira Faghali (PCdoB-RJ).

“Está na nossa Constituição, não há crime sem lei anterior que o defina”, disse Lindbergh após o anúncio da sentença.

“Ninguém se elegeria com um programa radical desse, de retirada de direitos dos trabalhadores. De uma tacada só, quer acabar com o legado de Lula, Ulysses Guimarães e até de Getúlio Vargas, com a CLT. Esse tribunal joga um excelente papel para os senadores. Não jogamos a toalha, há um clima de constrangimento no Senado”, avaliou o senador, em uma crítica ao projeto do presidente interino, Michel Temer.

O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) considerou histórico o julgamento e disse que se o Senado não arquivar o processo, o STF terá que ser chamado. “Há uma vítima nesse processo de impeachment, e a vítima é a democracia”, afirmou o deputado. “Vamos ter que chamar o STF para este processo. O STF, que já autorizou extradição de Olga Benário, vai ter a oportunidade de limpar sua história.”

Fonte: VERMELHO
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  Greenwald diz que resposta da Folha é inadequada e enganadora

Folha negou que tenha havido erro em divulgação de pesquisa sobre governo Temer

O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, cofundador do portal de notícias The Intercept, se disse "chocado" com a resposta da Folha de S. Paulo divulgada na noite desta quarta-feira (20), em que o jornal tentou explicar questões relacionadas à pesquisa Datafolha divulgada em reportagem no fim de semana, sobre a aceitação de Michel Temer no país. Para Greenwald, o retorno foi "inadequado e enganador", e não abordou "pontos-chave".

"Chocado mesmo! Sobretudo porque @Folha gritou pra o pais que 50% querem que Temer fica até 2018: simplesmente falso", destacou Greenwald no Twitter.

O The Intercept tinha questionado a forma como a reportagem publicou os dados da pesquisa. Depois de publicação do site independente de notícias, o periódico voltou apublicar dados da pesquisa na noite desta quarta, desta vez com as respostas sobre a porcentagem de entrevistados favoráveis a novas eleições em caso de perguntas estimuladas. 


Glenn Greenwald se disse "chocado" com a resposta da 'Folha de S. Paulo'

Na nova reportagem, o jornal mostrou que o resultado foi 62% de brasileiros favoráveis a novas eleições nas respostas estimuladas, ou seja, quando especificamente foi perguntado: “Você é a favor ou contra Michel Temer e Dilma Rousseff renunciarem para convocação de novas eleições para a Presidência da República ainda este ano?”.

A Folha, na reportagem publicada em sua versão online, alega que a diferença entre os resultados do recorte da pesquisa publicado anteriormente no fim de semana e os agora apresentados “causou polêmica na internet”, “depois que o site The Intercept publicou texto acusando a Folha de cometer fraude jornalística com pesquisa manipulada visando alavancar Temer”.

O The Intercept, no artigo assinado pelos jornalistas Glenn Greenwald e Erik Dau e publicado na manhã de quarta (20), em sua versão em português, afirmou que o Instituto Datafolha admitiu imprecisão na análise dos dados, ao divulgar a pesquisa sobre a preferência do brasileiro em relação à permanência de Michel Temer ou a volta de Dilma Rousseff.

Luciana Schong, do Datafolha, disse ao site de notícias que "qualquer análise desses dados que alegue que 50% dos brasileiros querem Temer como presidente seriam imprecisos, sem a informação de que as opções de resposta estavam limitadas a apenas duas."

Luciana afirmou ao Intercept que foi a Folha, e não o instituto de pesquisas, quem estabeleceu as perguntas a serem feitas aos entrevistados e reconheceu "o aspecto enganoso na afirmação de que 3% dos brasileiros querem novas eleições", “já que essa pergunta não foi feita aos entrevistados”, quando a pergunta foi sobre a permanência de Temer ou a volta de Dilma.

Na matéria da Folha online da noite desta quarta, o jornal alega que, na publicação de domingo (17) da pesquisa, há um quadro que detalha duas respostas dadas espontaneamente pelos entrevistados quando a pergunta foi o que eles pensavam sobre a volta de Dilma ou a permanência de Temer: “nenhum dos dois” ou “novas eleições”.

“Não há erro, e tanto a Folha quanto o Datafolha agiram com transparência”, diz a matéria divulgada de noite pela Folha.

Íntegra da pesquisa

A Folha online também publicou a íntegra da pesquisa, feita com 2.792 pessoas em 171 municípios, nos dias 14 e 15 de julho. Sob o título “Avaliação do governo Michel Temer”, a pesquisa concluiu que um em cada três brasileiros (33%) não sabe o nome do atual ocupante do cargo da Presidência da República; 65% responderam corretamente que Michel Temer é o ocupante do cargo e 2% citaram nomes errados.

O Datafolha diz que consultou os brasileiros sobre a possibilidade de uma nova eleição presidencial neste ano, caso Dilma e Temer renunciassem seus cargos, e a resposta foi que a maioria, 62%, declarou ser a favor de uma nova votação. Contra essa possibilidade, foram 30% dos entrevistados, e 8% são indiferentes ou não opinaram.

O índice dos favoráveis a novas eleições é maior entre os jovens de 16 a 24 anos e entre os que têm de 25 a 34 anos. Nas duas faixas, 68% são a favor de novas eleições. Entre os que responderam que consideram o governo Temer ótimo ou bom, 50% querem nova eleição, e 44% são contrários a novo pleito.

Questionados se o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff está seguindo regras democráticas e a Constituição ou se está desrespeitando as regras democráticas e a Constituição, 49% disseram acreditar na primeira hipótese. Já os que responderam que as regras estão sendo desrespeitadas são 37%, e 14% não opinaram.

Na parcela dos mais escolarizados, 58% avaliam que o processo de impeachment segue as regras democráticas e a Constituição, índice que cai para 40% entre os menos escolarizados. Nesta última faixa, os que consideram que o processo não segue as regras são 37%, e os que não deram opinião são 23%.

Avaliação de governo

Ao perguntar o que os entrevistados pensam do governo Temer, 31% disseram considerar o governo ruim ou péssimo; 14% consideram a gestão do peemedebista ótima ou boa. Segundo o Datafolha, em pesquisa feita pouco antes de Dilma ser afastada do cargo, no início de abril, o índice de reprovação de seu governo era de 65%, enquanto os que consideravam sua gestão como ótima ou boa eram 13%.

Para o Datafolha, “essa diferença é explicada pelo índice dos que consideram a gestão de Temer regular (42%), em patamar superior ao obtido pela petista (24%). Uma parcela de 13% não soube opinar sobre a gestão do interino”. De 0 a 10, a nota média atribuída ao desempenho de Temer até o momento é 4,5.

O instituto de pesquisas também fez uma comparação da avaliação do início do governo Temer com o início do governo de Itamar Franco, ao assumir após o impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992. Segundo o Datafolha, em dezembro daquele ano, dois meses após assumir no lugar de Fernando Collor, a gestão de Itamar era considerada ótima ou boa por 34% dos brasileiros, regular por 45% e ruim ou péssima por 11%. Na época, 11% não deram opinião sobre o assunto.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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O horror: rapaz que edita a Folha diz que não é relevante para o critério jornalístico da casa que 62% dos brasileiros desejem novas eleições.

Mesma cepa: os critérios do Datafolha são primos daqueles utilizados por Sergio Moro para selecionar as variáveis que interessam à Lava Jato.

Folha, um jornal a serviço do golpe: Datafolha parece a Comissão do Impeachment, você pode provar qualquer coisa, o resultado não muda.


Fonte: CARTA MAIOR
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Certo estava o Stanislaw, para quem a maior inflação nacional é de estupidez
21 DE JULHO DE 2016

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As pessoas da sala de jantar, só ocupadas em nascer e morrer, não estão escandalizadas com as últimas manchetes jornalísticas.
Não vem ao caso refletir sobre essas notícias:
– DATAFOLHA ADMITE ERRO PRÓ-TEMER EM SUA PESQUISA;
– Otávio Azevedo e as conversas sigilosas na Oi. Relatório aponta que ex-Andrade Gutierrez quebrou sigilo de clientes;
– Corte de gastos fica pra depois. Governo adia decisão de contingenciamento de R$ 20 bilhões no Orçamento;
– Interino, Temer já é presidente com mais Medidas Provisórias desde Collor;
– Afastado, Cunha voa 13 vezes pela FAB a um custo estimado de R$ 569 mil.
E daí?
Dia 31 tem uma parcela da direita que vai fazer uma manifestação pró-golpe.
Fora Dilma! Não aceitamos corruptos!
Por que? Porque sim! Porque querem tomar na marra o poder que não conseguiram num processo democrático.
São manifestantes que repetem como um mantra a frase clássica do finado Foi Tarde Jarbas Passarinho: “Às favas neste momento com os escrúpulos de consciência.”
Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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