terça-feira, 12 de julho de 2016

O golpe e a entrega do petróleo

Pré-sal será mais da metade do petróleo do Brasil

É o que o Cerra prometeu à Chevron



publicado 12/07/2016

No Tijolaço:

Os dados da Petrobras divulgados hoje e relativos ao mês de junho, comparados aos divulgados semana passada pela Agência Nacional do Petróleo, referentes a maio, permitem estimar que a produção do pré-sal deve ter saltado de 37% para 40% do óleo produzido no país.

O pré-sal passou, segundo informa a Petrobras, de 1,146 milhão de barris de óleo-equivalente (petróleo + gás natural) para 1,24 milhão, crescimento de 8% em um mês.

Isso representa quase 42% do petróleo e gás produzidos pela Petrobras no Brasil (descontada a produção dos poços no exterior) que respondem, por sua vez, por 94% da produção nacional.

No segundo semestre, novos poços entrarão em produção na área central do campo de Lula, com a ligação ao navio-plataforma Cidade de Saquarema, que começa a operar ainda este mês, com a sucessiva inteligação de poços sendo feita ao longo dos próximos meses, até atingir sua capacidade de 150 mil barris diários e a do Cidade de Caraguatatuba, que liga em agosto o seu primeiro poço na área de Lapa – que entra em exploração comercial, com um sistema com capacidade para até 100 mil barris diários.

Isso significa que, no último trimestre de 2016, o pré-sal ultrapassará a marca de metade do óleo produzido no país.

E a um custo ínfimo de produção, que já ficou abaixo, no primeiro trimestre de 2016, de 8 dólares por barril.

É o que vão surrupiar ao Brasil


Fonte: CONVERSA AFIADA

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Brasil caminha a todo o vapor para o passado

11 de julho de 2016 às 17h0

A todo vapor em direção ao passado…

por Ignacio Godinho Delgado*, especial para o Viomundo
Ignacio Godinho Delgado é Professor Titular da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), nas áreas de História e Ciência Política, e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia-Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED). Doutorou-se em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1999, e foi Visiting Senior Fellow na London School of Economics and Political Science (LSE), entre 2011 e 2012.

Duas notícias que vieram à luz na semana passada indicam bem para onde caminhamos nestes tempos temerários.

Uma delas foi o pronunciamento do presidente da CNI defendendo a total desregulamentação da jornada de trabalho no Brasil. Outra, a informação de que segue veloz a mudança no marco regulatório do Pré-Sal na Câmara dos Deputados.

Nos dois casos, uma firme mirada no retrovisor. O retorno à condição colonial, natural para um interinato que se comporta como um verdadeiro governo de ocupação nacional.

Avessas à inovação, parcelas consideráveis do empresariado brasileiro ainda sonham com a utopia reacionária de fazer do rebaixamento do custo do trabalho um diferencial competitivo para as empresas nacionais.

Escapa-lhes que o tempo do trabalho barato nas trajetórias de desenvolvimento dos países ocorre durante os períodos de transição rural-urbana, quando enormes contingentes de pessoas deixam o campo em direção à cidade, estimulando o investimento e a demanda, dados os níveis salariais reduzidos e o ingresso de um número elevado de novos consumidores na economia monetária, ainda que pobres.

Por seu turno, o impulso que a urbanização provoca nas obras de infraestrutura, mesmo que precárias, acentua ainda mais o ritmo do crescimento econômico. Encerrada esta etapa, naquilo que tem sido chamado de “armadilha da renda média”, as taxas de crescimento declinam e o dinamismo econômico deverá ser buscado na inovação, estimulada pelo crescimento dos salários.

A CNI quer voltar ao passado. Espera manter o país em condição de eterna subalternidade, elevando a produtividade e a competitividade das empresas com o rebaixamento do custo do trabalho, através da erosão de direitos. Como no Brasil já se concluiu a transição rural-urbana (ao contrário da China e da Índia, por exemplo), tal regressão é inimaginável sem certo componente autoritário na ordem política. Sinais fortes de barbárie no horizonte temerário….

A mudança no marco regulatório do Pré-Sal representa a mais odiosa abdicação do uso de recursos naturais do país em favor de uma perspectiva estratégica de desenvolvimento.

A política do Pré-Sal de Lula combina quatro elementos chave: a Petrobrás na condição de operadora única, a política de conteúdo nacional nas compras da empresa, o sistema de partilha e uma política de investimentos dirigida também ao desenvolvimento de novas fontes de energia. Com ela, o país pode encaminhar o encerramento da “era do petróleo” abrindo uma “janela de oportunidade” para se colocar em etapas mais elevadas do desenvolvimento tecnológico, especialmente na área energética.

Na condição de operadora única do Pré-Sal a Petrobrás tem domínio sobre o ritmo dos investimentos, evitando inversões excessivas em momentos de deterioração dos preços do petróleo, ao mesmo tempo em que o sistema de partilha assegura rendimentos mais elevados para o Estado brasileiro em cada investimento realizado.

Por fim, a política de conteúdo nacional estimula o desenvolvimento de empresas nacionais na cadeia do petróleo e gás, bem como a diversificação dos investimentos da Petrobrás tem permitido o desenvolvimento de inversões e pesquisas em atividades como a bioenergia e a energia eólica. Isso para não falar nos recursos que são garantidos para a educação e a saúde.

O que acontecerá com mudança no marco regulatório do Pré-Sal?

Com o sistema de concessão dissolve-se a articulação entre os investimentos no Pré-Sal e o desenvolvimento das empresas nacionais na cadeia de petróleo e gás, acentua-se a competição predatória entre as concessionárias, gerando uma euforia fugaz, especialmente para os estados produtores, com o comprometimento do sentido estratégico da exploração do petróleo.

Ao se encerrar a exploração do Pré-Sal, seu legado será reduzido e a transição a um novo patamar de desenvolvimento far-se-á sem a consolidação de empresas brasileiras, comprometendo o alcance de posições centrais do país nas novas tecnologias associadas à renovação da matriz energética em que vai se assentar a economia capitalista.

Ganhos fugazes e passos firmes na recolonização do Brasil. É assim que se escreverá a história da tragédia nacional nestes tempos temerários.

Fonte: VIOMUNDO
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Brasil será país fora da Opep com maior aumento da produção em 2017

País também responderá por maior parte da demanda por petróleo na América Latina

O Brasil deve ser o país com maior aumento da produção de petróleo fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em 2017, diz relatório mensal da organização divulgado na manhã desta terça-feira (12). A Opep aponta para o planejamento da Petrobras de adicionar sete novas plataformas na base de Santos, incluindo três no campo Lula, duas em Búzios, uma no de Lapa e outra no "gigante" campo de Libra. Isto deve assegurar uma alta de 260 mil barris de petróleo por dia (bpd), o que deve garantir para o Brasil uma média de 3,37 milhões de barris por dia ao final de 2017.

Logo atrás do Brasil, na ordem de contribuição para a alta da oferta, a Opep aponta para o Canadá, com mais 150 mil barris por dia; pequenos produtores africanos, com 60 mil barris por dia; Congo, com acréscimo de 30 mil barris por dia; e Malasia, com 30 mil bpd.

Opep aponta que novas plataformas da Petrobras devem garantir 3,37 mi de barris por dia ao Brasil

A média de produção nos países fora da Opep, contudo, deve ficar no negativo. De acordo com o relatório, a oferta pode cair 110 mil barris diários no próximo ano, para média de 55,92 milhões de por dia. Enquanto Brasil, Canadá, pequenos produtores africanos, Congo e Malásia estão entre os maiores motores de crescimento, México, Estados Unidos, Noruega, Colômbia, China, Cazaquistão e Rússia são as principais razões para a queda.

Brasil será destaque em demanda por petróleo na América Latina

Em relação à demanda, o Brasil também é destaque no relatório. A Opep projeta que a demanda na América Latina deve melhorar ligeiramente em 2017, comparado com os níveis de 2016, com uma alta de 70 mil barris por dia, a partir de melhores projeções econômicas e margens mais baixas de comparação. O Brasil deve responder por mais de 50% deste crescimento, projeta a Opep.

Em termos de produto, o óleo diesel e a gasolina devem ter os maiores potenciais de crescimento para atender ao setor industrial e de transporte na América Latina.

Petrobras anuncia que 10º grande sistema de produção no pré-sal entra em operação

A Petrobras iniciou na sexta-feira (8/7) a produção de petróleo e gás do projeto Lula Central, décimo grande sistema definitivo de produção operando no pré-sal. A estabilização da produção em torno de 30 mil barris por dia (bpd) foi realizada ontem (11/7).

Localizado no pré-sal da Bacia de Santos, no Campo de Lula, costa do Rio de Janeiro, o sistema está interligado ao FPSO Cidade de Saquarema através do poço produtor 8-LL-81D-RJS. A unidade tem capacidade para produzir diariamente 150 mil barris de petróleo e comprimir até 6 milhões m³/dia de gás, estando ancorada em área com lâmina d'água de 2.120 metros de profundidade. O escopo completo do projeto Lula Central inclui 18 poços, sendo nove produtores, quatro injetores WAG (água ou gás) e cinco injetores de água.

Este sistema é o segundo a iniciar operação apenas este ano no pré-sal da Bacia de Santos, em um momento em que a produção de petróleo nessa camada geológica nas Bacias de Santos e Campos já responde por cerca de 40% do total que operamos no Brasil e superou, no dia 8 de maio, o patamar diário de 1 milhão de barris de petróleo por dia (bpd).

A entrada de novos sistemas e a manutenção do desempenho dos sistemas que já operam a plena capacidade, aliados ao crescimento da produção dos sistemas mais recentes vêm contribuindo para os excelentes resultados alcançados no pré-sal.

Alta produtividade do pré-sal

Esse desempenho é fruto, dentre outros fatores, da produtividade dos poços interligados no pré-sal da Bacia de Santos. O volume expressivo produzido por poço nessa região, em torno de 25 mil bpd, está muito acima da média da indústria. Dos dez poços com maior produção no Brasil, nove estão localizados nessa área. O mais produtivo está localizado no campo de Lula, com uma vazão média diária de 36 mil barris de petróleo. Essa alta produtividade resulta em uma redução contínua do custo de extração, que atingiu um valor inferior a US$ 8 por barril no primeiro trimestre deste ano. Um resultado bastante significativo, se comparado com a média da indústria.

Além disso, a alta produtividade dos reservatórios tem exigido menor número de poços por sistema de produção que, aliada à melhoria da eficácia na construção dos poços, tem permitido uma forte redução nos investimentos dos projetos em implantação, aumentando a rentabilidade deles. O tempo médio para construção de um poço marítimo no pré-sal da Bacia de Santos, por exemplo, caiu 71% entre 2010 e 2016, passando de 310 dias em 2010 para 89 dias nos cinco primeiros meses de 2016.

Todos esses índices têm ajudado a consolidar a Bacia de Santos como um importante polo produtor da companhia, já respondendo por mais de 70% da produção da camada pré-sal. Somente no campo de Lula, o primeiro a produzir no polo pré-sal daquela bacia, cinco grandes sistemas estão em operação, apenas dez anos após sua descoberta. São eles: Piloto de Lula (FPSO Cidade de Angra dos Reis), Piloto de Lula Nordeste (FPSO Cidade de Paraty), Lula/Área de Iracema Sul (FPSO Cidade de Mangaratiba), Lula/Área de Iracema Norte (FPSO Cidade de Itaguaí) e Lula Alto (FPSO Cidade de Maricá).

Produzem ainda no pré-sal da Bacia de Santos os sistemas Piloto de Sapinhoá (FPSO Cidade de São Paulo) e Sapinhoá Norte (FPSO Cidade de Ilhabela). No pré-sal da Bacia de Campos, também estão em operação o FPSO Cidade de Anchieta e a P-58, ambos no Parque das Baleias. Está previsto, ainda para o terceiro trimestre deste ano, o início da produção do 11º sistema de produção de grande porte do pré-sal no campo de Lapa, na Bacia de Santos, com a ligação do FPSO Cidade de Caraguatatuba.

A área de Lula Central está localizada na concessão BM-S-11, da qual somos operadores (65%), em parceria com a BG E&P Brasil – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc (25%) – e com a Petrogal Brasil (10%).

Os campos de Sapinhoá e Lapa são integrantes da concessão BM-S-9, da qual também somos operadores (45%), em parceria com a BG E&P Brasil – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc (30%) - e com a Repsol Sinopec Brasil (25%).

Cidade de Saquarema

O FPSO Cidade de Saquarema, interligado ao sistema de produção de Lula Central, deixou o estaleiro Brasa, em Niterói, no dia 22 de maio, rumo à locação atual, a aproximadamente 300 km da costa do Rio de Janeiro. A embarcação foi convertida a partir de um navio petroleiro do tipo VLCC (Very Large Crude Carrier) no estaleiro CXG, na China, e teve nove módulos fabricados no Brasil, três na EBSE e seis no Brasa, onde também foram concluídas as operações de içamento e integração destes módulos à planta de processamento.

Dados do FPSO Cidade de Saquarema:

· Processamento de petróleo: 150 mil barris/dia;

· Tratamento e compressão de gás: 6 milhões m³/dia;

· Tratamento de água de injeção: 200 mil barris/dia;

· Capacidade de armazenamento: 1,6 milhão de barris de óleo;

· Profundidade de água: 2.120 metros;

· Comprimento total: 346,5 metros;

· Boca (largura): 58 metros;

· Pontal (altura): 32,6 metros


Fonte: JORNAL DO BRASIL
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