quinta-feira, 16 de junho de 2016

Um novo gaúcho

Os jornalistas esportivos se comportaram como abutres com Dunga. Por Paulo Nogueira

Postado em 15 Jun 2016
Chutado quando já estava no chão
Chutado quando já estava no chão
O que mais chama a atenção no caso Dunga é a desumanidade com que a crônica esportiva tratou Dunga.
Não bastava a demissão, já em si um trauma. Os comentaristas esportivos agiram como abutres.
Neymar teve toda a razão em chamá-los, genericamente, de babacas.
Nos programas esportivos, Dunga foi simplesmente linchado. Não havia críticas a ele. Havia raiva, ódio.
Julgamentos sumários foram feitos, e Dunga foi implacavelmente condenado. Num programa de debates, disseram que Dunga não tinha sequer condições de dirigir um time brasileiro da série A.
Com ares de Guardiola, o comentarista dizia que Dunga deveria fazer um curso de técnico no exterior.
A impressão que se tinha é que bastava entregar o comando da seleção a qualquer um dos comentaristas.
E no entanto qual é a culpa de Dunga? Os jogadores que temos são estes. Que milagre se pode fazer?
Os jornalistas esportivos parecem viver numa realidade paralela. Eles esperam da seleção nacional o mesmo desempenho que ela teve nos anos de ouro do nosso futebol, de 1958 a 1970.
Mas onde está Pelé, e Rivellino, e Gerson, e Garrincha, e Didi, e tantos outros?
Falava disso hoje a um amigo meu santista. “Você não pode ver o Santos hoje e pensar no Santos do Pelé. Você tem que ajustar as expectativas.”
Falta isso à crônica esportiva: ajustar as expectativas à realidade.
Dunga foi tratado como se comandasse os jogadores do passado. Ninguém pode dar a técnico nenhum isso.
Tite provavelmente será vítima também das expectativas irrealistas. Que ele poderá fazer que Dunga não tenha feito? Pouco tempo atrás, o Corinthians foi eliminado da Libertadores ainda em seu início no seu próprio estádio. Antes, fora batido também no Paulista por um time que sequer nome decente tem.
O que acontecerá com Tite quando este tipo de situação ocorrer na seleção? Será triturado como Dunga, e antes dele Felipão e Mano Menezes. A crônica não respeitou sequer o título mundial de Felipão, ela que bajula servilmente técnicos que jamais chegaram perto disso, como Guardiola e Mourinho.
Dunga estava no chão, demitido, e os cronistas se lançaram contra ele com ferocidade.
Nenhum ponderou o óbvio: os jogadores são aqueles. Nenhum deles, nem Neymar, seria titular em 1958, 1968 e 1970, quando fomos campeões mundiais com equipes excepcionais.
Não falta apenas um pé na realidade para a crônica esportiva. Falta também, como mostrou o caso Dunga, humanidade. Falta também caráter.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Primeiramente, Fora Temer !
Assim é a imprensa esportiva.

Bate no demitido Dunga e nada fala sobre a CBF, a casa das mil e uma trapaças.

As trapaças continuam e o futebol brasileiro continua em curva descendente.

Tite, em breve, terá seu momento Dunga e sobrará até para o chimarrão que o novo treinador tanto aprecia e faz questão de demonstrar em público. Até mesmo o estilo em se vestir será mencionado como causa de um possível fracasso do treinador unanimidade de nossa patética imprensa esportiva.

São comuns imagens de brigas entre torcidas de times de futebol quando mostram dezenas de torcedores de um time batendo com pauladas em um torcedor "inimigo", no chão. A imprensa esportiva fez o mesmo com Dunga.

Aliás, imprensa esportiva e torcidas organizadas tem mais semelhanças do que diferenças.

Uma imprensa de abutres, covarde e anacrônica, que garante, diariamente, que as pessoas seguras são mais felizes com os sapatos do Barney, ainda mais bebendo a cerveja sem comparação em uma casa show.

Brasiiiiiiil !

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