sexta-feira, 3 de junho de 2016

Golpistas querem a volta da turbidez

O jornalismo “esconde-povo"

POR FERNANDO BRITO · 03/06/2016

Manifestações anti-Dilma, todos viram, tendo muita gente ou não, vão para a TV naquela base simpática do “famílias inteiras vieram protestar”, etc.

Manifestações anti-Temer viram notícia, quando viram, só quando há algum conflito, sempre descrito na base do “manifestantes entraram em confronto com a polícia”, como se estes é que fossem lá pedir aos bravos rapazes de capacete e cassetete: “me bate, moço, me bate”…

Hoje fiquei espantado com o trecho do artigo da Eliane Cantanhêde no Estadão, dizendo que Temer enfrentava “protestos esparsos,mas bem divulgados” que fui atrás de um meio, na falta de uma ampla estrutura “global” a filmar ou fotografar o ato de ontem, no Rio de Janeiro, com a presença de Dilma Rousseff.

Consegui, afinal, um vídeo, amador (que pode ser assistido aqui) e me dei ao trabalho de montar a imagem do conjunto da manifestação, a partir de uma tomada panorâmica.

O resultado é o que você vê lá em cima (aqui a imagem com maior tamanho e melhor resolução).

Esparso, Cantanhêde?

Bem divulgado, Cantanhêde?

Um jornalista pode ter preferências e simpatias, mas não pode esconder fatos.

Em todo o país estão acontecendo – e aumentando – os atos contra Temer.

Dia 6, no Rio, a confirmar-se a presença de Lula, haverá outra multidão na Lapa, na Fundação Progresso.

Dia 10, em todo o Brasil.

Isso não é uma versão, é um fato.

E o jornalismo, quando esconde fatos, mais ainda quando o fato é povo, não passa de um crime de manipulação política.


Fonte: TIJOLAÇO
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Ex-editor do Jornal Nacional ataca Merval Pereira e diz que ele faz “trabalho sujo”de O Globo ao publicar denúncia sem base factual
03 de junho de 2016 às 12h00


A manchete de O Globo é baseada em nove linhas do ficcionista Merval Pereira; Temer demonstra “transparência” na capa da Folha: o governo interino tem medo de perder votos no Senado

TRABALHO SUJO

Merval Pereira é um poço sem fundo
por Mario Marona, no Facebook

O Globo precisava de alguém que se dispusesse a escrever a notícia que sustentaria a manchete de hoje, segundo a qual o “esquema da Petrobras pagou despesas pessoais de Dilma”, mas como não tinha esta informação para publicar em seu noticiário factual, teve de fazer uso de Merval Pereira.


Ele publica, então, em nove linhas, de um único parágrafo, no meio da coluna, que haveria “indicações” de que “trocas de e-mails não rastreáveis” entre envolvidos na compra da refinaria de Pasadena revelariam que o Conselho de administração da Petrobras, que era presidido por Dilma Rousseff na época, teria arcado com algumas despesas pessoais dela [PS do Viomundo: acréscimo do trecho da coluna de Merval feito por nós].
já existem documentos em posse da Procuradoria-Geral da República que revelam que a presidente afastada, Dilma Rousseff, tinha conhecimento do teor das negociações envolvendo interesses políticos na compra da refinaria de Pasadena, antes da reunião do Conselho de Administração da Petrobras que aprovou o negócio.

Os envolvidos na venda de Pasadena trocavam mensagens em uma rede de e-mails do Gmail que não era rastreável, pois as mensagens ficavam sempre numa nuvem de dados, sem serem enviadas. Numa dessas mensagens, na véspera da reunião decisiva, há a informação de que “a ministra” já estava ciente dos arranjos dos advogados.

Em outras mensagens, há informações sobre pagamentos de itens pessoais da presidente pelo esquema montado na Petrobras, como o cabeleireiro Celso Kamura, que viajava para Brasília às custas do grupo. Cada ida de Kamura custava R$ 5 mil. Há também indicações de que um teleprompter especial foi comprado para Dilma sem ser através de meios oficiais, para escapar da burocracia da aquisição.
Repito: um parágrafo, nove linhas, no meio da coluna, sem fonte – e para o Globo isto é suficiente para uma manchete de duas linhas e corpo 70 no alto da primeira página.
Captura de Tela 2016-06-03 às 11.51.33
O GLOBO MORDE E ASSOPRA, MAS A MAIORIA DOS LEITORES SÓ VÊ A MORDIDA
Primeiro O Globo diz o que está no subtítulo:
“Depoimento indica que presidente afastada sabia de propinas”.
Depois, no texto, recua, informando que, na verdade, o que o delator Cerveró disse no interrogatório é que se permitiu deduzir que Dilma “deveria saber que políticos do PT recebiam propina da Petrobras.”
E acrescenta O Globo, derrubando de vez sua edição manipulada:
“No entanto, Cerveró pondera que não teve conhecimento de nenhum pedido de propina feito por Dilma. ‘Que o declarante supõe que Dilma Rousseff sabia que políticos do Partido dos Trabalhadores recebiam propina oriunda da Petrobras; que, no entanto, o declarante nunca tratou diretamente com Dilma Rousseff sobre o repasse de propina, seja para ela, seja para políticos, seja para o Partido dos Trabalhadores. Que o declarante não tem conhecimento de que Dilma Rousseff tenha solicitado, na Petrobras, recursos para ela, para políticos ou para o Partido dos Trabalhadores’, diz a delação.”
Na abertura da matéria, que sustenta o título, O Globo trata como novidade algo que Cerveró já disse há dois anos: que Dilma teria conhecimento de todos os dados do contrato de compra da refinaria de Pasadena, o que ela e os demais membros do conselho de administração sempre negaram, denunciando que os executivos da Petrobras esconderam do Conselho cláusulas desfavoráveis à estatal.
FILHO DE FHC NO PETROLÃO
O mesmo Cerveró que admite que apenas deduziu que Dilma deveria saber das propinas na Petrobras, mas ressalva que nunca ouviu falar ou soube de algo a respeito envolvendo a presidenta, é bastante especifico e taxativo quando diz que ele próprio participou de uma trama para beneficiar a empresa do filho de FHC.
História que faz lembrar que Cerveró, tido como protetor do PT na estatal, chegou lá e começou a operar na era tucana. O ‘petrolão’, portanto, não começou em 2003, como disse Pedro Parente, ao tomar posse da Petrobras, mas no governo do qual ele participou antes de sua experiência golpista atual.
Fonte: VIOMUNDO
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Golpe extinguiu Ministério da Mulher e nomeou uma secretária, anti-aborto, deputada Fatima Pelaes, acusada de desviar R$ 4 milhões em emendas
Fonte: CARTA MAIOR
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Nova secretária de Temer fez parte de articulação criminosa, diz PGR
03/06/201608h49
  • Nova gestora da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes participa de reunião com Temer
    Nova gestora da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes 
    participa de reunião com Temer
    Evaristo Sá/AFP Photo
    A ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), que está prestes a assumir a Secretaria 
  • de Políticas para as Mulheres do governo Temer, é apontada pelo Ministério 
  • Público Federal como integrante de uma "articulação criminosa" para desvio 
  • de R$ 4 milhões de suas emendas parlamentares. 
  • As informações são da Folha de S.Paulo.
Segundo a reportagem, mais detalhes da suspeita de envolvimento em um esquema desmantelado pela Operação Voucher, em 2011, estão presentes em um relatório da Procuradoria-Geral da República.
Naquele ano, o nome da futura secretária foi mencionado no escândalo ligado a uma ONG fantasma, que havia firmado convênio com o Ministério do Turismo em 2009.
Nos autos, consta o pedido de abertura de investigação do então procurador-geral Roberto Gurgel. "Toda essa articulação criminosa contou com a participação da deputada federal Fátima Pelaes, que constantemente se reunia com servidores do Ministério do Turismo para agilizar a liberação das verbas do convênio", diz o documento.
De acordo com o documento, Pelaes indicou uma ONG fantasma denominada Ibrasi para receber R$ 4 milhões de suas emendas para "promover o turismo no Amapá". "A parlamentar [Pelaes] teria ainda escolhido as pessoas que ministrariam os cursos oferecidos no âmbito do convênio, que aparentemente sequer foram realizados", indica a Procuradoria.
Aberto em 2013 pelo Supremo Tribunal Federal, o inquérito foi devolvido à Justiça Federal do Amapá após Pelaes deixar de ser deputada. No entanto, as investigações estão em andamento, e sigilos telefônico e bancário dela foram quebrados.
Outro lado
Ao ser questionada pela reportagem da Folha, Pelaes, por meio de assessoria, respondeu: "Eu confio no trabalho da polícia e da Justiça e estou tranquila de que tudo será esclarecido".
Fátima Pelaes será nomeada oficialmente na Secretaria das Mulheres nos próximos dias, mas ela já participou de reuniões do governo Temer.
Fonte: BOL
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Ministro cobra identidade ideológica com Temer de funcionários públicos encarregados de vigiar governo Temer

03 de junho de 2016 às 05h19
Da Redação
Acima, Jorge Hage, que dirigiu a Controladoria Geral da União (CGU) durante os governos Lula e Dilma.
Abaixo, no pé do post, o novo ministro da Transparência, Torquato Jardim, que adotou o “ame-o ou deixe-o” durante seu encontro inicial com funcionários da extinta CGU.
Ele cobrou “identidade ideológica” dos funcionários públicos com o governo Temer.
Um funcionário identificado política, filosófica e ideologicamente com o governo Temer — são as palavras de Torquato — correria o risco de denunciar algum malfeito praticado pelo governo Temer?
A CGU está estruturada em quatro unidades finalísticas, que atuam de forma articulada, em ações organizadas entre si: Secretaria de Transparência e Prevenção da Corrupção (STPC), Secretaria Federal de Controle Interno (SFC), Corregedoria-Geral da União (CRG) e Ouvidoria-Geral da União (OGU).
A Secretaria de Transparência e Prevenção da Corrupção (STPC) atua na formulação, coordenação e fomento a programas, ações e normas voltados à prevenção da corrupção na administração pública e na sua relação com o setor privado.
Entre suas principais atribuições, destacam-se a promoção da transparência, do acesso à informação, do controle social, da conduta ética e da integridade nas instituições públicas e privadas.
Promove também a cooperação com órgãos, entidades e organismos nacionais e internacionais que atuam no campo da prevenção da corrupção, além de fomentar a realização de estudos e pesquisas visando à produção e à disseminação do conhecimento em suas áreas de atuação.
A Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) exerce as atividades de órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo Federal.
Nesta condição, fiscaliza e avalia a execução de programas de governo, inclusive ações descentralizadas a entes públicos e privados realizadas com recursos oriundos dos orçamentos da União; realiza auditorias e avalia os resultados da gestão dos administradores públicos federais; apura denúncias e representações; exerce o controle das operações de crédito; e, também, executa atividades de apoio ao controle externo.
A Corregedoria-Geral da União (CRG) atua no combate à impunidade na Administração Pública Federal, promovendo, coordenando e acompanhando a execução de ações disciplinares que visem à apuração de responsabilidade administrativa de servidores públicos.
Atua também capacitando servidores para composição de comissões disciplinares; realizando seminários com o objetivo de discutir e disseminar as melhores práticas relativas do exercício do Direito Disciplinar; e fortalecendo as unidades componentes do Sistema de Correição do Poder Executivo Federal (SisCOR), exercendo as atividades de órgão central deste sistema.
A Ouvidoria-Geral da União (OGU) exerce a supervisão técnica das unidades de ouvidoria do Poder Executivo Federal.
Com esse propósito orienta a atuação das unidades de ouvidoria dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal; examina manifestações referentes à prestação de serviços públicos; propõe a adoção de medidas para a correção e a prevenção de falhas e omissões dos responsáveis pela inadequada prestação do serviço público; e contribui com a disseminação das formas de participação popular no acompanhamento e fiscalização da prestação dos serviços públicos.
As competências da CGU foram definidas pela Lei n° 10.683, de 28 de maio de 2003 e pelo Decreto nº 8.109, de 17 de setembro de 2013.
Fonte:  VIOMUNDO
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Esses primeiros dias do governo ilegítimo do interino Michael Temer revelam semelhanças com os governos militares do período da ditadura.

Quem for contra, prendo e arrebento, disse certa ocasião o presidente ditador general Figueiredo.

No consórcio do golpe - Congresso, judiciário e meios de comunicação - a regra é a mesma. Quem for contrário ao golpe deve ser perseguido e, o que for favorável ao golpe deve ser noticiado enquanto tudo que for contrário aos interesses do golpe deve ser escondido, omitido. Também vale, e como vale, fabricar denúncias sempre que os interesses do golpe forem ameaçados.

Nas semelhanças com diferenças, cabe ressaltar que a declaração do general ditador, citada a poucos segundos, se referia ao processo de democratização do país, de abertura democrática, da passagem de um período de exceção para uma democracia.

Na visão do general, todos aqueles contrários a volta da democracia no país seriam encarcerados e estraçalhados.

Naturalmente, não se podia esperar sutilezas democráticas de um presidente da ditadura, mesmo que empenhado em democratizar o país. Em democracias plenas e maduras também deve existir espaço para grupos que sejam contrários ao regime democrático.

Prendendo e arrebentando, aos trancos, avanços, retrocessos, barrancos, barracos e arranjos políticos, o país trilhou, as duras penas, o caminho da democracia.

Tenho nojo da ditadura, disse o deputado Ulísses Guimarães na solenidade no Congresso Nacional que promulgava a Constituição Cidadã de 1988.

E eis que passados um pouco mais ou um pouco menos de três décadas daqueles anos, o país, que reencontrou o caminho democrático, volta, de maneira indecente e imoral a flertar com a ditadura.

O ministro de uma pasta que tem por objetivo garantir a transparência das ações do governo, diz, em generosos decibéis, que os quadros do ministério devem se alinhar de forma política e ideológica com o governo interino, de maneira que malfeitos praticados pelo governo não sejam denunciados.

Quando a transparência é seletiva e deliberadamente se transforma em opacidade, a democracia fica turva, abrindo os caminhos para a exceção. Este tem sido um retrato translúcido desses poucos dias do governo do golpe.

Proliferam declarações de membros do governo do golpe e de jornalistas amestrados referindo-se aos grupos que diariamente protestam nas ruas de cidades do país contra o retrocesso democrático em curso

Sendo contrários ao governo são contra o país, dizem os defensores do golpe ao melhor estilo ame-o ou deixe-o, daqueles tempos em que se prendia e arrebentava.

Se todas essas evidências bem compreendidas pela população - mesmo escondidas pela mídia do consórcio golpista - não fossem suficientes para enxergar o regime de exceção que se forja no país, adicione-se o número estratosférico e deplorável de membros do primeiro escalão do governo envolvidos em investigações sobre crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e outros não menos deploráveis.

O período da ditadura militar também se caracterizou pela turbidez máxima, onde a imprensa foi duramente censurada e a população impedida do acesso as informações sobre a realidade do país. Atualmente a imprensa é livre das garras da ditadura, no entanto, impõe à população uma censura escandalosa sobre os acontecimentos populares que questionam o golpe de estado em curso.

Ao que se desenha em um meio opaco em que o país está imerso, é uma defesa intransigente, radical, da ordem democrática.


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