terça-feira, 10 de maio de 2016

O golpe inaugura a era das trevas no Brasil

Letícia Sabatella e Kenarik Boujikian entregam carta ao Papa denunciando o golpe

10 de maio de 2016 às 14h44

kenarik e Sabatella
 No encontro, foi entregue uma carta do advogado Marcelo Lavenère (na íntegra, ao final deste post)
Papa recebe Letícia Sabatella para falar de golpe no Brasil
Juíza Kenarik Boujikian também participou do encontro em Roma. Pontífice disse que se preocupa com o Brasil.
São Paulo, 10 de Maio de 2016 às 11:05
O Papa Francisco se reuniu nesta segunda-feira (9) com a atriz Letícia Sabatella e a juíza Kenarik Boujikian, do Tribunal de Justiça paulista, para tratar da crise política brasileira. Letícia e Kenarik têm se posicionado contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, classificado como golpe.
“Ele nos ouviu atentamente, nos disse que irá orar pelo povo brasileiro, que se preocupa com o Brasil. E perguntando a ele sobre a postura de diálogo necessário sobre o nosso ponto de vista, ele reiterou que o diálogo é uma necessidade para a construção de um mundo melhor para todos”, afirmou a magistrada em entrevista à Rádio França Internacional (RFI). Segundo a Kenarik – que é co-fundadora da Associação de Juízes para a Democracia – , a intenção do encontro privado foi levar ao papa a perspectiva dos movimentos populares sobre o atual cenário político.
Também em entrevista à RFI, Leticia Sabatella destacou: “Esse clima de intolerância é como uma doença, acho que é pertinente pedirmos o auxílio e levar ao papa o que está acontecendo. Existe uma sombra, um ódio, uma busca pelo bode expiatório que não vai resolver a situação sistemática do país”.
No encontro, foi entregue uma carta do advogado Marcelo Lavenère, membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e autor do pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello em 1992.
No documento, Lavenère denuncia que o Brasil “se encontra na iminência de sofrer um ‘golpe de estado'” e que o processo de impeachment contra Dilma é “desprovido de fundamento legal”. Ele relata a articulação política de parlamentares e partidos polítocos de oposição, envolvidos em corrupção, para deslegitimar o voto de 54 milhões de brasileiros.
O advogado destaca ainda que o golpe no Brasil terá impacto nos países da América Latina. “Esta conjuntura tem réplicas em outros países sul-americanos em que governos com a mesma orientação contrária à visão neoliberal e em favor de políticas de inclusão foram ou estão na iminência de serem desestabilizados”. Segundo o texto da carta, ela foi redigida a pedido de João Pedro Stedile, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Confira aqui a íntegra do documento entregue ao pontífice.
*Com informações da RFI
Fonte: VIOMUNDO
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Na exceção somos empurrados para a resistência. Está na declaração da ONU de 1948.

A declaração da ONU valida formas de resistência contra estados de exceção, como o que a partir de amanhã se instala no Brasil. Até mesmo a guerrilha armada é considerada válida.

Todas as justificativas, conceitos e decisões tomadas pelas instituições neste processo de golpe de estado, em nenhum momento favoreceram o governo, mesmo que governo tivesse apresentado provas, argumentos e jurisprudência sobre os fatos questionados.

As decisões tem peso, claramente, e o lado favorável ao golpe tem sido sempre favorecido.

Estamos assistindo a um rolo compressor, direcionado para esmagar a presidenta e afastá-la do cargo. É um processo de cartas marcadas, que ignora a Democracia, a Justiça, a vontade popular.

O Estado Policial, da força, começa a ser implantado no Brasil.

Naturalmente, setores da sociedade - que não se sabe ainda em que proporção - irão resistir, de todas as formas e meios disponíveis.

Uma nova, sombria e preocupante realidade social se inicia no país a partir do momento do afastamento da presidenta.

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