sábado, 16 de abril de 2016

Imprensa Estrangeira Perplexa com O Golpe no Brasil

Washington Post':
Oposição busca ‘drama político’ em votação do impeachment
O jornal americano The Washington Post afirma, na edição deste sábado (16), que a oposição quer atribuir à votação de amanhã (17) na Câmara dos Deputados, que define sobre a continuidade do processo de impeachment, um clima de “drama político”.

“Os opositores (da presidente) parecem ter definido o rito do evento para obter o máximo de drama político. Os deputados vão anunciar seus votos um por um ao vivo na televisão, e terão dez segundos cada para fazer (ou gritar) um breve discurso”, diz a publicação.

Segundo o jornal, a votação na Câmara dos Deputados está marcada para começar às 14h, horário de Brasília. Cada um dos 513 deputados terá direito ao voto e são necessários 342 votos para que a análise siga para o Senado.

Intitulado "Como funciona o processo de impeachment no Brasil”, o texto, assinado pelo correspondente no Brasil Dom Philips, e para a América Latina, Nick Miroff, esclarece o passo a passo da votação na Câmara e afirma que, nesse momento, o foco tanto do governo como da oposição é conquistar o voto dos indecisos.


“Os dois lados estão supostamente engajados em uma disputa frenética para garantir os votos dos deputados indecisos, oferecendo ministérios e demonstrando a habilidade de distribuir bons cargos. E é exatamente esse tipo de comportamento que deixou a população brasileira furiosa com seus líderes políticos”, afirma o Washington Post.

O jornal diz ainda que, embora a presidente Dilma Rousseff seja “profundamente impopular e esteja politicamente debilitada pela severa crise econômica do país”, ela não é suspeita de enriquecimento ilícito, mas de ter cometido crimes de responsabilidade ao supostamente maquiar o rombo no orçamento com as chamadas “pedaladas fiscais”.

“Em outras palavras, os deputados vão decidir se acreditam que ela agiu de forma tão irresponsável como presidente que as ações devam ser classificadas como uma ofensa política, mas não necessariamente criminosa”, explica o jornal.

O Washington Post também questiona a capacidade de um eventual governo de Michel Temer injetar estabilidade política no país antes das Olimpíadas, já que ele “potencialmente também enfrenta um impeachment” - em uma referência ao processo em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral que acusa a chapa Dilma/Temer de ter sido financiada pelo esquema de corrupção investigado na Operação Lavajato, o que poderia culminar com a cassação tanto da presidente como do vice.

“Mesmo que a presidente Dilma Rousseff sobreviva ao voto dos deputados, a vontade política de tirá-la do cargo não vai acabar. Muitas outras propostas estão pendentes. Portanto, seus opositores poderiam simplesmente começar o processo todo novamente”, finaliza o texto.

'The Economist':
Não ha evidências de que a presidente seja corrupta, ao contrário de Eduardo Cunha
Nem ela, nem ninguém de sua família têm contas na Suíça ou empresas offshore no Panamá


Matéria publicada nesta sexta-feira (15) na revista britânica The economist, comenta que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff não tem sido o assunto do momento apenas no Brasil. Publicações ao redor do mundo também estão com o radar voltado para o país, principalmente, depois que a comissão parlamentar da Câmara aprovou o pedido de impedimento com 11 votos de diferença (38 a 27). À medida que o dia da votação (no próximo domingo, 17) se aproxima, o tema se torna mais recorrente.
T

¨The Economist: “Seu vice-presidente também assinou algumas das medidas fiscais questionadas e pode ser impedido também"

A revista inglesa, que já estampou o Brasil em suas capas com manchetes positivas e negativas, publicou um artigo no último dia 15 de abril, em que classifica como “declaração emotiva” o argumento de definir este processo de impeachment como golpe, usado pelo governo federal e de seus aliados.

No texto, a publicação afirma que não há evidências de que a presidente Dilma seja corrupta, ao contrário de seu principal acusador, Eduardo Cunha, presidente do Congresso. “Nem ela, nem ninguém de sua família têm contas na Suíça ou empresas offshore no Panamá”, escreve.

“Seu vice-presidente também assinou algumas das medidas fiscais questionadas e pode ser impedido também. Se isso acontecer, o melhor caminho são novas eleições.” A revista não poupa o Congresso: diz que o país precisa de novos deputados, visto que a Casa está “tomada pela corrupção.

”Esse seria o melhor caminho para defender a democracia.”

Fonte: JORNAL DO BRASIL

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