quarta-feira, 13 de abril de 2016

O Mundo Perplexo com o Golpe no Brasil

Secretário-geral da OEA ao 'El País': “Preocupa o processo contra Dilma, que não é acusada de nada”

El País publicou nesta quarta-feira (13) entrevista com Luis Luis Almagro que afirma que Dilma não responde por nenhum ato ilegal que justifique o impeachmenAlmagro (Uruguai, 1963, que) está prestes a completar um ano como secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Nesse período, seu objetivo foi levantar uma instituição que havia perdido peso no continente. O ponto fundamental para Almagro, ex-ministro das Relações Exteriores do Uruguai, passa por um aprofundamento democrático. Somente assim, afirma, os males da região como a violência, a desigualdade e a corrupção poderão ser combatido


Almagro: "entre os que podem acionar o processo de impeachment existem congressistas acusados e culpados"
Almagro: "entre os que podem acionar o processo de impeachment existem congressistas acusados e culpados"

Pergunta. Como o senhor vê a incertezapolítica no Brasil?
Resposta. O Brasil tem instituições muito fortes que têm a capacidade para responder. Para nós o fundamental é a realização de um processo de impeachment de uma presidenta [Dilma Rousseff] que não é acusada de nada, não responde por nenhum ato ilegal. É algo que verdadeiramente nos preocupa, sobretudo porque vemos que entre os que podem acionar o processo de impeachment existem congressistas acusados e culpados. É o mundo ao contrário.
P. O senhor chegou com o objetivo de revitalizar a OEA. O que está fazendo para consegui-lo?
R. Existem algumas variáveis objetivas que indicam que há uma mudança e que a organização está mais envolvida nos assuntos regionais. Durante minha campanha para ser secretário-geral ouvia-se que era uma organização irrelevante. Sempre considerei isso injusto. E se olharmos com perspectiva, as queixas vêm agora pelo excesso de zelo profissional e de ação da OEA.
P. Como o senhor tentou reverter a situação?
R. A organização foi onde os problemas estão. Tiramos do papel os consensos aprovados por todos e passamos à ação. No momento de defender a democracia, assumimos responsabilidades, assim como na luta contra a corrupção e na defesa dos direitos humanos.
P. Qual é o principal desafio agora: corrupção, direitos humanos, desigualdade…?
R. Não podemos compartimenta-los. Fizemos estudos, nos quais levamos em consideração por volta de 10.000 variáveis, sobre os conceitos fundamentais de democracia. Sem democracia é impossível combater a corrupção, impossível conseguir condições de desenvolvimento, gerar direitos e eliminar as discriminações que ainda existem no continente.
P. O senhor criticou a atuação do Governo da Venezuela contra a Lei de Anistia aprovada no Parlamento, mas declarada anticonstitucional. O que espera que aconteça na Venezuela?
R. Nós gostaríamos que não existissem presos políticos na Venezuela, que os três poderes do Estado agissem para acabar com essa situação. Esperamos que ocorra um diálogo institucional mais fluido para a conquista de resultados concretos, especialmente pela difícil situação de desabastecimento sofrida pelo país. Todos nós devemos almejar isso. Os primeiros, os venezuelanos.
P. O que a OEA pode fazer?
R. Dar uma opinião muito clara sobre o funcionamento do sistema e procurar um diálogo entre as partes. Não mantemos uma neutralidade sobre a situação. A neutralidade moral não é possível quando existem presos políticos e a democracia não está funcionando.
P. O Governo de Maduro não parece disposto a ceder…
R. A história de nosso continente está infestada de casos piores. No Cone Sul foram superadas ditaduras ignominiosas e violações de direitos humanos e isso mudou. Mas muda com a voz e a atitude responsável da comunidade internacional.
P. E o povo venezuelano?
R. O povo venezuelano deve ser o primeiro a ser respeitado. Deve encontrar os caminhos adequados para se expressar e sua expressão deve ser respeitada. Os direitos essenciais, de saúde, alimentação, de ordem pública... precisam ser respeitados.
P. A publicação dos papéis do Panamá dinamita a confiança da população nas elites políticas e econômicas?
R. É possível ser rico e fazer política e ser pobre e fazer política. Os dois devem ter a mesma possibilidade. O importante é que, na política, o dinheiro não grude nas mãos. O problema é que muitos de nossos políticos têm cola e o dinheiro gruda em suas mãos. São fundos de evasão fiscal, de lavagem de dinheiro, e isso é dinheiro que pertence à população. É dinheiro retirado de planos de emergência, de planos sociais, de educação... Não deve existir margem de tolerância. É preciso ser muito duro, muito drástico com essas questões.
P. Mas os paraísos fiscais continuam existindo.
R. Os paraísos fiscais não devem mais existir. Os países precisam de desenvolvimento caminhando pela avenida principal, cumprindo com as regras do jogo, de transparência e de legalidade do sistema financeiro. O que acontece no cruel mundo de hoje é que os países competem por esses fundos. Os Estados Unidos têm Delaware. Do que estamos falando? Competem pelos fundos do narcotráfico. Estamos falando de 400 bilhões de dólares (1,4 trilhão de reais)... É um problema que temos e precisa ser resolvido.
P. Que análise o senhor faz do primeiro turno das eleições no Peru?
R. Eu espero que ocorra o fortalecimento institucional para que o Peru continue o desenvolvimento econômico e social.
P. O senhor acredita que o assassinato da ativista hondurenha Berta Cáceres será algum dia esclarecido?
R. Espero que seja logo esclarecido por Honduras, por sua população, por Berta. Que todos os elementos que obscurecem esse crime sejam esclarecidos. A impunidade no assassinato de indígenas no continente é um sinal de corrupção política muito forte

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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NY Times: “Dilma é uma das raras figuras não acusadas de enriquecimento ilícito"

Reportagem do jornal norte-americano destacou que os adversários dela são “incapazes de acusá-la por corrupção"
Revista Fórum
Declaração ocorre em meio a processo de impeachment - Créditos: Agência Brasil
Declaração ocorre em meio a processo de impeachment / Agência Brasil

O jornal The New York Times divulgou na terça-feira (12) uma reportagem em que destaca o resultado da votação do relatório de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. A publicação ressaltou que os ânimos estavam exaltados durante a sessão, que terminou com 38 votos favoráveis e 27 contra o afastamento de Dilma.
Diante do confuso cenário político, a reportagem reforçou a ironia da situação: “Incapazes de acusá-la por corrupção, seus adversários estão tentando impeachment por manipulação orçamental envolvendo o uso de recursos de bancos estatais para cobrir lacunas de orçamento. Deve-se lembrar que Dilma é uma das raras figuras políticas no Brasil que não estão enfrentando acusações de enriquecimento pessoal ilícito.”
O texto segue explicando que aliados da presidenta denunciam que, nessas condições, o procedimento passa a ser considerado um golpe de Estado. “Se a medida de impeachment for aprovada na Câmara, o processo seguirá para o Senado, que decidirá o futuro da presidente. Se o Senado opta por avançar, Dilma será suspensa e substituída pelo vice-presidente, Michel Temer”, informou
Fonte: BRASIL DE FATO
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Jornal britânico The Guardian publica apoio de artistas a Dilma
Em carta, grupo composto por artistas e intelectuais afirma que processo de impeachment é antidemocrático; músico Brian Eno está entre os signatários

Em carta publicada pelo jornal britânico ‘The Guardian“, na segunda-feira (11), um grupo de 19 intelectuais, artistas e políticos estrangeiros se posiciona contra o impeachment da presidentaDilma Rousseff.
Segundo eles, a “tentativa de tirar a presidente Dilma Rousseff é antidemocrática”.
“Nos opomos a esta tentativa golpista, ecoamos o apoio dado pela Unasul ao Brasil e defendemos a democracia brasileira”, afirma a carta.
“Estamos extremamente preocupados com os contínuos esforços de partes da direita oposicionista do Brasil para desestabilizar – e por fim derrubar do poder – o governo eleito e constitucional”, diz o texto publicada pelo jornal britânico.
carta-the-guardian-dilma-defesa-democracia
Para os signatários da carta, “esta campanha tem envolvido demonstrações por ‘mudança de regime’ por meio da retirada da presidente antes do fim do seu mandato. Estas incluíram até mesmo pedidos abertos aos militares para realizar um golpe de Estado’”. O texto fala, ainda, das agressões físicas sofridas pelos apoiadores do governo.
“Esta é também uma bruta campanha destinada a descredenciar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirma o documento. “O objetivo aqui parece ser não apenas derrubar Dilma, mas também legalmente barrar Lula como um potencial candidato à Presidência em 2018”.
Assinam a carta nomes como o produtor musical Brian Eno, o diretor de estudos brasileiros da Universidade Middlesex, Francisco Dominguez, três parlamentares britânicos, um diretor da União Nacional dos Professores da Inglaterra, Kevin Courtney e a professora Julia Buxton, da Central European University.
A declaração de apoio a Dilma acontece menos de um mês depois do manifesto assinado por acadêmicos estrangeiros, e aprovado como documento oficial da conferência da Brazilian Studies Association (Brasa

Fonte: AGÊNCIA PT
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94,7% dos deputados que votaram pró-golpe são acusados de crime

Fonte: CONVERSA AFIADA
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