sábado, 23 de abril de 2016

Canis Lupus Familiaris Circense

Reflexos do baile de domingo

temermauricioricardo
Seis dias depois do circo e o país ainda está escandalizado.
Difícil superar a vergonha.
Adeptos mais que confessos do golpe, como Nelson Motta, fingem-se chocados com as cenas de fisiologismo e mediocridade dantescos que eles próprios patrocinaram.
Não querem entender que a mediocridade dos que disseram o “sim” em nome de um falso Deus e da falta de amor aos seus filhinhos – que filho merece pais que se acanalham? -, apesar de horrível, é menos vergonhosa do que a deles, que nenhum pudor tiveram de usá-los  como instrumentos de seus incontidos desejos.
Desejos tão obsessivos que não puderam esperar 2018.
Os vitoriosos estão cobertos de vergonha, da mancha que não se lava.
Consumem ou não a tomada de poder, ela é indelével e inevitavelmente exposta.
Se a escória parlamentar se mostrou na TV, seus mandantes não podem mais se desvincular deles.
Aliás, nem se livrarem deles poderão, seja na prática, porque lidam com um bandido que fez o que fez com garantias,  seja moralmente, porque foi o comandante de campo de sua guerra suja.
Nelson Motta, por exemplo, pode dizer que a neta de nove anos tampava os olhos diante daquelas cenas. E menina, na sua pureza, pode tentar fugir do horror, mas ele, no seu comprometimento, não vai poder escapar da pergunta: mas vovô, porque o senhor está torcendo por eles?
É perceptível um sentimento geral de nojo no país.
Nojo é algo que fermenta e explode, mais cedo ou mais tarde.
Se dali se parir um governo, será um governo maldito desde a sua concepção.
É por isso que, com tudo o que dispõe, de apoio parlamentar, do dinheiro, das empresas e sobretudo da mídia que trata o filho como se não fosse produto da mãe monstruosa de domingo, o “pré-governo” Temer se mostra tão fraco e incapaz de atrair senão para obutim do governo e do Estado brasileiro.
É um governo de saque e o saque, embora doce, fica marcado à testa do saqueado
Fonte: TIJOLAÇO
________________________________________________

Caindo na real, coxas querem agora dividir a conta pela vitória de Cunha. Pode?

Postado em 23 Apr 2016
Parabéns
Há uma espécie de mea culpa de parte de certos coxinhas que foram às ruas pedir a prisão dos corruptos, o fim da roubalheira etc e que agora assistem Michel Temer e Eduardo Cunha tomarem de assalto o Brasil.
No Facebook — cada vez mais parecido com um elevador quebrado com uma festa de família disfuncional dentro –, essa gente anda publicando memes e gifs com frases como “um passo de cada vez” ou “o próximo é o Cunha”.
Os mais animados estão participando de uma petição da Avaaz que tem, no momento em que escrevo, 1,3 milhão de assinaturas.
Cunha, naturalmente, está rindo. Vitorioso absoluto no golpe que culminou no domingo de votação, exibindo um sorriso crocodilesco durante a sessão, sua bancada informal quer agora retribuir o favor prestado.
Articula-se uma anistia para o canalha. Um deputado do próprio PMDB, Osmar Serraglio, afirma que o Conselho de Ética “não vai dar em nada, uma vez que o Cunha tem maioria lá”.
Para Serraglio, Cunha conquistou a simpatia de seus apaniguados por ter feito o processo tramitar com tamanha rapidez. O julgamento dele deve se estender para depois de julho.
Paulinho da Força declara que “ele ganhou força”. Marco Feliciano acredita que o homem “é um gênio”.
Chico Alencar Alencar acha que a grande esperança “para a democracia e para a Câmara” é que o Supremo aja com rapidez e condene ou afaste o presidente da Câmara, mas os ministros já se manifestaram no sentido de que não pretendem se mexer tão cedo.
A petição serve para dar risada ou aliviar uma ou outra consciência, e olhe lá. Cunha venceu.
Sendo otimista, idiotas úteis que engordaram as manifestações sem fazer parte dos “movimentos” eram isso: idiotas úteis, e não palhaços mal intencionados.
Mas, mesmo para esses supostos inocentes, fica complicado aceitar as desculpas. Afinal, eles foram para a Paulista com fascistas que batiam em jovens que estavam com bicicleta vermelha. Eles viram isso ocorrer.
Eles estavam ao lado de energúmenos que xingaram adversários em restaurantes e hospitais e não falaram nada. Eles toparam o jogo da indignação seletiva. Eles canonizaram um juiz de primeira instância.
“Nosso juiz”, me disse uma dessas madalenas, que agora publica palavras de ordem fofas contra o Cunha e se declara surpresa com o Temer.
A cicatriz causada pelo ódio propagado por eles não vai se curar tão cedo. Michel Temer e Eduardo Cunha são a conta que, infelizmente, todos teremos de pagar.
Mas vai sair mais cara para cada cidadão de bem que votou no Aécio, não aceitou o que veio das urnas, protestou com camisa da CBF e jogou uma gangue no colo do país. Deus os perdoe.
 Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
_______________________________________________________

Um cão, quando tomado por um surto de raiva, ataca, morde, estraçalha a vítima, para depois se recolher em aparente tranquilidade.

O golpe em curso teve o apoio de uma matilha alucinada, treinada e conduzida pelos grandes meios de comunicação do país, com destaque negativo para o Grupo Globo.

Isso é fato, independente de quaisquer questionamentos.

O que acontece agora, a medida que nos aproximamos do sétimo dia daquele circo de horrores, é um movimento dos treinadores da matilha por um discurso "civilizado, democrático e plural". Que lindo, que bonito.

Na rádio CBN, do Grupo Globo, durante a semana pós catarse, a emissora disponibilizou entrevistas e debates sobre um capitalismo mais civilizado, que a emissora chama de capitalismo do bem. Que lindo, que bonito.

Nelson Motta, também durante esta semana, "ficou chocado" com o circo dos horrores e principalmente com as vestimentas - horrorosas , meu Deus, segundo o almofadinha - dos parlamentares que vomitaram seus votos no microfone da Casa Baixa.

Depois do surto de raiva, e também depois do vexame internacional, os treinadores da matilha flexibilizam seus discursos em nome de uma civilidade que jamais fizeram jus, já que diariamente, ao longo de meses, criaram as condições para o estado da arte que se observa no momento no país.

Agora não dá para voltar, pois não se transforma arte final em rascunho.

Os corruptos de fato, assim como Cunha, estão vencendo a batalha política, e a matilha alucinada que pediu o fora dos corruptos caminha para ocupar o lugar que lhe foi reservado pela História: A lata do lixo.

Os treinadores, Nelson Motta e similares, assim como as organizações provedoras de recursos para que a ruptura democrática venha a se consolidar, também tem seus lugares reservados na História.

Lugares, aliás, que ao longo de décadas sempre ocuparam, independente da situação política e econômica do país.

O suposto governo do Maçom das Trevas tratará o povo brasileiro na forma de canis lupus familiaris circense.

Nenhum comentário:

Postar um comentário