terça-feira, 26 de abril de 2016

Parar o país e atacar tudo aquilo que os ladrões defendem. A guerra está apenas começando

Brasil em chamas contra o golpe



Foto: Jornalistas Livres

Por Altamiro Borges

Os golpistas nativos - alguns deles teleguiados pelos "falcões" dos EUA - achavam que repetiriam no Brasil a mesma experiência dos "golpes suaves" no Paraguai e Honduras, sem enfrentar resistências. Eles menosprezaram a capacidade de reação das esquerdas sociais e políticas do país, que a cada dia intensificam as mobilizações e deixam explícito que não aceitam o impeachment de Dilma e, muito menos, o governo ilegítimo de Michel Temer, o Judas, e Eduardo Cunha, o chefão da máfia. Nesta quinta-feira (28), o #BrasilEmChamas" mostrou que não haverá a paz do cemitério, com o bloqueio de estradas e avenidas e a paralisação de várias universidades. Vão amadurecendo as condições para a realização de uma poderosa greve geral no Brasil em defesa da democracia e dos direitos sociais.

Segundo o próprio site UOL, da famiglia Frias, os protestos desta manhã agitaram o país. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) bloqueou estradas em oito Estados e no Distrito Federal. Somente em São Paulo, foram 14 bloqueios na região metropolitana. "O objetivo da mobilização é denunciar o golpe em curso e defender os direitos sociais, que entendemos estarem ameaçados pela agenda de retrocessos apresentada por Michel Temer caso assuma a Presidência”, informou o MTST nas redes sociais. Já a União Nacional dos Estudantes (UNE) promoveu "aulas públicas" em diversas faculdades, paralisando as aulas. Em São Paulo, a PM de Geraldo Alckmin - que protege os capangas armados da Fiesp - tentou intimidar os jovens em uma universidade da capital paulista.

Reproduzo abaixo o relato de Gisele Brito, do jornal Brasil de Fato, e volto em seguida:

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MTST bloqueia estradas em nove estados contra o golpe

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e outros grupos integrantes da Frente Povo Sem Medo promovem atos de bloqueio de vias em nove estados do país, a partir das 7h da manhã desta quinta-feira (28). Em São Paulo, os manifestantes fecharam ao menos 10 pontos de grande circulação da cidade. A ação é contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, considerado por eles um golpe à democracia, e pela manutenção e avanços em políticas públicas e direitos sociais.

Na capital paulista, os sem-teto fecharam a Avenida Jacu Pêssego, a Radial Leste, as Marginais do Tietê e do Rio Pinheiros, a Giovanni Gronchi, a Avenida Belmira Marin, a Estrada de Itapecerica, a Rodovia Raposo Tavares e a Via Anchieta. Além da circulação de pessoas, os pontos são importantes vias de circulação de mercadorias. Com isso, o movimento pretende dar um recado à classe política e a setores do empresário que vêm apoiando um golpe institucional, como declaram.

Ações semelhantes também ocorrem no Rio de Janeiro - na Ponte Rio-Niterói -, no Rio Grande do Sul, Goiás, Ceará, Pernambuco, Paraná, Minas Gerais, Distrito Federal e em Sumaré, no interior de São Paulo.

“Eles podem dar um golpe institucional, podem estar vencendo no Congresso; mas nas ruas, eles não vão ter sossego, não vão ganhar no tapetão”, afirmou Natália Szermeta, da coordenação estadual do MTST em SP.

Para o movimento, falta legitimidade ao deputado Eduardo Cunha (PMDB) para conduzir o processo de impedimento e para o vice Michel Temer assumir a presidência do país. Apesar dele ter sido votado na mesma chapa que Dilma, a população não o teria escolhido, caracterizando o golpe, afirmam.

Posicionamento

Em março, o MTST divulgou um manifesto fazendo severas críticas ao governo Dilma, mas mantendo posição contrária ao golpe. "Por mais que tenhamos críticas a esse governo, não achamos que os problemas políticos se resolvam golpeando a democracia, passando por cima da Constituição. O que está acontecendo é um golpe feito por dois corruptos notórios. Um deles, o Eduardo Cunha, já é réu. No Brasil, as pessoas não votam para vice, votam para presidente”, disse o comunicado.

Na semana passada, Guilherme Boulous, da coordenação nacional do movimento, havia indicado que a ação estava sendo preparada. Em um vídeo divulgado na última sexta-feira (23), o militante afirmou que o impedimento da presidenta era uma “farsa encenada por mais de 300 picaretas”, se referindo aos deputados federais que votaram pela abertura do processo. Ele também disse que o "jogo não está vencido” e enfatizou a importância da união e reinvenção da esquerda do país, campo político que tem dado apoio à presidenta Dilma e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, desde que o partido deles, o PT, chegou ao poder, em 2003.

“Reinventar a esquerda passa pelo projeto de radicalização da nossa democracia. Se há algo que ficou claro é que esse sistema político faliu. Está esgotado, não produz mais nada para esse pais. Reinventar também passa pelo combate aos privilégios do 1% que sempre mandaram no Brasil e continuaram mandando nesses anos todos. Combater esses privilégios é fazer reforma urbana, reforma agrária, tributária, auditoria da dívida pública. Ou seja, enfrentar a dívida histórica do estado brasileiro com a maioria do seu povo”, afirmou Boulos.

Coletiva de imprensa

Conforme o MTST divulgou nas redes sociais, na tarde desta quinta-feira haverá uma coletiva de imprensa, em São Paulo, para apresentar o balanço do dia de lutas e dar mais esclarecimentos sobre os objetivos das ações.


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Primeiro de Maio e greve geral

As mobilizações contra o golpe prosseguem nos próximos dias. No domingo, os atos do Primeiro de Maio terão como eixo central a defesa da democracia e dos direitos sociais. CUT, CTB, Intersindical e entidades populares promovem manifestações unitárias em todas as capitais e em várias cidades do interior. Na sequência, no dia 5 de maio, ocorrerão manifestações em frente aos portões da TV Globo e de suas afiliadas para denunciar o "golpismo midiático".

A exemplo do que já ocorreu nas últimas semanas, também podem pipocar novos atos espontâneos contra o retrocesso. O clima é de efervescência. Com base nele, as centrais sindicais já discutem a realização de uma greve geral na véspera da votação da admissibilidade do impeachment no Senado. O aumento da mobilização já preocupa os políticos golpistas - alguns deles até têm evitado retornar às suas cidades - e causa temores no "deus-mercado". Nos últimos dias, vários burgueses - inclusive o presidente do Santander - advertiram para "o risco do caos social". Ou seja: o jogo ainda está sendo jogado!


Fonte: Blog do Miro
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Com trancaço nacional, MTST e Frente Povo Sem Medo respondem ao golpe dos ladrões liderado por Temer e Cunha

28 de abril de 2016 às 10h00

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Contra “agenda de Michel Temer”, MTST fecha vias em 8 Estados e no DF
O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) promove manifestações na manhã desta quinta-feira (28) em defesa de direitos sociais e contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O alvo principal dos protestos é o vice-presidente Michel Temer.
Segundo os organizadores, cidades de pelo menos oito Estados e do Distrito Federal foram palco dos protestos dos movimentos da Frente Povo Sem Medo, que bloquearam ruas e avenidas.
De acordo com o próprio MTST, são 14 bloqueios na região metropolitana de São Paulo.
As manifestações aconteceram simultaneamente em Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Goiânia, Belo Horizonte, Uberlândia e Brasília.
“O objetivo da mobilização é denunciar o golpe em curso no país e defender os direitos sociais, que entendemos estarem ameaçados pela agenda de retrocessos apresentada por Michel Temer caso assuma a Presidência”, diz comunicado do MTST nas redes sociais.
“Não aceitaremos golpe. Nem nenhum direito a menos”, completa a nota.
São Paulo
Em São Paulo, por volta das 6h40, os manifestantes fecharam rodovias como a Régis Bittencourt (nos dois sentidos, altura do km 29 em Taboão da Serra) e a Raposo Tavares (nos dois sentidos, altura do km 219, perto do Rodoanel) com queima de pneus — a Raposo foi desbloqueada por volta das 7h40, enquanto a Régis começou a ser liberada por volta das 8h05.
A rodovia Anchieta foi bloqueada entre os km 23 e km 24, sentido São Paulo, mas liberada por volta das 8h30.
A pista local da marginal Tietê (sentido rodovia Ayrton Senna, na altura da ponte da Casa Verde), a avenida Giovanni Gronchi (nos dois sentidos, altura da rua Nelson Gama de Oliveira) e a avenida Radial Leste (nos dois sentidos) também foram bloqueadas por volta das 7h — as duas últimas foram desbloqueadas por volta das 8h50.
A marginal Pinheiros (sentido Castelo Branco) tem bloqueios em dois pontos: ponte do Socorro (desbloqueada por volta das 8h20) e ponte do Jaguaré.
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, a avenida Jacu Pêssego foi fechada nos dois sentidos às 7h na altura do cruzamento com a avenida Ragueb Chohfi.
Cerca de 100 pessoas participaram da interdição, gritando palavras de ordem contra Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Não tem arrego; ou negocia ou não vai ter sossego”, cantavam. A Polícia Militar reagiu com balas de borracha, iniciando a dispersão. Um manifestante foi detido, e a via foi desbloqueada por volta das 7h45.
Rio de Janeiro
No Rio, os movimentos da Frente Povo Sem Medo fecharam nesta manhã a ponte Rio-Niterói, principal ligação entre a cidade de Niterói e a capital fluminense, na região metropolitana do Estado.
A ponte Rio-Niterói também foi bloqueada pelos manifestantes
O protesto ocorreu no acesso à rodovia (BR-101). Os manifestantes colocaram barricadas de fogo na pista sentido Niterói, no perímetro da avenida do Contorno. Eles carregavam faixas e cartazes com palavras de ordem contra Temer.
O bloqueio provocou um longo congestionamento que se estende até a altura do município de São Gonçalo.
O tráfego começou a ser liberado após intervenção do BPRv (Batalhão de Polícia Rodoviária), segundo informações da Polícia Militar. No entanto, as condições do trânsito na região são péssimas.
Por volta das 8h30, havia registro de mobilização dos sem-teto na avenida Brasil, na altura de São Cristóvão, bairro da zona norte da capital fluminense.
Curitiba
Na capital paranaense, a rodovia do Contorno Sul foi bloqueada por cerca de cem pessoas na altura do km 593.
O Movimento Popular por Moradia, que integra o MTST desde 2015, organizou a manifestação. As informações são do “Paraná Portal”.
No protesto de Curitiba, os grupos responsáveis se concentram na “resistência à interferência abusiva do Judiciário, em especial do Dr. Sergio Moro, na política institucional do país, com o intuito de desarticular os governos Lula-Dilma e estabelecer uma nova ordem pró-EUA”.
Fortaleza
Manifestantes do MTST realizam dois bloqueios em Fortaleza. Um grupo ateou fogo em pneus da BR-116, no km 8, e e provocou densa fumaça no local. A manifestação ocorreu em apenas no sentido praia-sertão da estrada.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que, por volta das 8h15, o trecho foi liberado e o trânsito normalizado.
O grupo seguiu em marcha para a sede do Incra e se aglomera na avenida José Bastos. Eles reivindicam reunião com o órgão. A polícia não informou o número de manifestantes.
Fonte: VIOMUNDO
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Post: protestos antecipam ruptura se Temer assumir

Manifestantes fecham trinta estradas
publicado 28/04/2016
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Do jornal americano Washington Post:
Manitesfações  de protesto contra o processo de impeachment que ameaça a Presidente Dilma Rousseff ocuparam dezenas de estradas em trinta cidades, provocando longas filas, na hora do rush dessa quinta-feira 28/abril. Os organizadores dizem que fecharam 30 estradas. Essa foi uma amostra da ruptura civil que os que defendem a presidente ameaçam realizar.

Brazil’s anti-impeachment protesters block highways at rush hour

NITEROI, Brazil -- Demonstrators protesting the impeachment process threatening Brazilian President Dilma Rousseff occupied dozens of highways in major cities during rush hour Thursday morning, causing long backups. Organizers claimed that 30 highways in nine Brazilian states were blocked.

It was a taste of the civil disruption that the president’s supporters threaten if, as seems likely, Brazil’s Senate decides to suspend her and stage an impeachment trial in a vote next month.

An overwhelming majority of lawmakers in the Chamber of Deputies, the lower house of Brazil’s National Congress, have already voted in favor of Rousseff’s impeachment on charges that she manipulated government accounts.

Many lawmakers voting for her ouster blamed an enormous corruption scandal at state-run oil company Petrobras that has implicated members of Rousseff’s Workers’ Party and its coalition allies.

Rousseff has not been formally accused of any corruption offenses, and Brazil is split between those who demand her removal and those who say she is the victim of a bloodless, right-wing coup.

“You are either in favor of impeachment or against it. There is no maybe,” said Felipe Peçanha, 27, from the independent media collective Midia Ninja, which published photos and video from roadblocks across Brazil.

In Sao Paulo, a dozen major highways were blocked by red-shirted protesters from the Homeless Workers’ Movement. Local television reported traffic chaos in South America’s biggest city. Roadblocks were also reported in Recife, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre and the capital, Brasilia.

“We will not accept the coup,” said a statement from the People Without Fear Front — an umbrella group of about 30 left-wing organizations behind Thursday’s roadblocks. Protesters say Rousseff’s vice president, Michel Temer, will reduce pensions and the housing and cash transfers that poorer Brazilians receive if he takes over.

In Niteroi, around 50 protesters from the Homeless Workers Movement blocked the main access highway to the road bridge that crosses the bay to Rio de Janeiro — the Olympic city's equivalent of the Brooklyn Bridge — with a row of burning tires. They waved banners and chanted: “Here are the people, unafraid to fight.”

The group says it represents 40,000 families, many from the outer suburbs of Brazilian cities where public services such as sanitation are shoddy and crime and poverty are constant threats. It organizes members to occupy unused land and then negotiates with the government to build them low-cost homes.

“To achieve housing is the first step,” said Vitor Guimarães, 25, a political science graduate and one of the group’s unpaid coordinators. “From there, you go to a whole conjunction of rights.”

Those protesting in Niteroi said housing was as important to them as the fight against Rousseff’s impeachment.

Jessica Celestino, 23, said the protests would end “when I have a house.” Elizabete Fernandes, 48, said she thought impeachment was “horrible.”

Just over half an hour after the Niteroi demonstration started, the protesters filed off the highway, firemen hosed down the smoldering tires, and the traffic began to roll. Bystanders said they supported the protest.

On May 1, Brazilian unions plan nationwide demonstrations and cultural events to protest impeachment and demand “more rights and democracy.”

But Ricardo Ismael, a professor of political science at Rio's Pontifical Catholic University, said the protests will make no difference. "The tendency is that the Senate will give impeachment," he said.

Guilherme Simões, 31, who marshaled the Niteroi demonstrators, said that even if Rousseff is removed, the activists would confront a Michel Temer administration with more protests and occupations.

“The coup looks consolidated. But the role of social movements is to face this government of the traditional right,” Simões said.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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