Alerta geral contra o golpe midiático
Por Breno Altman, em seu blog:
Os monopólios de comunicação tratam de vender uma imagem de derrota e rendição do governo diante da votação do impeachment. Os objetivos são claros: provocar o chamado efeito-manada entre os deputados e enfraquecer a mobilização democrática.
As informações passadas por estes veículos constituem pura guerra psicológica. A situação é difícil e perigosa, não resta dúvida, mas o placar real demonstra que a batalha contra o golpe poderá ser vitoriosa.
A oposição de direita, somando todas as últimas adesões e já contando os indecisos que pendem para o seu lado, reúne 308 votos. A bancada da democracia alcança 161 votos. A disputa se dá principalmente na conquista dos 44 votos ainda indefinidos.
A hora é dramática e de combate, mas jamais de baixar a guarda ou cair no desanimo, pois isso é tudo que desejam os golpistas.
Vamos continuar lutando por cada palmo de rua e cada voto no parlamento. Está em jogo o futuro de nosso país.
Fonte: Blog do Miro
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Essa guerra psicológica vai continuar até o momento da votação, no domingo.
A guerra dos números.
Naturalmente a velha mídia, em bloco, que não é o bloco do funk ,o bloco do povo, o bloco da cidadania, o bloco da Democracia, repetirá diariamente que o impeachment já venceu, que já tem 342 votos necessários para retirar a presidenta Dilma.
Do lado dos que são contrários ao impeachment, também dirão que o impeachment não irá passar, pois já teriam assegurados os 172 votos necessários para barrar o impeachment.
A velha mídia dá destaque ao fato do Partido Progressista - PP - ter embarcado a favor do impeachment.
Os defensores da Democracia dizem que uma coisa é uma sigla a favor do impeachment, e outra são os votos dos deputados dessa sigla.
O objetivo da velha mídia está em tentar conduzir , no grito, no vento e na sugestão, deputados ainda indecisos quanto ao voto, e, também, tentar desmobilizar a luta de rua contra o golpe, passando uma ideia errada de que existe um pessimismo no governo e nos grupos contrários ao impeachment.
De fato e de concreto, é que os dois lados não sairão por aí abertamente dizendo quantos votos possuem.
Quando declaram o número de votos , certamente estão blefando.
Pelo duelo de declarações, pode-se concluir que nenhum dos lados tem segurança quanto ao resultado.
Um dado que não tem sido debatido diz respeito a abstenção na hora de votar, e , também a ausência de alguns deputados no dia da votação.
Tudo isso embaralha ainda mais a votação, com prejuízos, claro, para o lado que defende o impeachment.
De concreto e real, pelo resultado da Comissão e pelas manifestações de rua, o país ficou dividido.
Uma divisão que, devido aos ânimos acirrados , fará com que o lado que seja derrotado não desista da luta , não saia de cena, ou mais, implemente mais mecanismos de desestabilização do governo.
A turma favorável ao impeachment, claramente configurado como um golpe de estado, caso seja derrotada no domingo, continuará tentando o golpe de todas as maneiras, formas e meios, já que a Democracia e o Estado Democrático de Direito deve ser aquilo que o Capital deseja. E para o Capital, os caminhos alternativos devem ser interrompidos, seja no Brasil ou em qualquer outro país.
Para tanto, por maiores que sejam as arbitrariedades cometidas contra o povo, leis e Democracia, tais arbitrariedades serão resignificadas e recontextualizadas , de forma que possuam um lastro legal e democrático, como aliás pode ser percebido pelos discursos oriundos de pessoas e organizações alinhadas com o impeachment.
A exceção, o estado de exceção, tão temido por todos aqueles defensores da democracia, é um processo mundial que está em curso já por alguns anos, e que agora investe de forma mais acintosa no Brasil.
Esse processo teve início com a crise de 2008 e deixou o capitalismo anêmico, fragilizado, sujeito as mais variadas críticas e ,principalmente, abriu oportunidades para questionamentos de novas formas de organização social.
Alguns movimentos de esquerda no mundo - occupy, podemos, syryza, etc - já perceberam o processo e tentam sair da armadilha esquerda-direita que existe dentro do neoliberalismo
No Brasil , os programas da direita e da esquerda se esgotaram, e o pior, não existe uma alternativa ao neoliberalismo.
Assim sendo, os dois lados ainda continuarão disputando, com poucas vantagens para a maioria da população, com muitos prejuízos para a ordem democrática, e , com políticas e práticas de um retrocesso civilizatório em franca ascensão.
Por fim, a vontade da maioria do povo deve prevalecer, desde que não interferia nos interesses do Capital, caso contrário, a democracia, as leis, serão flexibilizadas, adaptadas as necessidades do sistema financeiro, mesmo que para isso o Estado de Exceção se faça claramente presente.
Naturalmente, neste cenário, a luta não cessará, em nenhum dos lados, com desdobramentos imprevisíveis.
O processo de impeachment necessita de 2/3 dos votos para ser aprovado.
Curiosamente, 2/3 é o percentual de deputados envolvidos ou acusados de crime, ou investigados por crimes, trabalhando nas salas do Congresso com imagens de Cristo na cruz, e inciando discursos com orações
Em Deus confiamos.
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