sábado, 30 de abril de 2016

E a voz do povo ?

Senador leva advogada a dizer que Temer cometeu mesmo erro que Dilma

Sem dizer que foram assinados pelo vice, Randolfe Rodrigues perguntou a Janaina Paschoal se decretos eram crime
ESTADÃO CONTEÚDO 

Brasília - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) esperou até 1h da manhã para poder pregar uma peça na autora do pedido de impeachment, Janaína Paschoal, na sessão dedicada a ouvir os denunciantes. Ele fez uma explanação apresentando a edição de decretos de créditos suplementares específicos e pediu, em seguida, a opinião de Janaína sobre essas atitudes.
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A advogada Janaína Paschoal criticou a ideia que vem sendo encampada por um grupo de senadores para que sejam feitas novas eleições
Foto: Agência Brasil/ Fabio Rodrigues Pozzebom


A jurista defendeu que os créditos suplementares sem a autorização do Congresso Nacional configuram crime de responsabilidade e devem ser punidos com o impeachment. "Muito bem, fico feliz com sua opinião, porque a senhora acabou de concordar com o pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer. Essas ações que eu li foram tomadas pelo vice", disse Randolfe.

A professora ficou constrangida e tentou se explicar. Apenas algumas horas antes ela havia dito que não havia indícios suficientes para pedir o impeachment de Temer. "O Vice-presidente assina documentos por ausência do presidente, por delegação. Neste caso, não há o tripé de crimes continuados e intercalados entre si", tentou justificar.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Capiberibe: eleição já! PEC ou plebiscito

Ela pode voltar do Alvorada para o Planalto!   

publicado 30/04/2016              
bessinha republica angora
O Conversa Afiada já conhecia as linhas centrais do raciocínio do senador João Capiberibe (PSB-Amapá).

Nesse sábado, em entrevista a Luiz Maklouf Carvalho do Estadão (em comatoso estado), Capiberibe afina a sintonia de sua proposta:


‘Escolher Dilma ou Temer não resolve crise’

Dando como certo que a presidente Dilma Rousseff será afastada provisoriamente pelo Senado, por até 180 dias, o senador João Capiberibe (PSB-AP) considera como “muito provável” que a oposição não consiga os 54 votos (2/3 dos 81 senadores) necessários para a cassação definitiva de seu mandato na última etapa do processo. “Nunca vi esse quórum ser atingido em matérias que dividem radicalmente governo e oposição – como esta”, disse Capiberibe ao Estado.

(...)

Por que o sr. vai votar contra o impeachment?
Porque o impeachment é um instrumento que mais divide do que soma – e só aprofunda a crise política e econômica.

Mas parece iminente a possibilidade de o Senado aprovar a aceitação do processo – e o consequente afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff.
Isso deve ocorrer no máximo até o dia 15 de maio. Mas é apenas o começo do processo de impeachment, que pode se estender por 180 dias, e vai provocar mais divisão, mais acirramento, mais sectarismo político. Não acredito que um governo saído do confronto possa conciliar vencedores e vencidos para fazer um pacto e sair da crise.

(...)

Qual é a sua proposta do ponto de vista prático, viável?
Instituindo eleição em outubro. Nós começamos com seis senadores (Capiberibe, Walter Pinheiro, Randolfe Rodrigues, Lídice da Matta, Paulo Paim, Cristovam Buarque), mas hoje já estamos com 11 (José Reguffe, Elmano Férrer, Roberto Requião, Rose de Freitas, Benedito de Lira), com perspectiva de crescer.

Como isso seria viabilizado?
O caminho é uma PEC, uma mudança nas regras, em função da crise, que exige uma solução urgente, que o impeachment não vai trazer. Também pode ser por uma consulta plebiscitária, que é mais simples. Dependeria apenas de um decreto legislativo, de competência do Senado.

Novas eleições, portanto.
Para unificar a sociedade, é preciso colocar uma urna no meio. A presidente foi legitimada nas urnas, mas perdeu a legitimidade no momento em que engavetou o programa de governo que tinha registrado na campanha. Perdeu a legitimidade e mergulhou na impopularidade, e perdeu o apoio do Congresso.

(...)

E o vice Michel Temer?
Tampouco tem legitimidade, e não terá capacidade de aglutinar vencidos e vencedores para construir um governo de conciliação nacional. A escolha que nos está posta é difícil. Tanto a presidente Dilma está rejeitada pela população, 61% querem o impeachment dela, mas também 58% querem o impeachment do vice-presidente. Escolher entre um e outro não resolve a crise.

(...)

Qual é a sua expectativa em relação à última votação, no final do processo?
É uma incógnita. Nós teremos um cenário de quatro, cinco, ou até seis meses para a conclusão do processo de impeachment. É um tempo muito longo, duvidoso, e, sobretudo, polêmico, que vai continuar paralisando o País. Eu tenho observado algumas figuras da política brasileira ressurgindo no vácuo do Temer presidente: Roberto Jefferson, Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima, Romero Jucá. Esse naipe de políticos levanta muitas dúvidas sobre a capacidade do Michel Temer de conciliar o País em torno de princípios éticos. Daí a ineficácia do processo de impeachment, porque ele prolonga a crise por tempo quase indeterminado. Nesse jogo da crise, todos perdem, poucos ganham.

E o que pode acontecer no período de afastamento de Dilma?
Serão quatro a seis meses de paralisia. As pessoas se iludem pensando que na hora que afastar a Dilma resolve a crise. Mas é o contrário. Na hora que afasta, aprofunda a crise.

Por quê?
Ela pertence ao partido mais organizado do País, com uma base social profunda e ampla, uma grande representação parlamentar, com vários governadores em Estados importantes. O cenário será de confrontos, de acirradas discussões, de profundos ressentimentos.

O sr. prevê uma resistência política da presidente e dos partidos que estão com ela?
Eu não tenho a menor dúvida. Os vencidos vão se entrincheirar contra os vencedores. É por isso que eu vou insistir na necessidade do pacto.

E qual é a sua previsão para a decisão final?
Para chegar à cassação do mandato da presidente – que é do que se trata nesse momento – eles vão precisar de 54 votos, ou 2/3. Eu nunca vi nenhuma votação no Senado, numa disputa sem acordo, conseguir tudo isso de votos. Conseguir isso, no clima de disputa acirrada, é muito difícil. E é claro que durante esse período de resistência nem a presidente, nem o PT vão ficar parados, esperando o pior acontecer. Ela pode voltar do Palácio da Alvorada para o Planalto. É bom que se pense nessa possibilidade, porque ela é concreta.

Fonte: CONVERSA AFIADA
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O país vive um momento confuso.


O argumento para o golpe em curso é ridículo. No entanto, o golpe, o ridículo em curso, tem apoio incondicional da maioria do Congresso, do STF, do empresariado e da velha mídia.

Os apoiadores do estupro da democracia resolveram tirar a presidenta Dilma e ocupar um lugar que não conseguem através do voto livre, direto e democrático.

O povo , que em maioria não aprova o governo Dilma, não vê no golpe a saída para a crise. Não aceita que o vice , o Maçom das Trevas, tome de assalto a presidência.

Naturalmente, sugestões para vencer a crise vão surgindo, e , como todas as sugestões apontam para que o povo se manifeste, os apoiadores do golpe rejeitam de imediato, Nem mesmo espaços na velha mídia para debater o assunto são disponibilizados. Aliás, a velha mídia após o 17 de abril, adotou como pauta as articulações para formação do novo governo do Maçom das Trevas. Quando o assunto é economia, surge a figura do possível ministro opinando. Quando é política externa, aparece o futuro ministro. E assim vai.

O governo, de fato e de direito, que existe, para a velha mídia não mais existe. Assim como o povo brasileiro que neste momento deixou de existir e está sendo impedido de se manifestar.

No Senado, por mais contundentes e claros que sejam os argumentos provando a farsa do processo de impeachment, os senadores apoiadores do golpe continuam repetindo que a presidenta cometeu crime de responsabilidade. Foi decidido que deve-se tomar o poder através da suavidade violenta, e não há nada que poderá impedir o assalto.

A possibilidade de o golpe ser derrotado na última eleição no Senado, quando será exigido 2/3 para a aprovação - 54 dos 81 senadores - é real. No entanto, quando a votação acontecer , o governo das Trevas já estará lá pelo quarto ou quinto mês, e durante esse período, de tudo fará com extrema generosidade com os senadores indecisos para conseguir, no senado, os votos necessários. É a eleição final e definitiva, que afastará de vez a presidenta , ou poderá coloca-la de volta no cargo.

Que situação grotesca.

Imagine, caro leitor, Dilma, na próxima semana sendo afastada do cargo e Trevas assumindo. Ao assumir, ainda como interino, pretende mudar todos os ministros, as políticas do governo escolhidas nas urnas e ainda aplicar na população um pacote de maldades, que na novilíngua dos golpistas, será para resgatar a confiança. Cabe informar que a tal confiança, repetida diariamente pela velha mídia, nada tem a ver com as necessidades da imensa maioria da população, pois destina-se a agradar o deus mercado, a Plutocracia. Lembre-se, o governo é das trevas, da escuridão, dos subterrâneos, do reino de Hades, assim como a lógica hegemônica no mundo. Isso será feito por um interino, que pode sair ao final de quatro meses.

Tudo isso é surreal, no entanto ,os apoiadores do golpe, nesse jogo de cartas marcadas, argumentam sobre a situação do país como em perfeita normalidade.

E o povo ?

Bem, uma parcela delira e vibra, pois é informada pela velha mídia, e acredita que o melhor dos mundos esta por acontecer.
Já a maioria assiste, isso mesmo, apenas assiste, perplexa, por vezes atenta, tentando imaginar a viagem, esperando, esperando, esperando, esperando, assim como pedreiro Pedro, de Chico:


Pedro Pedreiro
Chico Buarque

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém
Pedro pedreiro fica assim pensando

Assim pensando o tempo passa e a gente vai ficando prá trás
Esperando, esperando, esperando
Esperando o sol, esperando o trem
Esperando aumento desde o ano passado para o mês que vem

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém
Pedro pedreiro espera o carnaval

E a sorte grande do bilhete pela federal todo mês
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando a festa, esperando a sorte
E a mulher de Pedro, esperando um filho prá esperar também

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém

Pedro pedreiro tá esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro Norte
Pedro não sabe mas talvez no fundo
Espere alguma coisa mais linda que o mundo

Maior do que o mar, mas prá que sonhar se dá
O desespero de esperar demais
Pedro pedreiro quer voltar atrás
Quer ser pedreiro pobre e nada mais, sem ficar

Esperando, esperando, esperando
Esperando o sol, esperando o trem
Esperando aumento para o mês que vem
Esperando um filho prá esperar também

Esperando a festa, esperando a sorte
Esperando a morte, esperando o Norte
Esperando o dia de esperar ninguém
Esperando enfim, nada mais além
Da esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem

Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando o trem

Que já vem
Que já vem
Que já vem
Que já vem
Que já vem
Que já vem


A espera, o distanciamento, mesmo que atento pode ser trágico.

Se existe massa crítica para agir, a ação deve ser agora, não se pode esperar, pois as cartas estão marcadas, e o povo, somente o povo, pode e tem poder para mudar o rumo dos nefastos e obscuros acontecimentos que assistimos.

Um governo interino, natimorto, ilegítimo, que nasce rejeitado pelo povo, só pode ser algo vindo dos subterrâneos, das sepulturas, da noite escura. E ainda mudando tudo, sem o apoio popular, e que pode ser mudado novamente.

Tudo isso é um golpe escancarado e os golpistas tratam o povo brasileiro como formigas, inofensivas, imbecis, incapazes.

O Maçom das trevas não pode assumir, se assumir deve ser retirado do poder, mesmo que para isso seja necessária a força.

Abaixo, trecho da canção Bom Conselho, de Chico Buarque:

Bom Conselho Chico Buarque

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança

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Carina Vitral: 74 universidades formaram comitês para barrar o golpe

29 de abril de 2016 às 19h12


UNE em evento no Paraná, na sexta-feira (29), que lembrou um ano do massacre de Curitiba pelo governador Beto Richa; na quinta-feira (28), a diretora de comunicação da UEE-SP e presidenta do DCE da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Emanuelle Thomaziello e a estudante de Direito da FMU, Natália Miranda, foram agredidas durante uma manifestação em defesa da democracia; um homem tomou o megafone da estudante e deu pontapés antes de fugir
O formigueiro da juventude
por Carina Vitral*
As manifestações da juventude brasileira nos recentes dias e, em especial, na última quinta-feira, 28 de abril, são uma prova de que o consórcio político-midiático que planeja um golpe sobre nossas instituições peca pela arrogância ou pela cegueira.
A ofensiva de Michel Temer, Eduardo Cunha e Aécio Neves para atropelar a República pisando sobre os movimentos sociais trouxe o cálculo de que éramos inexpressivos como formigas.
No entanto, o Dia Nacional de Paralisações nas universidades e outros atos de revolta em todo o país mostram que, aos afoitos, cabe às vezes é meter o pé inteiro dentro do formigueiro e se dar mal.
Apenas os que não conhecem a história do Brasil imaginariam que um golpe de estado dessa magnitude contaria com a passividade de grupos como os estudantes.
No feriado do dia 21 de abril, milhares deles foram espontaneamente às ruas em defesa da legalidade.
No Dia Nacional de Paralisações, foram realizadas em todo o Brasil a suspensão de aulas, assembleias de estudantes, “trancaços” de portões e acessos, atos culturais e muitas outras atividades.
Os companheiros Cunha e Temer talvez não tenham visto a formação de 74 comitês universitários em 74 grandes universidades do país para barrar o golpe, a partir do movimento Universidade Pela Democracia.
Caso tenham visto, estão apostando alto ao minimizar a capacidade de organização dos estudantes universitários, professores, técnicos administrativos e comunidade acadêmica na mobilização social e na formação de opinião a respeito do momento que vive o país.
Menosprezam o fato da universidade brasileira, atualmente, não abrigar somente os filhos das famílias ricas, brancas e dos bairros nobres.
Estão lá os pobres, negros, índios, LGBT, personagens historicamente excluídos do ensino superior que compreendem com muita clareza que o golpe é também contra eles e contra o que eles representam hoje no país.
A confissão de desprezo pela educação a partir do chamado Plano Temer – que inclui até a vergonhosa desvinculação dos recursos para essa área na Constituição Brasileira – é uma fórmula didática para indicar que prounistas, cotistas, estudantes do FIES, do Ciência Sem Fronteiras e de outros programas estão do lado oposto ao do vice-presidente conspirador.
A juventude brasileira claramente não se sente representada pelos deputados que votaram pelo golpe no dia 17 de abril.
Os jovens do país, principalmente os que enfrentam mais dificuldades no seu dia a dia, sabem que a manobra de retirar a presidenta do país não tem, como objetivo, melhorar as suas vidas. Sabem que aqueles que sentarão na cadeira de Dilma não voltarão seus olhos para quem está por baixo na sociedade brasileira. Por isso, essa parcela da população não foi às manifestações a favor do impeachment.
Durante as jornadas de junho de 2013, muitos foram os que tentaram definir, controlar, explicar o que estava acontecendo, utilizando clichês e pensamentos prontos. No entanto, a diversidade daquelas manifestações abriu a porta para a criação instantânea e ininterrupta de novas narrativas no debate público brasileiro, que não permitem de forma nenhuma a interpretação simplória de que o impeachment golpista é fato consumado.
Da crise surgem novos fenômenos, novos personagens, novos fatos e possibilidades. A juventude sempre representa o novo. O formigueiro é uma das muitas forças da natureza que simplesmente entram em erupção, independente do que se espera dele. Não pisem. Não subestimem.
*É presidenta da União Nacional dos Estudantes
Fonte: VIOMUNDO
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sexta-feira, 29 de abril de 2016

O DNA do golpe

O golpe e a embaixadora dos EUA

Por Caco Schmitt, no blog RS-Urgente:

“O controle político da Suprema Corte é crucial para garantir impunidade dos crimes cometidos por políticos hábeis. Ter amigos na Suprema Corte é ouro puro”.

A afirmação não é de agora e nem de quem critica o STF por não prender o Cunha, por enrolar a posse do Lula etc. Foi feita há cinco anos pela pessoa que hoje é a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde. A diplomata exercia o cargo de embaixadora no Paraguai (de 2008 a 2011) quando se reportou ao governo norte-americano, relatando a situação do país. Ela deixou o cargo poucos meses antes do golpe que destituiu o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, mas deixou o caminho azeitado. Aqui no Brasil, no cargo desde outubro de 2013, esta personagem é cercada de mistérios e sua vinda pra cá, logo após o golpe parlamentar paraguaio, não foi gratuita.

Liliana Ayalde assumiu seu posto no Brasil cinco meses antes da Operação Lava Jato começar a fase quente. Chegou discretamente, sem entrevistas coletivas, em meio à crise provocada pela denúncia do Wikleaks de que os norte-americanos espionavam a presidenta Dilma, o governo brasileiro e a Petrobras. Segundo Edward Snowden, “a comunidade de espionagem dos USA e a embaixada norte-americana têm espionado o Brasil nos últimos anos como nenhum outro país na América Latina. Em 2013 o Brasil foi o país mais espionado do mundo”, afirmou o ex-funcionário da CIA e ex-contratista da NSA.

A mídia brasileira, por óbvio, já preparando o golpe, de modo totalmente impatriótico, não divulgou para o povo brasileiro. E escondeu a grave denúncia de Snowden, que afirmou: “NSA e CIA mantiveram em Brasília equipe para coleta de dados filtrados de satélite. Brasília fez parte da rede de 16 bases dedicadas a programa de coleta de informações desde a presidente Dilma, seus funcionários, a Petrobras até os mais comuns cidadãos, foram controlados de perto pelos Estados Unidos”.

Liliana Ayalde veio ao Brasil comandar a embaixada de um país que fortalecia o bloco chamado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), contrário aos interesses do grande capital norte-americano; e de um país que exerce forte influência sobre os países sul-americanos com governos populares, todos contrários aos interesses militares dos Estados Unidos na América do Sul. A vinda da embaixadora pode ser mera coincidência?

Não. Segundo informações oficiais da própria Embaixada norte-americana, Ayalde chegou ao Brasil com 30 anos de experiência no serviço diplomático. Trabalhou na Guatemala, Nicarágua, Bolívia, Colômbia e, recentemente, como subsecretária de Estado adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental, com responsabilidade pela supervisão das relações bilaterais dos Estados Unidos com Cuba, América Central e Caribe. Anteriormente serviu como vice-administradora sênior adjunta da USAID no Bureau para América Latina e Caribe. Entre 2008 e 2011 ela serviu como embaixadora dos Estados Unidos no Paraguai”. Ou seja: sabe tudo de América Latina…

As “pegadas” reveladas

Na internet encontramos vários textos e análises feitas depois do golpe no Paraguai de 2012 que hoje ficam mais claros e elucidam os fatos. Vejam o que escreveu o jornalista Alery Corrêa , no Brasil em 5 Minutos: “O golpe de Estado contra Fernando Lugo, presidente paraguaio, começou a ser orquestrado em 2008, mesmo ano de sua eleição, a qual colocou fim ao reinado de 60 anos do partido Colorado, mesmo partido do antigo ditador Alfredo Stroessner… A mesma Ayalde assumiu em agosto de 2013, sem muito alarde, a embaixada brasileira. Segundo a Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil, ‘a embaixadora Liliana Ayalde vem ao Brasil com 30 anos de experiência no serviço diplomático’. Em um momento de intenso acirramento político e disputa de poder. O impeachment entra em pauta. A imprensa mais agressiva do que nunca. Não se tratasse de política, diríamos que foi mero acaso. Mas sabemos que não existe falta de pretensão quando se trata dos interesses norte-americanos. Na verdade, eles veem crescer a oportunidade de colocar as mãos no pré-sal brasileiro e estão conscientes da chances reais que possuem com e sem o PT em cena. E certamente, todas as possibilidades já foram avaliadas pelo imperialismo norte-americano”.

Outro texto é da jornalista Mariana Serafini, no Portal Vermelho. “Em um despacho ao departamento de Estado do dia 25 de agosto de 2009 – um ano depois da posse de Lugo – Ayalde afirmou que ‘a interferência política é a norma; a administração da Justiça se tornou tão distorcida, que os cidadãos perderam a confiança na instituição’. Ou seja, apesar da agilidade do processo de impeachment, a embaixadora já monitorava a movimentação golpista três anos antes do julgamento político. No mesmo despacho afirmou que o ‘controle político da Suprema Corte é crucial para garantir impunidade dos crimes cometidos por políticos hábeis. Ter amigos na Suprema Corte é ouro puro’. ‘A presidência e vice-presidência da Corte são fundamentais para garantir o controle político, e os Colorados (partido de oposição ao Lugo que atualmente ocupa a presidência) controlam esses cargos desde 2004. Nos últimos cinco anos, também passaram a controlar a Câmara Constitucional da Corte’, relatou a embaixadora dos USA no Paraguai”.

No Paraguai, a embaixadora não ficou indiferente ao processo de impeachment, como ela mesma disse no relatório confidencial: “Atores políticos de todos os espectros nos procuram para ouvir conselhos. E a nossa influência aqui é muito maior do que as nossas pegadas”.

E deixaram muitas pegadas, segundo artigo de Edu Montesanti: “No Paraguai, os golpistas agiam em torno da embaixadora. Em 21 de março de 2011, a embaixadora recebeu em sua residência blogueiros paraguaios a fim de ‘conversar’ sobre paradigmas e diretrizes para aqueles setores societários que já estavam desempenhando importante papel na sociedade local. Em tese, para conhecer melhor o trabalho deles, discutir a importância dos blogs na sociedade e a importância da aproximação deles com os governos”.

Laboratório de golpes

Blogs, movimentos de internet, Senado, Suprema Corte… qualquer semelhança entre o golpe em curso no Brasil e o golpe paraguaio não é mera coincidência. O golpe no Paraguai é considerado um dos mais rápidos da história, consumado em 48 horas. O presidente Fernando Lugo foi derrotado no Senado por 39 votos favoráveis ao impeachment e quatro contra. Caiu em 22 de junho de 2012. Uma queda rápida, mas que teve uma longa preparação… Assim como no Brasil, cujo golpe começou a ser gestado não no dia das eleições presidenciais de outubro de 2014, quando a oposição questionou a seriedade das urnas e queria recontagem de votos, mas bem antes. Quando? Depois que o modelo paraguaio de golpe deu certo, conseguindo afastar pela via parlamentar um presidente democraticamente eleito pelo voto.

No seu artigo de junho de 2015, o jornalista Frederico Larsen afirma: “a destituição de Lugo, em 2012, foi o melhor ensaio realizado a respeito do que se conhece como golpe brando, o golpe de luva branca. Trata-se de um método para desbaratar um governo sem a intervenção direta das Forças Armadas ou o emprego clássico da violência. Para alcançar isto, basta gerar um clima político instável, apresentar o governo em exercício como o culpado pela crise e encontrar as formas de dobrar a lei para derrubá-lo. Foi isto o que, três anos atrás, aconteceu no Paraguai”.

E José de Souza Castro, em artigo no blog O Tempo, em 5 de fevereiro de 2015, profetizou: “Dilma pode sentir na pele o golpe paraguaio”. E destacou o papel da embaixadora Liliana: “No Paraguai, ela preparou, com grande competência, o golpe que derrubou o presidente Fernando Lugo”.

É o que acontece agora no Brasil: um golpe parlamentar, com apoio da mídia golpista. Um golpe paraguaio.

O Paraguai foi um dos países que mais sofreram com a ditadura militar patrocinada pelos Estados Unidos, nos 35 anos do general Alfredo Stroessner (1954 – 1989). Foi a primeira democracia latino-americana a cair. Depois caíram Brasil, Argentina Chile e Uruguai. No Paraguai foi testado o modelo do combate à guerrilha a ser usado, os métodos cruéis de tortura trazidos dos USA pelo sádico Dan Mitrioni e ali nasceu a famosa Operação Condor, um nefasto acordo operacional entre as ditaduras. A CIA transformou o Paraguai no laboratório que testou o modelo de golpe militar a ser seguido e que derrubou governos populares e assassinou milhares de pessoas. Agora, o Paraguai serviu novamente de laboratório de um novo tipo de golpe está em curso no Brasil.

O que nos aguarda

Se o golpe se concretizar, o Brasil “paraguaizado” terá um destino trágico. São raros os estudos sobre o que mudou no país vizinho pós-golpe parlamentar e jurídico, mas o artigo de um ano atrás de Frederico Larsen joga uma luz sobre as verdadeiras intenções do golpe: “Suas primeiras medidas se basearam em outorgar poderes especiais ao Executivo, especialmente em matéria de segurança. Deu vida à Lei de Segurança Interna, que permite ao governo, sem aprovação do Parlamento, a militarização e declaração de Estado de Sítio em regiões inteiras do país com a desculpa da luta contra a insurgência do Exército do Povo Paraguaio (EPP). Os movimentos camponeses denunciam que com esta lei, os militares efetuam despejos e violações aos direitos humanos, favorecendo ainda mais a concentração da terra. Conseguiu aprovar a lei de Aliança Público-Privada (APP), que permite a intervenção de empresas nos serviços que são providos pelo Estado, como infraestrutura, saúde e educação. Em especial, deu um estrondoso impulso à produção transgênica no setor agrícola”.

A publicação Diálogo – revista militar digital – Forum das Américas, de 14/05/2010, manchetou a exigência da embaixadora Ayalde: ““Devem ser repudiados todos os fatos que atentem contra a vida das pessoas e contra a propriedade privada”. Portanto, os deputados golpistas representantes da oligarquia rural, senhores da terra, e da UDR que pressionam o golpista Temer para que o Exército cuide dos conflitos de terra já estão adotando o modelo paraguaio contra os movimentos sociais.

Se o golpe paraguaio vingar no Brasil, retrocederemos em todas as áreas e, mais uma vez, gerações terão seus sonhos abortados, projetos adiados e a parcela fascista, preconceituosa e enfurecida da direita virtual sairá dos computadores e ganhará, de fato, poder nas ruas…

Fonte: Blog do do Miro
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Tão logo chegou ao Brasil, O PAPIRO assim se manifestou sobre a nova embaixadora dos EUA, em setembro de 2013:


segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Cuidado com Ela
Nova embaixadora dos Estados Unidos chega ao Brasil
Brasília - A nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, chegou a Brasília hoje (16) e disse que pretende fortalecer a parceria estratégica entre os dois países nos próximos anos. A diplomata fez um comunicado à imprensa, pouco depois de desembarcar na capital, e restringiu-se a comentários sobre a satisfação de ser a representante norte-americana no país e a importância das relações entre o Brasil e os Estados Unidos.
Liliana Ayalde não falou sobre os temas sensíveis na pauta dos dois governos, que estão em momento de tensão em decorrência de denúncias de espionagem à presidenta Dilma Rousseff, à Petrobras, a outras autoridades e a cidadãos. A embaixadora não deu informações sobre a confirmação da viagem da presidenta aos Estados Unidos neste mês ou sobre como serão conduzidas as relações entre os dois países de agora em diante.


Liliana Ayalde não falou sobre os temas sensíveis na pauta dos dois governos
Liliana Ayalde não falou sobre os temas sensíveis na pauta dos dois governos
"Eu e a minha família estamos ansiosos de poder viajar pelo Brasil, conhecer a diversidade do povo e estabelecer amizades com os brasileiros em todos os lugares que vamos visitar. Este é um tempo importante para as relações [entre o Brasil e os EUA], cheio de oportunidades e de possibilidades. Juntos, estou certa de que podemos expandir e aprofundar os laços que existem entre essas duas importantes e grandes nações", disse.
Liliana Ayalde substitui o diplomata Thomas Shannon, que ficou no posto durante três anos e meio e deixou Brasília no último 6. A substituição estava prevista há três meses. Diplomata de carreira, ela serviu no Paraguai e na Colômbia e demonstra conhecimento sobre a América Latina, a exemplo de seu antecessor.

Fonte: JORNAL DO BRASIL 
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Cuidado com ela !!!

A embaixadora americana, especialista em América do Sul, talvez tenha sido uma peça importante no golpe de estado que derrubou Lugo no Paraguai.

Assume o posto no Brasil um ano antes das eleições de 2014 e com olhos e mãos gigantescas nas reservas de petróleo do pré-sal.

Disse, logo na chegada, que "está muito ansiosa em conhecer o Brasil e sua diversidade cultural"

Ahhh ! Então tá. 

Sugiro que levem a embaixadora para se deliciar com uma buchada de bode lá na Paraíba.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Lágrimas forçadas

Os senadores deveriam agradecer ao Nobel da Paz por dizer-lhes a verdade sobre o que estão fazendo. 

Postado em 28 Apr 2016
por : Kiko Nogueira
Esquivel
Esquivel
O Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel deu um corretivo moral no Senado em seu contundente recado sobre o impeachment na quinta, dia 28.
Ajudou a desmoralizar mais ainda o golpe bem na casa onde ele está ocorrendo. O Brasil virou uma piada trágica graças a um grupo de pilantras que é desmascarado dia a dia.
A reação dos senadores da oposição é sintomática e reveladora. Nenhum deles, estranhamente, falou nada depois que Jair Bolsonaro homenageou um torturador homicida na Câmara.
Com Esquivel, em compensação, viraram machos. O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) chamou a cena de “inaceitável”. “Estou indignado com o que aconteceu neste parlamento”, gritou.
Pediu ao presidente da sessão, Paulo Paim, do PT-RS, que retirasse o discurso das ata taquigráficas da sessão.
Ronaldo Caiado, o sujeito que aparece em passeatas com camisetas com nove dedos sujos de petróleo e que mentiu sobre a existência de um vídeo de um suposto ataque de milícias chavistas na Venezuela, acusou uma “montagem”.
“Foi premeditado. Não foi por acaso que este senhor veio aqui fazer esse pronunciamento. Isso é uma estratégia que este plenário não admite”, afirmou.
Cássio Cunha Lima foi contra a concessão de palavra ao Nobel da Paz, que “não é detentor de mandato”.
Esquivel estivera, pela manhã, com Dilma no Palácio do Planalto. Fora prestar sua solidariedade em razão do impeachment. Após o encontro, salientou que está “muito claro” que está em curso um “golpe de estado, encoberto sobre o que podemos chamar de golpe branco”.
Reiterou sua posição no Senado a convite de Paim.
Foi sucinto: “Venho ao Brasil trazendo a solidariedade e o apoio de muita gente na América Latina para que se respeite a continuidade da constituição e do direito do povo de viver em democracia. Há grandes dificuldades de um golpe de Estado, que já aconteceu em outros países do continente, como Honduras e Paraguai. Espero que saia o melhor deste recinto para o bem da democracia e da vida do povo do Brasil”.
O argentino Esquivel recebeu o Nobel em 1980 por seu trabalho como coordenador, nos anos 70, da fundação do Servicio Paz y Justicia en América Latina em Medellín, na Colômbia. Advogava a resistência às ditaduras sul americanas através da “não-violência ativa”.
O esperneio da direita com o convidado é de uma hipocrisia abismal. Há duas semanas, Eduardo Cunha e seus capangas deram crachás para Kim Kataguiri e Renan Haas, “líderes” do MBL, circularem pelo Salão Verde às vésperas da votação do impedimento na Câmara.
Ao contrário dos dois pequenos fascistas, porém, Esquivel é respeitado e tem autoridade. Sua atitude já está repercutindo no exterior.
Nossos políticos profissionais querem o monopólio da destruição da imagem da democracia brasileira. Adolfo Pérez Esquivel veio confirmar o que fazem. Deveriam agradecer-lhe pela deferência.
 Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Paulo Metri a Romário: Dilma está sendo expulsa porque Lula e ela acenaram a bandeira do Brasil para os mais carentes

29 de abril de 2016 às 12h02romárioMensagem aberta para Romário

Caro Senador Romário,
Permita-me tratar-lhe sem a reverência que seu cargo exige. Aliás, pelo conceito que tenho de você, aquela reverência seria pouca. Para mim, sua imagem carregando a bandeira do Brasil da janela do avião, que trazia os jogadores de uma campanha vitoriosa na Copa do Mundo, foi uma das que formam o sentimento de brasilidade nos nossos compatriotas.
No mesmo instante, para mim, você passou a frequentar a galeria dos heróis nacionais, o que lhe traz grande responsabilidade. Você é inteligente e não precisaria de um desconhecido vir a lhe dizer o que é já sabido.
O que há de novo nesta mensagem é uma simples interpretação dos fatos atuais. Lembro-lhe que existem seres humanos indefesos contra toda sorte de explorações dos seus próprios semelhantes, devido a condições hereditárias ou à carência dos seus pais ou à maldade dos exploradores, enfim, não por escolha própria do ser.
Em épocas remotas, estes seres eram jogados por seus genitores de penhascos, como uma desumana seleção natural da espécie. Nos dias de hoje, ainda se ouvem notícias desta maldade, quando mães abandonam seus filhos em lixões e no mato.
Contudo, graças à nossa evolução, hoje, existe o Estado, que é criticado por não ser tão eficiente, mas é o único ente protetor do conjunto da sociedade, prestando toda sorte de apoios, sendo mais útil aos mais indefesos.
Desculpe-me por tentar lhe alertar para algo que você, talvez, saiba mais que um vigário sabe sobre o Padre nosso. A razão para Dilma estar sendo expulsa do governo não tem nada a ver com pedaladas fiscais, até porque não ocorreu crime de responsabilidade algum.
Ela está sendo expulsa porque Lula e ela acenaram a nossa bandeira da janela do avião Brasil, principalmente, para os menos favorecidos, inclusive os 36 milhões de seres nascidos no Brasil e que, historicamente, eram jogados do penhasco pela mesma elite que hoje quer expulsar a presidente do controle da nação.
Por isso, além de pedir que não acredite em nada que a Globo e demais mídias convencionais publicam, peço também seu voto contra o presente golpe contra a presidente, que, na realidade, é um golpe contra os mais carentes e indefesos.
Paulo Metri é conselheiro do Clube de Engenharia
Blog do autor: http://www.paulometri.blogspot.com.br/
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PS do Viomundo: A mensagem de Paulo Metri é uma resposta ao ex-jogador que, em discurso, declarou-se a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. É um dos indicados do PSB para a compor a comissão no Senado.
Fonte: VIOMUNDO
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Janaina recebeu R$ 45 mil do PSDB para dar o Golpe!

45? É o país da piada pronta!!!
publicado 29/04/2016
advogada golpe.jpgNo Brasil Post:
Explicação de Janaína sobre impeachment tem alongamento, choro e defesa pessoal
Convidada ao Senado para explicar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, a jurista Janaína Paschoal, co-autora do pedido, usou a maior parte do tempo para se defender.
Aos senadores, a professora de Direito iniciou dizendo que precisava se defender das acusações que vinha sofrendo. A professora admitiu que trabalhou no governo Fernando Henrique Cardoso, mas disse que nunca viu o ex-presidente. Afirmou também que trabalhou no governo de Geraldo Alckmin, em São Paulo, e que recebeu R$ 45 mil do PSDB para elaborar um parecer, mas enfatizou que o impeachment é apartidário.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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Folha imita Globo e esconde o golpe

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Depois do Globo, agora é a vez da Folha tentar falsear a realidade. Estão desesperados. O golpe midiático faz jus a seu próprio nome: tem de manter os zumbis em estado de alienação até o fim.



É muito louco. Nem Philip Dick, o famoso escritor de ficção científica, imaginaria uma trama tão sinistra.

A matéria menciona várias reportagens que denunciam o golpe no Brasil, e dá um título que inverte o sentido dos próprios textos apontados: "Imprensa internacional não chama impeachment de golpe".

Apenas como exemplo, leia os dois últimos parágrafos da matéria: eles dizem exatamente o contrário do título.

O correspondente do jornal alemão "Süddeutsche Zeitung" foi o que chegou mais próximo de classificar o impeachment de "golpe". Em artigo de opinião intitulado "Quase um golpe: o processo contra a presidente é errado", Boris Herrmann afirma que a palavra golpe não é "necessária nem adequada", mas que o processo tem "contornos golpistas". "A tentativa de se livrar de uma presidente eleita" não é "processo democrático".

Outro correspondente no Brasil de veículo alemão, Jens Glüsing da revista "Der Spiegel", diz: "Partidários de Lula alertam para um 'golpe não tradicional' contra a democracia. Não dá para dizer que essa preocupação seja totalmente descabida", declara.

Ou seja, o jornal alemão diz que o impeachment tem "contornos golpistas", "não é um processo democrático", a outra revista publica um artigo (a matéria na Folha esconde isso) com o título "Crise de Estado no Brasil: o golpe frio", e a Folha publica uma matéria dizendo exatamente o contrário, que a imprensa internacional não chama o impeachment de golpe...

Além de ser um desrespeito à inteligência do leitor, é um atestado de que não apenas estamos diante de um golpe, mas de um golpe eminentemente midiático, que tenta desesperadamente enganar a opinião pública brasileira para que seja consumado.

Todo o texto é surreal.

Um case clássico de inversão de sentido.

Repare nesse outro trecho, que fala do Miami Herald:

O "Miami Herald" também critica a possível destituição."...Impeachment é uma punição exagerada para quebra de regras na administração do orçamento", diz o diário. "Persigam os corruptos e deixem os eleitores decidirem o destino de políticos incompetentes."

Dá vontade de rir. Se a matéria diz que o impeachment não pode ser punição para irregularidades menores de gestão de orçamento, e se insiste que o destino de políticos deve ser julgado pelas urnas, então está dado o recado, né?

O recado do Miami Herald é o seguinte: é golpe!

Com o golpe, a ditadura midiática entrou numa fase de negação primária da realidade.

É uma crise epistemológica radical. O leitor vê um cão, acaricia o cão, ouve-o latir, e aí pega os jornais brasileiros e se depara com a manchete: Eis um gato!

O mais ridículo é que, abaixo da manchete, está a foto de um cão!

Aí o leitor, irritado, vai à imprensa estrangeira. As reportagens da imprensa internacional estampam a foto de um cachorro, os textos falam que é um cachorro, e ainda acusam a imprensa brasileira de tentar enganar seus leitores dizendo que se trata de um gato.

O leitor então, sentindo-se vingado, publica em seu blog, em sua página no facebook, manda para os amigos via whatsapp, as matérias da imprensa estrangeira, acrescentando alguns comentários triunfantes: não falei que era um cachorro? Todos os jornais do mundo confirmam o que eu vi com meus próprios olhos! É um cachorro, ponto final!

E o que faz a imprensa brasileira? Escreve uma matéria dizendo que "a imprensa internacional não diz que é um cachorro", e recorta pedaços de texto em que mostra que tal matéria falou que o bicho late, é provavelmente um buldogue, ou um hotweiiler, mas não usa a palavra "cachorro"...

No fundo, tudo isso é uma grande palhaçada. Um joguinho terminológico infantil e perigoso, porque mesmo que a imprensa no mundo inteiro dissesse que não é golpe, mesmo que nos esfregassem na cara enormes editoriais do New York Times, Le Monde, Guardian, Spiegel, Miami Herald, editorais e reportagens que afirmassem que o impeachment é perfeitamente democrático, aconselhável até, que não é golpe, que as centenas de milhares de brasileiros que saíram às ruas denunciando o golpe estão loucos, mesmo assim, a gente precisaria acreditar em nossos próprios olhos: é um golpe, é um golpe, é um golpe. Porque impeachment precisa apontar crime de responsabilidade, e não há crime de responsabilidade. Ponto. É preciso que se prove "dolo" por parte da presidente, que ela tenha tido a intenção de cometer um crime. O que não aconteceu, nem sequer há qualquer coisa parecida no relatório do impeachment. Então é um golpe!

A imprensa nega que uma parte importante da opinião pública brasileira considera o impeachment um golpe. A própria Folha, há algumas semanas, entrevistou vários intelectuais, e 70% disseram que se trata de um golpe. Oito mil escritores, inclusive vários estrangeiros, assinaram manifesto denunciando o golpe. Outros tanto milhares de juristas brasileiros idem.

O prêmio Nobel da Paz acaba de visitar a presidenta Dilma e ir ao Senado e denunciar: "é um golpe".

Chico Buarque, Wanderley Guilherme dos Santos, Wagner Moura, Gregorio Duvivier, Jean Wyllys, todos denunciam o golpe. Nas capitais, nas semanas que antecederam a votação na Câmara dos Deputados, centenas de milhares de pessoas ocuparam as ruas com cartazes e cantorias contra o golpe.

No próprio dia da votação, Brasília estava ocupada por manifestantes de todo país (muito mais gente, aliás, que os golpistas), todos portando algum tipo de cartaz ou faixa contra o golpe, denunciando o golpe, cantando refrões contra o golpe - nada disso existe ou tem importância para a imprensa brasileira?

No Rio, os movimentos pró-democracia botaram muito mais gente na rua, com mais frequência, mais organização, mais densidade e qualidade, do que os golpistas, e a imprensa brasileira insiste em falsear a realidade!

É um golpe e quiçá um dos golpes mais sórdidos já vistos no mundo, justamente por essa insuportável tentativa de manipular consciências, de deturpar a realidade!

Não à toa, o fotógrafo brasileiro que acabou de ganhar o Pulitzer, Mauricio Lima, protestou contra o golpe no Brasil e denunciou que a liberdade de expressão está sendo violada em nosso país, mostrando um cartaz contra a Globo.

Maurício Lima é um louco? Ele existe? Segundo a Globo e a Folha, Mauricio Lima, ganhador do Pulitzer, não existe, sua opinião não tem importância.

Talvez um desses jornais faça uma matéria amanhã com o título: "Maurício Lima não denunciou o golpe no Brasil". No texto, assinado por um pistoleiro qualquer, virá escrito que Maurício usou a palavra coup, e não golpe...

Existe várias maneiras de se violar a liberdade de expressão: uma delas é censurando; a outra é usando o monopólio da mídia para fazer prevalecer uma mentira; é usar o monopólio para enganar o povo e violar o processo democrático.

Essa é a denúncia de Maurício Lima. Essa é a nossa denúncia, por isso chamamos o golpe de "jurídico-midiático".

A mídia brasileira está fazendo um trabalho sórdido, de enganar a opinião pública nacional, tentando mostrar o impeachment como um processo democrático, o que não é.

O impeachment foi um processo urdido por setores golpistas da imprensa e do Judiciário, mancomunados com Eduardo Cunha, cujo nome dispensa qualificações.

Este impeachment, como foi conduzido, é um golpe.


Fonte: Blog do Miro
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Os senadores não gostaram da visita do Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel

Esquivel falou a verdade - é um golpe - da tribuna do senado, para uma plateia majoritariamente empenhada em abreviar o mandato da presidenta Dilma.

Dilma, ao golpe do arrocho:'Me acusam de ter ampliado gastos sociais e me sinto orgulhosa;é obrigação do presidente eleito pelo voto direto'

Fonte: CARTA MAIOR

O crime que Dilma teria cometido e que justificaria seu afastamento da presidência, as tais pedaladas fiscais, caracterizado como crime de responsabilidade, também foi cometido pelo vice-presidente, Michael Temer, o Franktemer, ou ainda, o Maçom das Trevas. Esse mesmo crime "gravíssimo" também foi cometido por 17 governadores em exercício.

O fato do crime de responsabilidade ter sido cometido também pelo vice presidente e por 17 governadores, não vem ao caso, dirão os senadores. Dirão, ainda, que estão julgando apenas a presidenta Dilma, em um julgamento político, e que jurisprudência é algo da esfera do Poder Judiciário, o que , assim sendo, não justificaria julgamento similar para o Franktemer Maçom das Trevas.

Tais argumentos estão na base, na essência, pilares dessa nova modalidade de golpe de estado do século XXI, a suavidade violenta, que tem na novilíngua um arsenal de armas de manipulação em massa.

O que motiva a fúria contra Dilma, está no fato de a presidenta, e seu partido, o PT, terem optado por governar, prioritariamente, para os mais pobres, os paupérrimos, os miseráveis e os mais carentes.

Paupérrimos como o senador Romário, que na infância no subúrbio da leopoldina, na cidade do Rio de Janeiro, vibrava quando comia arroz com ovo frito, seu prato favorito, segundo palavras do próprio senador. Hoje, Romário, o senador, bem sucedido financeiramente, está ao lado daqueles que , na sua infância, não permitiam que o menino que jogava futebol, pudesse comer ovos fritos com arroz com mais frequência. Coisas da vida.

No espetáculo do senado, que não gostou das palavras verdadeiras do Nobel da Paz, teve a presença da jurista Janaína Paschoal, que afirmou ter recebido R$ 45.000, 00 do PSDB, pela elaboração do parecer pedindo o impeachment da presidenta Dilma.

Com excessos da novilíngua gestual, um espectro encenou Janaína, com direito a lágrimas forçadas típicas de profissionais da televisão, ou do crime, o que hoje em dia não são muito diferentes.

Abaixo, Janaína no senado, e a atriz Vanessa Gerbelli em cena

           a atriz de Janaína atuando no Senado


 o personagem de Vanessa Gerbelli atuando

Nas fotos, o personagem da atriz Vanessa chora, enquanto a atriz do personagem Janaína também chora para justificar o golpe.

Em meio a tantas lágrimas forçadas - uma produto legítimo de trabalho dos atores enquanto a outra expressa aspectos da linguagem da suavidade violenta - o fato é que o golpe em curso, que fará retornar a presidência da república políticas e programas que farão com que uma grande população de brasileiros - não brasileirinhos coitados na visão de Janaína -desprovidos e em situação de risco, mas que durante os governos do PT puderam ascender na escala social, venham a derramar lágrimas verdadeiras, talvez similares as lágrimas derramadas pelo senador Romário na sua infância, quando lhe faltava o arroz com ovo frito.

Com fome, desprezo e exclusão social, não há paz.

Um Nobel da Paz falou aos senadores sobre o golpe que estão aplicando. Um golpe brando, nas palavras de Adolfo Pérez Esquivel, A Suavidade Violenta, nas palavras do PAPIRO.

A democracia ainda não expirou, mas carece de nervos e musculatura que só a largueza das ruas poderá propiciar-lhe. Domingo, no Anhangabaú.

Fonte: CARTA MAIOR




A democracia amputada daqueles que representam 1% da população

Não é estranho que as pessoas não se entusiasmem com esta democracia'

Segundo Chomsky, o apoio às democracias está diminuindo no mundo todo, pois elas não são verdadeiras democracias: as decisões são sempre tomadas por elites

Manuel Muñiz e Pablo Pardo, para El Mundo



– Falando em eleições: os dados da Pesquisa Mundial de Valores (World Value Surveys) revelam que o apoio à democracia está diminuindo em todo o mundo.

– Não estou de acordo. Está diminuindo o apoio às democracias formais, porque não são verdadeiras democracias. Na Europa, as decisões são tomadas em Bruxelas. Nos Estados Unidos cerca de 70% de população, os 70% com menor renda, está totalmente desvinculada do processo político. Isso demonstra que há uma correlação enorme entre o nível econômico e educativo e mobilização política. Não é de se estranhar que as pessoas não estejam entusiasmadas com esse tipo de democracia.

– Existe desencanto com as elites?

– Com certeza. As políticas neoliberais vem sendo muito negativas para as pessoas comuns em todos os lugares. Na Europa, aplicar a austeridade em meio a um quadro de recessão foi algo absurdo, e inclusive os economistas do FMI criticaram os efeitos dessas políticas nos países periféricos da Zona Euro, como a Espanha. É algo que só pode ser explicado como uma luta de classes: o objetivo era minar a democracia e eliminar as conquistas da social democracia, que foram bastante significativas. Portanto, essa resposta não deveria nos surpreender. Porém, os mesmos dados da Pesquisa Mundial de Valores manifestam os ricos são, também cada dia mais céticos com respeito à democracia. Porque há um verdadeiro Estado de bem-estar para os muito ricos, mas os muito ricos querem mais. Não querem que exista limites à sua capacidade de roubar os demais.

– A tecnologia beneficia os ricos?

– Não. Quem ela beneficia ou não é uma questão de preferências políticas.

– Até onde essa situação pode nos levar?

– Talvez a mais democracia. O Podemos não se opõe à democracia, pelo contrário, reivindica mais democracia. Assim como o Syriza, antes de capitular. O caso grego é interessante. Convocaram um referendo, para que os gregos tivessem voz nos assuntos, para que não fosse um processo antidemocrático. Mas foi antidemocrática a reação tão histérica da União Europeia. O Syriza foi pulverizado pelos eurocratas, para demostrar aos europeus que deveriam abandonar toda e qualquer esperança de ter mais democracia.

– A situação é sustentável?

– Eu vejo muito improvável. Quando o centro se colapsa, sobram somente os extremos. Eu sou velho o bastante para recordar os discursos de Hitler na rádio. Recordo a excitação, o medo… assustava. Aquilo aconteceu na Alemanha dos Anos 30. Uma década antes, nos Anos 20, a Alemanha estava no topo da civilização ocidental em termos científicos e culturais. Dez anos mais tarde, se encontrava no abismo mais profundo da História da humanidade. É o que sucede quando o centro desaparece.

– O que você acha da Teoria da Singularidade, que diz que no futuro, algo entre 25 e 100 anos, haverá máquinas que serão capazes de aprender e substituir os seres humanos?

– Uma bobagem. Vamos destruir a nós mesmos muito antes disso, com uma guerra nuclear. E, se não for com uma guerra, será através do aquecimento do planeta.

* Linguista, filósofo e ativista político estadunidense, professor emérito de linguística no Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT

Fonte: CARTA MAIOR
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Avalanche democrática e popular está impondo uma derrota moral aos golpistas

26/04/2016 Redação


Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

A luta pela democracia humaniza
A avalanche democrática e popular está impondo aos fascistas uma derrota moral, e esta é a narrativa que vai perdurar pelas próximas décadas e séculos

por Jeferson Miola, na Carta Maior

O golpe é masculino. O golpe é do Cunha, do Temer, do Aécio, do Serra, do FHC, do Bolsonaro, do Maluf, do Pastor Feliciano, da Globo, da FIESP. O golpe é, enfim, da canalha da Casa Grande contra o povo.

A luta democrática é feminina. A democracia reside no mandato legítimo de uma mulher inocente e íntegra, eleita por 54.501.118 brasileiros e brasileiras, que é vítima de uma farsa, de um julgamento de exceção fraudulento.

O impeachment é pela família, é por deus, pela amante, pela hipocrisia; é pela opressão sexual, moral, patronal e política; é pela corrupção, é da elite pela elite.

A resistência democrática é laica, é horizontal, é plural, libertária, é leal, é popular; a defesa da democracia é inclusiva, é proletária, é plebéia.

Aqueles que desferem o golpe se movem por ódio, rancor e intolerância. São homofóbicos, preconceituosos e racistas.

Aqueles que defendem a democracia agem com afeto, tolerância, respeito, solidariedade e alegria. São negros, jovens, homens, mulheres, crianças, LGBTs que constroem o futuro de esperança.

O golpe é fascista. É o gérmen de um fascismo que os fascistas poderiam, mas não querem conter. O golpe é o paroxismo do delírio e da cólera fascista: um bebê é condenado ao abandono da médica pediatra porque cometeu o crime de nascer do útero de uma mulher petista.

O golpe é a postura terrorista, sádica e anti-civilizacional simbolizada na homenagem do torturador assassino que foi “o pavor da Dilma”. O golpe desumaniza.

O golpe até poderá conseguir roubar o poder no curto prazo; é para isso que labutam as “instituições que estão funcionando normalmente” [sic]. Mas o golpe já perdeu o futuro. No 17 de abril, o dia da “assembléia geral de bandidos”, o golpe perdeu o essencial: perdeu o disfarce da legitimidade.

Depois daquela escatológica “assembléia geral de bandidos comandada pelo bandido Eduardo Cunha”, o golpe jamais vai conseguir adquirir o menor traço de legitimidade. O golpe e os golpistas já estão derrotados: eles perderam a guerra histórica.

A luta democrática venceu. Os democratas são, desde já, os grandes vitoriosos morais. A democracia é melhor. Do lado da democracia estão as pessoas que se entregam de corpo e alma à defesa da liberdade, das Leis e da Constituição, porque sabem que a vida só vale a pena ser vivida se for com liberdade e com respeito às regras comuns, às regras de todos; não de minorias circunstanciais que flanam sobre as Leis e a Constituição.

A avalanche democrática e popular está impondo aos fascistas uma derrota moral, e esta é a narrativa que vai perdurar pelas próximas décadas e séculos.

A vitória desta guerra pertence ao povo, aos progressistas, à esquerda; pertence a aqueles que defendem a democracia. A luta pela democracia no Brasil é um divisor de classes, assumiu um caráter de classe; a democracia é um valor proletário. Contra a democracia está a classe dominante, a burguesia, estão os golpistas fascistas.

A luta pela democracia humaniza e enriquece. Seguramente a esquerda sairá desta guerra menos misógina, menos sexista e menos machista. A direita, em compensação, será ainda mais podre e torpe


Fonte: O CAFEZINHO
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