terça-feira, 8 de março de 2016

As formas togadas e midiáticas da violência política



AS FORMAS TOGADAS E MIDIÁTICAS DA VIOLÊNCIA POLÍTICA

A semana que se inicia será decisiva para os destinos da disputa política.

Os discursos de Lula logo após o depoimento na Polícia Federal abriram novos caminhos para a disputa.

Lula voltou aos velhos tempos de líder sindical dos anos de 1970. Falou duro, falou para o povo, e colocou combustível na militância do PT que andava com o tanque na reserva.

Os efeitos foram imediatos e em algumas cidades ruas foram ocupadas por manifestantes.

Imediatamente o lado da oposição reagiu talvez apreensivo, e o juiz Sergio Moro teve que emitir uma nota justificando sua decisão pela condução coercitiva. Passou recibo.

Indícios de preocupação nas oposições com os desdobramentos da ação violenta, desproporcional e desnecessária autorizada pelo Juiz Moro podem ser percebidas pela população.

No debate que se sucedeu sobre a ação, no final de semana, foi possível perceber que a decisão do magistrado ficou muito longe da aprovação pelo povo, deixando no ar um entendimento de que teria sido algo equivocado.

Esse entendimento, essa percepção de que teria sido um equívoco, pode ser percebida pela reação dos grupos que apóiam Moro, como a velha mídia, por exemplo.

Jornalistas e colunistas da velha mídia imediatamente passaram a acusar Lula e o PT de incentivar a violência, quando na realidade, e de fato, Lula chamou o povo para defender o país da violência da oposição que começa a definir contornos bem nítidos para a implantação de um Estado Policial.

Ainda hoje, segunda-feira, o jornal O Globo apresenta como manchete declaração de Marina Silva que acusa Lula e o PT de incentivar a violência. É algo mais ou menos assim, caro leitor:

“ o leitor caminha tranqüilo e é abordado por um sujeito que resolve aplicar uma rasteira. O leitor levanta-se, assustado, e leva outra rasteira. Levanta-se novamente e quando o sujeito tenta aplicar a terceira rasteira, o leitor aplica um golpe no sujeito que fica estirado no chão sem som e sem imagem. Depois que volta ao ar, o sujeito passa a acusar o leitor de violento”.

Essa é a tática de início de semana que as oposições colocam no ar, em prática, através da sempre generosa velha mídia.

Lula acertou.

Para defender a Democracia e o Estado de Direito, a luta que se desenha deve acontecer nas ruas de cidades pelo país, e isso a militância do PT e setores da esquerda sabem fazer muito bem.

A Democracia, ainda que incompleta, que o caro leitor hoje desfruta, é fruto de muita luta que setores progressistas e de esquerda empreenderam pelo país nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Os setores políticos de direita ,influentes setores do empresariado, a velha mídia e muitos que hoje são oposição aos governos do PT, não foram às ruas lutar pelo restabelecimento da Democracia, ao contrário, de tudo fizeram para manter o Estado de Exceção, o mesmo Estado que querem , agora, de volta para o país.

Lula acertou no tom. A luta deve acontecer nas ruas.




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