sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Beócios, bregas e almofadinhas

O crime do carnaval 'Globoleza'


















Por Eduardo Goldenberg, no blogButeco do Edu:

Chega ao fim o Carnaval 2016 e (mais uma vez) a constatação é óbvia e urgente: é preciso que a LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba) – com a imposição da medida por parte do Governo do Estado e da Prefeitura da Cidade – acabe com o monopólio da Rede Globo para a transmissão dos desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial no Rio de Janeiro. As razões são muitas e vou tentar elencá-las para que esse meu manifesto, solitário e apenas meu, ganhe cores de coerência e, quem sabe?, vá ganhando adesões ao longo do tempo.

De cara, dois absurdos inomináveis: por questões de conveniência (a TV preferiu exibir Big Brother Brasil no domingo e na segunda-feira) a Rede Globo deixou de transmitir o desfile de duas escolas gigantes, a Estácio de Sá no domingo e a Unidos de Vila Isabel na segunda-feira. Se a LIESA, os governos e a própria TV vendem o peixe dos desfiles como “o maior espetáculo da Terra”, como é possível simplesmente não transmitir o desfile de duas agremiações que têm torcedores (praticamente todo o bairro do Estácio e o de Vila Isabel) e admiradores em todo o Brasil?

O que leva alguém a vender a exclusividade (eis um dos crimes que a LIESA comete) da transmissão de um evento do porte dos desfiles das Escolas de Samba para uma emissora que, a seu livre alvedrio, decide não transmitir duas das doze agremiações? Mas isso não é tudo.

Durante a transmissão das demais dez Escolas de Samba, o modus operandi da Rede Globo foi o mesmo: os desfiles começavam a ser transmitidos quando as escolas já estavam na avenida há 10, 15, 20 minutos! Dos telespectadores foi sonegado, de todas as Escolas de Samba, um dos momentos mais esperados, o do esquenta, a entrada na avenida, os gritos de guerra. Durante esse tempo, os repórteres escalados pela emissora dos Marinho, todos eles estranhos à matéria (a exceção foi o Milton Cunha, coitado, cercado de beócios por todos os lados), mostravam o sanduíche de mortadela que a dona Iaiá levou pra arquibancada, entrevistavam membros do elenco da Rede Globo, faziam perguntas as mais estúpidas aos componentes famosos deixando de lado a alma das Escolas de Samba, os fundadores, os baluartes, passistas, com seus repórteres invadindo a pista para visivelmente atrapalhar a evolução do espetáculo.

Eu, que tive a sorte de estar na avenida para os desfiles de segunda-feira, só não sofri mais em casa porque assisti ao desfile pela TV (justamente por conta da exclusividade) ouvindo a excelente Rádio Arquibancada (aqui) com narração de Anderson Baltar e comentários de Luiz Antonio Simas e de outras feras no assunto. Mas era doído: enquanto eu ouvia os sambas na íntegra, com som ao vivo direto da avenida entremeado por poucos mas certeiros comentários, geralmente a TV exibia imagens absolutamente desconexas, num estupro do espetáculo, um desrespeito com os amantes dos desfiles (são muitos, são milhões!).

Ao final de cada desfile, dentro de um estúdio montado na Marquês de Sapucaí (o que já é também absurdo), a Rede Globo, então, era mais Rede Globo que nunca: constrangendo componentes das escolas que eram levados à força pra frente das câmeras, entrevistas inúteis, comentários descabidos, um processo de idiotização do telespectador semelhante ao processo que mata, aos poucos, o futebol brasileiro.

É urgente rever essa política. É preciso acabar com o monopólio da Rede Globo e deixar a livre concorrência transmitir os desfiles da Marquês de Sapucaí com suas equipes (que serão seguramente mais competentes que os idiotas da Vênus Platinada), deixando o telespectador fazer sua livre escolha. A LIESA, não muito acostumada ao diálogo, bunker com quem pouca gente tem coragem de mexer sob pena de isso-deixa-para-lá, precisa ao menos sentir a pressão do Poder Público em prol do bem do telespectador, do cidadão, do destinatário final das concessões públicas de rádio e televisão. Há que se acabar com a farra da Rede Globo. Há que se criar uma alternativa para que uma rede de TV possa transmitir o Carnaval para quem ama o Carnaval – com imagens do desfile na íntegra, com comentários (que serão sempre poucos mas pontuais) pertinentes feito por quem entende (e como há gente que manja do assunto por aí…, os já citados Anderso
n Baltar, Luiz Antonio Simas, Maria Augusta, Fábio Fabato, Alberto Mussa, Aydano Motta, tantos outros), sem firula, sem babaquice, sem idiotices que pretendem fazer do telespectador, perdão pela redundância, um idiota.

O melhor espetáculo da Terra merece. E os aficcionados também.

Fonte: Blog do Miro
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"Globo, o Corinthians não é seu quintal"

DANIEL VORLEY/ AGIF/GAZETA PRESS





















Por Altamiro Borges

O império global, com seu poder do dinheiro e da manipulação, tem enfrentando protestos cada vez mais intensos da sociedade. O site do ESPN registrou no final da noite desta quinta-feira (11) que as torcidas organizadas do Corinthians ergueram faixas de repúdio à TV Globo durante o jogo contra o Capivariano e foram reprimidas pela Polícia Militar. "Os panos tinham dizerem como 'jogo às 22h também merece punição', 'Rede Globo, o Corinthians não é seu quintal' e 'cadê as contas do estádio?'. As mensagens eram dirigidas à emissora que detém os direitos de transmissão e à diretoria alvinegra, cobrada por falta de transparência nos números da arena na zona leste".

Ainda de acordo com a reportagem, "assim que a primeira faixa foi aberta, policiais apareceram para retirá-la. Para justificar a censura oficial, instituída há algum tempo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) usa o artigo do Estatuto do Torcedor que proíbe 'portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas'. Começou, então, um jogo de gato e rato entre os policiais e os torcedores. Quando os PMs se afastavam, novo pano era aberto, e os cantos de protesto eram entoados". Já o site UOL, ligado à famiglia Frias, preferiu destacar que a "faixa contra a Globo gerou tumulto entre a Gaviões da Fiel e a PM". E a TV Globo simplesmente escondeu o protesto!

O fato é que o império global, que detém a exclusividade na transmissão das partidas e impõe regras absurdas - como os jogos às 22 horas, depois da novela, que penalizam os torcedores e prejudicam o futebol brasileiro -, não está mais com esta bola toda. Ela é vaiada nos estádios e também em outros espaços públicos, sendo rejeitada no seu poder monopolista. Durante o carnaval de rua deste ano, por exemplo, os jornalistas da emissora fizeram malabarismos para escapar dos gritos dos foliões contra a "Globo golpista" e "Fora Globo". Já se foi a fase em que o império midiático da famiglia Marinho, erguido com as benesses da ditadura militar, conseguia enganar todo mundo o tempo todo!

Registro: Parabéns à galera porreta do núcleo "Futebol, mídia e democracia", que lançou em meados do ano passado, na sede do Centro de Estudos Barão de Itararé, a campanha contra a transmissão dos jogos às 22 horas. Várias torcidas organizadas e torcedores inorgânicos aderiram ao protesto contra a ditadura da TV Globo no esporte que é a maior paixão nacional. Os frutos começam a aparecer. Com o tempo, o império global até poderá ser obrigado a recuar nesta aberração contra os torcedores, os times e o próprio futebol brasileiro. "Jogo 10 da noite, não"! 

Fonte: Blog do Miro
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Torcida do Corinthians protesta contra Rede Globo e Federação Paulista no Itaquerão



"Rede Globo o Corinthians não é seu quintal" foi um dos dizeres das faixas exibidas pela Gaviões da Fiel; Recentemente, torcida também se manifestou contra o governo de Geraldo Alckmin (PSDB), denunciando o escândalo de desvios na compra da merenda escolar
12/02/2016
Da Redação

Membros da Gaviões da Fiel, torcida organizada do Corinthians, protestaram contra a Rede Globo e a Federação Paulista de Futebol (FPF), nesta quinta-feira (11), no estádio Itaquerão, na zona leste de São Paulo. Três faixas com as frases "Rede Globo o Corinthians não é seu quintal", "Jogo às 22h também merece punição" e "Cadê as contas?" - em relação à Arena do time -, foram abertas na arquibancada durante a última rodada do Campeonato Paulista, em jogo com o Capivariano.
 Meme compartilhado pela página Meu Timão | Foto: Reprodução
O ato foi impedido pela Polícia Militar, que retirou as faixas após empurra-empurra. Depois os cartazes foram devolvidos e novamente abertos, o que gerou uma nova confusão. Os torcedores também gritaram palavras de ordem contra a Federação Paulista.
Outros protestos recentes já haviam sido feitos pela Gaviões contra a FPF e também contra o governo de Geraldo Alckmin (PSDB), denunciando o escândalo de desvios na compra da merenda escolar em São Paulo. Na ocasião, a torcida divulgou nota em seu site em que afirmava: “Marginal não é quem torce, quem faz festa, mas quem rouba dinheiro da merenda das crianças!”.
Proibição e reação
A torcida está proibida de abrir faixas em estádios, após uso de sinalizadores na final da Copa São Paulo, no final de janeiro. Na decisão da Copinha, partida contra o Flamengo, a Gaviões acendeu sinalizadores e foi punida pela FPF. No período de 60 jogos, a torcida não poderá entrar em estádios paulistas com objetos que a identifiquem, como faixas e instrumentos musicais.
Em reação, no último dia 3 de fevereiro, a Gaviões realizou um ato contra a Federação Paulista, em frente à sede da entidade, com a presença de centenas de torcedores.
“O que há de pior para o futebol são os escândalos de corrupção, o valor abusivo dos ingressos, os esquemas de empresários, a mercantilização da paixão, a elitização e esbranquiçamento das arquibancadas. Não as faixas, bandeiras, instrumentos, cânticos e muito menos a pirotecnia”, afirma a Gaviões, em nota.
Escândalo da merenda
 Além do protesto contra a decisão da FPF, a Gaviões também entoou cânticos contra o escândalo da merenda em São Paulo. Uma das canções dizia: “Eu não roubo merenda, eu não sou deputado. Trabalho todo dia, não roubo meu estado”.
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual de São Paulo investigam um esquema de adulteração de contratos e preços de alimentos para merenda escolar, envolvendo o governo do estado e algumas prefeituras paulistas. Entre os investigados, consta o deputado Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa e ex-chefe de gabinete da Casa Civil de Geraldo Alckmin.
Fonte: BRASIL DE FATO
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No carnaval e no futebol, as paixões do brasileiro, globo sofre críticas e é a bola da vez.

Cada vez mais pessoas se conscientizam da necessidade de se acabar com o monopólio  de globo nas transmissões esportivas  e nos desfiles das escolas de samba
.
No samba, a transmissão de globo não é medíocre por acaso.

A perda de audiência da emissora na transmissão dos desfiles, contribui, na visão de globo, para diminuir, estancar, o poder da maior manifestação cultural do país.

O maior espetáculo da terra, como afirmou uma autoridade perfilada e alinhada com os dirigentes da LIESA no momento da apuração, é , antes de mais nada, uma expressão da cultura popular.

Não é propriedade de uma organização ou de uma emissora de TV.

A mesma autoridade, ainda, agradeceu e enalteceu os 31 anos de parceria com a TV Globo.

De fato, em 31 anos , as partes envolvidas devem estar lucrando. muito.

Assim como no futebol, quando o jogo só tem início as 22 horas, depois da novela, os desfiles das escolas de samba também foram incorporados por globo como um programa da  grade da emissora, daí a transmissão dos desfiles só se iniciar depois da novela.

A torcida do Corinthians está correta quando diz que o Corinthians não é o quintal da Globo, ou seja, não é um programa da globo, não faz parte da grade da emissora.

Além de incorporar o samba e o futebol como programas e propriedades da emissora, o telespectador ainda sofre com os "profissionais" que narram e comentam esses espetáculos.

Comentários de gente que não entende nada do assunto, beócios, bregas e almofadinhas, similares ao que existe de pior no estilo pastelão americano. 






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