terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Os fabricantes de realidades

Relações da Globo com corporações americanas explicam apoio à Lava Jato



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Em minhas pesquisas sobre a relação entre Jonas Barcellos, a sombria figura por trás da mesada remetida à amante de FHC, e os Marinho (eles tem negócios em conjunto), acabei topando com uma outra coisa.
Não tem nada a ver com Miriam Dutra ou Jonas Barcellos, mas tem tudo a ver com a hipocrisia da mídia brasileira, de um lado, e os interesses escusos por trás das conspiratas judiciais, de outro.
Trata-se da sociedade comercial entre Rupert Murdoch e os Marinho. Murdoch é o dono da Fox News, a qual imprimiu um tipo de jornalismo hoje considerado caricatural nos Estados Unidos, de tão radicalizado à direita e tão vinculado aos aspectos mais violentos do imperialismo norte-americano. Essa sociedade, aparentemente, se consolidou a partir de 2003, no mercado de tv fechada, o que pode explicar em parte a virada da Globo, que se tornou uma espécie de Fox brasileira.
O que eu acho incrível, porém, é a completa falta de cobertura jornalística sobre o tema.
Ora, o maior magnata de mídia do mundo firma sociedade com o maior magnata de mídia do Brasil e a imprensa brasileira não explora as consequências comerciais, jornalísticas e empresariais deste tema?
O Brasil vive um sinistro apagão jornalístico. A nossa imprensa só quer saber de puerilidades sobre Lula, tipo a padaria que dona Marisa compra pão em Atibaia, ou a marca do barquinho de lata adquirido pela mesma.
Hoje, o jornal Globo vem com "notícia" sobre o fato de um caseiro de Atibaia, naturalmente assustado com o assédio jornalístico, ter dado o telefone de um escritório de advogados, quando perguntado pelo telefone do dono do sítio. E daí?
Voltando à sociedade entre Murdoch e os Marinho, a história tem alguns aspectos bastante sinistros, conforme o leitor verá.
Abaixo, os documentos da reunião do CADE, que trata da fusão entre a Sky e a Direct TV, e que reuniu Globo, dos Marinho, e News Corp, de Rupert Murdoch.


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Abaixo, o gráfico que eu recortei do arquivo acima. Observe a posição subalterna da Globo em relação à News Corp.
Nos documentos do CADE, constata-se que a News Corp é associada à General Motors, e ao US Trust Corporation, pertencente ao Bank of America, o qual, por sua vez, é o centro nervoso dos interesses econômicos do império.
Globo, Rupert Murdoch, General Motors e Bank of America. Todos unidos em prol dos interesses... corporativos norte-americanos.
A informação confirma uma coisa que já sabíamos: a Globo, mais que nunca, é um braço do imperialismo no Brasil.
Não só isso, é o braço da direita corporativa americana.
Isso talvez explique muita coisa, inclusive a campanha da Globo para destruir grandes empresas nacionais.
A Globo é representante de grandes empresas americanas, incomodadas com a expansão de nossas principais companhias, estatais e privadas.
Isso explica porque a Globo não se importa em sabotar a economia brasileira, posicionando-se contra os acordos de leniência e estimulando o furor inconsequente da Lava Jato contra grandes empresas nacionais.
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O documento do CADE traz ainda uma relação da ANATEL para as empresas nas quais a Globo tinha, em 2004, participação maior que 5%. É uma lista enorme e bem interessante, porque traz algumas companhias sediadas no exterior:
GLOBOPAR (holding) - Power Company S.A. - Cabodinâmica TV Cabo São Paulo S.A. - Rádio Excelsior Ltda (rádio) - Canal Brazil S.A. - Rádio Globo S.A. (rádio) - Comercial Fonográfica RGE Ltda - Radioclick Serviços Interativos Ltda - Distel Holding S.A. - Roma Participações Ltda - DTH Comércio e Participações S.A. - Sanland Investment S.A. - DTH USA Inc. - São Marcos Empreendimentos Imobiliários Ltda - Editora Globo S.A (editora) - Seguradora Roma S.A. (seguros) - Empresa Jornalística Diário de São Paulo Ltda (mídia impressa) - Endemol Globo S.A. - GET Empreendimentos Temáticos Ltda - SIGEM Sistema Globo de Edições Musicais Ltda - SIGLA Sistema Globo de Gravações Audiovisuais Ltda (fonografia) - GLB Participações Ltda - SKY Brasil Serviços Ltda - GLB Serviços Interativos S.A. (Internet) - Globo Cochrane Gráfica Ltda (gráfica) - SKY Multi-Country Partners (televisão via satélite) - Globo Internacional Company Ltd. - Telecine Programação de Filmes Ltda - Globo Overseas Investiments B.V - Televisão a Cabo de Novo Hamburgo Ltda - Globo Rede S.A. (Internet) - TV a Cabo Chapecó Ltda - Globo Rio Participações e Serviços Ltda - TV Cabo Resistência Ltda - Globosat Programadora Ltda (proramadora) - TV Globo Ltda (TV aberta) - GME Marketing Esportivo Ltda - TV SKY Shop S.A. - Infoglobo Comunicações Ltda (mídia - TV Vídeo Cabo de Belo Horizonte Ltda - Interpro-International Promotions Ltda - UGB Participações S.A. - Multicanal Telecomunicações S.A. - União Participações Ltda - NET Brasil S.A. - Uruguaiana Empresa de TV a Cabo Ltda - NET Santos Ltda - USA Brasil Programadora Ltda - NET SAT Overseas Limited. - Valor Econômico S.A. (mídia impressa) - NET Serviços de Comunicações S.A. (SO - - Worldwide Financial Trading Limited. operadora de sistemas múltiplos) - Zende Serviços de Apoio e Logística Ltda - Porto Esperança Comércio e Serviços Ltda E ainda: - NET Anápolis Ltda - NET Paraná Comunicações Ltda - NET Arapongas Ltda - NET Piracicaba Ltda - NET Bauru Ltda - NET Recife Ltda - NET Belo Horizonte Ltda - NET Ribeirão Preto S.A. - NET Brasília Ltda - NET Rio S.A. - NET Campinas Ltda - NET São Carlos S.A. - NET Campo Grande Ltda - NET São José do Rio Preto Ltda - NET Curitiba Ltda - NET São Paulo Ltda - NET Florianópolis Ltda - NET Sorocaba Ltda - NET Franca Ltda - NET Sul Comunicações Ltda - NET Goiânia Ltda - SKY BRASIL SERVIÇOS LTDA - NET Indaiatuba Ltda - DR Empresa de Distribuição e Recepção - NET Joinville Ltda - Horizonte Sul Comunicações Ltda - NET Londrina Ltda - Televisão a Cabo Criciúma Ltda - NET Maringá Ltda - TV Cabo e Comunicações de Jundiaí S.A
Em imagem:
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Observe que virtualmente todas essas empresas têm ligação com governos ou com o Estado. As mais lucrativas são concessões públicas. Ou seja, é um assunto ligado diretamente ao que se possa pensar de mais interessante à opinião pública: tem ligações com governos, política, mídia, formação da opinião pública, cultura, grandes empresas, empresas internacionais. E até mesmo geopolítica.
Em post anterior, eu mencionei o fato da segunda metade do século XX ter sido a era das conspirações. Bem, parece que o século XXI não será diferente, com a diferença, talvez, de que as conspirações se dão à luz do dia.
Os conspiradores não controlam a internet, ainda, mas para eles basta, por enquanto, manter a hegemonia do sistema midiático.
Para a maioria dos brasileiros, nenhuma notícia é verdadeira enquanto não sair na Globo.
Só que a Globo é o centro de todas as conspirações.


Fonte: O CAFEZINHO
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Por que a mídia não dá o escândalo do triplex da Globo?




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                                                                                                     Laerte e os triplex
    16/02/16 Carlos Eduardo
charge_laerte_marinho_paraty                                                                                                                      Fonte: O CAFEZINHO                                                                                      
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Lula não usa celular
E o níu júrnalism
publicado 16/02/2016
bessinha mossackPor Fernando Morais, no Facebook:

nunca leio o jornal “valor” (aqui chamado de PiG cheiroso - PHA). nenhuma objeção de natureza política ou ideológica. não leio como não leria a “gazeta esportiva”, ou um jornal de golfe. mas hoje dei com um exemplar desse influente diário paulistano, no qual aparece uma reportagem i-na-cre-di-tá-vel. tendo como fonte uma abstração chamada “moradores”, o repórter (candidato ao pulitzer, imagino) diz que uma antena de celulares da “oi”, instalada nas imediações do “sítio usado por lula”, em atibaia, configura um privilégio.
a reportagem (que poderia ser chamada de “recortagem”, ou “reporcagem”) mereceu meia página do jornal. se o autor (ou seu editor) tivesse tido a pachorra de perguntar aos personagens, a matéria teria ido para a gaveta. sim, porque

1 – lula não usa celular.
2 – nenhum de seus familiares é usuário da “oi”.
assim sendo, me pergunto. onde, cazzo, está o “privilégio”?
deve ser o tal de níu júrnalism.

Fonte: CONVERSA AFIADA
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O patético complô contra Lula

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

Dona Marisa Letícia exorbita, não se limita a carregar para o celebérrimo (famigerado?) sítio de Atibaia um barquinho de lata no valor de 4 mil reais, mas lá criou uma horta e ergueu uma pequena estátua de Cristo, quem sabe miniatura do Redentor do Corcovado. Espantoso.

E como se não bastasse, a ex-primeira-dama teve o acinte de organizar no sítio festas familiares. Comes e bebes caseiros, ponche, vale apostar. Parece incrível, está provado, contudo, pelas fotos aéreas tiradas por desassombrados perdigueiros da informação, paladinos da verdade.

Diante desse apavorante conjunto de desmandos, não poderia faltar a intervenção providencial do juiz Sergio Moro, que há dois anos, graças ao Altíssimo, rege o destino do País. E ele convoca a Polícia Federal a se aprofundar na investigação das razões de ser da propriedade rural suspeita, a implicar a possibilidade (probabilidade? certeza?) de incriminar Lula em crime de ocultação do patrimônio. Ou coisa pior.

Raymundo Faoro recomendava: “Mino, não pratique a ironia, eles vão entender que você fala sério”. Apresso-me a sublinhar: exponho uma situação risível até a gargalhada não fosse indicativa também da miséria intelectual e moral em que precipitamos. Se é golpista a tentativa de impeachment de Dilma Rousseff, é por igual pateticamente golpista a manobra urdida em várias frentes na busca frenética de motivos para incriminar Lula.

Por ora, trombeteiam-se motivações inconsistentes. Tal é, porém, a arte da calúnia, haveria de funcionar com a paciência da água mole do ditado. Pergunto aos meus entediados botões: como terminaria o mandato de Getúlio se ele não apanhasse o revólver pousado sobre o criado-mudo?

No caso houve um complicador gravíssimo, o atentado contra o inquisidor Lacerda que resultou no assassínio do major Vaz. Arrisco-me a imaginar que o golpe de 1964 se daria dez anos antes, em um Brasil de 60 milhões de habitantes, e muito diferente do atual não somente por causa do crescimento populacional.

Há regiões que progrediram em todos os sentidos. O Nordeste, por exemplo, outrora dos coronéis e do voto de cabresto, hoje politizado em boa medida. Surgiram também movimentos sociais importantes e uma porção conspícua da Igreja, embora tenha perdido espaço para os evangélicos, já não se prontifica a abençoar a casa-grande.

E quantos brasileiros, efetivamente, são alcançados pela campanha anti-Lula? Não chega aos que vivem no limbo, e são dezenas de milhões, e aos que enxergam em Lula o melhor presidente da República pós-ditadura, e não se enganam.

A conspiração fermenta debaixo dos nossos olhos, capaz até de desprezar a contribuição dos profissionais da política para conluiar a mídia, verdadeiro partido de oposição, alas da PF e do MP, um ou outro ministro do Supremo (não é preciso declinar nomes) e líderes empresariais de um país que até hoje basicamente exporta commodities.

E quem comove e exalta? Leitores de jornalões e revistões, ouvintes e assistentes dos penosos torquemadas da tevê e do rádio. Não se trata da maioria do povo brasileiro.

O que espanta de verdade, e tolhe a gargalhada que de outra forma mereceria saudar o esforço de quem até o momento furou a água, é a inércia governista e o pífio comportamento do PT, o partido que no poder portou-se como os demais.

O ministro da Justiça imerge-se no vácuo de Torricelli, enquanto Rui Falcão constata algo que define como o “linchamento” do seu líder, quando apenas lhe cabe demolir um castelo de areia. Faltam picardia e senso do ridículo, chiste e graça.

Sobrou o lugar-comum, quase a confissão da impotência, sem falar da apatia de um governo que se deixa acuar. Não são bons sinais, revelam a falta de rumo em um Brasil à deriva. A conspirata se dá antes de mais nada contra o próprio País e são poucos os que escapam à derrocada geral.

A conclusão é inescapável, estamos muito longe da maturidade de uma nação habilitada à democracia. De fato, inexistem na prática os poderes ensinados por Montesquieu, enquanto a crise grassa e fatias da população, beneficiadas pela política social de Lula, descem os degraus galgados nos últimos anos.

Outra conclusão se impõe: se as acusações contra o ex-presidente não passarem das aduzidas até agora, Lula sairá desta refrega extremamente fortalecido. Se quiser, candidato imbatível em 2018.

Fonte: Blog do Miro
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Por que a mídia, a velha mídia, não dá o escândalo do tríplex da Globo ?

Porque a velha mídia não tem compromisso com a informação, com a realidade, com o conhecimento.

O papel da velha mídia, não apenas no Brasil mas em todo o mundo, é o de construir realidades que deem suporte ao modelo político e econômico dominante e hegemônico.

Se o aquecimento global e as mudanças climáticas são assuntos desconfortáveis para o modelo hegemônico, uma nova narrativa deve ser construída  para apresentar o fenômeno, de maneira que os lucros atuais e futuros não sejam comprometidos.

E tudo isso é feito e apresentado, independente da realidade, da ciência e das evidências reais e objetivas percebidas pelas pessoas.

Esse processo de construção segue a lógica determinada pelos setores de inteligência dos EUA, na qual, a realidade deve ser aquilo que desejamos que seja, independente dos fatos , e todos devem seguir e aceitar nossas informações.

O exemplo do aquecimento global serve para mostrar o comportamento da velha mídia , aqui no Brasil, quando se trata de ignorar ou desconstruir assuntos , temas  e pessoas, dissonantes ao modelo hegemônico.

Assim sendo o escândalo escandaloso dos tríplex dos Marinhos, simplesmente não existe, nunca existiu e, caso venha a ser citado, deixará de existir.

Já Lula, o Partido dos Trabalhadores, e o governo Dilma, devem ser aquilo que ninguém tolera, corruptos, incompetentes, independente dos fatos, pois  assim deseja o modelo hegemônico, e assim deve ser a narrativa midiática, mesmo que o patético e o ridículo estejam evidentes para pessoas atentas.

Assim sendo, o processo cognitivo, individual e coletivo, passa a ser aquilo  que a narrativa dominante apresenta, independente se em um dia de sol forte e calor intenso, seja noticiado que  a temperatura está abaixo de 0 °C.

Todo esse processo, com o tempo e em função do distanciamento ante ao real criado pela narrativa dominante, pode ter um efeito contrário ao desejado.



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