segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

É na rua

Agora é rua

'Se quiserem me derrotar não vai ser na mídia; vão ter que me enfrentar na rua


Redação
Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
Lula, no ato de sábado, dos 36 anos do PT, realizado no cais do porto do Rio, fez um discurso divisor.

 'Acabou o Lulinha paz e amor', avisou depois de manifestar a indignação com o desmonte do qual é vítima e que agora avança para o assalto  final.

 '(recebi um aviso) vão quebrar meu sigilo bancário e fiscal, o meu, o da Marisa, o do meu  neto...' , ironizou para fuzilar em seguida:

  'Esse país não tem um grande partido de oposição. (mas) tem o partido da Globo, o partido da Veja...'

 'Pois bem, quero avisar a eles: 'Se quiserem me derrotar não vai ser na mídia; vão ter que me enfrentar na rua'

 O desabafo na verdade foi quase  uma recomendação cifrada à militância e aos democratas brasileiros.  

O ex-presidente falou cercado de rumores  e 'avisos' vazados do submundo do golpe.

Um, explícito, neste domingo, segreda que os milicianos da República de Curitiba,'vestiram o uniforme e calçaram as chuteiras para buscar a sua prisão'.

Melhor seria dizer 'os coturnos'.

A  informação de 'cocheira' não deve ser subestimada.

Ela vem  de quem sempre frequentou ambientes onde iniciativas desse tipo são tomadas.

O 'salve geral' ao agrupamemto conservador foi estampado na coluna de Elio Gaspari, na Folha deste domingo.

 O colunista entende de recados.

Sempre teve trânsito fácil nos estábulos onde os coices institucionais da direita são ensaiados. Desde a ditadura cumpre esse papel de depositário de informações privilegiadas.

Se o balão de ensaio for confirmado  -- o discurso de Lula, sábado, pode abalar o ímpeto dos centuriões--   a crise política ingressará em uma nova fase.

Tirar Lula da cédula de 2018  não significa apenas lubrificar 'à paraguaia' a vitória conservadora --tenha ela o rosto de Aécio ou Serra. Tanto faz.

Arrancar violentamente da vida política aquele que é considerado  o melhor presidente da história por 37% dos brasileiros --Datafolha deste domingo,  após meses e meses de cerco diuturno à imagem de Lula--  significa na verdade arrancar da liberdade de escolha dos brasileiros uma opção de desenvolvimento.

Aquela que --mal ou bem, com todos as limitações sabidas e discutidas em Carta Maior-- retirou 40 milhões de pessoas da miséria,acabou com a fome no país, ergueu um cordão de soberania na política externa e sacudiu --ainda que de forma inconclusa-- os interditos aos despossuídos no acesso a direitos universais.

O sinal do que se pretende erguer, depois da terra arrasada, foi dado por Serra agora, na votação da última semana no Senado, quando cumpriu a promessa feita em 2014 à Chevron: entregar a operação do pre-sal às petroleiras internacionais.

O conjunto dos acontecimentos das últimas horas tem um nome e um lugar na história.

Chama-se golpe. E se destina a impor a restauração violenta do neoliberalismo  na maior economia da América Latina e principal referencia da luta progressista pelo desenvolvimento no mundo.

O golpe  deve ser respondido à altura pelas forças progressistas,democráticas e nacionalistas da nação.

Se no início deste ciclo, ora sob bombardeiro cerrado da direita, dizia-se 'Agora é Lula', hoje uma nova síntese se impõe:

'Agora somos nós'.

Agora é rua.

Fonte: CARTA MAIOR
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